Consulta de enfermagem puericultura

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Consulta de enfermagem: puericultura
O QUE É?
A Puericultura pode ser chamada de Pediatria Preventiva e tem como função manter a criança sadia atingido futuramente seu alvo que é um “adulto perfeito”: fisicamente sadio, psiquicamente equilibrado e socialmente útil;
OBJETIVO
- Acolher a todas as crianças de 0 a 6 anos, dando assistência de forma integrada. Acompanhando o processo de crescimento e desenvolvimento, monitorando os fatores de risco ao nascer e evolutivo, garantindo assim um atendimento de qualidade; ​
- Promover a saúde da criança e acompanhar seu desenvolvimento, vacinação e dar orientações às mães sobre higiene, alimentação entre outras;​
- Identificar doenças ou sinais de alarme para tratamento e se necessário dando encaminhamento adequado para crianças;
PASSOS DA CONSULTA
- O profissional de enfermagem recebe a criança e sua mãe, inicia uma conversa e observa o comportamento da criança e da mãe;
- Verifica no prontuário ou ficha de atendimento da criança, informações como condição social e ambiente que moram;​
- Verificar peso, temperatura, estatura e perímetro cefálico;​
- Realizar o exame físico da criança, faz análise das anotações anteriores e faz o registro no cartão da criança;
PUERICULTURA X CALENDÁRIO
- Consulta da 1ª semana de vida, entre o 3º e o 15º dia – visita domiciliar ou ambulatorial (chamada de visita puerperal), para analisar qual parto foi realizado, analisar o estado da mãe, como anda a processo de aleitamento materno, o teste do pezinho, vacinação no bebê caso não tenha sido vacinado na Maternidade; 
- Após a 1ª semana de vida – do 1º mês, aos 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12 meses, 18 meses e 24 meses;
- A partir da consulta dos 24 meses – deve ser realizada uma consulta anual até os 10 anos de idade;
- A partir da consulta dos 24 meses – deve ser realizada uma consulta anual até os 10 anos de idade;
- Os números de consulta propostos pelo MS são: de 15 dias até 12 meses, no mínimo 7 consultas; no segundo ano de idade duas consultas, e do terceiro ano ao décimo somente uma consulta;
 
1ª CONSULTA/ANAMNESE
- Procura-se avaliar principalmente as condições: do nascimento da criança como, tipo de parto, local do paro, peso ao nascer, idade gestacional, intercorrências clinicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados; 
- E os antecedentes familiares como, as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o numero de gestações anteriores e o número de irmãos;
CONSULTA DE ENFERMAGEM
 O profissional de enfermagem deve realizar além do levantamento de dados, o exame físico completo e detalhado do bebê, com as medidas antropométricas (peso, altura, perímetro cefálico, perímetro abdominal, perímetro torácico) e os sinais vitais (FR, FC, PA, temperatura);
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
PESO
- O primeiro passo em relação as medidas antropométricas é o peso da criança;
- Nunca se deve pesar crianças com fraldas, roupas pesadas, segurando objetos, com pulseiras, presilhas ou adereços no cabelo e pescoço;
- Também é fundamental que a superfície onde a balança esteja apoiada seja a mais reta possível e a balança seja calibrada/tarada a cada medida;
- Caso a criança tiver mais que 2 anos e mais que 16 kg, é necessário pesar na balança comum: a mãe se pesa primeiro, depois sobe na balança com o filho e o resultado iremos subtrair o peso inicial da mãe sozinha na balança pelo resultado com a criança, obtendo assim o peso da criança;
 - Temos que observar a idade e qual peso obtemos, avaliando na caderneta da criança e marcando o peso;
- Quando tivermos um resultado na linha verde, ele é satisfatório, já na linha vermelha há uma atenção para baixo peso ou sobrepeso;
- Sempre colocar a data da pesagem e escrever o peso, não somente marcar no gráfico;
ESTATURA
- É a medida fiel do crescimento da criança. A desnutrição é retratada com a “medição da altura da criança, ou seja, uma lentidão no crescimento da criança pode indicar um início de desnutrição”.
 
- Temos que ter muito cuidado com o joelho, para que ele esteja reto para não interferir do resultado da medição;
 
- Ou a criança vai permanecer na mesma altura, ou vai aumentar, nunca diminuir;
PERÍMETRO CEFÁLICO
- Observar parada brusca do aumento do PC ou aumento exagerado para detectar precocemente qualquer anormalidade;
- PC muito elevado: hidrocefalia, raquitismo, hipotiroidismo, desnutrição, síndrome de Down, síndrome de trissomia do 18;
- PC muito pequeno: microcefalia, deficiência do hormônio do crescimento;
- Ao nascer a criança tem em média, um PC igual a 35 cm, o que é 2cm maior que o tórax; 
- Seguindo a técnica da medida: pôr a fita na região occipital e trazer até a testa da criança;
- A regra da medida do PC de 0 a 12 meses: 3 meses (+5cm), 6 meses (+5cm), 9 meses (+2cm), 12 meses (+1cm);
- Estimativa do PC: aos 12 meses (47 cm), aos 18 meses (48cm), aos 2 anos (49mc), aos 13 anos (50cm), idade adulta (57 cm);
 
PERÍMETRO TORÁCICO 
- Há uma relação entre o perímetro torácico e o cefálico;
- Até os 6 meses: PC é maior que o PT;
- Nos 6 meses: PC=PT;
- Acima dos 6 meses: PC é menor que o PT;
- Deve ser utilizar a técnica correta, usando a linha do mamilo para esta medida;
- Não há gráfico para o período torácico, então o que vai nos nortear é a relação entre o PC e o PT;
PERÍMETRO ABDOMINAL
- O perímetro abdominal é muito importante;
- Os RNs (0 a 28 dias) e lactentes (29 dias a 2 anos) apresentam o abdômen mais saliente comparando com as crianças;
- A indicação do aumento pode ser: edema de parede, gazes, diarreia crônica, ascite, obstrução intestinal e tumores;
OBS: a mensuração da circunferência torácica, abdominal e cefálico, consiste em posicionar a criança em decúbito dorsal, utilizando a fita métrica;
SINAIS VITAIS NA CONSULTA DE PUERICULTURA
- Os dados vitais são verificados rotineiramente como forma de assistir a criança para detectar seu estado geral, são dados que fornecem uma estimativa das condições fisiológicas da criança;
- FR, FC, PA e temperatura;
RESPIRAÇÃO
- É a constatação da frequência (bradipnéia, eupneia e 
taquipnéia), ritmo (regular ou irregular);
- Em RN e lactentes (a respiração é do tipo abdominal).​
- Observa se durante um minuto;
BATIMENTOS CARDÍACOS
​- A verificação deste dado vital pode ser feita através da ausculta do pulso apical, sendo este mais utilizado nos RN. Verificando frequência, ritmo e volume; 
- Material: estetoscópio e os dedos;
 
TEMPERATURA
​- A temperatura normal ada criança, pode sofrer alterações durante o dia de 1 a 2 º c. Podendo ser verificado por via oral, axiliar e retal; 
- A média esperada por esta via é de 36,4ºc;
PRESSÃO ARTERIAL
- A pressão arterial é composta pela PA sistólica, a qual demonstra o estado do coração das artérias e arteríolas, e a PA diastólica grau de resistência dos vasos sanguíneos;
EXAME FISICO COMPLETO 
- Compreende alguns passos importantes: INSPEÇÃO, PALPAÇÃO, AUSCULTA E PERCUSSÃO;
- Deve ser realizado no sentido céfalo caudal;
OBSERVAÇÃO DA APARÊNCIA GERAL
- Condições de higiene;
- Expressão facial;
- O comportamento;
- Desenvolvimento;
- Postura;
PELE
- Devemos verificar: avaliação da cor, textura, turgor, sensibilidades, presença de lesões;
CABEÇA
- Diâmetro do perímetro cefálico, para saber se está do tamanho correto para a idade da criança;
- No couro cabeludo, observar se há sujidade, presença de lesões, hematomas, se está na fase da descamação;
- As fontanelas (são regiões da cabeça de um recém-nascido que não são envolvidas pelos ossos do crânio. Elas se fecham à medida que o bebê cresce e se desenvolve, levando à aproximação dos ossos craniais);
- Fontanela normal: normotensa; Fontanela deprimida: sinal de desidratação; Fontanela abaulada: sinal de aumento da pressão intracraniana (meningite, hematoma subdural, hemorragia IC, tumor);
OLHOS
- Pálpebras: se o mesmo (a) faz uso de prótese palpebral;
- Nódulos e lesões, edema;
- Globo ocular está protuso, exoftalmia ou afundamento, enoftalmia;
- Esclerótica: coloração/icterícia, hemorragia;
- Pupilas:isocóricas ou anisocóricas;
NARIZ
- Observar a forma, tamanho, movimento das asas do nariz, secreções, lesões ou epistaxe;
- Nos seios paranasais devemos realizar a palpação para detectar a hipersensibilidade;
OUVIDO
- Nos ouvidos deve-se observar a forma, higiene, presença de cerume e quantidade, lesões e sinais flogísticos;
- Realizar a palpação na investigação de dor;
BOCA E LÍNGUA
- Na boca, observar a coloração da mucosa oral, hálito, lábios, gengivas, dente, uso de próteses;
- Na língua deve apresentar superfície rugosa, recoberta por papilas e levemente esbranquiçada superfície lisa, hiperemiada;
PESCOÇO
- No pescoço, verificar a mobilidade, simetria, aumento da tireoide, veias jugulares, pulso carotídeo, palpar linfonodos e se apresenta sensibilidade a dor, ou gânglios;
TÓRAX
- Deve-se observar a simetria das mamas, movimentação da caixa torácica;
- Medição do tórax;​
- Realizar a palpação em busca anormalidades;
AUSCULTA CARDÍACA
- Avaliação cardíaca: Pulsos, FC​, caracterizar os sons auscultados quanto ao ritmo, simetria;
AUSCULTA PULMONAR
- Avaliação pulmonar: ​FR​, padrão respiratório​, amplitude da respiração;
ABDÔMEN
- Inspeção = forma abdominal, cicatriz umbilical, podem aparecer hernias umbilicais, etc.; ​
- Palpação = hipersensibilidade/dor, contorno de órgãos (fígado e baço- estão palpáveis em casos normais), se está globoso, normal;
- Percussão = predomínio de sons timpânicos, exceto em regiões onde tenham órgãos como fígado, baço ou vísceras preenchidas por fezes e líquidos; ​
- Ausculta: verificar a presença dos ruídos hidroaéreos (de 5 a 35/min), se estão aumentados, diminuídos ou se não há ruídos (íleo paralítico);
GENITÁLIAS E RETO
MASCULINA​
- Investigar as características da diurese;
- Condições da retração do prepúcio;
- Localização e perfuração do meato urinário;​
- Testículos, observar se há apresentação dos dois;
- Observar anormalidade presentes, sinais de irritações alérgicas, leucorreia, sangramento e fissuras no reto;
FEMININA​
- Investigar as características da diurese;
- Meato urinário e introito vaginal;
- Observar anormalidade presentes, sinais de irritações alérgicas, leucorreia, sangramento e fissuras no reto;
MEMBROS INFERIORES E SUPERIORES
Extremidades: verificação de pulsos (MSs e MIs bilateralmente), integridade da pele (leões, curativos), mobilidade, perfusão, temperatura, presença de dispositivos intravenosos (gotejamento e composição da medicação infundida), uso de próteses ou órteses;
MANOBRAS
- Logo depois da realização do exame físico, iremos realizar algumas manobras com a criança para observar a força motora/muscular e a sucção;
- Verificar se a criança possui estímulos de marcha, colocando a em pé;
- Verificar o estimulo de sucção, no momento da amamentação, quando chupam o dedo ou chupeta;
- Manobra de Tobler para avaliar a flexão dos membros: seguro pelos pés, cabeça para baixo e vê se assim a flexão dos membros;  
 COTO UMBILICAL 
- Presença de secreção, odores e vermelhidão local devem ser observados, pois pode haver crescimento bacteriano;
- Limpeza: cotonete embebido em álcool à 70%, fazendo movimentos circulares em toda a volta do coto, não usar cotonete ou algodão seco por causa dos fiapos;
- Após o banho e a cada troca de fralda, caso a mãe perceba umidade, secreção ou presença de sangue no local;​
- Manter descoberto, seco e arejado assim, mais rápido será o processo de cicatrização;​
BANHO
- Proporciona proteção à pele contra doenças, estimula a circulação sanguínea e sensação de bem-estar;
- Desenvolver a estimulação durante o banho – acariciar, conversar, cantar, fazer movimentos ativos nos membros;
- Horário: de preferência no mesmo horário para que a criança se habitue com a rotina de cuidados;
- Rotina da casa, estação do ano e costumes. Horário mais quente do dia;
- Sabonete glicerinado;
HIGIENE BUCAL
- Desde o nascimento, devemos orientar a higienização de sua cavidade bucal, passando suavemente uma gaze embebida em água filtrada sobre seus roletes gengivais e vestíbulo;
- Remoção de resíduos provenientes da amamentação;
- Massagem das gengivas;
BANHO DE SOL
- O sol é um importante fator para propiciar boa saúde para as crianças;
- O excesso de sol poderá por sua vez ser um grave malefício para a criança. Os raios solares são importantes para o aproveitamento da vitamina D existente na pele, evitando o aparecimento das carências como o raquitismo;
- O sol em excesso poderá acarretar queimaduras, facilitar o aparecimento de câncer de pele e também em alguns casos provocar uma baixa da resistência imunitária da criança;
SONO
- O sono diurno e noturno se desenrola em ciclos de cerca de duas horas cada um;
- A criança dorme tantos ciclos de duas horas quanto necessários para seu organismo recuperar-se;
- A noradrenalina é o hormônio do despertar. A serotonina é o hormônio do sono. A acetilcolina é o hormônio dos sonhos;
- O papel do sono e o de garantir o equilíbrio físico e mental da criança;
TROCA DE FRALDAS
- O objetivo deve ser o de manter o bebê o mais seco e confortável possível. Recomende que nunca deixe o bebê sozinho;
- Troca de fralda de meninas: limpar de frente para trás, evitando que as fezes entrem em contato com o órgão genital;
- Lembre que é normal se houver uma pequena secreção ou até mesmo sangue nos primeiros dias;
- Troca de fraldas de menino: se o bebê não é circuncidado, recomende que não se puxe o prepúcio para baixo para limpar;
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA À CRIANÇA SAUDÁVEL​
- Realizar consulta de enfermagem;
- Realizar visitas domiciliares nos primeiros sete dias de vida do recém-nascido e quando necessário;
- Realizar busca de faltosos​
- Orientar, treinar e supervisionar os auxiliares de enfermagem em suas atividades relacionadas à saúde da criança;
- Definir atribuições e delegar tarefas para a equipe de enfermagem;
- Promover a integração da equipe no desenvolvimento das atividades;
- Promover atividades educativas na UBS e na comunidade tanto individual quanto coletiva;
- Promover acompanhamento e orientação sobre aleitamento materno;​
- Marcar os dados antropométricos no gráfico de crescimento (após mensuração e pesagem em consulta), ensinando as mães como interpretá-los e informar sobre a importância dos mesmos;
- Agendar, orientar e executar a vacinação das crianças;
- Prescrever as dietas alimentares, quando necessário, e orientar as mães quanto ao seu preparo e oferta às crianças;
- Prescrever medicamentos básicos, conforme a lei do exercício profissional (Lei 7498), aprovados pela secretaria de saúde, conforme em anexo n.º 7.5.4;
- Orientar os familiares das crianças e auxiliares de enfermagem quanto às prescrições;
“São fundamentais a utilização e o adequado preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança para o registro das principais informações de saúde da criança (Caderneta de Saúde da Criança).”
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 Fazer a solicitação de exames, estabelecidos pela secretaria de saúde, quando necessário.​
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