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Produção Florestal Comercial e seu Impacto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CAMPUS DE CHAPADINHA
CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
DISCIPLINA DE ECOLOGIA
 
PLANTAÇÕES FLORESTAIS
x IMPACTOS AMBIENTAIS
Discentes:
Marina Martins Fontinele
Chapadinha-Ma
2019
PLANTAÇÕES FLORESTAIS
INTRODUÇÃO
Plantações florestais e seu uso comercial;
O Brasil apresenta grande competitividade no mercado (interno e externo) de produtos florestais;
A atividade florestal e a cadeia produtiva a ela associada se caracterizam pela grande diversidade de produtos.
PANORAMA DA PRODUÇÃO FLORESTAL COMERCIAL
NO MUNDO:
A área mundial de florestas plantadas vem aumentando, anualmente, cerca de 4,63 milhões de hectares; 
Estima-se que cerca de 76% dessa área seja para produção florestal;
Os cinco países com maior área de florestas são, em ordem, Rússia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e China. Juntos, contam com mais de 54% da área de florestas em todo o mundo.
NO BRASIL:
O Brasil participa com 2,67%;
1990 a 2010, aumentou a sua área a uma taxa média anual de 1,8%, sendo que no mundo, a mesma taxa é de 2,1%;
Em 2014, 10,2% das exportações do agronegócio foram de produtos florestais, representando 4,42% das exportações nacionais; 
O segmento importa menos do que exporta e é responsável por 9,3% do saldo da balança comercial do agronegócio. 
PANORAMA DA PRODUÇÃO FLORESTAL COMERCIAL
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
A Política Agrícola para Florestas Plantadas apresentada no Decreto nº 8.375, de 11 de dezembro de 2014, em seu artigo Art. 2º, pontua que: “Consideram-se florestas plantadas, para efeito deste Decreto, as florestas compostas, predominantemente, por árvores que resultam de semeadura ou plantio, cultivadas com enfoque econômico e com fins comerciais”; 
Adicionalmente, o decreto enfatiza, em seu Art. 3º que são princípios da Política Agrícola para Florestas Plantadas: I - a produção de bens e serviços florestais para o desenvolvimento social e econômico do país; e II - a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
BALANÇA COMERCIAL
O setor florestal também contribui de maneira significativa para a balança comercial do país. Em 2014, os produtos florestais contribuíram com 10,2% das exportações do agronegócio e com 4,42% das exportações nacionais. Além disso, o setor importa menos do que exporta, sendo responsável por 9,3% do saldo da balança comercial do agronegócio.
 SOLO E ÁGUA
PLANTAÇÕES FLORESTAIS,SOLO E ÁGUA
Por uma questão de reconhecimento aos princípios ecológicos universais, deve-se assumir que ao se desmatar para realizar uma plantação florestal comercial, promove-se, consequentemente, condição para que ocorra maior escoamento de água e erosão do solo em comparação ao ecossistema natural.
Por outro lado, caso a cobertura vegetal original não mais exista, as plantações florestais contribuem para a redução do escoamento da água e consequentemente, da erosão hídrica. Adicionalmente, proporciona benefícios sobre diversas propriedades do solo. 
Quando manejada de forma adequada, a plantação florestal comercial apresenta perdas de solo abaixo da tolerância admissível por erosão hídrica estabelecida;
Quase todas as plantações florestais comerciais, no Brasil, são implantadas com preparo de solo localizado, na forma de “cultivo mínimo”; 
Grande parte dos sistemas de colheita florestal retira apenas a madeira, deixando no local o restante da biomassa produzida. 
PLANTAÇÕES FLORESTAIS,SOLO E ÁGUA
 MUDANÇAS CLIMÁTICAS, E CARBONO
MUDANÇAS CLIMÁTICAS, E CARBONO
Ao longo do tempo, a silvicultura nacional tem adotado práticas que levam a um aumento da capacidade de armazenamento do carbono;
Outro aspecto importante é que os solos florestais têm expressiva contribuição na redução das emissões de metano que é um GEE importantíssimo;
A substituição de aço ou concreto por madeira na construção civil. Pode-se salvar até 0,5 toneladas de CO2 por metro quadrado de construção.
 Casas e móveis de madeira podem manter o carbono fora da atmosfera por períodos de até um século ou mais.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS, E CARBONO
Maiores quantidades de carbono podem ser armazenadas, por períodos mais longos, por meio do aumento da idade de colheita de árvores;
O potencial de sequestro de carbono do solo aumenta com a densidade do plantio e florestas plantadas têm o potencial de reter maior quantidade de carbono acima e abaixo do solo, em comparação com os sistemas agrícolas tradicionais. 
USO DE AGROTÓXICOS
USO DE AGROTÓXICOS
As espécies florestais com maior área plantada no Brasil são eucalipto, pinus, acácia, paricá, araucária, seringueira e teca. Estas espécies apesar de ocuparem uma área de quase oito milhões de hectares demandaram, em 2014, para o controle de plantas daninhas, doenças e pragas, apenas 329 toneladas de agrotóxicos (herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas e outros).
USO DE AGROTÓXICOS
Do valor total utilizado em reflorestamentos (329 toneladas), 66% referem-se ao uso de herbicidas, 25%, na categoria outros, incluem os formicidas, e os restantes, 9,4%, a fungicidas e inseticidas;
Observa-se o baixo consumo desses insumos na atividade de silvicultura;
O uso de herbicidas é mais utilizado nos primeiros anos, não ocorrendo durante toda a rotação da cultura. 
IMPACTO AMBIENTAL 
DAS PLANTAÇÕES FLORESTAIS
EXISTE?
MITO?
MENTIRA OU VERDADE?
PLANTAÇÕES FLORESTAIS 
COMERCIAIS
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMERCIAIS
EUCALIPTO
As plantações florestais de eucalipto têm estado no meio de grandes controvérsias e continuam a despertar acalorados debates quanto a seus impactos no meio ambiente. De modo geral, criticam-se os efeitos sobre o solo (empobrecimento e erosão), a água (impacto sobre a umidade do solo, os aqüíferos e lençóis freáticos) e a baixa biodiversidade observada monoculturas.
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMERCIAIS
As condições prévias ao plantio;
De fato, plantios desenvolvidos em áreas degradadas, com solos de baixa fertilidade, na presença de erosão ou em áreas de pastagens, por exemplo, geram impactos positivos sobre diversas variáveis ambientais, a saber: elevação da fertilidade do solo (oriunda da queda das folhas, matéria orgânica, sobre o solo), redução do processo erosivo e aumento da biodiversidade (existem mais espécies de flora e fauna em florestas de eucalipto do que em pastagens ou em monocultivos de cana-de-açúcar ou soja, por exemplo).
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMERCIAIS
O regime hídrico da região;
De acordo com os artigos analisados, apenas em regiões de pouca chuva, abaixo de uma faixa de 400 mm/ano, o eucalipto poderia acarretar ressecamento do solo. Ou seja, os impactos sobre lençóis freáticos, pequenos cursos d´água e bacias hidrográficas dependem da região em que se insere a plantação (e também da distância entre as plantações e a bacia hidrográfica e da profundidade do lençol freático).
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMERCIAIS
O bioma de inserção da atividade silvicultural;
Os impactos sobre a biodiversidade local também dependem do bioma e da condição prévia da região onde a floresta será implantada. Implantadas em áreas de florestas nativas, como as de mata atlântica, as plantações acarretam redução da biodiversidade. Implantada, por outro lado, numa região de savana, ou mesmo numa região que anteriormente era coberta com mata atlântica, mas que foi desmatada, a floresta exótica acarreta aumento da biodiversidade da flora e fauna locais.
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMERCIAIS
As técnicas de manejo empregadas;
Diferentes técnicas de manejo podem acarretar impactos bastante distintos. Se no momento da colheita, por exemplo, galhos, folhas e cascas são deixados no local, parte dos nutrientes retirados pela árvore é devolvida ao solo. A manutenção dessa matéria orgânica auxilia também na redução do processo erosivo;
Atualmente, devido ao conhecimento técnico acumulado, as empresas do setor florestal desenvolvem plantações sob a forma de mosaicos intercalando faixas de florestas nativas com as plantações (conhecidas por “corredores ecológicos” ou, ainda, por “corredores biológicos”). Essas plantaçõesem mosaico permitem a interligação entre o habitat natural e a floresta plantada e constituem um corredor entre fragmentos de floresta natural, permitindo a passagem de animais e ampliando, assim, o habitat disponível à fauna local.
PLANTAÇÕES FLORESTAIS COMERCIAIS
O EUCALIPTO E A ÁGUA
 O impacto do eucalipto sobre os recursos hídricos de uma dada região parece depender mais das características do clima local (em particular, do volume pluviométrico da região) do que somente de características fisiológicas próprias dos eucaliptos. 
O EUCALIPTO E O SOLO
Do mesmo modo, o impacto das plantações de eucalipto sobre o solo depende do bioma onde se inserem e das condições prévias ao plantio.
O EUCALIPTO E A BIODIVERSIDADE
Das críticas dirigidas ao eucalipto, a redução na biodiversidade de flora e fauna é uma das que apresentam menos controvérsias. Da mesma forma, o impacto de florestas plantadas sobre a biodiversidade dependerá do bioma onde a floresta será inserida. De fato, em comparações com diferentes formas de vegetação nativa, as plantações de eucalipto apresentam menor variedade de espécies – vegetais e animais.
O EUCALIPTO E O AR
As plantações de eucalipto, através do seqüestro de gás carbônico durante sua fase de crescimento, contribuem para a redução do efeito estufa. O corte, entretanto, com conseqüente uso da madeira, acaba por devolver grande parte desse carbono para a atmosfera.
O EUCALIPTO E O AR
Por tudo que foi exposto, vê-se que podem existir tanto efeitos benéficos quanto efeitos deletérios das plantações de eucalipto sobre o meio ambiente, os quais dependerão das condições prévias à implantação da floresta, do bioma onde será inserida, bem como das técnicas de manejo empregadas;
Nenhum desses efeitos é inexorável, dependendo fundamentalmente dessas condições.
PINUS
Algumas espécies subtropicais do gênero Pinus (P. elliottii e P. taeda) são bastante comuns na paisagem rural da Região Sul brasileira. Utilizada para paisagismo, fabricação de móveis,construção civil e formas para concreto.
Acácia - Acacia mearnsii e Acacia mangium: a área plantada, em 2013, era de 146.903 hectares. Sua madeira é usada para energia, carvão, cavaco para celulose e painéis de madeira. Também é fonte de tanino para uso em curtumes, adesivos, petrolífero e borrachas (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2014)
Paricá - Schizolobium amazonicum: a área plantada, em 2013, era de 87.519 hectares. Com usos para lâmina e compensado, forros, palitos, papel, móveis, acabamentos e molduras (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2014).
Teca - Tectona grandis: a área plantada, em 2013, era de 88.270 hectares, sendo utilizada na construção civil (portas, janelas, lambris, painéis, forros), assoalhos e decks, móveis, embarcações e lâminas decorativas (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2014).
Seringueira - Hevea brasiliensis: a área plantada no Brasil, em 2013, era de 172.448 hectares, sendo sua madeira utilizada para energia e celulose e a seiva para borracha.
Álamo - Populus sp.: também conhecido como pópulus, possuía, em 2013, uma área plantada no Brasil de 4.216 ha, sendo sua madeira utilizada para palitos de fósforos, partes de móveis, portas, marcenaria interior, brinquedos e utensílios de cozinha (INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES, 2014)
LIVRO 
CONCLUSÃO
Por fim, é necessário enfatizar que não se defende a substituição de florestas nativas por florestas plantadas, por todos os fatores já mencionados, mas sim a implantação de florestas plantadas em áreas onde a floresta nativa já foi derrubada, em áreas de pastagens ou em áreas degradadas, o que – além de garantir o suprimento de uma matéria-prima essencial para a sociedade – pode gerar melhoria do regime hídrico, do solo, da biodiversidade, enfim, do meio ambiente.
Obrigada!

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