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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CAMPUS DE CHAPADINHA/MA CURSO: AGRONOMIA DISCIPLINA: MELHORAMENTO VEGETAL DISCENTE: MARINA MARTINS FONTINELE ATIVIDADE AVALIATIVA CHAPADINHA-MA FEVEREIRO DE 2021 Atividade II de Melhoramento Vegtal 1. Comente a síndrome da domesticação das espécies de plantas cultivadas quanto a: a) Perda dormência de sementes; O mecanismo de dormência impede que as sementes germinem todas de uma única vez, evitando assim, a possível destruição de determinada espécie, caso ocorra em seu habitat alguma calamidade climática após a germinação. Através desse mecanismo a semente germinará apenas quando as condições climáticas são favoráveis ao seu desenvolvimento. Uma germinação mais lenta e a existência de sementes mais duras, são as características comuns e adaptativas de plantas silvestres, sendo desfavorável para plantas cultivadas. O mecanismo de dormência na germinação pode ser um fator adaptável na agricultura. Alguns cereais se desenvolvem sob condições de umidade e, nesse caso, certo grau de dormência entre as sementes é desejado, a fim de evitar perdas de grãos. Por exemplo, aplicação de etrel (fonte de etileno) e de benziladenina (citocinina sintética), combinados ou separadamente, induzem a quebra da dormência em sementes b) Aumento tamanho frutos e sementes; O aumento de órgãos foi provocado por seleção de estruturas maiores e por eventos de poliploidização de algumas espécies. Esse mecanismo possui características simultâneas e desempenham um papel significativo para a domesticação de plantas cultivadas. Essas modificações e aumentos provocados em frutos e sementes recebem atenção especial, devido serem um fato ainda em pré-adaptação para o processo em si. O aumento no tamanho das sementes é um dos primeiros estágios de domesticação ocorrido em muitas leguminosas, assim como o aumento nos grãos dentro dos cereais ocorreu de maneira bem menos pronunciada. Diversas mudanças correlacionadas têm sido atribuídas a esse aumento nos órgãos principais das plantas em virtude da domesticação. c) Mecanismos de dispersão ineficientes (dificuldade dispersão natural); O mecanismo de dispersão as sementes podem se desenvolver em diferentes áreas do planeta, garantindo assim a expansão dos vegetais sobre a Terra. Essa propriedade aliada à ação do vento, homem, animais e outros agentes, assegura a continuidade da vida da espécie por período de tempo prolongado; sendo as espécies de plantas silvestres, talvez, os principais representantes dessa alta capacidade de sobrevivência e longevidade. Para as plantas garantir sua sobrevivência e perpetuação na natureza, elas apresentam mecanismos que facilitam a dispersão das sementes. A dispersão d sementes é denominado como a principal modificação entre populações domesticadas de seus ancestrais silvestres. A perda do mecanismo de dispersão natural das sementes dos cereais é determinada com a principal modificação entre as populações domesticadas e seus ancestrais silvestres. Após a domesticação as plantas cultivadas tornaram-se totalmente depende do homem, e por dependerem exclusivamente dessa ação, é um mecanismo limitante, mas, por um outro lado existe o cultivo de algumas culturas que a perda desse mecanismo é irrelevante, permanecendo a forma original de dispersão das sementes, como é o caso das espécies forrageiras cultivadas, visto que a debulha natural é uma característica desejável para a manutenção das espécies sem a necessidade de nova semeadura. d) Hábito crescimento determinado ou braquítico; O hábito de crescimento é um caráter morfo-agronômico, que é determinado pelo crescimento do ramo principal e pelo florescimento da planta. Por vez o hábito crescimento determinado caracteriza-se por ter o caule e os ramos laterais terminando em uma inflorescência (inflorescência terminal) e por possuir um número limitado de nós; a floração inicia-se do ápice para a base da planta e) Redução substâncias tóxicas; A proteção física de algumas espécies (por exemplo, em gramíneas) é um obstáculo que pode mais facilmente ser ultrapassado pelo homem, ao contrário da presença de compostos químicos, que reduzem drasticamente o potencial nutritivo de algumas culturas, bem como a utilização de suas sementes. Inúmeras plantas silvestres apresentavam elementos tóxicos nos grãos, nos frutos e nas sementes, como proteção contra a predação, tornando necessário algum tipo de tratamento especial e/ou cozimento para alimentação humana. Embora apresentassem essas desvantagens, muitas delas eram reconhecidas como candidatas perfeitas à domesticação. É correto afirmar que a toxicidade evoluiu como um sistema de proteção para órgãos com grande estocagem nutritiva e pode ter sido intensificada por seleção inconsciente em muitas culturas. 2. Comente a história da evolução e domesticação e das seguintes espécies cultivadas: a) Manga O melhoramento genético da mangueira no mundo é uma atividade antiga, principalmente na Ásia tropical, onde na Índia o seu cultivo ocorre há mais de 4.000 anos. No continente americano, a dispersão da mangueira teve seu início no século XVI, sendo introduzida no Brasil pelos portugueses das colônias africanas. Mais tarde, por volta do ano de 1770, os espanhóis introduziram-na no México. De uma forma geral, as variedades de mangueira conhecidas foram obtidas a partir da seleção de plantas de polinização aberta, baseada em um só sexo (mãe conhecida). Na Índia, como na Flórida, Estados Unidos, a maioria das cultivares foram obtidas por esse método. A mangueira é uma planta que foi domesticada há milhares de anos, e caracteriza- se por apresentar e produzir frutos de alta qualidade para os setores comerciais, é considerada uma das mais importantes espécies frutíferas de clima tropical. A mangueira teve sua origem na Índia. A domesticação da mangueira ocorreu aproximamente há 4.000 anos atrás, com seu cultivo nas regiões indiana. Nas fases iniciais de sua domesticação seus frutos eram menores, e possuíam pouca polpa e eram muito fibrosos, se diferenciavam bastantes das mangas que temos nos dias atuais. Foram precisos muitos séculos de cultivo, seleção de gerações de mangueiras e sementes para que produzissem frutos livres de fibras e sabores desagradáveis, conduzindo a frutos maiores e com mais polpa. A domesticação da mangueira além de gerar frutos melhorados, possibilitou que a manga se tornasse uma fruta muito popular nas regiões da Índia, Paquistão, bangladesh e sri lanka. b) Soja A soja que hoje é cultivada, no mundo, principalmente no Brasil, é muito diferente dos seus ancestrais, elas eram antes plantas rasteiras e se desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do rio Yangtse, na China. Foi a partir do aparecimento oriundo de cruzamento naturais entre duas espécies que começou a evolução da domesticação da soja. O cruzamento foi oriundo de duas espécies selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga china. A primeira referência que se tem atualmente datada da soja como alimento é a cerca de 5.000 anos atrás. As primeiras citações do grão aparecem no período de 2883 a 2838 a.c., que foi descrito pelo imperador chinês She-nung, que deu início ao cultivo do grão como alternativa ao abate de animais. O processo de domesticação da soja, ocorreu no século XI a.c., realizado por cientistas chineses, a partir do cruzamento natural, na região centro-leste da China. No século I d.c., a soja se expandiu atingindo outras regiões como a, Central e Sul da China, Península coreana. E por volta do século XV e XVI, foi introduzida no Japão, Indonésia, Filipinas, Vietnã, Tailândia, Malásia, em Burna, Nepal e no norte da Índia,onde muitas variedades de espécies oriundas do local foram desenvolvidas com características próprias e específicas de adaptação para condições da região de cultivo, e principalmente para atender a demanda, os interesses de uso e processamento. Em 1882 é a data primeira de referência de cultivo da soja no Brasil. E a partir do desenvolvimento econômico associado a vantagem competitiva de preço, a soja começou a se expandir, pois houve o grande interesse de expandir por mais áreas de cultivo. E essa expansão de área, só foi possível devido o programa de melhoramento da cultura, que teve grande sucesso, ao ser introduzido características de período juvenil longo nas novas variedades. O desenvolvimento de variedades com período juvenil longo foi o grande marco inicial, juntamente com outras práticas de manejo bem sucedidas, a soja passou ter grande sucesso no seu cultivo, e fazendo com que os cientistas brasileiros revolucionassem a história mundial da soja. c) Milho O surgimento do milho teria haver com o resultado de um evento de poliploidização, que teve seu acontecimento após a divergência entre sorgo e milho, sendo assim considerado um poliploide muito antigo, com uma idade estimada de 11 milhões de anos, porém a sua origem ainda se encontra indefinida. Entretanto, existem várias hipóteses que foram descritas que tentam desvendar esse mistério, mas não há informações conclusivas a respeito da real origem do milho cultivado. São divergentes as especulações, mas até os diais atuais não foi possível afirmar a partir de que espécie o milho evoluiu, e talvez seja difícil chegar a essa conclusão, uma vez que seus genitores já estão extintos, e por que devido a domesticação, o milho se diferenciou muito, e tem se tornado impossível estabelecer uma relação direta de seu ancestral com de outra espécie. Já em relação a domesticação da espécie, existem evidências indicando que que ela teria ocorrido entre 7.000 e 10.000 anos atrás, feita por americanos nativos. Sendo assim, a domesticação do milho contribuiu de forma efetiva para seu desenvolvimento evolutivo, tornando essa evolução um marco muito importante, pois através dessa evolução é como se homem tivesse moldado aos poucos, ou até mesmo construído um espécie por meio da seleção de características importantes durante milhares de anos, o que tornou uma espécie de grande importância mundial, porém muito dependente do homem. Contudo, mesmo que seja incerto a verdadeira origem histórica do milho, não há dúvidas de que é um cereal americano, com origem no México, pelos relatos da história. Áreas de cultivo dessa espécie são mencionadas desde o Paraguai, até a Colômbia, na América do Sul, Guatemala, México, América Central e do Norte. Além desse histórico é no continente americano que se encontra seus parentes selvagens mais próximos, os Teosintos e o Trisacum, que pelos dados históricos são eles os ancestrais do milho. d) Banana A origem da banana está localizada no sul e sudeste do continente asiático. Embora existam centros secundários de origem na África Oriental e nas Ilhas do Pacífico, existem importantes centros de diversidade na África Ocidental. Estende-se da Índia a Papua Nova Guiné, incluindo a Malásia e a Indonésia. Presume-se que as pessoas da área o usaram ao longo da história. Como a história das variedades de banana está intimamente relacionada à população das regiões tropicais, a domesticação das bananeiras pode começar ao mesmo tempo que a agricultura de alimentos. Muitas alterações ocorreram em decorrência do processo evolutivo da bananeira, dente elas destacam-se partenocarpia, fenômeno pelo qual ocorre a formação de frutas sem a necessidade da fecundação do óvulo, resultando na ausência de sementes. Estudos sugerem que sua domesticação e cultivo pelo homem iniciou entre 6.500 a 10.000 anos atrás. Seu cultivo se espalhou em regiões tropicais e subtropicais do mundo e variedades foram desenvolvidas a partir de espécies selvagens Musa balbisiana com finalidade de consumo in natura, cozidas, fritas e doces. e) Melancia A domesticação da melancia deu-se de transformações na morfologia, na fisiologia, na diversidade genética e na adaptação da espécie. As principais modificações envolveram a eliminação de amargor e a cor de polpa. Os frutos das espécies Citrullus silvestres possuem polpa branca e características extremamente amargas. Este amargor, que também existe em outras espécies de Cucurbitaceae, é causado por altas e uma substância chamada cucurbitacina glicosídeo ou colocintina e é controlado por um gene dominante não amargo (Bi). A cor vermelha da polpa é afetada por genes recessivos (vermelho), mas também parece ser afetada por outros genes, envolvendo efeitos de epistasia. Essas características são as mais importantes no processo de domesticação e estão sujeitas a forte pressão de seleção, pois esses genes são, portanto, Os genes estão fisicamente próximos no mesmo cromossomo. Embora estudos moleculares tenham mostrado que C. rehmii ou C. ecirrhosus estão intimamente relacionados, relatos de domesticação indicam que a melancia cultivada terá C. colocynthis como ancestral direto, e a domesticação ocorrerá no Egito, por volta de 2.000 a.c. Sementes de melancia foram encontradas em um sítio arqueológico na Líbia, que tem 5.000 anos. A melancia foi introduzida na Índia em 800 e na China em 1100. Na Europa, a introdução foi realizada durante a conquista da Espanha, com registros entre 961 e 1158. É cultivado em outras partes da Europa e tem sido amplamente cultivado em pequena escala desde 1600. A melancia foi introduzida pelos espanhóis na América do Norte em 1629 e por escravos africanos no Brasil em meados do século XVI. 3. Faça um comentário (resenha), do artigo em anexo 1, ressaltando a definição dos Processos ou forças evolutivas que contribuíram para domesticação das espécies cultivadas: a) Mutação A mutação é um fator evolutivo, Variação genética, definida como qualquer Sequência de nucleotídeos e A estrutura e o número de cromossomos. Essas possíveis mudanças Espontânea ou pela ação de substâncias nas células mutágenicas, radiação ionizante e ultravioleta, Causa substituição incorreta de bases nitrogenadas E mudanças em números ou estruturas cromossoma. Mutações nos genes relacionados às características de interesse agronômico podem ter facilitado a domesticação de algumas espécies de plantas cultivadas, principalmente em gramíneas, como trigo, arroz e milho. Essas culturas, a partir de várias mutações gênicas, adquiriram maior capacidade de retenção dos grãos na inflorescência tornando-as mais dependentes da ação humana para sua dispersão. Mutação é uma alteração, natural ou induzida por algum agente mutagênico, que ocorre no genoma (material genético do organismo ou vírus). Ela pode ocorrer tanto em células somáticas como em células germinativas, podendo, assim, ser herdada. As mutações são as principais fontes de variabilidade genética, influenciando diretamente o processo de evolução dos seres vivos. Podem ser classificadas de acordo com o lugar onde ocorrem e efeitos causados. Mutação é uma alteração que ocorre no material genético dos indivíduos. Podem originar-se de forma natural, durante os processos de mitose, meiose ou síntese proteica, ou ser decorrente da ação de algum agente mutagênico. Também podem ocorrer em três níveis: Molecular: pode também ser chamada de mutação genética ou pontual, afeta um nucleotídeo ou um grupo de nucleotídeos do DNA; Cromossômica: ocorre em mais de um gene, afetando, assim, a estrutura do cromossomo; Genômica: altera o conjunto do genoma, podendo afetar o número total de cromossomos ou os cromossomos presentes nos pares de forma individual. Esse tipo de mutação é responsável por causar algumas síndromes, como a síndrome de Down.https://www.biologianet.com/biodiversidade/virus.htm https://www.biologianet.com/biodiversidade/o-que-sao-seres-vivos.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/mitose.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/meiose.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/dna.htm https://www.biologianet.com/genetica/genes.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/cromossomos.htm b) Hibridação Entre todos os fatores evolutivos, a hibridação natural é definida como o acasalamento natural entre duas ou mais populações e é um dos eventos evolutivos mais importantes. Diversos estudos comprovam seu papel na domesticação de plantas cultivadas, envolvendo o fluxo gênico entre espécies silvestres e cultivadas, bem como a infiltração e hibridização de culturas geneticamente modificadas. Hibridação é o mecanismo responsável pelo fluxo gênico entre indivíduos que possuem complexos gênicos diferentes. A hibridação pode ser considerada em dois níveis: intra-específica - envolvendo demes, ecótipos ou raças de uma mesma espécie; interespecífica - envolvendo diferentes espécies, gêneros, etc. A geração de variabil A hibridação entre populações pode resultar em: a) enriquecimento do conjunto gênico da espécie, particularmente em associação com a colonização de um novo habitat; b) especiação híbrida - origem de uma nova espécie a partir de um híbrido natural; c) produção de um "enxame de híbridos" tão extenso que as barreiras entre subespécies distintas, ou mesmo espécies, desaparecem. A hibridação interpopulacional é uma alternativa muito importante para o melhorista encontrar genótipos novos que exibam vantagens adaptativas em determinadas situações em relação às populações parentais. Ao hibridarmos duas populações distintas ou dessemelhantes, na geração filial podem ocorrer três situações: a) aumento da variabilidade genética, expressa pelo coeficiente de variação fenotípica, permitindo a seleção de tipos extremos que não apareceriam nas populações parentais, b) combinação de características favoráveis das populações parentais na descendência, quando acompanhada de seleção (estas características podem estar relacionadas com a adaptação, produção, qualidade da madeira, características silviculturais, etc.) e c) aparecimento da heterose ou vigor de híbrido, quando para uma determinada característica o valor médio desse caráter na geração F é superior à média dos pais. A hibridação interespecífica tem se mostrado útil no aproveitamento de áreas marginais sujeitas a algum tipo de "stress" ambiental. Nessas situações, as populações parentais não tem tido bom comportamento. Por outro lado, nos ambientes mais propícios ao pleno desenvolvimento das árvores, os híbridos interespecíficos tem sido vantajosos quando é possível a combinação de características favoráveis das populações parentais, as quais já mostram boa adaptação, sendo que nesses casos a heterose no sentido restrito tem sido rara. Como os híbridos são geralmente mais plásticos do que as populações puras, devido à associação de genomas com complexos adaptativos diferentes, a sua capacidade de sobrevivência e de crescimento em áreas marginais seguramente é maior. Os híbridos interpopulacionais envolveriam híbridos interespecíficos e interprocedências. A seleção recorrente recíproca seria o esquema apropriado para o melhoramento das populações visando o aumento da resposta heterótica quando efetuados os cruzamentos interpopulacionais. Na prática, esses cruzamentos poderiam ser efetuados de três maneiras distintas:a) na forma de dialélico parcial ou fatorial, b) empregando testadores ("topcross"), c) empregando mistura de pólen ("policross"). Os genótipos a serem cruzados poderiam ser oriundos de pomares clonais ou de testes de progênies de auto fecundação ou de polinização livre. Utilizando-se os cruzamentos dialélicos, como temos o controle total dos progenitores, os ganhos genéticos seriam maiores em relação aos cruzamentos do tipo "topcross" ou "policross". Operacionalmente, o "policross" seria o menos laborioso, pois envolveria um menor número de polinizações controladas. No caso do "topcross" devemos dispor de pelo menos dois testadores geneticamente diferentes para melhor avaliar a capacidade geral de combinação. A alternativa mais prática seria o esquema "policross", pois, conforme salientado acima, é o mais fácil de ser executado a nível de campo. A polinização controlada é a melhor estratégia para se garantir ganhos genéticos continuamente. Contudo, deve ser salientado que a polinização livre também pode desempenhar um papel importante como uma forma de se avaliar preliminarmente o potencial de cruzamentos visando produção de híbridos. Assim, numa etapa posterior, se efetuariam cruzamentos controlados apenas entre aqueles materiais que demonstraram bom potencial. c) Poliploidia A poliploidia refere-se às variações naturais ou induzidas no número de cromossomos, de um modo geral. As variações surgem nos conjuntos cromossômicos individuais. Se for determinado o número de cromossomos de um grupo de indivíduos de uma mesma espécie, selecionando ao acaso, provavelmente este número seja o mesmo. Essa situação é esperada, pois a espécies são entidades biológicas razoavelmente constantes e não é difícil avaliar que a estabilidade relaciona-se a uma constância no número e tipos de genes e cromossomos. Na verdade, o número de cromossomos de uma espécie é um dado biológico significativo, mas como os genes mutam em número através da perda ou adição, assim também fazem os cromossomos. O processo é esporádico, pois as divisões celulares e cromossômicas são fenômenos regulares, porém ocorrem variações, que, por vezes, são perpetuadas a fim de dar origem a novas espécies vegetais. A palavra poliploide é formada pelo radical “ploides” que deriva de ploidia (= quantidade de genoma) e pelo prefixo “poli” (= vários). Portanto, poliploides são indivíduos que possuem vários genomas. Dois grandes grupos são formados: os Euploides e os Aneuploides. No primeiro grupo estão os autopoliploides, que vem a ser indivíduos que tiveram seus genomas gaméticos duplicados, triplicados, formando diploides (2n), triploide (3n) e assim por diante, e alopoliploides. Esses possuem genomas de diferentes origens (alo = diferente) e foram originados de cruzamentos interespecíficos ou intergenéricos que ocorreram na natureza ou foram resultantes de cruzamentos artificiais. Nesse último caso o Triticale é um exemplo, pois foi o cereal obtido do cruzamento de Triticum aestivum e Secale cereale. Os híbridos interespecíficos, por terem genomas diferentes entre si resultantes do cruzamento devem, portanto, dobrarem o número total de cromossomos para tornarem-se espécies férteis. A esses indivíduos se dá o nome de autoalopoliploide. No segundo grupo estão os indivíduos aneuploides que são aqueles derivados da perda de um ou mais cromossomos do genoma. Caso clássico de aneuploidia encontra-se em Datura stramonio. A evolução de plantas superiores deve muito ao aumento do número de cromossomos decorrentes da poliploidia. Aproximadamente a metade das plantas cultivadas importantes são poliploides, sendo muitas dessas euploides, que possuem números pares de cromossomos múltiplos do conjunto básico. Uma vez iniciada a poliploidia em um gênero de planta qualquer é provável que venha a ser um processo contínuo. A poliploidia é mais comum em plantas perenes do que as anuais, nas plantas de altitude do que as de baixada e em plantas que se multiplicam assexuadamente do que aquelas que se reproduzem sexuadamente. A causa do aparecimento de plantas com número variável de genoma está nas divisões celulares d) Dispersão Dispersão de organismos vivos se constitui de dois fenômenos importantes, migração e colonização. Aqueles fatores que contribuem para o fluxo gênico permitindo outros mecanismos,como Hibridização, deriva genética e seleção natural, e desempenham um papel na adaptação e especiação. Em espécies cultivadas, mudanças adaptativas podem acontecer devido à pressão de seleção e adaptação a diferentes de métodos de cultivo quando introduzido em áreas com diferentes condições climáticas e diferentes daquelas apresentadas em seus centros de origem diversidade ou domesticação. Chamamos de agentes dispersores de sementes aqueles capazes de espalhá-las por várias áreas, o que garante uma maior distribuição espacial e, até mesmo, a sobrevivência das espécies vegetais, uma vez que a proximidade com a planta-mãe pode levar à competição. Esses agentes dispersores podem transportar apenas a semente ou, ainda, dispersar o fruto com a semente. A dispersão de sementes pode ser feita por vários tipos de agentes. Ao analisar evolutivamente a história das plantas com sementes em nosso planeta, percebemos que, aparentemente, os dispersores e os frutos coevoluíram. Isso garantiu uma maior eficiência na dispersão de sementes. Entre os principais dispersores, podemos citar o vento, a água e os animais. As dispersões por esses agentes são chamadas, respectivamente, de anemocoria, hidrocoria e zoocoria. A zoocoria é um termo amplo utilizado para todos os animais, entretanto, alguns grupos específicos de dispersões recebem denominações menos gerais, tais como: ictiocoria (peixes), saurocoria (répteis), ornitocoria (pássaros), mamaliocoria (mamíferos), quiropterocoria (morcegos) e mirmecocoria (formigas). Existem ainda espécies que liberam suas próprias sementes de maneira autônoma. Essa dispersão é conhecida como autocoria. Vento O vento é um importante agente dispersor de sementes. Entretanto, ele não consegue dispersar qualquer estrutura. Assim, são necessárias adaptações nessas estruturas para favorecer o voo delas. As sementes de orquídeas, por exemplo, são leves e transportadas como poeira. Nem todo fruto, no entanto, pode ser facilmente levado pelo vento. Por isso, frutos adaptados a essa dispersão apresentam alas e são plumosos, além de poderem ter outras características. O dente-de-leão é um exemplo de fruto que possui estruturas plumosas para promover sua suspensão no ar. Água https://brasilescola.uol.com.br/biologia/reino-plantae.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fruto.htm A água também é um agente dispersor importante de frutos e sementes. Geralmente, a água é responsável por transportar essas estruturas de plantas que crescem próximas a rios e lagos. Assim como na dispersão pelo vento, frutos e sementes apresentam características que permitem seu transporte pela água. Um exemplo disso é a presença de ar nessas estruturas, o que facilita a flutuação. Podemos citar o coco-da-baía como um tipo de planta com dispersão pela água, pois sua semente pode ser facilmente levada pelas correntes marítimas. Animais Os animais são importantes dispersores de frutos e sementes. Esses organismos vivos geralmente dispersam frutos carnosos, adocicados e de coloração viva e atraente, que são frequentemente ingeridos e as sementes são lançadas no meio. Algumas vezes, o animal libera a semente após comer o fruto. Em outros casos, as sementes são liberadas nas fezes ou, ainda, regurgitadas por esses agentes. Muitas vezes, essa digestão parcial é fator importante para possibilitar que a semente brote. Entretanto, esse tipo de dispersão de frutos e sementes não ocorre apenas por causa da necessidade de ingestão desses agentes. Alguns frutos apresentam estruturas como espinhos e ganchos que ajudam a aderir no pelo ou nas penas de animais e, assim, transportar as sementes. Autodispersão Algumas plantas dispersam suas sementes de maneira própria, sem a necessidade da ação de um agente. Esse é o caso, por exemplo, da planta conhecida como maria-sem-vergonha, que possui um fruto que se abre rapidamente e lança as sementes a uma considerável distância. e) Deriva genética A deriva genética é definida como a imprevisibilidade das mudanças na frequência dos alelos em pequenas populações, podendo ocorrer em populações naturais ou em espécies cultivadas. Para plantas cultivadas, a deriva genética pode ser expressa de duas maneiras: a influência do fundador, quando a domesticação ocorre fora de seu centro de origem. Em relação às plantas cultivadas, a deriva genética pode ser representada praticamente de duas formas: efeito do fundador, quando a domesticação ocorre fora do seu centro de origem, geralmente devido ao fato de uma amostra de poucos indivíduos ser levada para colonizar outra região e; gargalo de garrafa (bottleneck), Quando o tamanho da população é drasticamente reduzido devido ao processo de seleção artificial, e sua recombinação é composta por um pequeno número de indivíduos e um número limitado de alelos. Deriva genética é um mecanismo de evolução no qual as frequências dos alelos de uma população se alteram ao longo das gerações, devido ao acaso (erro de amostragem). A deriva genética ocorre em todas as populações de tamanho não infinito, mas seus efeitos são mais fortes em populações pequenas. A Deriva genética pode resultar na perda de alguns alelos (incluindo os benéficos) e na fixação, ou aumento para 100\%100%100, percent de frequência, de outros alelos. A Deriva genética pode causar maiores efeitos quando uma população tem o tamanho drasticamente reduzido por um desastre natural (efeito gargalo) ou quando um pequeno grupo se separa da população principal para fundar uma nova colônia (efeito fundador). Deriva genética é a mudança na frequência dos alelos de uma população de geração a geração que ocorre em consequência de eventos ao acaso. De forma mais precisa, a deriva genética é a mudança em razão de "erro de amostragem" na seleção de alelos para a geração seguinte a partir do pool gênico da geração atual. Ainda que a deriva genética ocorra em populações de todos os tamanhos, seus efeitos tendem a ser maiores em populações pequenas. REFERÊNCIAS BARBIERI, R. L.; STUMPF, E. R. T. Origem e Evolução de plantas cultivadas: 1. ed. Brasília: Editora Embrapa, 2008 CARVALHO, B. L. et al. Síndrome da domesticação de plantas cultivadas. 1. ed. Minas Gerais: Editora Lavras,2014 VEASEY, E. A. et al. Processos evolutivos e a origem de plantas cultivadas. Ciência Rural, Santa Maria, v.41, n.7, p.1218-1228, jul, 2011. Disponível em: https://www.academia.edu/16793698. Acesso em: 26 set. 2020. http://www.academia.edu/16793698
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