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Apostila_saude ambiental e Epidemiologia
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do brasileiro a um meio ambiente equilibrado. Caracteriza o risco ambiental e os instrumentos para sua avaliação, os tipos de exposição humana aos riscos e a metodologia de avaliação dos fatores ambientais proposta pela OMS. Por fim, abordou a questão relevante dos resíduos dos serviços de saúde na questão da saúde ambiental. 5.3 Resumo do Capítulo Agora que você já estudou sobre Saúde Ambiental, teste seus conhecimentos: 1. O que condiciona e caracteriza a exposição de uma pessoa a um fator de risco ambiental? 2. Qual é o objetivo do monitoramento de riscos ambientais, além da sua própria redução? 3. Utilizando os conceitos abordados na metodologia de avaliação dos fatores ambientais pro- posta pela OMS, que forças motrizes estão presentes na produção de resíduos dos serviços de saúde? 5.4 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 O conceito de vigilância em saúde está implícito na definição de saúde da Constituição Federal de 1988, que estabelece a saúde como “direito de todos e dever do Estado, garantido me- diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e servi- ços para sua promoção, proteção e recuperação.” Por outro lado, o Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela mesma Constituição, traz como princípio básico a integralidade, ou seja, deter- mina a prestação de assistência à saúde que in- tegre ações de promoção, prevenção, recupera- ção e reabilitação da saúde. A operacionalização do novo sistema exigiu dos formuladores das políticas públicas e da organização dos serviços de saúde a criação de instrumentos capazes de transformar os novos conceitos em realidade. A implementação da Vigilância da Saúde, portanto, é um processo complexo que articula o ‘enfoque populacional’ (promo- SISTEMA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, AMBIENTAL E EM SAÚDE6 6.1 Vigilância em Saúde ção) com o ‘enfoque de risco’ (proteção) e o enfoque clínico (assistência), consti- tuindo-se de fato uma forma de pensar e de agir em saúde, ou seja, uma referência para a formulação de propostas e uma es- tratégia de organização de um conjunto heterogêneo de políticas e práticas que assumem configurações específicas de acordo com a situação de saúde das po- pulações em cada país, estado ou municí- pio. (TEIXEIRA; COSTA, 2003). As ações de vigilância em saúde são coor- denadas pelo Ministério da Saúde por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, cujas atribui- ções incluem: coordenar a gestão do Sistema de Vigi- lância Epidemiológica e do Sistema Na- cional de Vigilância Ambiental em Saú- de, incluindo ambiente de trabalho e o Sistema de Informação Epidemiológica; elaborar e divulgar informações e análi- se de situação da saúde que permitam estabelecer prioridades, monitorar o quadro sanitário do país e avaliar o im- pacto das ações de prevenção e con- trole de doenças e agravos, bem como subsidiar a formulação de políticas do ministério; formular e propor a Política de Vigilân- cia Sanitária, regular e acompanhar o contrato de gestão da vigilância sanitá- ria. AtençãoAtenção O conceito de Vigilância em Saúde, inicialmente visto como a integração das áreas de Vigilância, Epidemiológica e Sanitária (existentes desde 1975), passou a ser visto como uma proposta do modelo assistencial, na medida em que, a partir do perfil epidemiológico da população, deveriam ser definidos os programas de saúde prioritários como objeto das ações programáticas de contro- le de doenças e atenção a grupos prioritários. Hogla Cardozo Murai Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 As vigilâncias Sanitária, Epidemiológica e Ambiental são subsistemas que integram a Vigi- lância em Saúde, que, por sua vez, tem caracterís- ticas e funções específicas, porém com semelhan- ças no processo de trabalho. Ações de Vigilância Sanitária constituem a mais antiga face da Saúde Pública. Desde épocas imemoriais, as sociedades, sob os mais diversos modos de produção da vida social, vêm tentando exercer controle sobre os elementos essenciais à vida em coletividade e que geram ameaças à saú- de e à vida. Com a intensificação da produção e con- sumo de bens materiais e imateriais, amplia-se a necessidade de controle sanitário sobre nume- rosos tipos de risco à saúde humana e ambiental relacionados à produção, distribuição, circulação e consumo desses bens. Tais medidas são necessárias para enfrentar a pressão exercida pelo mercado, no qual os pro- dutores utilizam a propaganda para alardear as vantagens de seus produtos, minimizando e até ocultando os aspectos relativos aos riscos. Diferentemente da assistência à saúde, as ações de Vigilância Sanitária são de competência exclusiva do Estado que detém o poder ou, me- lhor, o dever-poder de interferir nas liberdades dos particulares para assegurar os superiores in- teresses da coletividade. É essa função que lhe confere o poder de autoridade, o chamado poder de polícia, cujas ações, no caso da Vigilância Sa- nitária, abrangem tanto as atividades particulares quanto as públicas, pois o Estado submete-se às leis que ele mesmo cria. A Lei nº 8.080, de 1990, que organiza o SUS, define a Vigilância Sanitária no art. 6º, § 1º, com os seguintes termos: Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor- rentes do meio ambiente, da produção e 6.2 Vigilância Sanitária circulação de bens e da prestação de ser- viços de interesse da saúde, abrangendo: I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao con- sumo; e II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamen- te com a saúde. Em 1999, foi criada a ANVISA com a finalida- de institucional de promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitá- rio da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclu- sive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle dos portos, aeroportos e fronteiras. É atribuída à ANVISA a coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, assim como as ações de vigilância realizadas pelos laboratórios componentes da Rede Oficial de Laboratórios de Controle de Qualidade em Saúde, integrante do SUS (CAMPOS et al., 2001). Para Costa (2003), a Vigilância Sanitária, ten- do por objeto a proteção e defesa da saúde indivi- dual e coletiva, tem as seguintes funções: normatizar e realizar o controle de bens, da produção, armazenamento, guardar a circulação e consumo de substâncias e produtos de interesse da saúde, suas matérias primas, coadjuvantes de tec- nologias, processos e equipamentos; normatizar e executar o controle de tecnologias médicas, procedimentos, equipamentos e aspectos da pesquisa em saúde; Epidemiologia e Saúde Ambiental Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 normatizar e realizar o controle de ser- viços direta e indiretamente relaciona- dos à saúde prestados pelo Estado e modalidades do setor privado; normatizar e executar o controle espe- cífico de portos, aeroportos e fronteiras, contemplando veículos, cargas e pes- soas; normatizar e realizar o controle de as- pectos do ambiente, processos de tra- balho e saúde do trabalhador. A Lei Orgânica da Saúde define a vigilância epidemiológica como o conjunto de atividades que permite re- unir a informação indispensável para co- nhecer, a qualquer momento, o compor- tamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou