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Prof.ª Patricia Braz Juiz de Fora 2021 UNIDADE III – CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS E O CUIDADO INTEGRAL: OLHANDO ALÉM DA PSICOPATOLOGIA TRANSTORNOS PSICÓTICOS E PRINCIPAIS PSICOFÁRMACOS ENVOLVIDOS NO CUIDADO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO JUIZ DE FORA CURSO DE ENFERMAGEM DISCIPLINA SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 1. TRANSTORNO DO PENSAMENTO • Sistema psíquico (proposta por Freud): O Id está presente desde o nascimento, e durante os dois primeiros anos de nossas vidas é ele quem nos orienta = o id é a parte da mente que quer gratificação imediata de todos os seus desejos e necessidades = fonte de energia psíquica ligada à impulsividade O ego surge por volta dos dois anos de idade, é a partir da formação do ego que começamos a pensar sobre as consequências práticas daquilo que fazemos e os problemas que podem ser gerados através de nossas condutas. O “ego” precisa enfrentar o “id”, pois se não tomaríamos apenas decisões baseadas em nossos instintos. = é o aspecto racional da personalidade O superego surge a partir dos 3 anos de idade e é resultado da socialização (basicamente o que se aprende através dos pais) e da internalização das normas socialmente aceitas. É o superego supervisiona o cumprimento das regras morais = é o componente moral da mente humana. (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) NEUROSES: sentimentos e emoções exacerbadas diante de determinadas Situações. Ex: Medo – Fobia Ansiedade – Transtorno de ansiedade generalizada Tristeza – Depressão (Sem episódios de alucinação e delírio). EPISÓDIOS ISOLADOS DE DELÍRIO OU ALUCINAÇÃO: Ex: uso de substância psicoativa, uso de medicação, condição médica. PSICOSES: são caracterizadas pelo fenômeno da dissociação, por episódios contínuos de delírios ou alucinações (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Teorias Etiológicas Hipótese Neuroquímica Hipótese Genética Distúrbio do neurodesenvolvimento na vida intrauterina Teoria psicológica das relações sociais 1. TRANSTORNO DO PENSAMENTO De onde vem ? Como se explica? (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Hipótese Neuroquímica → O uso de LSD causa sintomas como desrealização, despersonalização e alucinações visuais, experiências semelhantes a alguns sintomas da esquizofrenia. →Esses efeitos se dão por intermédio do antagonismo de receptores serotoninérgicos. Essa observação, feita ainda na década de 1950, levantou a possibilidade de que um déficit de serotonina estivesse envolvido na patogênese da esquizofrenia. Hipótese Neuroquímica (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Alterações Estruturais (TC) de crânio →Atrofia cerebral, incluindo alargamento dos ventrículos cerebrais; →Aumento de sulcos corticais numa proporção considerável de pacientes esquizofrênicos crônicos e agudos; →As áreas mais consistentemente implicadas têm sido as porções mediais dos lobos temporais, sobretudo hipocampo e giro para- hipocampal; → Diminuições de volume em áreas frontais, tálamo, gânglios da base e corpo caloso têm sido também sugeridas. (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) → Há uma correlação entre à esquizofrenia e a hereditariedade – parentes biológicos de primeiro grau tem dez vezes mais risco de desenvolver a doença. A herdabilidade para esquizofrenia é estimada em 0,83, uma das mais altas taxas entre todas as doenças psiquiátricas → A probabilidade de uma pessoa ter esquizofrenia esta correlacionada com a proximidade da relação com um parentesco afetado (parentes de primeiro ou segundo grau) → No caso de gêmeos monozigóticos, ou seja que têm carga genética idênticas, há uma taxa de concordância para esquizofrenia de 50% essa taxa é a 4 a 5 vezes maior do que taxa de ocorrência encontrada em gemêos dizigóticos ou em irmãos e parentes de primeiro grau (irmão, pai e filho); → Fatores biológicos ou psicossociais do ambiente podem prevenir ou causar esquizofrenia no indivíduo geneticamente vulnerável. Hipótese Genética (DALGALARRONDO, 2008; SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) →Estudos sobre a patogênese da esquizofrenia, baseada em processos relacionados ao desenvolvimento cerebral, apontam vários eventos de ocorrência precoce, durante a vida intrauterina ou logo após o nascimento, que podem ser de importância fundamental na etiologia de uma parcela dos casos de esquizofrenia, interferindo no desenvolvimento normal de determinadas estruturas cerebrais e tornando o indivíduo vulnerável ao surgimento mais tardio dos sintomas da doença a saber, ➢ A má nutrição do feto, envolvendo especialmente redução no suprimento de oxigênio, iodo, glicose, e ferro podem levar a prejuízos no desenvolvimento do sistema nervoso central (SNC). Distúrbio do neurodesenvolvimento na vida intrauterina (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) ➢ As condições maternas que causam a má nutrição do feto e parecem aumentar o risco de desenvolvimento da esquizofrenia, as quais incluem diabete, doença pulmonar crônica, anemia, inanição maternal durante o primeiro trimestre de gestação. ➢ O nascimento prematuro extremo (ex. antes de 33 semanas gestacionais) parece aumentar o risco para a esquizofrenia. ➢ Eventos perinatais, que compreende o período entre as 22 semanas e os 7 dias completos após o nascimento, e complicações durante o parto podem causar danos ao hipocampo e córtex cerebral por causar hipóxia ou isquemia; ➢ Estudos apontam que a frequência da esquizofrenia aumenta após a exposição da grávida ao vírus da influenza durante o segundo trimestre da gravidez; ➢ Alguns dados indicam que a idade do pai tem correlação com o desenvolvimento com a esquizofrenia. Foi verificado que aqueles nascidos de pais com mais de 60 anos de idade eram vulneráveis a desenvolver o transtorno. Tal estudo fundamentou-se no fato da espermatogênese dos homens mais velhos estar sujeita a maior dano epigenético do que em homens mais novos. Distúrbio do neurodesenvolvimento na vida intrauterina (DALGALARRONDO, 2008; SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) →Meio social →Meio familiar →Estímulos → Outros estressores →Eventos traumáticos →Uso de substâncias psicoativas →Explicações (Teorias da Psicologia) ➢Ex: Psicologia Analítica: inflação dos arquétipos– Jung ➢Psicanálise: caso Schreber - Freud Teoria psicológica das relações sociais L ig ad o s o u n ão a o s o u tr o s fa to re s (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Epidemiologia →A prevalência da esquizofrenia em diferentes populações é estimada em torno de 1%, representando cerca de 100 milhões de pessoas; →No Brasil, a doença afeta mais de 2,5 milhões de pessoas, que apresentam algum transtorno mental grave ligado à esquizofrenia; →A esquizofrenia é igualmente prevalente em homens e mulheres, sendo o início mais precoce em homens. As idades do pico de início são entre 10 e 25 anos para homens e entre 25 e 25 anos para mulheres. Quando o início ocorre após os 45 anos, o transtorno é caracterizado como esquizofrenia tardia. →Maconha - fator de risco para o desenvolvimento da esquizofrenia. Estudos prospectivos têm fornecido informações que dão maior suporte a uma relação causal ao demonstrar que o uso de maconha, normalmente, precede o surgimento da doença e está relacionado a um maior risco de desenvolvê-la. 1. TRANSTORNO DO PENSAMENTO (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Síndrome positiva Síndrome cognitiva Síndrome negativa Delírios, alucinação e desorganização. Prejuízo na memória e atenção. Embotamento afetivo, avolia, anedonia e isolamento social. 1. TRANSTORNO DO PENSAMENTO Sinais e Sintomas (DALGALARRONDO, 2008; SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Síndrome positiva (sintomas +) (AHA, 2015) PENSAMENTO CONSCIÊNCIA COMUNICAÇÃO Inibição do pensamento: pensamento lento Fuga de ideias: o indivíduo tem um aporte tão grande de ideias que não consegue concluí-la = fluxo do seu pensamento contínuo. Desagregação do pensamento: o indivíduo constrói sentenças corretas, mas sem um sentido compreensível, fazendo associações estranhas; Estupor:sem estímulos. Logorreia: fala acelerada e compulsiva; Ecolalia: há repetição, como em eco, das últimas palavras Neologismo: criação de novos termos, incompreensíveis; Mutismo: o indivíduo mantém-se mudo. (SADOCK, SADOCK, RUIZ, 2016) Síndrome positiva (sintomas +) Síndrome cognitiva Capacidade de abstração Atenção e concentração Consciência Capacidade intelectualJuízo crítico Orientação: autopsíquica e alopsíquica Memória • Memória Remota • Memória Recente • Memória Imediata (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) (AHA, 2015) Síndrome negativo (sintomas -) →A esquizofrenia é uma patologia, relacionada à psicose, em seu eixo referente aos distúrbios de pensamento, que causa grave sofrimento mental no indivíduo. →O diagnóstico (F20.9), em concordância com o DSM IV, deve seguir alguns critérios, a saber: dois ou mais dos seguintes itens sintomatológicos (que devem se manifestar durante o período de seis meses ou mais): 1) Sintomas positivos 2) Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico 3) Sintomas negativos →Os sinais e sintomas do sofrimento mental, descritos acima, não podem ser atribuídos aos efeitos fisiológicos de uma substância (drogas psicoativas e drogas medicamentosas) ou a outra condição ou comorbidade médica orgânica, para fins diagnósticos. →É importante compreender que o diagnóstico de esquizofrenia deve ser realizado após o acompanhamento minucioso dos indivíduos em fase prognóstica, sendo um diagnóstico complexo e de difícil constatação, pois nem todos os sinais e sintomas de delírios e alucinações são enquadrados, necessariamente, como diagnóstico de esquizofrenia. 1. TRANSTORNO DO PENSAMENTO Diagnósticos (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Esquizofrenia ▶ Dois ou mais dos itens sintomatológicos durante o período de um a seis meses: 1.Delírios 2.Alucinações 3.Discurso desorganizado 4.Comportamento grosseiramente desorganizado 5.Expressão emocional diminuída, avolia. ▶Os sinais e sintomas do sofrimento mental, descritos acima, não podem ser atribuídos aos efeitos fisiológicos de uma substância (drogas psicoativas e drogas medicamentosas) ou a outra condição ou comorbidade médica fisiopatológica, para fins diagnósticos. ▶É importante compreender que o diagnóstico de esquizofrenia deve ser realizado após o acompanhamento minucioso dos indivíduos em fase prognóstica, sendo um diagnóstico complexo e de difícil constatação. (AHA, 2015) Esquizofrenia - Diagnósticos diferenciais PARANÓIDE: presença de delírios e alucinações frequentes; DESORGANIZADO (hebefrênica = Hebe na mitologia grega, é a deusa da juventude): regressão acentuada = fenômeno regressivo para infantilidade CATATÔNICO: distúrbio acentuado da função motora = movimentos passivos, repetitivos, não reatividade, imobilidade RESIDUAL: evidência do transtorno, mas ausência de um conjunto completo de sintomas ativos . (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Transtorno Esquizofreniforme ▶ Dois ou mais dos itens sintomatológicos que durem pelo menos um mês, mas menos de seis meses: 1.Delírio 2. Alucinações 3. Discurso desorganizado 4. Comportamento grosseiramente desorganizado 5. Expressão emocional diminuída, avolia. ▶Os sinais e sintomas do sofrimento mental, descritos acima, não podem ser atribuídos aos efeitos fisiológicos de uma substância (drogas psicoativas e drogas medicamentosas) ou a outra condição ou comorbidade médica fisiopatológica, para fins diagnósticos. (AHA, 2015) Sintomas semelhantes da esquizofrenia porém duram pelo menos um mês mas menos de 6 meses. Transtorno Esquizoafetivo ▶ Dois ou mais dos itens sintomatológicos durante o período de um mês: 1.Delírios 2.Alucinações 3. Discurso desorganizado 4. Comportamento grosseiramente desorganizado 5. Expressão emocional diminuída, avolia. ▶ Presença de um episódio depressivo maior ou maníaco concomitante com os critérios da esquizofrenia ▶ Tipo bipolar ou Tipo unipolar depressivo Quadro de esquizofrenia + transtorno de humor : bipolar (fase maníaca e depressiva) ou Tipo depressivo (apenas fase depressiva) (SADOCK,SADOCK, RUIZ, 2016) Fluxo (prática clínica): observação + anamnese PSICOSE (ACESSO AO INCONSCIENTE) DOENÇA FÍSICA? COMORBIDADE MÉDICA? ABUSO DE SUBSTÂNCIA? NÃO SIM História (ANAMNESE); Exame físico; Exame do estado mental Exames laboratoriais INVESTIGAÇÃO CLÍNICA PROGNÓSTICO: TEM ESTREITA LIGAÇÃO COM A EVOLUÇÃO DAS CAUSAS INDUZIDA POR SUBSTÂNCIA Intoxicações ou abstinência causadas por substâncias psicoativas Intoxicação medicamentosa CONDIÇÃO MÉDICA GERAL Secundário a distúrbio físico Ex; hipóxia, distúrbios endócrinos, neoplasias cerebrais, infecções cerebrais e sistêmicas, doença organomental. Fluxo (prática clínica): observação + anamnese PSICOSE (ACESSO AO INCONSCIENTE) DOENÇA FÍSICA? ABUSO DE SUBSTÂNCIA? NÃO PREDOMINAM SINTOMAS AFETIVOS (LIGADOS AO HUMOR) NÃO SIM TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO: Quadro de esquizofrenia + transtorno de humor : bipolar (fase maníaca e depressiva) ou Tipo depressivo (apenas fase depressiva ? ? ? ? ? ? Fluxo (prática clínica): observação + anamnese PSICOSE (ACESSO AO INCONSCIENTE) DOENÇA FÍSICA? ABUSO DE SUBSTÂNCIA? NÃO PREDOMINAM SINTOMAS AFETIVOS (LIGADOS AO HUMOR) NÃO PREDOMINAM DELÍRIOS NÃOSIM ? ? ? ? ? ? TRANSTORNO DELIRANTE Permanência de delírios por, pelo menos, um mês. Ausência de quadros de alucinação e outros sinais e sintomas típicos de esquizofrenia. Fluxo (prática clínica): observação + anamnese PSICOSE (ACESSO AO INCONSCIENTE) DOENÇA FÍSICA? ABUSO DE SUBSTÂNCIA? NÃO PREDOMINAM SINTOMAS AFETIVOS (LIGADOS AO HUMOR) NÃO PREDOMINAM DELÍRIOS NÃO Outros sinais e sintomas... Duração desses sinais TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE: início súbito de sintomas psicóticos após grave fator de estresse psicossocial com duração de um dia a um mês. •TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME: duração de um a seis meses. •ESQUIZOFRENIA: + de seis meses de duração PSICOSE (ACESSO AO INCONSCIENTE) DOENÇA FÍSICA? COMORBIDADE MÉDICA? ABUSO DE SUBSTÂNCIA? NÃO SIM INDUZIDA POR SUBSTÂNCIA CONDIÇÃO MÉDICA GERAL PREDOMINAM SINTOMAS AFETIVOS (LIGADOS AO HUMOR) NÃO SIM TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO PREDOMINAM DELÍRIOS NÃOSIM TRANSTORNO DELIRANTE TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME ESQUIZOFRENIA Outros sinais e sintomas... Duração desses sinais RESUMINDO... Cuidados na atenção psicossocial ▶ Garantia dos direitos basilares; ▶ Enfoque na reabilitação psicossocial; ▶ Ressocialização (acesso a oportunidades); → Rede de apoio familiar → Rede apoio social ▶ Reestabelecimento da rotina de atividades cotidianas; ▶ Psicoterapia grupal ▶ Assistência e atendimento na atenção primária → CAPS → Oficinas Terapêuticas ▶ Estabelecer comunicação terapêutica (escuta ativa); ▶ Manejo da crise ▶ Controle medicamentoso O tratamento requer acompanhamento terapêutico multiprofissional em serviços especializados, com equipe capacitada. 2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ANTIPSICÓTICOS Primeira geração (típicos): ✓Qual mecanismo de ação? Inibem a neurotransmissão dopaminérgica. Como efeitos secundários bloqueiam receptores noradrenérgicos, colinérgicos e histaminérgicos, o que justifica os efeitos extrapiramidais. O sistema extrapiramidal é formado pelo tálamo, cerebelo e gânglios da base. Estas estruturas, através de suas conexões, estão envolvidas em vários processos, inclusive na modulação do controle motor. A disfunção de estruturas do sistema extrapiramidal associa-se a transtornos dos movimentos. (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) ANTIPSICÓTICOS Acatisia: inquietação motora; queixas subjetivas de “inquietude”. Parkinsonismo induzido por antipsicótico: presença de sinais e sintomas de Parkinson (tremor de repouso, rigidez muscular). Distonia aguda: contrações musculares involuntárias breves ou prolongadas, que resultam em movimentos ou posturas anormais.Discinesia: movimentos involuntários repetitivos, geralmente da mandíbula, dos lábios e da língua. (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) S I N T O M A S E X T R A P I R A M I D A I S C Distonia aguda Discinesia Acatisia Parkinsonismo (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) 2. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ANTIPSICÓTICOS Primeira geração (típicos): ✓ Podem seu usados na infância? Sim, o Haloperidol pode ser administrado, com dose máxima de 0,15mg/kg/dia. ✓ Podem ser usados durante a gestação? O Haloperidol poderá ser usado durante a gestação, quando os benefícios forem claramente superiores aos potenciais riscos fetais. O fármaco é excretado no leite materno, se a sua administração é considerada essencial para a mãe, os benefícios da amamentação devem ser balanceados com os riscos potenciais. ✓ Apresentação I.V: - Formulações parenterais: depósito (depot) de longa duração, são administrados uma vez a cada uma a quatro semanas, dependendo da dose do indivíduo (geralmente indicado para pacientes que têm problemas com a adesão medicamentosa). Ex: Decanoato de Haloperidol® 0,5ml → Neuroleptização rápida (psicotólise): é a prática de administrar doses I.M de antipsicóticos de hora em hora até que se consiga uma sedação profunda do paciente. Estudos não indicam essa prática e demonstram possíveis riscos aos pacientes. ✓ Quais são as indicações terapêuticas? São indicados para vários tipos de transtornos psicóticos, principalmente para os transtornos esquizofrênicos. Os antipsicóticos produzem seus efeitos mais significativos contra os sintomas positivos da esquizofrenia (ex: alucinações e delírios), já os sintomas negativos (ex: embotamento afetivo e reclusão social) têm menor probabilidade de melhorar e atenuar sob o controle medicamentoso. (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) P re ca u çõ es e R ea çõ es A d v er sa s: Cardiotóxicos: antipsicóticos diminuem a contratilidade cardíaca; Morte súbita: relatos frequentes de óbitos por morte súbitas durante o tratamento com antipsicótico podem ser resultado de arritmias cardíacas; Hipotensão ortostática; Efeitos hematológicos: leucopenia transitória; Constipação e retenção urinária; Aumento do peso; Efeitos endócrinos: aumento da secreção de prolactina, amenorreia, inibição do orgasmo em mulheres e impotência nos homens. 5. ANTIPSICÓTICOS Primeira geração (típicos): Haloperidol (Haldol®); Flufenazina(Anatensol®); Pimozida (Orap®); Clorpromazina (Amplictil®) e Levomepromazina (Neozine®) (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) Síndrome Neuroléptica Maligna Efeito colateral potencialmente fatal: consiste em reação idiossincrática a neurolépticos, provavelmente relacionada a bloqueio dos receptores dopaminérgicos, sendo por isso também conhecida como síndrome da deficiência aguda de dopamina. O haloperidol é a droga mais frequentemente associada à síndrome. Sinais e sintomas: hipertermia, rigidez muscular, confusão mental, agitação e aumento da pressão arterial. Contraindicações: depressão grave do SNC, cardiopatia grave. Interações Medicamentosas: anticolinérgicos, barbitúricos, anfetaminas, inibidores da enzima conversora de angiotensina. Obs: não é indicado o uso de bebidas alcoólicas concomitante ao tratamento com Antipsicóticos. 5. ANTIPSICÓTICOS Primeira geração (típicos): Haloperidol (Haldol®), Flufenazina(Anatensol®), Pimozida (Orap®), Clorpromazina (Amplictil®) e Levomepromazina (Neozine®) (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) ANTIPSICÓTICOS Segunda geração (atípicos): ✓Qual mecanismo de ação? Consiste no bloqueio de receptores de dopamina e serotonina. - Possuem menor risco de efeitos extrapiramidais e colaterais. ✓Quais são as indicações terapêuticas? São indicados para vários tipos de transtornos psiquiátricos, principalmente para os transtornos esquizofrênicos. ✓Podem seu usados na infância? Sim, o Olanzapina é a droga mais segura para crianças de 5 a 18 anos e pode ser administrado, com dose máxima de 20,0mg/dia. ✓Nenhum dos antipsicóticos de segunda geração possuem uma indicação licenciada para seu uso durante a gravidez e amamentação. P re ca u çõ es e R ea çõ es A d v er sa s: Sonolência Redução do apetite Hipotensão Alterações cardíacas Contraindicações: gestantes, lactantes, crianças, pacientes com problemas cardíacos graves. 5. ANTIPSICÓTICOS Segunda geração (atípicos): Clozapina (Leponex®), Risperidona (Risperdal®), Olanzapina (Zyprexa®) e Quetiapina (Seroquel®) Interações Medicamentosas: anticolinérgicos, barbitúricos, anfetaminas. Obs: não é indicado o uso de bebidas alcoólicas concomitante ao tratamento com Antipsicóticos. Diabetes mellitus Evidências mostram que os antipsicóticos interagem no sistema neuroendócrino, levando a efeitos colaterais como aumento do apetite, obesidade, hiperglicemia e diabetes. O uso crescente dos antipsicóticos de nova geração foi associado a significante número de casos de distúrbios metabólicos secundários. (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) ❑ Todos os antipsicóticos são igualmente eficazes no controle de sintomas positivos na psicose aguda. Antipsicóticos atípicos têm maiores efeitos em sintomas negativos, em comparação a antipsicóticos convencionais. ❑ Não há diferenças consistentes de eficácia entre antipsicóticos atípicos e típicos. ❑ Antipsicóticos convencionais têm definida eficácia em tratamento de manutenção (além da fase de crise). ❑ Formas de depósito de antipsicóticos convencionais, permanecem como terapia de escolha em pacientes com baixa adesão a tratamento oral. ❑ Em pacientes refratários a tratamento com antipsicóticos convencionais, antipsicóticos atípicos mostram melhores resultados. ❑ Antipsicóticos atípicos associam-se a menores taxas de recidivas e menor abandono de tratamento. Antipsicóticos atípicos mostram menor incidência de efeitos extrapiramidais. Evidências contemporâneas dos antipsicóticos na Esquizofrenia (SADOCK, SADOCK, RUIZ, 2016) São utilizados para o tratamento de epilepsia, bem como relaxantes musculares. Ex: Carbamazepina (Tegretol®); Ácido Valpróico(Depakene®); Fenitoína (Hidantal®); Fenobarbital (Gardenal®); Gabapentina (Neurontin®). São utilizados principalmente como tratamento para transtornos de movimentos induzidos por antipsicóticos, sobretudo o parkinsonismo, tremor postural e distonia aguda. Ex: Biperideno (Akineton®); Triexifenedil (Artane®) São utilizados para o tratamento de parkinsonismo e distonia aguda induzidos por antipsicóticos. A Prometazina é útil, também, por seus efeitos sedativos e ansiolíticos. Ex: Prometazina (Fenergan®); Loratadina (Claritin®). a. Anticonvulsivantes b. Anticolinérgicos c. Anti-histamínicos Medicações comumente associadas ao uso de antipsicóticos (SADOCK, SADOCK, SUSSMAN, 2018) C. Recomendações baseadas em evidências sobre o uso de psicofármacos (OMS) Medicamentos antipsicóticos para transtornos psicóticos: Haloperidol ou clorpromazina devem ser oferecidos rotineiramente a indivíduos com transtornos psicóticos (incluindo esquizofrenia). Força da recomendação: FORTE Os antipsicóticos de segunda geração (com exceção da clozapina) podem ser considerados em indivíduos com transtornos psicóticos (incluindo esquizofrenia) como uma alternativa ao haloperidol ou clorpromazina se a disponibilidade puder ser garantida e o custo não for uma restrição. Força da recomendação: CONDICIONAL Para indivíduos com transtornos psicóticos com tolerância a outros medicamentos antipsicóticos, o uso da clozapina pode ser considerada. Força da recomendação: CONDICIONAL Em mulheres com transtornos psicóticos (incluindo esquizofrenia) que planejam engravidar ou estão grávidas ou amamentando, podem ser considerados haloperidol ou clorpromazina por via oral em baixas doses. Força da recomendação: CONDICIONAL Rotineiramente, um antipsicótico deve ser prescrito por vez em indivíduos com transtornos psicóticos (incluindoesquizofrenia). Força da recomendação: FORTE Para indivíduos com psicoses (incluindo esquizofrenia) que não respondem à dose e duração adequadas de mais de um medicamento antipsicótico (usando um medicamento por vez), o tratamento combinado de antipsicóticos pode ser considerado. Força da recomendação: CONDICIONAL Teatro Descabido (A.P)¹ Não quero morrer antes de ter vivido Não quero falar antes de ser ouvido Não quero sonhar antes de ter dormido Não vou embora antes de ter me despedido Chegou a hora de falar do amor sentido Do sentimento oprimido Quero abraçar todos os meus amigos Não quero alienar os meus sentidos Quero ter gratidão ao acolhimento recebido Sair de cena desse teatro descabido Passar a vida sem ser percebido Viver em um mundo não mais dividido Fechar os olhos, tapar os ouvidos Fechar as cortinas desse ato proibido Existir antes de ter vivido. Referência ➢ AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (Org.). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - Dsm 5. 5. ed. Brasil:Artmed, 2015. p. 992 ➢ FREITAS, Fernando;AMARANTE, Paulo. Medicalização em psiquiatria. SciELO- Editora FIOCRUZ, 2017. ➢ DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2008. ➢ QUEVEDO, João; IZQUIERDO, Ivan. Neurobiologia dos transtornos psiquiátricos. ➢ 1ª ed.Artmed Editora, 2020 ➢ SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria-: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11ª ed. Artmed Editora, 2016. ➢ SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; SUSSMAN, Norman. Manual de farmacologia psiquiátrica de Kaplan & Sadock-6.Artmed Editora, 2018.
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