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DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC) - CONCEITO O fluxo de caixa apresenta-se como um dos instrumentos mais eficazes na gestão financeira das empresas, permitindo ao administrador planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros para um determinado período, influenciando o processo de tomada de decisão (OLIVEIRA, SPESSATO e TOLEDO FILHO, 2009). Quando se conhece p fluxo de caixa fica mais fácil fazer a gestão (saber o quanto tem a receber e a pagar). Sem reserva como sobreviver? Fazer o planejamento é essencial! Estabelecer um fluxo de caixa para que se tenha tranquilidade na gestão. A demonstração dos fluxos de caixa (DFC), a partir de 01/01/2008, passou a ser uma demonstração obrigatória, conforme estabeleceu a lei nº 11.638/07, que alterou a lei nº 6.404/76. Essa alteração formalizou uma tendência internacional no sentido de que a demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR) muito confusa fosse substituída pela demonstração dos fluxos de caixa, pelo fato de ser a DOAR um demonstrativo contábil de difícil interpretação pelos não contadores, apesar de sua inegável utilidade na análise da situação econômica e financeira das empresas. A DOAR é mais abrangente em termos de informações do que a DFC, entretanto, as técnicas e os conceitos utilizados na elaboração da DOAR fazem com que ela seja de difícil compreensão por administradores, analistas de mercados e investidores. As informações têm que ser claras. A demonstração dos fluxos de caixa é um demonstrativo contábil que explica as modificações ocorridas no saldo das disponibilidades da empresa em um determinado período, por meio da exposição dos fluxos de recebimentos, registrados a débito (aumentos), e de pagamentos, registrados a crédito (reduções) da conta caixa. Só fala em dinheiro sobre o que entrou e o que saiu. Apesar do nome, devemos considerar, no saldo da conta caixa, as chamadas disponibilidades, ou seja, os equivalentes de caixa, assim constituídos por: a) recursos disponíveis em caixa; b) recursos disponíveis nas contas correntes bancárias; c) aplicações financeiras conversíveis imediatamente em moeda. O que está a mão, disposição. Observação Smith (1994) expressou o que pode ser considerado um ditado no mercado: “Os balanços expressam apenas as opiniões dos auditores, não os fatos. dinheiro é fato. Caixa é fato. Não se pode produzir dinheiro com artefatos contábeis”. Não é bem assim. A DFC veio dar credibilidade para as DFC´s. A DFC veio mostrar a realidade, a verdade, sem burla. Analisar os últimos 12 lançamentos para analisar se a empresa está em boa situação. Estrutura da demonstração dos fluxos de caixa Considerando-se a estrutura como forma de apresentação, a DFC deve ser estruturada conforme as atividades, operações que provocam aumentos ou reduções de caixa, em três tipos, a saber: 1 – Atividades operacionais; compra de mercadoria, de MP, venda de mercadoria, de produtos acabados. 2 – Atividades de investimentos; diretamente relacionados ao aumento ou diminuição dos ativos de vida longa. 3 – Atividades de financiamentos. Capitação de recursos As atividades operacionais do dia a dia As atividades operacionais estão diretamente relacionadas à demonstração do resultado do exercício e devem corresponder às entradas e saídas em dinheiro ou equivalente referentes às operações principais da empresa, tais como: Entradas: • recebimentos de vendas (à vista e a prazo); • recebimentos de outras receitas (aluguéis, juros); • recebimentos de indenização por sinistros, sentenças judiciais. Saídas: • pagamentos de compras (fornecedores em geral); • pagamentos de despesas (salários, aluguéis, impostos, juros). Atividades de investimentos compro ou vendo As atividades de investimentos estão diretamente relacionadas às operações que provocam aumentos e diminuições dos ativos de vida útil longa, utilizados na produção de bens e serviços, bem como a aquisição de títulos e valores de outras sociedades, classificados no ativo circulante ou permanente, tais como: Entradas: • recebimentos do principal de empréstimos e financiamentos concedidos; • recebimentos de alienação e participação societárias; • recebimentos de alienação de títulos de investimentos; • recebimentos da venda de imobilizado e outros ativos utilizados na produção de bens e serviços. Saídas: • desembolsos dos empréstimos concedidos pela empresa a coligadas/controladas /acionistas; • pagamentos na compra de títulos de investimento de outras entidades; • pagamentos na compra de títulos patrimoniais de outras sociedades; • pagamentos à vista referentes à compra de imóveis, máquinas etc. Atividades de financiamentos faço aumento de capital ou busco recursos As atividades de financiamentos estão diretamente relacionadas às operações de captação de recursos próprios e de recursos de terceiros, assim como o pagamento e a remuneração desses recursos. Entradas: • integralização do capital em dinheiro • recebimentos em dinheiro de reservas de capital; • recebimentos de empréstimos e financiamentos. Saídas: • pagamentos de empréstimos e financiamentos contraídos; • pagamentos de dividendos; • pagamentos de juros e encargos sobre empréstimos e financiamentos. Planejamento é essencial para gestão da empresa!!! Sem planejar como vou pagar? Qual o meu fluxo de caixa? Transações que não afetam o caixa Observemos agora algumas transações que não afetam o caixa da empresa, em virtude de não haver pagamento nem recebimento: • depreciação, amortização, exaustão: representam reduções do ativo, sem afetar o caixa; depreciação corrói o equipamento terei que substitui-lo ou reforma-lo • estimativa para créditos de liquidação duvidosa (antiga provisão para devedores duvidosos): representa uma estimativa de eventuais perdas com clientes que não representam desembolso para a empresa; • reavaliação: hoje não permitida pela atual legislação (permitido em alguns casos para aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade); • ganhos ou perdas com investimentos (participações) a partir da aplicação do método da equivalência patrimonial. Observação Na ciência da Economia, não se calcula valor da depreciação. Da mesma forma, muitos administradores não se importam com o desgaste das máquinas e ativos. No entanto, os contadores têm a depreciação como imprescindível. Métodos de elaboração da demonstração dos fluxos de caixa (DFC) Existem dois métodos para a elaboração da demonstração dos fluxos de caixa, a saber: 1 – método direto; 2 – método indireto. As diferenças entre o método direto e o indireto estão exatamente nos fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de investimentos e financiamentos são demonstrados de forma idêntica nos dois métodos. Método direto mais complexas A metodologia de elaboração da DFC direta mostra todos os recebimentos e pagamentos que contribuíram para a variação das disponibilidades no período. A metodologia direta divulga informações mais complexas para o usuário da contabilidade. A estrutura da DFC pelo método direto pode ser assim exemplificada: DFC Fluxos das atividades operacionais (+) Recebimentos de clientes (+) Recebimentos de dividendos e juros (+) Outros recebimentos provenientes das operações (-) Pagamentos a fornecedores (-) Pagamentos de despesas operacionais (-) Pagamentos de despesas antecipadas (-) Pagamentos de impostos e contribuições (-) Outros pagamentos decorrentes das operações. Fluxos das atividades de investimentos (+) Recebimentos do principal de empréstimos e financiamentos concedidos (+) Recebimentos provenientes do resgate de investimentos temporários (+) Recebimentos provenientes da alienação de bens do imobilizado (+) Recebimentos provenientes da alienação de investimentos permanentes (-) Desembolsos de empréstimos e financiamentos concedidos (-) Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes (-) Pagamentos na aquisição à vista de bens do imobilizado (-) Pagamentos na aquisição à vista de itens do diferido (-) Pagamentos na aquisição de investimentos temporários. Fluxosdas atividades de financiamentos (+) Recebimentos provenientes da realização de capital em moeda (+) Recebimentos provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos (+) Outros recebimentos provenientes de financiamentos (-) Pagamentos do principal de empréstimos e financiamentos obtidos (-) Outros pagamentos decorrentes das atividades de financiamentos.
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