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Prof.ª Ms. LIANNA CAVALCANTE PEREIRA Fisiopatologia e Dietoterapia na Sida, Sepse, no Trauma e nos Pacientes Queimados CURSO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA MINI-CURRÍCULO Nutricionista Mestre em Ciências Médicas Professora Universitária do Curso de Nutrição e Gastronomia Membro do LABICONTE – UFC Atuo em consultório a mais de 5 anos AGORA É COM VOCÊS? EMENTA DA DISCIPLINA ❖Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico na SIDA e Estudo de Caso; ❖Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico na Sepse e Estudo de Caso; ❖Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico na Trauma e Estudo de Caso; ❖Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico nos Pacientes Queimados e Estudo de Caso; ❖Avaliação do Conhecimento. CRONOGRAMA DA DISCIPLINA Data Conteúdo 20/05/2021 Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico na SIDA e Estudo de Caso 21/05/2021 Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico na Trauma e Estudo de Caso 22/05/2021 Resolução de Estudos de Casos 27/05/2021 Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico nos Pacientes Queimados e Estudo de Caso 28/05/2021 Fisiopatologia, Tratamento dietoterápico na Sepse e Estudo de Caso 29/05/2021 Avaliação do Conhecimento Aulas de 18:30 as 22:30 Intervalo de 20:30 as 20:40 Sábado 8:30 as 12:30 Prof.ª Ms. LIANNA CAVALCANTE PEREIRA Disciplina: Fisiopatologia e Dietoterapia na Sida, Sepse, no Trauma e nos Pacientes Queimados SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS/SIDA) Curso de Nutrição Clínica CONTEÚDO DA AULA INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO FISIOPOTOLOGIA E DIAGNÓTICO TRANSMISSÃO EPIDEMIOLOGIA TRATAMENTO PATOLOGIAS ASSOCIADAS TERAPIA NUTRICIONAL Estudos de caso INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO INTRODUÇÃO 1981 – EUA (primeiros relatos de pacientes jovens com quadro compatível com a AIDS/SIDA) 1983 - Agente etiológico isolado: vírus HIV (HIV – human immunodeficiency virus) HIV: retrovírus, com RNA e replica-se pela ação da enzima transcriptase reversa DEFINIÇÃO DA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDAS/SIDA) HIV – retrovírus com genoma RNA da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae Pela transcrição do seu RNA viral para uma cópia de DNA, interage com o genoma do hospedeiro Infecta células do sistema imunológico humano (células T helper CD4) – componentes chaves do nosso sistema imunológico O sistema imunológico fica debilitado e o portador fica mais suscetível a infecções oportunistas. Pneumonia por Pneumocystis corinii, Citomegalovírus, Candidíase Depressão grave da imunidade celular N Ã O C O N FU N D IR HIV = AGENTE VIRAL HIV+ = PACIENTE PORTADOR DE HIV AIDS = DOENÇA CAUSADA EM PACIENTE HIV+ QUANDO HÁ O APARECIMENTO DOS SINTOMAS FISIOPATOLOGIA E DIAGNÓSTICO 1. Ataque: Proteínas do HIV se acoplam a receptores CD4 presentes em glóbulos brancos (células de defesa) do sangue. 2. Cópia dos genes: o HIV faz uma cópia de seu próprio material genético. 3. Replicação: O vírus aloja a cópia de seus genes no DNA da célula hospedeira. Quando essa célula começa a se reproduzir, partes do vírus também são reproduzidas. 4.Novo vírus: As partes do vírus se unem perto da parede celular, originando um novo vírus HIV. FISIOPATOLOGIA Depleção dos linfócitos T CD4+ no sangue periférico = imunodeficiência FISIOPATOLOGIA Estágios Características Contagem de células CD4+ Estágio inicial Assintomática. Ocorre em 2 a 4 semanas após a infecção pelo vírus, acometendo 50 a 90% dos pacientes --- Estágio I Com o decorrer do tempo, evolui para infecção sintomática (dermatites, linfadenopatia) na maioria dos indivíduos, quando o sistema imunológico começa a ficar debilitado > 500 células/ mm³ Estágio II Surgem doenças como a candidíase oral e vaginal, neuropatia periférica, Herpes zorter, ocorre declínio da função imunológica, quando o paciente fica suscetível às infecções oportunistas (sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii, etc.) 200 a 500 células/mm³ Estágio III Doenças neurológicas, infecções oportunistas e tumores, etc. < 200 células/mm³ ➢ Vale salientar que uma pessoa infectada pelo HIV pode levar 10 a 15 anos para desenvolver a AIDS FISIOPATOLOGIA •Diminuição de massa corporal magra sem aparente redução de peso • Deficiência de Vit. B12 • Infecção por patógenos de origem alimentar e água • Ocorrência de sintomas: Endocardite bacteriana Meningite Pnemonia Sepse Candidíase vulvovaginal e orofaríngea Sintomas constitucionais Herpes Zoster Púrpura trombocitopênica idiopática Infecção por Mycobacterim tubercuylosis pulmonar Neuropatia periférica SINTOMAS QUE NÃO DEFINEM AIDS Declínio de nutrientes e na composição corporal HIV SINTOMÁTICO Aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias. Ligada à imunossupres são induzida por HIV. Pelo menos 1 condição clínica definida como risco de morte. AIDS OU HIV AVANÇADO Condições clínicas que definem AIDS: • - Contagem de linfócitos CD4 < 200 mm3 • - % de linfócitos < 14% AIDS OU HIV AVANÇADO • As condições clínicas que caracterizam a doença são ALTERAÇÕES EM ÓRGÃOS CHAVE: MIOCARDIOPATIA, NEFROPATIAS E NEUROPATIA Sarcoma de Kaposi Linfoma Não-Hodgkin Câncer de colo uterino em mulheres jovens As neoplasias + comuns NÃO PROGRESSÃO A LONGO PRAZO POUCOS INDIVÍDUOS 12 ANOS OU MAIS RAZÕES ??? Diarreia Febre Má-absorção Perda de peso INFECÇÕES OPORTUNISTAS TRANSMISSÃO • Sangue • Sêmen • Fluido pré-seminal • Fluido vaginal • Leite materno • Outros fluidos corporais com sangue: ✓Fluido cerebroespinhal: (cérebro e medula espinhal) ✓Líquido sinovial: circunda as articulações ósseas ✓Líquido amniótico: feto TRANSMISSÃO MECANISMOS TRANSMISSÃO 50% - relações 30% - transmissão sanguínea 3 – 5% - transmissão perinatal EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA MINITÉRIO DA SAÚDE 2020 EPIDEMIOLOGIA MINITÉRIO DA SAÚDE 2020 EPIDEMIOLOGIA MINITÉRIO DA SAÚDE 2020 TRATAMENTO Ministério da Saúde. Terapia Anti-Retroviral em Adultos infectados pelo HIV , 2010 Melhora nos indicadores de morbidade, mortalidade e qualidade de vida dos brasileiros que realizam tratamento para HIV/AIDS. Terapia antirretroviral Primeiro país em desenvolvimento a administrar a HAART em seu sistema público de saúde MINITÉRIO DA SAÚDE 2021 Ministério da Saúde. Terapia Anti-Retroviral em Adultos infectados pelo HIV , 2010 Melhora nos indicadores de morbidade, mortalidade e qualidade de vida dos brasileiros que realizam tratamento para HIV/AIDS. Terapia antirretroviral Primeiro país em desenvolvimento a administrar a HAART em seu sistema público de saúde MINITÉRIO DA SAÚDE 2021 Ministério da Saúde. Terapia Anti-Retroviral em Adultos infectados pelo HIV , 2008. O desenvolvimento crônico-degenerativo assumido pela doença na atualidade Parte das pessoas que estão em uso de TARV há mais tempo convivem com efeito da TOXICIDADE dos medicamentos. Terapia antirretroviral Terapia antirretroviral de alta potência (highly active antiretroviral therapy — HAART) Terapia antirretroviral de alta potência (highly active antiretroviral therapy — HAART) Medicamentos Ação Efeitos Colaterais AZT, Biovir (AZT+3TC), Zidovudina (AZT), Estavudina (d4T), Lamivudina (3TC), Didanosina (ddI), Abacavir (ABC), Tenofovir (TDF) Inibidores de transcriptase reversa análoga de nucleosídeo Diarreia, náusea, vômito, fadiga, cefaléia, supressão da hemopoiese (anemia, neutropenia) Efavirenz e Nevirapina Inibidores de transcriptase reversa não-análogo de nucleosídeo Anorexia, Náusea, Vômito, Erupção cutânea, tontura, alucinações, euforia Amprenavir (APV), Indinavir (IDV), Nelfinavir (NFV), Kaletra (LPV/r), Ritonavir (RTV), Atazanavir (ATV), Saquinavir (SQV). Inibidores de protease Anorexia, diarreia, náusea, vômito, fadiga, constipação Causas de morte relacionadas à AIDS e Infecções oportunistasCausas não-associadas diretamente ao HIV: Eventos cardiovasculares e diabetes mellitus DIMINUINDO AUMENTANDO Novo perfil da doença em populações que têm acesso ao tratamento PATOLOGIAS ASSOCIADAS À SIDA Ministério da Saúde. Terapia Anti-Retroviral em Adultos infectados pelo HIV , 2008. PATOLOGIAS ASSOCIADAS À SIDA R IS C O C A R V IO V A S C U LA R Incluir valores desejáveis mais baixos de lipídios séricos Controle rigoroso e frequente da dislipidemia, pressão arterial e diabetes S ÍN D R O M E M ET A B Ó LI C A A mudança no perfil metabólico nestes pacientes determina o desenvolvimento de resistência à insulina e, em alguns casos, de diabetes mellitus Pacientes que têm HIV devem sempre ser avaliados para identificar a presença: - Obesidade abdominal - Redução da tolerância oral à glicose -Elevação da trigliceridemia - Diminuição dos níveis de HDL-c - Aumento da pressão arterial Síndrome Consumptiva Diagnosticada inicialmente: • perda ponderal > 10% do peso habitual • diarreia crônica (> 2 evacuações/dia por mais de 30 dias) - 50% casos • febre (> 30 dias) • astenia (fraqueza crônica) sem outra causa Condições clínicas: • Anorexia • Disfagia • Náuseas • Vômitos • Lesões orais e esofágicas • Doenças neurológicas ↓ingestão de alimentos → Presente em 20% dos pacientes no momento do diagnóstico da AIDS → Representam 70% dos pacientes que evoluem para óbito durante a internação hospitalar Síndrome Consuptiva Critérios para diagnóstico ♂: Perda de peso não intencional de 10% em 12 meses; 5% de perda de massa celular corporal (MCC) em 6 meses; MCC < 35% do peso corporal total + IMC < 27kg/m² ♀: Perda de peso não intencional de 7,5% em período superior a 6 meses; MCC < 23% do peso corporal total + IMC < 20 kg/m² O paciente deve cursar com pelo menos um dos critérios acima (POLKY et al, 2001) Prognóstico 95 a 100% AIDS x IMC Síndrome Consumptiva ↓ Síndrome Consumptiva Suplementação nutricional Redução de citocinas inflamatórias Terapia hormonal Treinamento resistido Controlar a perda de tecido magro associado ao HIV Síndrome Lipodistrófica do HIV ✓ Redistribuição anormal da gordura corporal ✓ Associada à DM e à resistência à insulina ✓ Efeito adverso da HAART (terapia antirretroviral altamente ativa) ✓ 50 a 80% dos indivíduos com AIDS desenvolvem lipodistrofia relacionada ao uso de antirretrovirais (efeito adverso do HAART) Síndrome Lipodistrófica do HIV Diagnóstico: exame físico Lipoatrofia Giba de búfalo Buffalo Hump Lipohipertrofia Perda de gordura: pernas, braços, glútea e face Alteração no tecido subcutâneo em forma de nódulos, visíveis ou palpáveis Evidenciação de veias dos MMSS e MMII Gordura no pé da nuca Essa condição trouxe de volta o estigma da AIDS, quebra do sigilo (pois permite identificação dos pacientes) e dificuldade de socialização Ministério da Saúde. Terapia Anti-Retroviral em Adultos infectados pelo HIV , 2008. Aumento das circunferências da cintura e do quadril Acúmulo de gordura abdominal Mudanças na face com perda de gordura lateral Aumento da gordura dorso cervical Aumento de peso Nas mulheres: aumento das mamas e diminuição nas coxas Aumento do colesterol total, LDL, TGR e diabetes tipo 2 Implicações da Lipodistrofia e Acúmulo de gordura em adultos infectados por HIV autoestima Repercussões sociais negativas Impacto desfavorável na adesão do tratamento As alterações anatômicas Tendem a afetar o funcionamento musculoesquelético Ministério da Saúde. Terapia Anti-Retroviral em Adultos infectados pelo HIV , 2008. Consequências da Lipodistrofia e Acúmulo de gordura em adultos infectados por HIV IPs podem inibir formação óssea: - estimulando a atividade osteoclástica - inibindo a atividade osteoblástica Quando necessário, tratar ambas condições, recomenda-se, sempre que possível, iniciar o tratamento antirretroviral, buscando melhorar o estado imunológico antes do início do tratamento quimioterápico Osteoporose Neoplasias em HIV e AIDS Condição definidora de AIDS, independente da contagem de linfócitos T CD4+ Câncer raro que acomete o tecido conjuntivo SARCOMA DE KAPOSI DIETOTERAPIA DIETOTERAPIA EM HIV/ AIDS Intervenções nutricionais com objetivo de manter o peso corporal devem ser implementadas na assistência nutricional de pessoas infectadas com HIV e em tratamento com drogas antirretrovirais. DITEN, 2011 OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA Prevenir perda ponderal e recuperar o estado nutricional Preservar massa corporal magra Fornecer quantidade adequada de nutrientes Contribuir para a eficácia da terapia medicamentosa Auxiliar no alívio dos sintomas e nas complicações Promover educação nutricional em todas as fases da doença Contribuir para uma melhor qualidade de vida TERAPIA NUTRICIONAL Paciente Avaliação do estado nutricional Macro e micronu- trientes Terapia medica- mentosa Aconselha- mento nutricional Necessi- dades de energia TERAPIA NUTRICIONAL Avaliação do estado nutricional História Clínica Exame físico Avaliação antropométrica Bioimpedância elétrica Avaliação bioquímica Avaliação do consumo alimentar Macro e micronu- trientes Necessi- dades de energia Recomendações de energia (maior gasto calórico – varia de acordo com o estágio da doença, presença de infecções oportunistas) Recomendações de macronutrientes Recomendações de micronutrientes TERAPIA NUTRICIONAL Necessi- dades de energia Cálculo das necessidades energéticas Necessidade energética = TMB x Fator Atividade (FA) x Fator Injúria (FI) x Fator Térmico (FT) TMB: Harris & Benedict (1919) Homens: 66,5 + (13,75 x P) + (5 x E) – (6,77 x I) Mulheres: 655,1 + (9,65 x P) + (1,85 x E) – (4,68 x I) Fator atividade (FA): Acamado = 1,2 Acamado + móvel = 1,2 Ambulante = 1,3 Fator Térmico (FT): 38 ºC = 1,1 39 ºC = 1,2 40 ºC = 1,3 Fator injúria (FI): AIDS = 1,4 TERAPIA NUTRICIONAL Necessi- dades de energia Estágio Energia Estágio – assintomático, peso estável 30 a 35 kcal/kg de peso atual/dia Estágio – sintomático com complicações do HIV, necessidade de ganho de peso 40 kcal/kg de peso atual/dia Estágio – infecções oportunistas e/ou AIDS (CD4 < 200 céls/mm³) 40 a 50 kcal/kg de peso/dia Estágio – com desnutrição grave Iniciar com 20 kcal/kg de peso atual/dia, aumentando gradativamente para evitar a síndrome da realimentação Obesidade 20 a 25 kcal/kg de peso atual/dia Kcal/ kg de peso atual TERAPIA NUTRICIONAL Macro e micronu- trientes Estágio Necessidades de PTN Estágio – assintomático, peso estável 1,1 a 1,5 g/kg de peso atual (1,2g/kg de peso atual) DITEN, 2011 Estágio – sintomático com complicações do HIV, necessidade de ganho de peso 1,5 a 2,0 g/kg de peso atual (1,5g/kg de peso atual) DITEN, 2011 Estágio – infecções oportunistas e/ou AIDS (CD4 < 200 céls/mm³) 2 a 2,5 g/kg de peso atual Estágio – com desnutrição grave Aumentar a oferta gradativamente, conforme a evolução das calorias Obesidade Utilizar o peso ajustado para o cálculo das necessidades proteicas PTN TERAPIA NUTRICIONAL Macro e micronu- trientes C H O45 a 65% do VET F ib ra s25 a 30g/dia LI P20 a 35% do VET Lí q u id o s 30 a 35 mL/kg de peso Paciente com má absorção • Dieta com TCM Paciente com diarreia • Dieta isenta de lactose Vitamina A: 2 a 4 vezes a RDA Vitamina E: 15 – 800 UI Vitamina C: 1.000 mg Tiamina: 5 vezes a RDA Riboflavina: 5 vezes a RDA Vitamina B6: 2 vezes a RDA Zinco: 1,3 vezes a RDA ➢ seguir as DRIs Deficiência de vit A e B12 – ↓ contagem linfócitos CD4+ Há necessidades especiais de micronutrientes: vitaminas A, B12, C, E. Zinco, Selênio < 100% DRI´s TERAPIA NUTRICIONAL Orientações gerais ✓Evitar alimentos com risco de infecções: latas, prazo de validade, pasteurização, utensílios de plástico, condições higiênico-sanitárias, armazenamento ✓Alimentosbem cozidos e crus higienizados ✓Água filtrada Alterações orais Náuseas, vômitos, diarréia DITEN, 2011 RECOMENDAÇÕES DIETOTERÁPICAS Ainda falta evidência clínica conclusiva quanto aos benefícios da utilização de fórmulas especializadas para o paciente com HIV/AIDS, entretanto estudos demonstram que a suplementação oral contendo ácidos graxos ômega-3 por três meses é tolerada e resulta em ganho de peso corporal e aumento da contagem de células CD4 de pacientes infectados pelo HIV. Nicotinato de cromo (400 mg/dia) Dieta (25% lipídio, fibra > 40 g/dia, baixo índice glicêmico) + ômega 3 (3 g/dia) ômega 3 (3 g/dia Equiparar os grupos com dieta da American Heart Associationa por 4 semanas e depois ômega 3 (6 g/dia) Equiparar os grupos com orientação nutricional segundo National Heart Foundation Guidelines por 6 semanas, depois ômega 3 (9 g/dia) ômega 3 (3 g/dia) Mudança de estilo de vida; Orientação nutricional (segundo NCEPIII+ DDP+ AACEb e dietac+ exercício físico DITEN, 2011 RECOMENDAÇÕES DIETOTERÁPICAS A dieta livre de glúten e de lactose parece melhorar a diarreia infecciosa em pacientes infectados pelo vírus HIV; dietas com baixo teor de gordura ou exercício físico podem resultar na perda de tecido adiposo e, portanto, devem ser indicados como prevenção nos pacientes com lipodistrofia; a TN associada à atividade física promove significante alteração na composição corporal e pode ser usada de forma complementar nos pacientes com HIV sob terapia com HAART; TERAPIA NUTRICIONAL Terapia medica- mentosa Algumas situações: Necessário optar por uso de estimulantes do apetite, anabolizantes ou inibidores de citocinas concomitante à terapia nutricional Na presença de desnutrição Na presença de diarreia Suplementos Nutricionais 30g/dia melhora a diarreia PEDIATRIA: LACTENTES: Suplementos Nutricionais QUANDO USAR A TERAPIA ENTERAL A via enteral deve ser considerada sempre que a alimentação oral estiver insuficiente. A nutrição parenteral (NP) está indicada na falência da via enteral, como em casos de diarreia intratável, obstrução intestinal e/ou vômitos incoercíveis. No entanto, o uso de NP em pacientes HIV+ deve ser monitorado com cuidado. A TE está indicada quando o paciente apresenta significante perda de peso (>5% em três meses) ou depleção da MCC (>5% em três meses). A TE deve ser também considerada em pacientes com IMC < 18 kg/m2 . TERAPIA NUTRICIONAL Educação nutricional - Importância e princípios da alimentação saudável - Segurança higiênico sanitária da água e dos alimentos - Manejo nos sintomas clínicos e efeitos adversos de medicações - Manejo nutricional de comorbidades dislipidemias, diabete, osteoporose, etc. - Interação droga-nutriente - Importância de hábitos de vida saudáveis Aconselha- mento nutricional Aconselha- mento nutricional Alimentação e Nutrição 2006 para Pessoas que Vivem com HIV e Aids Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Secretaria de Atenção à Saúde O objetivo desta publicação é trazer informação sobre alimentação e nutrição para as pessoas vivendo com HIV e AIDS (PVHA), que auxilie no seu dia-a-dia, trazendo orientações sobre práticas alimentares mais saudáveis, como se alimentar em situações especiais, cuidar melhor da higiene e segurança alimentar, aproveitando melhor os alimentos. Até hoje apenas 3 casos são considerados como cura erradicativa da AIDS em todo o mundo. (1 Inglaterra e 2 Alemanha). Nos três casos, os pacientes, também vítimas de leucemia, receberam um transplante de medula óssea de doadores que não produzem uma determinada proteína, cuja presença no sangue é necessária para que o HIV possa se reproduzir. O estudo brasileiro é, portanto, o primeiro a lograr êxito somente com tratamento medicamentoso, sem transplante de medula. 2020 CAMPANHAS ESTUDO DE CASO Paciente do sexo masculino, 26 anos, de cor preta, solteiro, deu entrada no hospital para investigação de lesões cutâneas nos pés e nas mãos, alopecia, febre não aferida, artralgia e perda ponderal de 8 Kg no último ano. O paciente referiu diagnóstico de hepatite B e infecção pelo HIV há três anos, além de história pregressa de gonorreia tratada há quatro anos. Há seis meses foi investigado no ambulatório de dermatologia para sífilis e hanseníase. Foi submetido aos testes de VDRL e fluorescent treponemal antibody absorbed (FTA-Abs), ambos negativos, baciloscopia para hanseníase negativa e contagem de linfócitos T CD4+ de 600 células/mm3. Exame físico da internação mostrava um paciente emagrecido, hipocorado, febril, com hiperemia conjuntival, leucoplasia pilosa, alopecia, madarose, queda difusa dos pelos, lesão exulcerada na narina esquerda e lesões ertitemato-descamativas na fronte, nariz, mento e pavilhões auriculares. Os exames laboratoriais realizados na internação mostraram hemoglobina 7,7g%, hematócrito 22,8%, leucócitos 4400/mm3 (47,1% de granulócitos, 46,6% de linfócitos e 6,3% de monócitos), proteína C reativa 24%, VHS 135mm; FAN, látex e fator reumatóide negativos; VDRL 1:1024 e FTA-Abs positivo. O resultado da prova tuberculínica foi 0 mm. O paciente foi tratado com penicilina G cristalina 20 milhões UI/dia, intravenosa, por duas semanas, seguido por três doses de penicilina G benzatina 2,4 milhões UI, intramuscular, com intervalos semanais. Os dados antropométricos mostram 1,65m de altura, pesando 45kg, CB 22cm, CC 64cm. ESTUDO DE CASO 1. Fazer o diagnóstico nutricional do paciente. 2. Qual a melhor conduta nutricional para o paciente? 3. Calcular o Gasto energético e quantidade de Proteína? 4. Qual o tipo de dieta deve ser utilizada, levando em consideração a consistência da dieta? 5. Será necessário o uso de suplemento alimentar ? Se sim, quais os mais indicados? ESTUDO DE CASO VALORES DE REFERÊNCIA hemoglobina 7,7g/dL 13 - 18 hematócrito 22,8% 39 - 54 leucócitos 4400/mm³ 4.000 – 10.000 neutrófilos 47,1% 54 - 62 linfócitos 46,6% 20 - 36 monócitos 6,3% 3 - 10 PCR 24mg/dL <10 VHS 135mm ATÉ 20mm VDRL 1:1024 >1:16 → sífilis INDICATIVO DE INFECÇÃO BACTERIANA, VIRAL... INDICATIVO DE ANEMIA DEPRESSÃO DO SISTEMA IMUNE Alguma Pergunta?? CONTATOS: liannacavalcante@hotmail.com @liannacavalcante 85 9 9774-3195 mailto:liannacavalcante@hotmail.com REFERÊNCIAS Coppini LZC, Jesus RP Terapia Nutricional na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS). Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral Associação Brasileira de Nutrologia. DITEN, 2011. Boletim Epidemiológico Especial Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde. Dez. 2020 Ministério da Saúde, 2008. Recomendações para Terapia Anti-retroviral em Adultos Infectados pelo HIV: 2008/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. 7a Ed. – Brasília. Ministério da Saúde 2010. Recomendações para terapia antirretroviral em adultos infectados pelo HIV – 2008. Suplemento III - Tratamento e prevenção/Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Eb. Brasilia.
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