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10_Questoes_11 11 2021_Exercicio Direito Aplicado I

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SAMARA MARTENSEN ANDRADE – RA 6666737 – TURMA 3109A02 
 
ENUNCIADO – Ivanice Ribeiro dos Santos foi contratada para trabalhar na empresa 
Fungos Comércio de Roupas Ltda. Ela laborava em um local onde o equipamento 
de som ultrapassava os limites permitidos em lei, sem as devidas proteções (EPIs), 
não recebendo nenhum adicional por tal conduta da empresa. Seu horário de labor 
era das 10h as 20h de segunda a sexta com 2 horas de intervalo repouso e 
alimentação, e aos sábados das 8h as 12h sem nenhum intervalo. 
Certo dia, Ivanice no seu horário de saída ficou sabendo por suas colegas que o 
regulamento da empresa sofreu uma alteração e a partir daquele dia todas as 
funcionárias do local seriam submetidas a uma revista íntima, pois a empresa 
Fungos percebeu a ocorrência de pequenos furtos. Ivanice se recusou a ser 
revistada e, imediatamente, foi desligada do quadro de funcionários da empresa por 
justa causa sob a alegação de que seus atos configuravam improbidade e mau 
exemplo para as outras funcionárias. 
Como Advogado(a) de Ivanice responda aos seguintes questionamentos: 
 
1) Ivanice deveria receber algum adicional ao seu salário em virtude do local e 
jornada de trabalho? Apresente parecer jurídico sobre os temas. 
 
O artigo 189 CLT regulamenta as atividades consideradas insalubres, o que se 
enquadra no caso em tela. Assim, Ivanice deveria receber adicional de 
insalubridade, nos termos do artigo 187 CLT, pois exercício de trabalho em 
condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pela SEPRT, 
assegura a percepção de adicional de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por 
cento) e 10% (dez por cento), segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e 
mínimo, respectivamente, conforme prevê artigo 192 da CLT. A classificação do 
grau da insalubridade se dará nos termos do artigo 195 CLT. 
Ademais, conforme sumula 139 do TST (Enquanto percebido, o adicional de 
insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais), o adicional de 
insalubridade, deveria integrar o salário de Ivanice. 
Outro ponto que, dada a ausência indevida de fornecimento de EPI por parte da 
empresa, sendo a entrega do EPI seria obrigatória, responsabilidade objetiva do 
empregador, nos termos do artigo 166 CLT. Pois no caso em tela, traz a situação de 
exposição a ruído, onde, é consabido que, sem o equipamento de proteção, alguns 
ruídos dão insalubridade automática. Assim, quando ocorre a falta desses 
equipamentos nas situações em que sua entrega é devida, pode gerar indenização 
ao trabalhador. E, a falta de fornecimento de EPI também pode gerar multa para a 
empresa. 
Com relação a jornada de trabalho está de acordo com a legislação vigente, pois, 
ainda que ela tenha um horário de trabalho, Ivanice só está à disposição do 
empregador por 8h, por faz 2 h de intervalo, conforme artigo 58 CLT, e, somadas as 
horas trabalhadas no final de semana, somam as 44h semanais. 
 
 
2) A dispensa da Ivanice por justa causa é procedente? Principalmente por se 
tratar de ato de improbidade? Existe a possibilidade de reversão da justa 
causa, pela recusa de Ivanice em se submeter a revista intima, descumprindo 
assim o regulamento da empresa? Explique, justifique e fundamente 
juridicamente sua resposta. 
 
A revista íntima de funcionários é vedada por lei. Conforme o artigo 5º, X CF é 
inviolável a intimidade e especificamente o artigo 373-A, VI da CLT, proíbem a 
revista intima a mulheres (esta vedação é cabível para ambos os sexos). Sendo 
assim, legítima a recusa do empregado em se submeter a revista quando o 
empregador exceder no exercício do poder de direção e fiscalização. Não cabendo 
então, a dispensa por justa causa aplicada pela empresa. 
A recusa a revista não enseja ato de improbidade, o máximo que a empresa poderia 
aplicar, dada a recusa de revista seria a imputação de falta ao empregado, conforme 
artigo 493 da CLT, e desde que a empresa respeitasse os limites da respectiva 
revista. 
A demissão é reversível, assim, Ivanice pode pedir reintegração ou, pedir conversão 
da dispensa por justa causa em dispensa sem justa causa. 
 
3) Caso Ivanice deseje, ela pode pôr fim ao contrato de trabalho, garantindo 
suas verbas rescisórias e indenizatórias? Existe essa possibilidade? Caso 
positivo, qual a motivação? Responda, justificando, explicando e 
fundamentando juridicamente sua resposta. 
 
Caso Ivanice venha a pedir conversão da dispensa por justa causa em dispensa 
sem justa causa, o que lhe dará direito de receber as verbas rescisórias 
correspondente, e ainda multa referente a falta de pagamento das verbas devidas no 
ato da dispensa (art. 477, par 8º CLT). Ainda, amparado também pelo artigo 483 da 
CLT. Onde o empregado pode pedir a rescisão indireta e perceber as verbas 
indenizatórias cabíveis.