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PRIMEIROS SOCORROS ELTER GRAVIA

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IV - PRIMEIROS SOCORROS (NÍVEL BÁSICO) 
 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA.....................................................................................35 
 CHAMADA DE EMERGÊNCIA...................................................................................36 
 AVALIAÇÃO INICIAL..................................................................................................36 
 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA..............................................................................................36 
 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA.......................................................................................40 
 PROTOCOLO DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR...........................................42 
SEQUÊNCIA RESUMIDA DOS PASSOS PARA EXECUÇÃO DO 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA E MANOBRAS DE RCP.............................................43 
 VIAS AÉREAS.............................................................................................................44 
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)................44 
 CHOQUE OU ESTADO DE CHOQUE........................................................................50 
 HEMORRAGIA............................................................................................................52 
 FRATURAS.................................................................................................................54
 FERIMENTOS.............................................................................................................56 
 QUEIMADURAS..........................................................................................................59 
 EMERGÊNCIA CLÍNICA.............................................................................................60 
CRISE CONVULSIVA......................................................................................60 
EPILEPSIA......................................................................................................61 
 DESMAIOS......................................................................................................62 
 DIABETES.......................................................................................................63 
 ABDOMEN AGUDO........................................................................................64 
TRANSPORTE DE VÍTIMAS......................................................................................65 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................................68 
 
2 
 
 
IV - PRIMEIROS SOCORROS (NÍVEL BÁSICO) 
 
 
Podemos definir primeiros socorros como sendo os 
cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a 
uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado 
físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as 
funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, 
aplicando medidas e procedimentos até a chegada de 
assistência qualificada. 
Qualquer pessoa treinada poderá prestar os Primeiros 
Socorros, conduzindo-se com serenidade, compreensão e 
confiança. Manter a calma e o próprio controle, porém, o 
controle de outras pessoas é igualmente importante. Ações 
valem mais que as palavras, portanto, muitas vezes o ato de 
informar ao acidentado sobre seu estado, sua evolução ou 
mesmo sobre a situação em que se encontra deve ser avaliado 
com ponderação para não causar ansiedade ou medo 
desnecessário. O tom de voz tranquilo e confortante dará à 
vítima sensação de confiança na pessoa que o está 
socorrendo. 
Entende-se por Primeiros socorros que são os 
procedimentos adotados, antes da chegada do médico, de 
profissional qualificado da área de saúde ou da ambulância, 
quando uma pessoa é vítima de qualquer acidente ou mal 
súbito. 
Neste módulo você estudará alguns dos principais 
aspectos relacionados ao emergencista pré-hospitalar, bem 
como terá acesso a noções básicas para o atendimento 
emergencial fora do ambiente hospitalar. 
 
O socorro à vítima consiste sempre em: 
 Reconhecer que se trata de urgência; 
 
3 
 
 
 Chamar o serviço médico; 
 Atuar conforme o seu conhecimento; 
 Assistir a vítima até que chegue o socorro médico. 
 
Quais são as finalidades dos primeiros socorros? 
 Preservar a vida; 
 Restringir os efeitos da lesão; 
 Promover a recuperação da vítima. 
 
A pessoa que presta os primeiros socorros é chamada de 
socorrista. Ela deve agir imediatamente, transmitindo sempre 
segurança e confiança. 
 
Como proceder? 
 Mantenha o controle de si mesmo e também da 
situação; 
 Aja com calma e lógica; 
 Use as mãos delicadamente; 
 Fale com a vítima de modo gentil; 
 Seja objetivo. 
 
Como deve ser o perfil do socorrista? 
 Deve ser bem treinado; 
 Periodicamente reavaliado; 
 Atualizado quanto ao conhecimento e às técnicas. 
 
Como ganhar a confiança da vítima? 
 Nunca abandone alguém em estado grave; 
 Não deixe a vítima sentir-se abandonada; 
 Converse com a vítima durante todo o exame e 
tratamento; 
 Explique o que vai fazer; 
 Tente responder às perguntas com franqueza; 
 
4 
 
 
 Procure mostrar que você está ali para ajudar e 
servir; 
 Descubra os parentes da vítima e se proponha a 
cumprir um compromisso que ela possa ter 
assumido. 
 
Se a vítima for criança, ganhe sua confiança. Fale da 
maneira mais simples possível, olhando-a sempre de frente. 
Jamais a separe da mãe ou do pai. 
 
Pode estar no primeiro atendimento a diferença entre a 
vida e a morte 
 
CHAMADA DE EMERGÊNCIA 
Toda chamada de emergência transforma-se em 
ocorrência, para a qual é necessário solicitar ou confirmar os 
seguintes dados: 
 
 local do acidente (ponto de referência); 
 tipo de emergência; 
 número de vítimas; 
 gravidade das vítimas; 
 ações já empreendidas. 
 
Avaliação do local 
A avaliação da situação é realizada pelo socorrista no 
momento em que chegar ao local da emergência; é necessária 
para que o socorrista possa decidir suas ações, observando 
principalmente os seguintes aspectos: 
 
 a situação; 
 o potencial de risco; 
 as medidas a serem adotadas. 
 
5 
 
 
 
Ao solicitar socorro externo, (Corpo de Bombeiros, SAMU, 
outros serviços de ambulância), tenha em mente que o repasse 
ou o fornecimento das informações são de suma importância, 
pois segundos na demora em um socorro/atendimento faz a 
diferença. Informe os seguintes dados: 
 
 local exato da ocorrência; 
 tipo de ocorrência; 
 riscos potenciais; 
 número de vítimas; 
 gravidade das vítimas; 
 necessidades de recursos adicionais; 
 hospital para o atendimento. 
A ordem dos dados a serem informados é dinâmica, 
podendo ser alterada conforme a situação. O importante é 
reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o 
socorrista terá o apoio necessário. 
Segurança do local 
Consiste na adoção de cuidados por parte do socorrista 
para a manutenção da segurança no local de uma ocorrência, 
priorizando: 
 estacionamento adequado da viatura de emergência; 
 sinalização e isolamento do local; e 
 gerenciamento dos riscos. 
 
Equipamentos de proteção individual (EPIs) 
EPIs são equipamentos destinados à proteção da 
integridade física do socorrista durante a realização de 
atividades nas quais possam existir riscos potenciais à sua 
pessoa. 
 
6 
 
 
No que se refere ao atendimento de ocorrências pré-
hospitalares, há, pelo menos, três EPIs básicos que devem ser 
usados pelos socorristas, são eles: 
 luvas de látex descartáveis; 
 máscaras de proteção facial; 
 óculos de proteção. 
 
AVALIAÇÃO INICIAL 
Antes de qualquer outra atitude no atendimento às 
vítimas, deve-se obedecer a uma sequência padronizada de 
procedimentos que permitirá determinar qual o principal 
problema associado com a lesão ou doença e quais serão as 
medidas a serem tomadas para corrigi-lo. 
Essa sequencia padronizada de procedimentosé 
conhecida como exame do paciente. Durante o exame, a vítima 
deve ser atenta e sumariamente examinada para que, com 
base nas lesões sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades 
do atendimento sejam estabelecidas. 
O exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos, 
tais como: 
 O local da ocorrência. É seguro? Será necessário 
movimentar a vítima? Há mais de uma vítima? Pode-
se dar conta de todas as vítimas? 
 A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa 
ou aponta para qualquer parte do corpo dela. 
 As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma 
informação? O socorrista deve ouvir o que dizem a 
respeito dos momentos que antecederam o acidente. 
 Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído 
próximo da vítima, como escada, moto, bicicleta, andaime e 
etc. A vítima pode ter sido ferida pelo volante do veículo? 
 Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está 
queimada? Há sinais de esmagamento de algum membro? 
 Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está 
tendo convulsões? 
 
7 
 
 
 
As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que 
alguns segundos, são extremamente valiosas na sequência do exame, que é subdividido em 
duas partes: a análise primária e secundária da vítima. 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está inconsciente 
e é necessária para se detectar as condições que colocam em risco iminente a vida da 
vítima. Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas: 
 determinar inconsciência; 
 abrir vias aéreas; 
 checar respiração; 
 checar circulação; e 
 checar grandes hemorragias. 
 
Determinar inconsciência 
Uma vítima consciente significa que a respiração e a 
circulação, ou só a circulação (obstrução de vias aéreas), estão 
presentes e, neste caso, pode-se passar direto para a análise 
secundária. 
Porém, se ela está caída ou imóvel no local do acidente, 
deve-se constatar a inconsciência, sacudindo-a gentilmente pelos 
ombros e perguntando por três vezes: "Ei, você está bem?". 
Deve-se ter cuidado para evitar manipular a vítima mais do que o necessário. 
 
Abrir vias aéreas 
Se a vítima não responde a estímulos, realizar a abertura das vias aéreas para que o 
ar possa ter livre passagem aos pulmões. 
A manobra de abrir as vias aéreas pode ser realizada de dois modos: 
 
Elevação do queixo e rotação da cabeça 
Para as vítimas que tem afastada a possibilidade de lesão cervical, o método 
consiste na colocação dos dedos, indicador, médio e anular, no maxilar da vítima, com o 
indicador na parte central do queixo, que será suavemente empurrado para cima enquanto a 
palma da outra mão será colocada na testa, empurrando a cabeça e fazendo-a realizar uma 
suave rotação. 
 
Tríplice manobra 
Para as vítimas com suspeita de lesão na coluna 
cervical, o método anterior é contraindicado. Para esses 
casos, deve-se empregar a tríplice manobra, na qual o 
socorrista, posicionando-se ajoelhado, atrás da cabeça da 
vítima, coloca os polegares na região zigomática (maça do 
rosto da vítima), os indicadores na mandíbula dela e os 
demais dedos na nuca da vítima e exerce tração em sua 
direção. Enquanto traciona, os indicadores, posicionados 
nos ângulos da mandíbula, empurram-na para cima. Checar respiração. 
 
8 
 
 
Após a abertura das vias aéreas, deve-se verificar se a vítima está respirando 
espontaneamente. Para realizar essa avaliação, o socorrista deve colocar o seu ouvido bem 
próximo da boca e do nariz da vítima e olhar, ouvir e sentir a respiração. 
 
 Olhar os movimentos torácicos associados com a respiração. Lembrar que os 
movimentos respiratórios nos homens são mais pronunciados na região do 
diafragma, enquanto que, nas mulheres, esses movimentos são mais notados nas 
clavículas. 
 Ouvir os ruídos característicos da inalação e exalação do ar através do nariz e da 
boca da vítima. 
 Sentir a exalação do ar através das vias aéreas da vítima. 
Para determinar a respiração, o socorrista deve gastar de 3 a 5 segundos na 
avaliação. 
Se a vítima estiver respirando espontaneamente, haverá pulso. Descartada a 
possibilidade de dificuldades respira- tórias, o socorrista deve partir para a verificação de 
hemorragias graves. Entretanto, se houver obstrução respiratória, ou se a vítima não 
respirar espontaneamente, é necessário agir imediatamente. Os procedimentos necessários 
serão vistos mais adiante, neste manual. 
 
Checar circulação 
 
Se a vítima não respirar, deve-se determinar o pulso na artéria carótida. 
Começar por localizar na vítima a proeminência laríngea (pomo de Adão), 
colocando o dedo indicador e médio nesse local e deslizando-o para a lateral 
do pescoço, entre a traqueia e a parede do músculo ali existente. Nesse 
local encontra-se uma depressão, onde poderá ser sentido o pulso 
carotídeo. 
 
O socorrista não deve posicionar seus dedos no lado oposto àquele em que se 
encontra. Além da possibilidade de não se aplicar pressão suficiente, esta estratégia pode 
pressionar a traqueia e causar embaraço à passagem do ar ou uma convulsão, ou a súbita 
movimentação da vítima poderá provocar lesões desnecessárias. 
Para checar o pulso carotídeo deve-se gastar de 5 a 10 segundos. 
 
Checar a existência de grandes hemorragias 
Após constatar a presença de pulso, deve-se procurar por grandes hemorragias e 
estancá-las, utilizando qualquer um dos métodos de estancamento que serão ensinados 
mais à frente. 
Se a vítima estiver respirando adequadamente, tiver pulso e não possuir 
hemorragias, ou estas se encontrarem sob controle, pode-se iniciar a análise secundária. 
Na realização da análise primária não se deve dispender mais do que 30 segundos. 
Considerações especiais 
 
Vítima em decúbito ventral 
Para realizar a análise primária em vítimas inconscientes, encontradas em decúbito 
ventral, deve-se, antes de tudo, girá-las. Recomenda-se sempre o emprego de quatro 
socorristas para realizar o rolamento, de forma a preservar a coluna vertebral da vítima. 
Porém, estando o socorrista só, e não havendo possibilidade de contar com qualquer 
 
9 
 
 
pessoa para ajudá-lo, deve proceder conforme apresentado abaixo. 
 
Análise primária em bebês 
A análise primária em bebês é diferente, em alguns aspectos, daquela realizada em 
crianças e adultos. 
Primeiramente, a constatação de inconsciência deve ser realizada através da 
aplicação de um estímulo levemente doloroso, que provoque choro ou manifestação de 
desagrado do bebê. Esse estímulo pode ser um leve toque dado com a unha na sola do pé. 
A abertura das vias aéreas é realizada da mesma forma, tomando-se cuidado para 
não hiperestender demasiadamente a coluna cervical do bebê. 
A constatação da respiração não apresenta diferenças. Porém, o pulso em bebês é 
tomado na artéria braquial. 
Em crianças, a análise primária é igual à realizada em adultos. 
 
Múltiplas Vítimas 
Se o socorrista, no local de ocorrência, tiver que assistir a mais de uma vítima, deve 
realizar análise primária e controlar todos os problemas que colocam em risco iminente a 
vida das vítimas, antes de realizar análise secundária em quem quer que seja. 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
O principal propósito da análise secundária é descobrir lesões ou problemas diversos 
que possam ameaçar a sobrevivência da vítima, se não forem tratados convenientemente. É 
um processo sistemático de obter informações e ajudar a tranquilizar a vítima, seus 
familiares e testemunhas que tenham interesse pelo seu estado, e esclarecer que 
providências estão sendo tomadas. 
Os elementos que constituem a análise secundária são: 
 
 Entrevista Objetiva - conseguir informações através da observação do local 
e do mecanismo da lesão, questionando a vítima, seus parentes e as 
testemunhas. 
 Exame da cabeça aos pés - realizar uma avaliação pormenorizada da vítima,utilizando os sentidos do tato, da visão, da audição e do olfato; 
 Sintomas - são as impressões transmitidas pela vítima, tais como: tontura, 
náusea, dores, etc.; 
 Sinais vitais - pulso e respiração; 
 Outros sinais - Cor e temperatura da pele, diâmetro das pupilas, etc. 
 
Entrevista Subjetiva 
A análise secundária não é um método fixo e imutável, pelo contrário, ele é flexível e 
será conduzido de acordo com as características do acidente e experiência do socorrista. 
De modo geral, deve-se, nessa fase, conseguir informações como: 
 
 Nome da vítima, sua idade, se é alérgica, se toma algum medicamento, se 
tem qualquer problema de saúde, qual sua principal queixa, o que aconteceu, 
onde estão seus pais ou parentes (se for uma criança), se tem feito uso de 
algum medicamento ou se apresenta algum antecedente clínico relevante 
para a sua melhora. 
 
Exame da cabeça aos pés 
 
10 
 
 
Esse exame não deverá demorar mais do que 3 minutos. O tempo total gasto para 
uma análise secundária poderá ser reduzido se um segundo socorrista cuidar de obter os 
sinais vitais, enquanto o primeiro socorrista executa o exame do acidentado. 
Durante o exame, o socorrista deve tomar cuidado para não movimentar 
desnecessariamente a vítima, pois lesões de pescoço e de coluna espinhal, ainda não 
detectadas, poderão ser agravadas. 
Tomar cuidado para não contaminar o ferimento e/ou agravar lesões. Não explorar 
dentro de ferimentos, fraturas e queimaduras. Não puxar roupa ou pele ao redor dessas 
lesões. 
O exame da cabeça aos pés é uma denominação tradicional. Atualmente tem sido 
pacífico o entendimento que a avaliação propriamente dita deva começar pelo pescoço, 
para detecção de possíveis lesões na coluna cervical. 
Ao proceder um exame da cabeça aos pés, procurar seguir o método abaixo 
indicado: 
 Avaliar a coluna cervical, procurando deformações e/ou pontos dolorosos. 
 Examinar o couro cabeludo, procurando cortes e contusões. 
 Checar toda a cabeça, procurando deformações e depressões. 
 
Examinar os olhos, procurando lesões e avaliando o diâmetro das pupilas, de acordo 
com a Tabela a seguir: 
 
DIÂMETRO DAS PUPILAS 
Observação Causa Provável 
Dilatadas, sem reação Inconsciência, choque, parada 
cardíaca, hemorragia, lesão na 
cabeça 
Contraídas, sem reação Lesões no sistema nervoso central, 
Abuso de drogas 
Uma dilatada e outra contraída Acidente vascular cerebral, 
lesões na Cabeça 
Embaçadas Choque, coma 
 
 Observar a superfície interior das pálpebras. Se estiverem descoloridas, pálidas, 
indicam a possibilidade de hemorragia grave. 
 Inspecionar as orelhas e o nariz. Hematoma atrás da orelha ou perda de sangue ou 
líquido cefalorraquidiano pelo ouvido e/ou nariz pode significar lesões graves de 
crânio. 
 Inspecionar o interior da boca, mantendo-se atento à presença de corpos estranhos, 
sangue ou vômito. 
 Observar a traqueia. 
 Examinar o tórax, procurando por fraturas e ferimentos. 
 Observar a expansão torácica durante a respiração. 
 
TIPOS DE RESPIRAÇÃO 
Observação Causa Provável 
Rápida, Superficial Choque, problemas cardíacos, 
choque insulínico, pneumonia, 
 
11 
 
 
insolação 
Profunda, Ofegante Obstrução das vias aéreas, ataque 
cardíaco, doenças pulmonares, 
lesões de tórax, coma diabético, 
lesões nos pulmões pelo calor 
Roncorosa Acidente vascular cerebral, fraturas 
de crânio, abuso de drogas ou 
álcool, obstrução parcial das vias 
aéreas 
Crocitante Obstrução das vias aéreas, lesões 
nas vias aéreas provocadas pelo 
calor 
Gorgolejante Obstrução das vias aéreas, doenças 
pulmonares, lesões nos pulmões 
provocadas pelo calor 
Ruidosa, com chiado asma, enfisema, obstrução de vias 
aéreas, arritmia cardíaca 
Tosse com sangue Ferimentos no tórax, fraturas de 
costela, pulmões perfurados, lesões 
internas 
 
 Examinar o abdome, procurando ferimentos e pontos dolorosos. 
 Examinar as costas procurando áreas dolorosas e deformidades. 
 Examinar a bacia procurando fratura. 
 Observar lesões na genitália. 
 Examinar as pernas e os pés, procurando ferimentos, fraturas e pontos dolorosos. 
Checar presença de pulso distal e sensibilidade neurológica. 
 Examinar os membros superiores desde o ombro e a clavícula até as pontas dos 
dedos, procurando por ferimentos, fraturas e áreas dolorosas. 
 Checar presença de pulso distal e sensibilidade neurológica. 
 Inspecionar as costas da vítima, observando hemorragias e/ou lesões óbvias. 
 
PROTOCOLO DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (DIRETRIZES ILCOR 
2010) 
 
“Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode iniciar ressuscitação cardíaca... 
tudo o que é necessário são duas mãos”. 
 (Kouvenhoven, 1960.) 
 
As manobras de reanimação cardiopulmonar vêm sendo aperfeiçoadas ao longo de 
várias décadas. A International Liaison Committee on Resuscitation (Aliança Internacional 
dos Comitês de Ressuscitação) foi criada em 1992, com intuito de promover um fórum entre 
as principais organizações de ressuscitação de todo o mundo, disseminando informações 
para o treinamento e educação em ressuscitação, entre outros objetivos. 
As novas recomendações internacionais para suporte básico e avançado de vida 
podem ser encontradas nos sites da Associação Americana do Coração (American Heart 
Association) e do Conselho Europeu de Ressuscitação. 
A sobrevivência à parada cardiorrespiratória depende de uma série de intervenções 
fundamentais, que correspondem à “corrente de sobrevivência”. O reconhecimento imediato 
dos sinais, o acionamento precoce do serviço de emergência (acesso rápido), a RCP 
imediata, a chegada da equipe de atendimento (com a desfibrilação precoce) e entrada 
 
12 
 
 
rápida no hospital (Suporte Avançado de Vida – SAV) são elos vitais da corrente para 
garantir a eficácia do processo. A recuperação da circulação deve ocorrer num período 
inferior a 4 minutos, caso contrário poderão sobrevir alterações irreversíveis no sistema 
nervoso, um dos tecidos mais sensíveis à falta de oxigênio. 
Os elos da nova Cadeia de Sobrevivência são: 
1. Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do serviço de 
emergência/urgência; 
2. RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas; 
3. Rápida desfibrilação; 
4. Suporte avançado de vida eficaz; 
5. Cuidados pós-PCR integrados. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Guidelines da American Heart Association, 2010. 
 
Um quinto elo é implementado na cadeia de sobrevida, os cuidados pós-PCR. Este 
novo elo otimiza a estabilização da função cardiopulmonar, perfusão dos órgãos e remoção 
para o estabelecimento de saúde adequado (AHA, 2010). 
 
SEQUÊNCIA RESUMIDA DOS PASSOS PARA EXECUÇÃO DO SUPORTE 
BÁSICO DE VIDA E MANOBRAS DE RCP 
 
 
1. Avaliar a responsividade: avaliar o nível de 
consciência, tocando a vítima pelo ombro e 
chamando-a em voz alta. 
 
 
 
2. Chamar por ajuda: na ausência de resposta da vítima, acionar imediatamente o serviço 
médico de emergência e solicitar desfibrilador. 
3. Detectar presença de pulso (C – Circulation): palpação da artéria carótida ou femoral (5 a 
10 segundos). Na ausência de pulso, iniciar compressões torácicas: comprimir com força e 
rápido, na frequência de no mínimo 100/120 vezes por minuto. A profundidade das 
compressões deve ser de 5 cm em adultos, evitando ultrapassar 6 cm e crianças e bebês 4 
cm. A relação compressões/ventilações com um socorrista deve ser mantida na proporção 
de 30:2, em qualquer faixa etária (exceto recém-nascidos). Minimizar a interrupção das 
manobras de compressão e quando 2 ou mais profissionais de saúde estão presentes 
durante a RCP, os socorristas devem revezar-se nas compressões torácicas a cada 5 ciclos 
(2 minutos de RCP), visando manter a eficácia do procedimento. 
4. Abrir as vias aéreas (A – Airway): assegurar permeabilidade e desobstrução das vias 
aéreas. Identificar respiração anormal ou gasping. Abolido a “manobra de ver, ouvir e sentir”, 
ao abrir as viasaéreas assegura-se que a percepção de respiração já é 
detectada. Não se recomenda o uso rotineiro da pressão cricóide. 
 
13 
 
 
5. Avaliar respiração (B – Breathing): realizar ventilação de resgate: 2 insuflações, com 
duração de 1 segundo cada. 
6. Desfibrilação (D – Defibrillation): o tratamento definitivo da fibrilação ventricular (FV) ou 
taquicardia ventricular sem pulso (TV) consiste na desfibrilação (choque). 
 
VIAS AÉREAS 
A vítima encontrada inconsciente e irresponsiva deverá ser posicionada em decúbito 
dorsal sobre uma superfície dura, firme e plana, com os membros superiores estendidos ao 
longo do corpo. 
A cabeça da vítima não deve ficar mais alta que os pés, para não prejudicar o fluxo 
sanguíneo cerebral. Nas vítimas de trauma com suspeita de lesão na coluna cervical, o 
movimento deve ser cuidadoso para evitar danos à medula espinhal. 
A ventilação pulmonar (respiração artificial) só poderá ser executada com sucesso 
caso as vias aéreas da vítima estejam abertas, desobstruídas. Nas vítimas inconscientes, a 
principal causa de obstrução é a queda da língua sobre a parede posterior da faringe. Como 
a língua está presa à mandíbula, as manobras que tracionam a mandíbula para frente 
também elevam a língua. A manobra de abertura das vias aéreas pode ser sufi ciente para 
restabelecer a respiração e prevenir a parada cardíaca. 
As principais manobras utilizadas para desobstruir as vias aéreas são: inclinação da 
cabeça com elevação do queixo e manobra de elevação da mandíbula. Pode ser utilizada 
também uma cânula orofaríngea (do tipo Guedel) para manter a permeabilidade das vias 
aéreas. 
Inclinação da cabeça e elevação do queixo: 
manobra mais utilizada, fácil e efetiva. Com uma das 
mãos, pressionar a testa da vítima, inclinando a cabeça 
levemente para trás (hiperextensão do pescoço). 
Posicione os dedos da outra mão sobre o queixo, 
deslocando a mandíbula para cima. Não utilizar o 
polegar e não aplicar pressão excessiva nas partes moles sob o queixo, que poderão 
obstruir as vias aéreas. 
Manter a boca da vítima aberta. 
 
Elevação do ângulo da mandíbula: é a manobra de escolha nas vítimas 
com suspeita de traumatismos na coluna cervical, pois pode ser realizada 
sem estender o pescoço. Segurar com as duas mãos os ângulos das 
mandíbulas, uma de cada lado, e deslocar anteriormente, mantendo a 
cabeça fixa. Com os polegares, afaste os lábios inferiores. Essa técnica 
deverá ser adotada apenas por profissionais de saúde treinados. 
Observação – socorristas leigos não devem realizar essa manobra, e sim a elevação do 
queixo. 
 
Atenção! De acordo com as diretrizes 2010, caso essa manobra não promova abertura das 
vias aéreas, o profissional de saúde é orientado a utilizar a manobra convencional 
(inclinação da cabeça e elevação do queixo), pois a abertura das vias aéreas é uma 
prioridade nos pacientes inconscientes, inclusive nas vítimas de trauma. 
 
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS (OVACE) 
 
 
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Se um corpo estranho for visualizado e estiver acessível após a manobra de abertura das 
vias aéreas, remova-o com o dedo indicador “em gancho”. No caso de líquidos, tente 
removê-los com os dedos indicador e médio envolvidos por gaze. Somente tente remover o 
material que está causando a obstrução se ele estiver bem visível e de fácil acesso. 
Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de obstrução das vias 
aéreas (pela queda da língua), a obstrução por corpos estranhos pode provocar a perda de 
consciência e parada cardiopulmonar. 
A eventualidade de corpos estranhos obstruindo as vias aéreas ocorre mais 
frequentemente durante as refeições, mas outras causas de obstrução incluem próteses 
dentárias deslocadas, fragmentos dentários, sangue, secreções (saliva, vômito), balas etc. 
Em lactentes ou crianças, as causas mais frequentes são aspiração de pequenos objetos ou 
leite regurgitado. 
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago também poderá 
ocorrer durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de ressuscitação. 
Pessoas com nível de consciência alterado correm maior risco de obstrução de vias 
aéreas pela aspiração de material vomitado ou sangue. (Perda ou diminuição do reflexo 
faríngeo). 
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (semiengasgo) ou total (engasgo). Com 
a parcial, a vítima ainda pode ser capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá 
tossir, apesar dos sibilos entre as tossidas. 
Enquanto existir uma troca gasosa satisfatória, a vítima deverá ser estimulada e 
encorajada a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios, sem interferir nas 
tentativas para expelir o corpo estranho. 
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca, ruídos 
respiratórios estridentes ou gementes, dificuldade respiratória acentuada e, possivelmente, 
cianose. Nesse ponto, iniciar o manejo da obstrução parcial como se houvesse obstrução 
total. 
A obstrução total das vias aéreas (engasgo real) é geralmente reconhecida quando a 
vítima está se alimentando e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode 
demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço (sinal clássico, universal), apresentando 
esforço respiratório exagerado e cianose. 
O movimento de ar pode estar ausente ou não ser detectável. A vítima não consegue 
falar ou tossir com eficácia. 
O pronto atendimento é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está 
consciente. 
Caso não seja instituído tratamento, a vítima evolui rapidamente para inconsciência, 
PCR e óbito. 
 
Como proceder? APLICAR A MANOBRA DE HEIMLICH. 
 
Essa técnica tem como objetivo expulsar o corpo estranho por intermédio 
da eliminação do ar residual dos pulmões, criando uma espécie de “tosse 
artificial” 
 Verifique se é um engasgo real. Pergunte à vítima: “Você está 
engasgado(a)?” 
 Posicione-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdome. 
Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando 
as pernas, e posicionar uma perna entre as pernas da vítima (para evitar que ela caia, 
caso venha perder a consciência). 
 
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 Localizar o umbigo. 
 Colocar a mão fechada 1 dedo acima do umbigo. A mão do socorrista 
em contato com o abdome da vítima está com o punho fechado e o 
polegar voltado para dentro. A outra mão é colocada sobre a primeira. 
 Aplicar 5 compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima. 
 Conferir se a vítima voltou a respirar expelindo o objeto. 
 Se necessário, reposicionar e repetir os ciclos de 5 compressões, até 
que o objeto desobstrua as vias aéreas, ou a vítima perca a consciência. 
 
Se a vítima ficou inconsciente, apoiá-la cuidadosamente até o solo e iniciar 
manobras de reanimação cardiopulmonar (30 compressões torácicas e 2 ventilações. 
Reavaliar a cada 2 minutos (5 ciclos) ou se a vítima mostrar sinais de desobstrução, 
respiração espontânea e circulação). 
 
Atenção! A manobra de Heimlich é perigosa e poderá provocar lesões internas graves. As 
principais complicações são lesões de vísceras abdominais como o fígado e o baço e a 
regurgitação de material do estômago com broncoaspiração. Sempre encaminhe a vítima ao 
médico após a aplicação da manobra de Heimlich. 
 
Observação – segundo a American Heart Association, a manobra de Heimlich com 
compressões abdominais é recomendada apenas para crianças maiores de 1 ano e adultos. 
 
Dica – para a desobstrução de vias aéreas em bebês, mulheres grávidas e pessoas obesas, 
realizar compressões torácicas, e não compressões abdominais. 
 
 
Nos bebês (lactentes), intercalar 5 tapotagens com as 5 
compressões torácicas, até que o objeto seja expulso ou o 
bebê perca a consciência. Caso isso ocorra, considerar a 
criança em parada cardiorrespiratória e iniciar imediatamente 
manobras de RCP. 
 
 
 
 
BOA VENTILAÇÃO 
 
Após a desobstrução da via aérea por corpoestranho deve-se observar 
se a vítima tem respiração normal ou gasping. 
O procedimento de verificação da respiração não deve levar mais do que 
3 a 5 segundos. 
Respiração difícil, ruidosa e com esforço respiratório pode indicar 
obstrução de vias aéreas, ou respiração agônica que antecede a parada 
cardíaca. O socorrista deve estar atento. 
Ao constatar que a vítima não está respirando, iniciar imediatamente a ventilação 
artificial (“sopro da vida” ou 2 ventilações de resgate). 
Conforme visto anteriormente, o socorrista não deve se esquecer de utilizar barreiras 
de proteção ao realizar a técnica de ventilação boca a boca. Deve se lembrar que a 
segurança do profissional vem em primeiro lugar! 
 
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O socorrista poderá utilizar dispositivos de barreira como a face-shield ou pocket 
mask (existem diversos modelos disponíveis no mercado). O ideal é utilizar o balão-valva-
máscara (reanimador manual), conhecido popularmente como “Ambu®”. 
 
 
 
 
 
 
Abrir a via aérea com manobra de inclinação da cabeça ou elevação da mandíbula; 
pinçar as narinas da vítima com a mesma mão que inclina a cabeça; aplicar sua boca sobre 
a da vítima, vedando-a completamente. 
 
Efetuar duas ventilações, com duração de 1 a 2 segundos (cada sopro), 
observando o movimento do peito e sentindo o ar expirado da vítima 
(ventilações mais rápidas causam distensão do estômago); manter um 
sopro a cada 5 ou 6 segundos (no adulto, frequência de 
aproximadamente 12 respirações/min). 
 
 
Observação – se a vítima estiver inconsciente, 
mas apresentar respiração espontânea, deverá 
ser mantida em posição de recuperação (decúbito 
lateral esquerdo). Essa posição é particularmente 
importante, pois permite que seja reduzido o risco 
de aspiração para os pulmões, em caso de vômito 
ou excesso de sangue nas vias aéreas. A posição lateral de segurança (posição de 
recuperação) é utilizada nos momentos em que a vítima deverá ser lateralizada para 
desobstrução das vias respiratórias ou quando seu estado exigir descanso. 
 
CIRCULAÇÃO 
Após as duas ventilações iniciais, o prestador de socorro deve verificar o pulso da 
vítima. O procedimento de verificação do pulso não deve demorar mais que 5 a 10 
segundos. 
A parada cardiorrespiratória é reconhecida 
pela ausência de pulso nas grandes artérias 
de vítimas inconscientes. Nos adultos e nas 
crianças maiores de 1 ano, a artéria utilizada é 
a carótida. Essa artéria pode ser palpada 
facilmente no pescoço (nos dois lados). Em 
lactentes, a artéria de escolha para verificar a presença de pulso é a braquial. 
 
Atenção! Verificar o pulso nas carótidas, por 5 a 10 segundos de cada lado. No entanto, 
não verificar o pulso nos dois lados ao mesmo tempo, pois poderá induzir a vítima a uma 
bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos), por compressão dos barorreceptores 
localizados próximos do ponto correto de verificação. 
 
Caso o pulso presente, mas a vítima estiver em parada respiratória, a ventilação artificial 
deverá ser mantida. 
 
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Lembrete – vítima que respira não está em parada cardíaca! A realização de compressões 
torácicas em pacientes adultos com pulso presente pode causar complicações sérias. Se 
confirmada a ausência de pulso nas grandes artérias (carótida ou femoral), iniciar 
imediatamente as compressões torácicas. 
A manobra de compressão torácica externa consiste em aplicação rítmica de 
compressão na metade inferior do esterno. Isso causa pressão direta no coração e também 
aumento da pressão no interior do tórax, suficientes para manter a circulação do sangue e a 
oxigenação, sempre associada à ventilação artificial. 
Entretanto, mesmo com a técnica correta, o débito cardíaco é três vezes menor que 
o normal. 
Assim, o atendimento avançado deve ser iniciado rapidamente. 
O ideal é que se inicie até 8min após a RCP básica. Pesquisas demonstram que, 
atualmente, mesmo se a RCP é iniciada em menos de 4min após a parada cardiopulmonar 
e o Suporte Avançado à Vida (SAV) chega ao local em menos de 8min após a parada, as 
chances da vítima se recuperar são muito pequenas. 
 
 A vítima deve estar em decúbito dorsal (de costas) em uma superfície dura, 
tomando-se o cuidado para que a cabeça não esteja elevada acima do nível do 
coração. O socorrista se mantém ajoelhado, ao lado do tórax da vítima. 
 A identificação correta da metade inferior do esterno é muito importante. 
 
 
 
 
 
 
 Com a mão, localizar a margem inferior do rebordo costal da vítima. 
 Percorrer o rebordo costal até identificar o apêndice xifóide. 
 Colocar dois dedos acima do apêndice xifóide sobre o esterno. Atualmente é 
preconizado encontrar um ponto entre os mamilos sobre o esterno. 
 Apoiar a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno. 
 Colocar a outra mão sobre a primeira, de forma que ambas fiquem paralelas. 
Pode entrelaçar os dedos ou mantê-los estendidos, mas não apoiá-los sobre a 
caixa torácica. O objetivo é impedir que a força de compressão seja efetuada 
sobre as costelas, podendo fraturá-las. 
 Alinhar os ombros sobre o esterno da vítima, mantendo os cotovelos estendidos. 
A força de compressão deve ser provida pelo peso do tronco do socorrista e não 
pela força de seus braços. 
 
 Exercer pressão vertical, comprimindo a parte inferior do 
esterno com profundidade de 5 cm (adultos e crianças). As 
compressões devem ser regulares e ininterruptas, seguidas de 
relaxamento com o mesmo tempo de duração de cada 
compressão. O ideal é verificar se a compressão efetuada é 
suficiente para gerar um pulso carotídeo palpável. 
 A compressão deve ser aliviada completamente (fase de 
relaxamento), sem que o prestador de socorro retire suas mãos 
do tórax da vítima, para que não seja perdida a posição correta 
das mãos. 
 
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 Após 5 ciclos (2 min) de compressão e ventilação (30:2), a vítima deve ser 
reavaliada. 
 Pulso ausente: reiniciar RCP pelas compressões torácicas. 
 Pulso presente: verificar respiração; se a vítima estiver respirando – monitorizar os 
sinais vitais e colocá-la em posição de recuperação. 
 Respiração ausente: manter ventilação artificial (1 sopro a cada 5 ou 6 segundos) 
e monitorizar o pulso. 
 
As modificações recomendadas em 2010 visam otimizar as compressões torácicas e 
incentivar os socorristas a iniciar os procedimentos de RCP através das compressões. 
De forma resumida, estas são as principais considerações e recomendações sobre 
as últimas diretrizes 2010 de reanimação cardiopulmonar e uso do desfibrilador externo 
automático (DEA). 
1. Iniciar a RCP com as compressões torácicas e minimizar as interrupções, 
otimizando a função cardiopulmonar e perfusão dos órgãos. 
2. Comprimir o tórax a uma frequência de 100/120 compressões por minuto, para 
todas as vítimas. 
3. A proporção de compressão/ventilação para qualquer faixa etária (exceto recém--
nascido) é de 30:2 (30 compressões para 2 ventilações), com 1 socorrista. 
4. Em lactentes e crianças, na presença de 2 socorristas, efetuar 15 compressões 
para 2 ventilações. 
5. Na RCP realizada por 2 socorristas, assim que uma via aérea avançada estiver em 
posição (intubação orotraqueal), os socorristas não devem mais aplicar ciclos de 
compressão com pausas para ventilação. Um socorrista realiza compressões 
ininterruptamente e o outro socorrista aplica as ventilações, em uma frequência de 8 a 10 
ventilações por minuto (1 ventilação a cada 6 a 8 segundos). 
6. Comprimir com força, rápido e sem parar. 
7. Permitir que o tórax retorne totalmente após cada compressão (retorne à posição 
normal) e utilizar aproximadamente o mesmo tempo para compressão e relaxamento. 
8. Cada ventilação de resgate deve ter a duração de 1 segundo e produzir elevação 
visível do tórax. 
9. Evitar aplicar um número excessivo de ventilações, ou ventilações muito longas e 
forçadas. 
10. Desfibrilar com choque único, seguido de RCPimediata. 
11. Reiniciar imediatamente, após a desfibrilação, as manobras de compressão, sem 
checar o pulso. O pulso somente será reavaliado após 2 minutos (ou realização de 5 ciclos 
de RCP). 
12. Alternar os reanimadores a cada 2 minutos, para evitar a fadiga e manter a 
qualidade das manobras de RCP. 
13. Abrir as vias aéreas é uma prioridade, mesmo na vítima de trauma com possível 
lesão cervical. Caso a elevação da mandíbula sem a extensão do pescoço não abra a via 
aérea, os profissionais de saúde devem utilizar a manobra de inclinação da cabeça e 
elevação do queixo. 
14. Aplicar se a vítima não estiver respirando, mas tiver pulso, 10 a 12 ventilações de 
resgate por minuto, para uma vítima adulta (1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos). Para 
lactentes ou crianças, aplicar de 12 a 20 ventilações por minuto (aproximadamente 1 
ventilação a cada 3 a 5 segundos). 
15. Iniciar as compressões torácicas, se a frequência cardíaca do lactente ou da 
criança for inferior a 60 batimentos/min, com sinais de perfusão sistêmica inadequada. 
 
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16. Usar uma ou duas mãos para aplicar as compressões torácicas em crianças. 
Comprimir sobre o esterno na linha dos mamilos. Para lactentes, pressionar sobre o esterno, 
imediatamente abaixo da linha dos mamilos. 
17. Na RCP de lactentes realizada por 2 socorristas, utilizar a técnica dos dois 
polegares para realizar as compressões torácicas. 
18. Usar o DEA para crianças acima de 1 ano de idade (abaixo de um ano utilizar o 
desfibrilador manual). 
19. O soco precordial foi abolido em atendimentos pré-hospitalares. 
 
CHOQUE OU ESTADO DE CHOQUE 
O choque acontece quando o fluxo de oxigênio para as células do corpo diminui ou 
para por completo. Ele vai aumentando gradativamente e causando danos nos tecidos de 
acordo com sua extensão, até o momento em que o coração não recebe oxigênio suficiente 
e para de bater, causando a morte. 
O estado de choque é um grupo de síndromes cardiovasculares agudas que não tem 
característica e uma definição única que compreenda todas as suas diversas causas e 
origens, ele se dá quando há mal funcionamento entre o coração, vasos sangüíneos 
(artérias ou veias) e o sangue, instalando-se um desequilíbrio no organismo. 
São vários os sinais e sintomas que predispõem ao choque, que facilitam a 
observação e análise dos mecanismos. 
Há vários tipos de choque: 
- Choque Hipovolêmico 
- Choque Cardiogênico 
- Choque Septicêmico 
- Choque Anafilático 
- Choque Neurogênico 
- Choque Distributivo 
- Choque Misto 
 
Choque Hipovolêmico - É o choque que ocorre devido à redução do volume intravascular 
por causa da perda de sangue, de plasma ou de água perdida em diarréia e vômito. 
Choque Cardiogênico - Ocorre na incapacidade de o coração bombear um volume de 
sangue suficiente para atender às necessidades metabólicas dos tecidos. 
Choque Septicêmico - Pode ocorrer devido a uma infecção sistêmica. 
Choque Anafilático - É uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que ocorre quando um 
indivíduo é exposto a uma substância à qual é extremamente alérgico. 
Choque Neurogênico - É o choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por 
distúrbio da função nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo, por transecção 
da medula espinhal ou pelo uso de medicamentos, como bloqueadores ganglionares ou 
depressores do sistema nervoso central. 
Choque Distributivo - É aquele caracterizado por queda do tônus vasomotor, com 
expansão do leito vascular (vasodilatação) e hipovolemia relativa (retenção da volemia em 
vasos periféricos), como acontece nos traumatismos graves (Choque Traumático), 
depressão do SNC, dor intensa, bloqueadores ganglionares e anti-hipertensivos, retirada 
abrupta de líquido ascítico (dilatação vascular "ex-vácuo"), e infecções graves com bactérias 
gram positivas, por exemplo, (Choque Septicêmico). 
Choque Misto - Quando dois ou mais fatores atuam em conjunto. 
 
 
 
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Causas 
As causas podem ser várias: traumatismo externo ou interno, perfuração súbita de 
órgãos, emoção, frio, queimaduras, intervenções cirúrgicas, etc. Todo acidentado pode 
entrar em estado de choque, progressiva ou insidiosamente, nos minutos ou horas que se 
seguem ao acidente. 
Esta emergência pode ter diversas causas: grande perda de sangue, infarto, 
aceleração do coração, queimaduras graves, traumatismos de crânio, tórax e abdômen, 
envenenamentos, afogamento, choque elétrico, picadas de animais venenosos, mudança 
brusca de temperatura e infecção. Se a vítima apresentar algum dos sintomas abaixo, é 
necessário agir rapidamente, principalmente para tentar evitar que ela entre em choque. 
 
Como reconhecer: 
- Pele pálida, úmida, pegajosa e fria; 
- Orelhas, lábios e pontas dos dedos arroxeadas; 
- Suor na testa e nas palmas das mãos; 
- Fraqueza geral; 
- Pulso rápido e fraco; 
- Sensação de frio; 
- Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil; 
- Pupilas dilatadas, agitação, medo; 
- Muita sede; 
- Visão nublada; 
- Náuseas e vômitos; 
- Confusão mental; 
- Perda total ou parcial de consciência; 
- Aceleração dos batimentos. 
 
Como agir: 
- Deite a vítima de costas. Afrouxe as roupas no pescoço, no peito e na cintura. Em seguida, 
verifique se há prótese dentária, objetos ou alimento na boca e retire-os; 
- Eleve as pernas da vítima em relação ao restante do 
corpo com uma almofada ou qualquer outro objeto (se não 
houver fraturas ou ferimentos no tórax e na cabeça); 
- Se a pessoa estiver fria, agasalhe-a; 
 
 
 
 
 
- Se ela estiver inconsciente, ou se estiver consciente, mas sangrando 
pela boca ou pelo nariz, deite-a de lado, apoiada sobre o lado esquerdo; 
 
 
- Caso a vítima pare de respirar, inicie a respiração boca a boca. Coloque a cabeça dela 
para trás, para que a língua não bloqueie a passagem de ar e tampe as narinas dela. Sopre 
dentro da boca da vítima até ver o peito se mexer. Repita o procedimento até a emergência 
chegar; 
- Mantenha-a calma e observe se ocorre alguma mudança grande no estado da vítima para 
informá-la à equipe de socorro. 
 
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HEMORRAGIA 
Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue. 
A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez de sangue 
extravasado. 
A perda de sangue pode ocasionar o estado de choque 
e levar a vítima à morte. 
Hemorragia Arterial: Sangue sai em golfadas 
(vermelho vivo). 
Hemorragia Venosa: Sai em fluxo contínuo (vermelho 
escuro). 
Hemorragia Capilar: Sai gotejando lentamente; 
 
Hemorragia Interna 
As hemorragias internas são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue 
se acumula nas cavidades do corpo, tais como: estômago, pulmões, bexiga, cavidades 
craniana, torácica, abdominal e etc. 
 
Sintomas 
 fraqueza; 
 sede; 
 frio; 
 ansiedade ou indiferença. 
Sinais 
 Alteração do nível de consciência ou inconsciência; 
 agressividade ou passividade; 
 tremores e arrepios do corpo; 
 pulso rápido e fraco; 
 respiração rápida e artificial; 
 pele pálida, fria e úmida; 
 sudorese; e 
 pupilas dilatadas. 
 
Identificação 
Além dos sinais e sintomas clínicos, suspeita-se que haja hemorragia interna quando 
houver: 
 acidente por desaceleração (acidente automobilístico); 
 ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete, principalmente no 
tórax ou abdome; e 
 acidente em que o corpo suportou grande pressão (soterramento, queda). 
 
Se houver perda de sangue pela boca, nariz e ouvido, existe suspeita de uma 
hemorragia no cérebro. 
Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos, provavel- mente a hemorragia será 
no pulmão; se vomitar sangue será no estômago; se evacuar sangue, será nos intestinos 
(úlceras profundas); e se houver perda de sangue pela vagina, poderá estar ocorrendo um 
processo abortivo. 
Normalmente, estas hemorragias se dão (se não forem por doenças especiais) logo 
após acidentes violentos,nos quais o corpo suporta pressões muito fortes (colisões, 
soterramentos, etc.). 
 
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Hemorragia Externa 
As hemorragias externas dividem-se em: arterial, venosa e capilar. 
Nas hemorragias arteriais, o sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda é 
pulsátil, obedecendo às contrações sistólicas do coração. Esse tipo de hemorragia é 
particularmente grave pela rapidez com que a perda de sangue se processa. 
As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro, pobre em 
oxigênio, e a perda é de forma contínua e com pouca pressão. São menos graves que as 
hemorragias arteriais, porém, a demora no tratamento pode ocasionar sérias complicações. 
As hemorragias capilares são pequenas perdas de sangue, em vasos de pequeno 
calibre que recobrem a superfície do corpo. 
 
Métodos para Detenção de Hemorragias 
 
 Elevação da região acidentada: pequenas hemorragias nos 
membros e outras partes do corpo podem ser diminuídas, ou mesmo 
estancadas, elevando-se a parte atingida e, consequentemente, 
dificultando a chegada do fluxo sanguíneo. 
 
Não elevar o segmento ferido se isto produzir dor ou se houver 
suspeita de lesões internas. 
 
Tamponamento: pequenas, médias e grandes hemorragias podem ser 
detidas pela obstrução do fluxo sanguíneo, com as mãos ou, 
preferencialmente, com um pano limpo ou gaze esterilizada, fazendo 
um curativo compressivo. É o melhor método de estancar uma 
hemorragia. 
 
 Compressão arterial: se os métodos 
anteriores não forem suficientes para 
estancar a hemorragia, ou se não for 
possível comprimir diretamente o 
ferimento, deve-se comprimir as grandes 
artérias para diminuir o fluxo sanguíneo. 
 
 Torniquete: é uma medida extrema que só deve ser 
adotada em último caso e se todos os outros métodos falharem. 
Consiste em uma faixa de constrição que se aplica a um 
membro, acima do ferimento, de maneira tal que se possa 
apertar até deter a passagem do sangue arterial. O material a 
ser utilizado poderá ser o que houver à mão (gravata, lenço, toalha, suspensório, etc.), não 
devendo ser inferior à 2,5 cm de largura para não afetar os tecidos. Deve-se usar um 
pequeno rolo de gaze sobre a artéria para ajudar a compressão. Uma vez realizado o 
torniquete não se deve mais afrouxá-lo. A parte do corpo que ficou sem receber sangue 
libera grande quantidade de toxinas e, se o torniquete for afrouxado, estas toxinas vão 
sobrecarregar os rins, podendo causar maiores danos à vítima. 
O torniquete só poderá ser retirado no hospital, quando medidas médicas forem tomadas. 
 
Tratamento da Hemorragia Interna 
 Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores. 
 
23 
 
 
 Prevenir o estado de choque. 
 Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode estancar a hemorragia 
interna. 
 
Tratamento da Hemorragia Externa 
 Deitar a vítima; o repouso da parte ferida ajuda a formação de um coágulo. 
 Se o ferimento estiver coberto pela roupa, descobri-lo (evitar, porém, o resfriamento 
do acidentado). 
 Deter a hemorragia. 
 Evitar o estado de choque. 
 
FRATURAS 
É a solução de continuidade de uma estrutura óssea, podendo ser total ou parcial; 
geralmente resultante de um mecanismo agressor importante. 
 
Classes de fraturas 
a) Fechada (simples) - A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas. 
b) Aberta (exposta) - O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida 
associada que se estende desde o osso fraturado até a pele. 
 
Sinais e sintomas 
 Deformidade: A fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que 
não possui articulação. 
 Sensibilidade: Geralmente o local da fratura está muito sensível à dor. 
 Crepitação: Se a vítima se move, podemos escutar um som áspero, produzido pelo 
atrito das extremidades fraturadas. Não se deve pesquisar esse sinal 
intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar lesões. 
 Edema e alteração de coloração: Quase sempre a fratura é acompanhada de um 
certo inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração 
de cor poderá demorar várias horas para aparecer. 
 Impotência funcional: Há a perda total ou parcial dos movimentos das 
extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado; não pode mover-se ou 
o faz com dificuldade e dor intensa. 
 Fragmentos expostos: Em uma fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se 
projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento. 
 
Dor intensa e impossibilidade de movimentar a região são os principais sinais de fratura. 
Como proceder: 
1. imobilize o local da fratura e as articulações 
próximas, acima e abaixo da fratura; 
2. improvise telas com o material que estiver à mão: 
papelão, cabo de enxada, galhos de árvore, etc.; e 
3. transporte o acidentado para um Hospital. 
 
 
 
 
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FRATURAS DE PERNA 
A imobilização provisória de fratura de perna deve 
ser feita como indicado na figura ao lado. Enrolar as 
pontas de um cobertor ou lençol sobre duas tábuas, 
formando uma espécie de tipóia onde repousará a 
perna fraturada. Fixar, então, com gravatas, meias 
ou tiras de pano. 
 
FRATURA DE FÊMUR 
A imobilização provisória de fratura de fêmur é 
mostrada na figura ao lado. Enquanto alguém puxa 
o pé para baixo, o socorrista coloca uma tábua 
acolchoada comprida sobre o lado externo da coxa 
e do tronco, e outra, mais curta, do lado interno da perna e da coxa. Fixá-las com ataduras, 
gravatas ou tiras de pano. 
 
FRATURA DO BRAÇO 
Na figura ao lado, à esquerda, vemos a imobilização 
provisória do braço (osso úmero) fraturado. Aplicar 
tala acolchoada com algodão, de cada lado do 
braço fraturado. Colocar uma tipóia estreita para 
sustentar o pulso, e fixar ao corpo o braço 
acidentado. 
Na figura da direita, vemos a imobilização provisória de fratura de antebraço. As talas 
acolchoadas, que se fixam com atadura ou esparadrapo, são colocadas sobre a face 
anterior e posterior do antebraço. Manter em tipóia o antebraço, como na figura menor. 
FRATURA DA COLUNA 
A figura ao lado mostra a imobilização provisória para 
fratura da coluna vertebral. Vê-se aí o acidentado 
fixado a um bom aparelho, fácil de improvisar com 
duas tábuas compridas e tres transversais, mais 
curtas. 
 
FRATURA DA BACIA 
A imobilização provisória de fratura dos ossos da pelve é feita com ligaduras 
circulares, que se colocam bem justas desde a parte alta das coxas até a parte superior dos 
ossos dos quadris. 
 
25 
 
 
Para transportar o acidentado, não havendo padiola, 
será indispensável colocá-lo sobre uma tábua, uma 
porta ou uma escada acolchoada, fixando à mesma 
os membros inferiores e a pelve. 
 
 
FRATURA DO PESCOÇO 
 
A figura ao lado mostra a forma de imobilizar o pescoço e a 
cabeça em caso de fratura da coluna cervical. Convém fazer uma 
ligadura alta do pescoço com toalhas dobradas. Podem conter 
pequenas talas, pedaços de madeira ou similar. 
Pode-se também improvisar um colar cervical de papelão, (com a parte posterior mais alta 
do que a anterior) unido com fita adesiva e/ou amarrado com barbante. 
 
FRATURA DO QUEIXO 
 
As 3 figuras ao lado mostram a imobilização provisória 
para fratura do maxilar inferior (osso móvel do queixo). 
Consiste em manter ajustado o maxilar fraturado contra o 
superior. 
 
 
FRATURA DO DEDO 
 
A imobilização provisória para fratura do dedo pode ser feita como 
mostrado na figura ao lado, usando-se um abaixa-língua de madeira ou 
outra tabuinha fina ou tira de papelão resistente, devidamente amarrado 
com uma atadura. 
 
FERIMENTOS 
 É o rompimento traumático dos tecidos moles, como a pele, tecidos gordurosos, 
músculos e órgãos internos. Ele pode ser classificado como leve, superficial, externo ou 
profundo, provocando de imediato dor, sangramento e possibilidade de infecção. 
 
Ferimentos leves ou superificiais 
São os pequenos cortes e arranhões. Os procedimentosde primeiros socorros a serem 
tomados são bastantes simples: 
- Lavar o ferimento com água e sabão; 
- protege-lo com gaze ou pano limpo; 
- não tocar o ferimento com a mão; 
- nunca utilizar algodão ou lenço de papel sobre ferimentos. 
 
 
 
 
26 
 
 
Ferimentos extensos ou profundos 
Além do perigo de infecção, este tipo de ferimento pode provocar hemorragia. Os casos 
mais graves são: 
 
Ferimentos abdominais abertos: 
São aqueles ferimentos em as vísceras podem sair do corpo ou expostas. 
- Mantenha a vítima aquecida para evitar o estado de choque; 
- não toque em nada que estiver para fora, nem tente colocar para dentro; 
- cubra o ferimento com um pano limo e úmido sem apertar. 
 
Ferimentos profundos no tórax: 
Um grande problema é a possibilidade de perfuração dos pulmões. Esta situação é grave e 
requer socorro especializado e urgente 
- Providencie socorro o mais rápido possível e procure prevenir o estado de choque. 
 
Para ferimentos na cabeça: 
- se houver suspeita de lesão na coluna, no pescoço ou se a vítima estiver inconsciente, não 
a movimente; 
- cubra o ferimento com um pano limpo sem apertar. 
 
Para ferimentos no rosto: 
- se houver suspeita de lesão na coluna, no pescoço ou se a vítima estiver inconsciente, não 
a movimente; 
- retire qualquer objeto que possa dificultar a respiração da vítima, como dentaduras, dentes 
quebrados e comida; 
- se a vítima estiver consciente e não houver suspeita de lesão na coluna, incline-a para 
frente, de modo que a saliva e o sangue escorram, evitando que engasgue; 
- cubra o ferimento com um pano limpo sem apertar. 
 
Atendimentos à Vítima 
O atendimento pré-hospitalar dos ferimentos visa a três objetivos principais: 
- Proteger a ferida contra o trauma secundário; 
- Conter sangramentos; 
- Proteger contra infecção. 
 
Na fase pré-hospitalar deve-se evitar perder tempo com cuidados excessivos com os 
ferimentos que não sangram ativamente e não atingem os planos profundos. 
Estes cuidados retardam o transporte ao hospital, o que pode agravar o estado geral 
da vítima com lesões internas associadas. 
- Controle do ABC1 é a prioridade como em qualquer outra vítima de trauma. 
Ferimentos com sangramento importante exigem controle já no passo C. 
- Avaliação do ferimento, informando-se sobre a natureza e a força do agente 
causador, de como ocorreu a lesão e do tempo transcorrido até o atendimento. 
- Inspeção da área lesada, que deve ser cuidadosa. Pode haver contaminação por 
presença de corpo estranho e lesões associadas. O ferimento deve ser exposto e, para isto, 
pode ser necessário cortar as roupas da vítima; evite movimentos desnecessários com a 
mesma. 
 
1
 ABC da vida – Abertura das vias aéreas; Boa ventilação e Controle de sangramento e massagem cardíaca. 
 
27 
 
 
- Limpeza da superfície do ferimento para a remoção de corpos estranhos livres e 
detritos; utilizar uma gaze estéril para remoção mecânica delicada e , algumas vezes, 
instilação de soro fisiológico, sempre com cautela, sem provocar atrito. 
Obs. Não perder tempo na tentativa de limpeza geral da lesão, isto será feito no hospital. 
Objetos fixos não devem ser removidos, mas sim imobilizados para que permaneçam fixos 
durante o transporte. 
- Proteção da lesão com gaze estéril que deve ser fixada no local com bandagem 
triangular ou, se não estiver disponível, utilizar atadura de crepe. 
 
Cuidados nos diversos tipos de ferimentos: 
 
Nas Escoriações – é comum a presença de corpo estranho (areia, graxa, resíduos de 
asfalto, etc), fazer a tentativa de remoção conforme descrito anteriormente, sem seguida 
cubra a área escoriada com gaze estéril fixando-a no local com atadura ou bandagem 
triangular. 
 
Contusões – geralmente não necessitam de cuidados de emergência pré-hospitalar, por 
isso aplique compressas frias ou bolsa de gelo. 
 
Feridas incisivas – aproximar e fixar suas bordas com um curativo compressivo, utilizando 
atadura ou bandagem triangular. 
 
Feridas lacerantes - controlar o sangramento utilizando os métodos de pressão direta e/ou 
elevação do membro, proteger com uma gaze estéril pressionada. 
Lesões graves podem exigir a imobilização da parte afetada. 
 
Avulções e amputações – os cuidados de emergência requerem, além do controle de 
sangramento, todo o esforço da equipe de socorro para preservar a parte amputada. 
No caso de retalhos de pele, recoloca-lo na posição normal, delicadamente, após a limpeza 
da superfície, em seguida, fazer o curativo. 
Partes do corpo amputadas devem ser colocadas em bolsa plástica seca, estéril, selada e 
se possível resfriada (jamais congelar), que deve acompanhar o paciente até o hospital. 
 
Feridas perfurantes – por arma de fogo, devem ter os orifícios de entrada e saída do 
projétil igualmente protegidos. 
Arma branca que permanece no corpo não deve ser removida e sim fixada para que 
permaneça imobilizada durante o transporte, pois a retirada pode agravar o sangramento. 
 
Nas eviscerações (saída de vísceras abdominais pelo ferimento) – não tentar recolocar 
os órgãos para dentro da cavidade abdominal; cobrir com plástica esterilizado próprio para 
este fim ou compressas úmidas (embebidas em soro fisiológico). 
 
Face e Crânio – cobrir o ferimento com compressa limpa e não pressionar área atingida. 
 
Tórax – Curativo oclusivo de três pontas e deitar do lado lesado. 
 
Use luvas 
1. ABC e análise do mecanismo; 
2. expor ferimento para inspeção; 
 
28 
 
 
3. controle do sangramento; 
4. limpeza de superfície da lesão; 
5. proteção com gaze estéril; 
6. vítima imóvel quando possível; 
7. conforte a vítima; 
8. cuidado com choque hipovolêmico; 
09. não retardar transporte desnecessariamente. 
 
 
QUEIMADURAS 
 
Queimadura é a lesão na pele provocada geralmente pelo calor, 
mas também pode ser provocada pelo frio, pela eletricidade, por certos 
produtos químicos, por radiações e até fricções. A pele pode ser 
destruída parcialmente ou totalmente, atingindo desde pelos até 
músculos e ossos. 
De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-
se em graus, sendo do 1º ao 3º, a saber: 
A queimadura de 1º grau atinge a camada mais superficial da 
pele, a epiderme, e se traduz como uma lesão vermelha, quente e 
dolorosa. A queimadura solar é um exemplo. 
A queimadura de 2º grau superficial gera bolhas e muita dor; já a de 2º grau profunda 
é menos dolorosa, a base da bolha é branca e seca. Pode gerar repercussões sistêmicas e 
causar cicatrizes. 
A queimadura de 3º grau é indolor, acomete todas as camadas da pele, podendo 
chegar até aos ossos e gerar sérias deformidades. 
Os principais agentes causais de queimaduras são: 
Líquidos superaquecidos; 
Combustível; 
Chama direta; 
Superfície superaquecida; 
Eletricidade; 
Agentes químicos; 
Agentes radioativos; 
Radiação solar; 
Frio; 
Fogos de artifícios. 
 
TRATAMENTO 
O tratamento irá depender do tipo de queimadura. Veja: 
 
Queimadura de 1º grau 
faça compressas frias nas primeiras horas após o acidente; não colocar pasta de dentes, 
nem manteiga. Use óleo mineral ou vaselina líquida para manter a queimadura hidratada; 
tome analgésico se necessário e use filtro solar regularmente. 
 
Queimadura de 2º grau superficial 
as bolhas devem ser drenadas, mas não devem ser retiradas, pois servem de curativo 
biológico. O procedimento deve ser feito preferencialmente por um médico. Após o 
 
29 
 
 
rompimento da bolha, curativos com sulfadiazina de prata ou nitrato de cério, e limpeza com 
água corrente e clorexidina devem ser feitos. Após a cicatrização, deve-se usar filtro solar 
para evitar o surgimento de manchas. 
 
Queimadura de 2º grau profunda e 3º grau 
na maioria das vezes, há necessidade de internação hospitalar, pois geralmente ocorrem 
manifestações sistêmicas, como desequilíbrio acentuado dos níveis de sódio, potássio e/oucálcio, e desidratação; necessidade de retirada de tecidos necrosados, partículas estranhas 
na ferida; e até realizar enxertia. 
Todos os pacientes com queimaduras de 2º e 3º graus devem tomar vacina contra o 
tétano, ingerir muito líquido e manter os membros acometidos elevados, para alívio da dor e 
do edema. 
Se forem queimaduras significativas na face, mãos, pés e genitália, queimaduras 
elétricas ou de vias aéreas superiores, procure imediatamente uma emergência hospitalar. 
 
De acordo com sua extensão 
 Tem-se o uso de percentagens através da regra dos nove que permitem estimar a 
superfície corporal total queimada (SCTQ). Neste caso, analisa-se somente o percentual da 
área corpórea atingida pela lesão, não levando em conta sua profundidade (seus graus). 
 A tão conhecida regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas 
equivalem a 9% cada uma, e a última (região genital) equivalem a 1%, de acordo com a 
figura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos alunos que buscam melhorar seus conhecimentos, sugerimos consultar o site 
http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/queimados.pdf, que traz uma cartilha sobre este 
assunto. 
 
EMERGÊNCIA CLÍNICA 
 
São aquelas provocadas por uma ampla variedade de enfermidades, cuja causa não 
está relacionada ao trauma, e requer assistência imediata. 
 
CRISE CONVULSIVA 
Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. O termo 
crise convulsiva descreve várias experiências e comportamentos e não é o mesmo que uma 
crise epilética, embora os termos sejam às vezes utilizados como sinônimos. 
http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/queimados.pdf
 
30 
 
 
Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva. Dois terços 
dos indivíduos que apresentam uma crise convulsiva jamais a apresentam novamente. 
Um terço dos indivíduos continuarão a apresentar crises convulsivas recorrentes 
(transtorno neurológico denominado epilepsia). 
O que ocorre exatamente durante uma convulsão depende da parte do cérebro que é 
afetada pela descarga elétrica anormal. A descarga elétrica pode envolver uma área mínima 
do cérebro, fazendo apenas com que o indivíduo perceba um odor ou sabor estranho e 
tenha crises de ausência (crise convulsiva de “pequeno mal”), ou pode envolver grandes 
áreas, acarretando uma convulsão (abalos e espasmos musculares generalizados e 
descoordenados – convulsão de “grande mal”). 
Além disso, o indivíduo pode apresentar episódios breves de alteração da 
consciência, confusão mental, perda do controle muscular ou vesical. As convulsões 
frequentemente são precedidas por auras – sensações incomuns de odores, sabores ou 
visões, ou uma sensação intensa de que uma crise convulsiva está prestes a ser 
desencadeada. 
Os sinais e sintomas comuns das crises convulsivas são: 
 aura convulsiva; 
 grito ou urro epiléptico; 
 perda de consciência; 
 crise de ausência; 
 convulsões tônico-clônicas; 
 salivação excessiva (sialorreia); 
 descontrole urinário e/ou intestinal. 
Como Proceder? 
Proteger a vítima para que não se machuque, evitando sua queda ou protegendo 
principalmente sua cabeça; afastar os curiosos e objetos que possam causar lesões, não 
segurá-la e permitir que a crise ocorra. 
Em caso de vômito, lateralizar a sua cabeça; desobstruir suas vias aéreas com gaze 
ou pano limpo, não colocar nada na boca da vítima durante o ataque, não “puxar a língua” 
nem jogar água no seu rosto. 
Cessada a crise, ela poderá encontrar-se sonolenta e desorientada. 
Mantenha-a em repouso, em um ambiente calmo, silencioso e em observação 
constante até a recuperação completa, monitorando os sinais vitais. 
Encaminhe-a ao hospital ou aguarde o serviço de emergência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPILEPSIA 
Conceituada como síndrome, isto é, um conjunto de sintomas e/ou sinais 
decorrentes e causas diversas. As manifestações epilépticas se caracterizam por sintomas 
 
31 
 
 
e/ou sinais motores, sensitivos, sensoriais, psíquicos ou neurovegetativos que surgem de 
modo paroxístico e recorrente, originando-se de uma descarga neuronal patológica. 
A sua etiopatiogenia pode relacionar-se a um processo cerebral ativo. No primeiro 
caso trata-se de seqüela de uma doença passada; No segundo é sintoma de doença atual 
do encéfalo. O paciente sofre acessos periódicos. Geralmente não há razão óbvia, e esse 
tipo de epilepsia começa bem cedo. 
 
Sinais e sintomas 
Normalmente idêntico aos pacientes que apresentam episódios convulsivo, exceção 
apenas, para os casos de epilepsia na infância que, o paciente inicia com crises de 
ausência. 
 
Tratamento pré-hospitalar 
O mesmo dado aos pacientes em crise convulsiva. 
 
DESMAIOS 
Desmaio é a perda dos sentidos, desfalecimento. Conhecido também como síncope. 
 
Causas 
Várias são as causas que levam ao desmaio, como por exemplo: 
 Pressão baixa. 
 Jejum prolongado, que causa queda da taxa de glicose no sangue 
(hipoglicemia). 
 Dor forte. 
 Prática de exercícios físicos por períodos prolongados. 
 Vômitos. 
 Alteração emocional. 
 Desconforto térmico (extremo de frio ou calor). 
 Uso de drogas ilícitas. 
 Problemas cardiovasculares, neurológicos, entre outros. 
 
Sinais e sintomas 
 Mal-estar. 
 Escurecimento da visão. 
 Suor abundante. 
 Perda de consciência. 
 Relaxamento muscular. 
 Palidez. 
 Respiração superficial. 
 
Sempre há necessidade de acompanhamento médico para investigação e 
diagnóstico correto, visto que o desmaio pode ser o sintoma de que algo mais sério está 
acontecendo no organismo. 
 
O que fazer 
 Afastar a vítima de local que proporcione 
perigo (escadas, janelas etc.). 
 Deitá-la de barriga para cima (decúbito 
dorsal), e elevar as pernas acima do tórax 
 
32 
 
 
(com a cabeça mais baixa em relação ao restante do corpo). 
 Lateralizar a cabeça para facilitar a respiração. 
 Afrouxar as roupas. 
 Manter o ambiente arejado. 
 Após recobrar a consciência, deve permanecer pelo menos 10 minutos 
sentada, antes de ficar em pé, pois isso pode favorecer um novo desmaio. 
 Transportar a vítima para atendimento médico. 
 
O que não fazer 
 Não jogar água fria no rosto, para despertar. 
 Não oferecer álcool ou amoníaco para cheirar. 
 Não sacudir a vítima. 
 
 
DIABETES 
O diabetes é uma doença crônica degenerativa que surge como uma disfunção 
metabólica originada pelo comprometimento na produção e/ou utilização da insulina, ou 
seja, o pâncreas não produz insulina suficiente e a glicose não é utilizada pelas células e se 
acumula no sangue, produzindo os sinais e sintomas do diabetes. 
São efeitos da deficiência ou excesso de insulina: 
 
Hiperglicemia 
Quando a produção de insulina é insuficiente, acumula-se no sangue um excesso de 
glicose, que pode gradualmente ocasionar o coma diabético. 
Pode aparecer em: 
 Pessoas com diabetes não diagnosticada; 
 Diabéticos que não receberam a quantidade suficiente de insulina e ingeriram 
açúcar em excesso. 
 
Sinais e sintomas 
 Sede; 
 Dificuldade respiratória; 
 Pulso rápido e fraco; 
 Hálito cetônico; Pele quente e seca (desidratada); 
 Astenia; 
 Alteração do nível de consciência (pode levar ao coma não pela elevação no 
nível de glicose no sangue, mas pela acidez). 
 
O emergencista deve fazer uma boa entrevista para averiguar se o paciente é 
diabético, se está em tratamento, se recebeu insulina ou se alimentou. 
 
Tratamento pré-hospitalar 
1. Use EPI (biossegurança). 
2. Verifique se o local é seguro. 
3. Mantenha o paciente em repouso. 
4. Se o paciente estiver consciente e apresentar os sintomas, mas você não tiver 
certeza, dê açúcar, doces ou líquidos açucarados sem álcool. (ou seja, na dúvida, AÇÚCAR 
PARA TODOS!); 
 
33 
 
 
5. Não dê líquidos ou alimentos, a menos que o paciente esteja plenamente 
consciente. 
6. Transporteo paciente. 
 
Hiploglicemia 
Quando a quantidade de insulina é excessiva, rapidamente esgota-se a glicose do 
sangue, ocorrendo o comprometimento do sistema nervoso central, que utiliza como fonte 
de energia quase que exclusivamente. Nesse caso, o paciente poderá desenvolver o 
choque insulínico (hipoglicemia). 
 
Sinais e sintomas 
 Respiração normal ou superficial; 
 Pele pálida e úmida, frequentemente sudorese fria; 
 Pulso rápido e forte; 
 Hálito sem odor característico; 
 Cefaleia e náuseas; 
 Desmaio, convulsões, desorientação ou coma. 
 
Tratamento pré-hospitalar 
1. Use EPI (biossegurança). 
2. Verifique se o local é seguro. 
3. Mantenha o paciente em repouso. 
4. Se o paciente estiver consciente e apresentar os sintomas, mas você não tem 
certeza, dê açúcar, doces ou líquidos açucarados sem álcool. (ou seja, na dúvida, AÇÚCAR 
PARA TODOS!). 
5. Não dê líquidos ou alimentos a menos que o paciente esteja plenamente 
consciente. 
6. Mantenha as vias aéreas abertas e fique prevenido para ocorrência de vômito. 
7. Previna o choque e transporte o paciente. 
 
ABDÔMEN AGUDO 
Dor severa e endurecimento da parede abdominal causados por doença grave ou 
lesões de alguns dos órgãos contidos na região abdominal ou obstrução intestinal. 
 
Causas: 
 Apendicite aguda; 
 Úlceras perfuradas; 
 Enfermidade aguda da vesícula biliar; 
 Obstrução intestinal; 
 Gravidez ectópica e outros problemas ginecológicos; 
 Trauma abdominal fechado 
 
Sinais e sintomas 
 Dor abdominal; 
 Dor retroabdominal (nas costas); 
 Medo, ansiedade, mal-estar, palidez e sudorese; 
 Posição fetal; 
 Respiração rápida e superficial; 
 
34 
 
 
 Náuseas e vômitos; 
 Pulso rápido; 
 Rigidez abdominal (abdome em forma de tábua) e doloroso à palpação; 
 Distensão, protuberância ou massas visíveis palpáveis; sinais de trauma 
(abrasões, feridas, contusões); 
 Sinais de choque. 
 
Tratamento pré-hospitalar 
1. Usar EPI (de biossegurança). 
2. Verifique que a cena é segura. 
3. Não dê nada pela boca. 
4. Mantenha uma via aérea aberta e esteja preparado para o vômito. 
5. Trate o choque. 
6. Mantenha o paciente em repouso e na posição que ele adote. Não o force a 
mudar. 
7. Guarde o vômito para análise (tomando cuidado para não polui-lo). 
8. Dê apoio emocional. 
9. Transporte o paciente. 
 
 
TRANSPORTE DE VÍTIMAS 
 
A remoção ou movimentação de um acidentado deve ser feita com um máximo de 
cuidado, a fim de não agravar as lesões existentes. Antes da remoção da vítima, devem-se 
tomar as seguintes providências: 
 Se houver suspeita de fraturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa. 
 Para puxá-la para um local seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento 
com o auxílio de um casaco ou cobertor. 
 Para erguê-la, você e mais duas pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la 
numa tábua ou maca, lembrando que a maca é o melhor jeito de se transportar uma 
vítima. Se precisar improvisar uma maca, use pedaços de madeira, amarrando 
cobertores ou paletós. 
 Apoie sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás. 
 Na presença de hemorragia abundante, a movimentação da vítima pode levar 
rapidamente ao estado de choque. 
 Se houver parada respiratória, inicie imediatamente a respiração boca-a-boca e faça 
massagem cardíaca. 
 Imobilize todos os pontos suspeitos de fratura. 
 Se houver suspeita de fraturas, amarre os pés do acidentado e o erga em posição 
horizontal, como um só bloco, levando até a sua maca. 
 No caso de uma pessoa inconsciente, mas sem evidência de fraturas, duas pessoas 
bastam para o levantamento e o transporte. 
 Lembre-se sempre de não fazer movimentos bruscos. 
 
Atenção 
 
 Movimente o acidentado o menos possível. 
 Evite arrancadas bruscas ou paradas súbitas durante o transporte. 
 
35 
 
 
 O transporte deve ser feito sempre em baixa velocidade, por ser mais seguro e mais 
cômodo para a vítima. 
 Não interrompa, sob nenhum pretexto, a respiração artificial ou a massagem 
cardíaca, se estas forem necessárias. Nem mesmo durante o transporte. 
 
Tipos de técnicas de transporte de vítimas 
 
 Transporte por um brigadista – paciente 
consciente (transporte de apoio). Segurar a vitima 
pelo punha e passar seu braço sobre a axila 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Transporte por dois brigadistas – paciente 
consciente. Os dois socorristas seguram a vítima, 
sendo um de cada lado a fim de dividir o peso para 
facilitar seu transporte. 
 
 
 
 
 
 
 Transporte nas costas ou mochila – virar as costas para ele e passar os braços da 
vítima em torno do seu pescoço. Inclinando 
o corpo para a frente, o socorrista levanta a 
pessoa, conduzindo-a. 
 
 
 
 
 
 
 
 Transporte “cadeirinha” – Pegada 
com quatro mãos, com suspeita ou 
lesão na perna. Um entrelaçamento 
com os braços formando um assento 
para a vítima, que se apoiará nos 
socorristas. 
 
 
 
36 
 
 
 Transporte utilizando uma cadeira - Sentar a 
vítima na cadeira. Segurar pelo espaldar os pés 
da cadeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Transporte pelos membros – Pegada com duas 
mãos e apoio para andar com uma pessoa. Lesões no 
pé. Levar a vítima no colo, porém bem alto para não 
cansá-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Arrastamento por um brigadista – Deitar a 
vítima de costas sobre o lençol e/ou cobertor 
e o socorrista, juntando as pontas do pano na 
extremidade próxima a cabeça, a eleva e a 
arrasta. 
 
 
 
 Transporte utilizando a Prancha - Tem-se a prioridade de se estabilizar a coluna 
cervical. Manter a vítima totalmente imobilizada, a fim de se evitar um trauma mais 
acentuado na vítima, isto é, além de proporcionar mais conforto e segurança no seu 
transporte.

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