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DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO 
Resolução do Caso: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA 
PÚBLICA DE MANAUS DO ESTADO DO AMAZONAS 
 
Carvajal Indústria de Cosméticos Ltda, pessoa jurídica de direito privado, 
devidamente inscrita no CNPJ sob o nº 26930500000025, situada, à época dos 
fatos, em Manaus-AM, através de sua proprietária Talita Carvajal, inscrita no CPF 
123456789-10 por meio de sua advogada e bastante procuradora, que esta 
subscreve Carla Martins De Oliveira, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, com fundamento no artigos 38 da Lei 6.830/80, 319 e 300, ambos do 
Código de Processo Civil/2015, propor a presente 
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL COM PEDIDO DE TUTELA 
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA, de rito ordinário, em face do Estado 
do Amazonas, Pessoa Jurídica de Direito Público, inscrita no CNPJ nº 
00000000000100, com sede em Manaus-AM pelos motivos de fato e de direito a 
seguir aduzidos: 
1 – DOS FATOS 
Na data de 23/10/2019, a Autora fora surpreendida com Auto de Infração 
Alegou a autoridade coatora que a empresa Carvajal Indústria de Cosméticos Ltda., 
sediada em Manaus-AM, a qual industrializa perfumes exclusivamente para 
exportação. A Procuradoria da Fazenda Nacional do Amazonas, notificou a 
empresa para pagar ou impugnar a cobrança de IPI em outubro de 2019, mas nada 
foi feito pelo contribuinte. A empresa solicitou a Certidão Negativa de Débitos à 
Secretaria da Receita Federal do Brasil, diante da necessidade de apresentar o 
documento para a obtenção do financiamento emergencial do BNDES junto ao 
enfrentamento da crise pandêmica sofrida no Brasil que tem gerado 
enfraquecimento nas finanças da empresa supracitada. Salienta-se que, caso o 
investimento não seja realizado, metade dos funcionários precisará ser 
dispensada. E, ainda, que a cliente não concorda com a cobrança indevida de IPI 
haja vista a isenção desse pagamento diante da imunidade tributária adquirida 
previstas na Constituição Federal. 
2 – DO DIREITO 
Segundo o que versa o Art. 153, § 3º, III da Constituição Federal, a instituição de 
impostos sobre produtos industrializados só será permitida na hipótese do 
produto ser comercializado dentro do país. Deste modo, levando-se em 
consideração que os produtos fabricados pela empresa doravante mencionada são 
destinados a exportação, nota-se a cobrança do IPI é expressamente indevida por 
parte dessa douta Procuradoria da Fazenda Nacional do Amazonas, haja vista, que 
não há de se falar em cobrança de uma dívida que a lei isenta. Do ponto de vista 
específico, as indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus, gozam de 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11730849/artigo-38-da-lei-n-6830-de-outubro-de-2010
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109854/lei-de-execução-fiscal-lei-6830-80
imunidades constitucionais previstas e isenções legais instituídas pelo Decreto-Lei 
nº 3.173 de 1957 e revogada pelo Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967 
no seu Art. 5º. Segundo tais decretos, “a exportação de mercadorias da Zona Franca 
para o estrangeiro, qualquer que seja sua origem, está isenta do imposto de 
exportação”. Desse modo, pode-se entender que ao desrespeitar uma imunidade 
tributária, há um ato inconstitucional por parte deste órgão federativo. Portanto, 
não cabe a cobrança tributária diante das imunidades já garantidas pela 
constituição. Pelos fatos expostos e as provas apresentadas pela autora anexado a 
este pedido, haja vista as prerrogativas constitucionais e, fato comprovado pelos 
livros de exportação, o caráter exclusivo de exportação de produtos vinculados a 
empresa mencionada, solicita a autora a Anulação do Débito Fiscal diante dos 
dispositivos legais bem como a viabilidade da Tutela Provisória de Urgência 
Antecipada. 
 
3 – DA CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA 
 
O Novo Código de Processo Civil prevê a possibilidade da concessão da tutela 
provisória de urgência, nos termos do artigo 300, CPC /2015: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo do dano. 
§ 1º. Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir 
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa 
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente 
hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação 
prévia. 
§ 3º, A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Diante da probabilidade do direito e o perigo de dano, fumus boni iuris e o 
periculum in mora, que são os riscos que possivelmente a Autora enfrentará caso o 
financiamento não seja aprovado diante da cobrança indevida de tributos por essa 
douta Procuradoria, torna-se necessária a concessão da referida tutela. Não resta 
dúvidas da existência da violação do direito constitucional, nos termos dos artigos 
5º, XXII e 170 da CF. O perigo de dano irreparável ou de difícil reparação se 
justifica pelos prejuízos que a cobrança indevida trarão para a Autora, se não 
forem liberados imediatamente, pois a mesma precisa destes para finalizar o 
processo de solicitação da Certidão Negativa de Débitos à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil, para apresentar o referido documento ao BNDES que atestem a 
inexistência de qualquer dívida com vistas à obtenção do financiamento 
emergencial no enfrentamento da crise do Coronavírus. Presentes os requisitos do 
artigo 300, CPC/2015, a prova inequívoca, a verossimilhança das alegações e o 
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, a Autora é merecedora da 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
concessão da Tutela Provisória de Urgência Antecipada, a fim de assegurar a 
garantia do emprego e renda dos seus funcionários. 
Posto isso, uma vez evidente a presença dos requisitos autorizadores da tutela, 
espera-se a concessão da mesma evitando assim que o Autor sofra prejuízos e 
arque com a carga tributária cobrada indevidamente haja vista os pressupostos 
constitucionais já mencionados anteriormente. 
 
5 – DO PEDIDO 
Ante ao exposto, requer: 
a) A antecipação dos efeitos da tutela de urgência, pois presentes estão os 
requisitos do art. 300, CPC/2015, a fim de assegurar a obtenção da solicitação da 
Certidão Negativa de Débitos para o pleito do financiamento junto ao BNDES e 
suspender a exigibilidade do crédito tributário, à luz do artigo 151, V, do CTN.; 
b) Seja julgada procedente a ação anulatória de débito fiscal/pedido, a fim de 
anular o auto de infração eivado de ilegalidade e liberar as cobranças indevidas 
constitucionalmente comprovadas; 
c) A condenação da Ré a pagamento das custas processuais e honorários 
advocatícios. 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento 
 17 de junho de 2020. 
 
Carla Martins De Oliveira 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11730849/artigo-38-da-lei-n-6830-
de-outubro-de-2010 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10669243/inciso-iii-do-paragrafo-3-
do-artigo-153-da-constituicao-federal-de-1988 
Material de apoia curso direito tributário IBMR 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11730849/artigo-38-da-lei-n-6830-de-outubro-de-2010
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11730849/artigo-38-da-lei-n-6830-de-outubro-de-2010
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10669243/inciso-iii-do-paragrafo-3-do-artigo-153-da-constituicao-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10669243/inciso-iii-do-paragrafo-3-do-artigo-153-da-constituicao-federal-de-1988

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