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aprendizagem, autismo e técnico ( pós graduação)

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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
APRENDIZAGEM, AUTISMO E TÉCNICAS 
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APRENDIZAGEM, 
AUTISMO E TÉCNICAS 
 
 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
APRENDIZAGEM, AUTISMO E TÉCNICAS 
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SUMÁRIO 
 
 
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS AUTISTAS ............................. 3 
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO ................................................. 4 
COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE 
CRIANÇAS AUTISTAS? ............................................................................................. 8 
APRENDIZAGEM E AUTISMO ................................................................................. 15 
EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM AUTISMO .............................................................. 34 
Estratégias de ensino ................................................................................................ 40 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
APRENDIZAGEM, AUTISMO E TÉCNICAS 
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O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS AUTISTAS 
 
http://entendendoautismo.com.br/artigo/como-e-o-comportamento-da-crianca-autista/ 
Há mais de seis décadas o autismo infantil vem sendo estudado 
cientificamente. Já existiram muitos questionamentos e hipóteses sobre a origem do 
autismo, uma delas era a de que os pais poderiam ser culpados pelo extremo 
isolamento da criança, mas um artigo publicado em 1943, pelo psiquiatra Leo Kanner 
absorve publicamente os pais de serem a causa do desenvolvimento da Síndrome 
Autística em seus filhos. Ele continuou a ocupar-se de crianças com autismo por muito 
tempo, por isso voltou a sua primeira hipótese de que o autismo é um distúrbio do 
desenvolvimento. 
Grande parte da população brasileira ainda o desconhece, apesar de estar 
sendo bem mais divulgado pela mídia. No Brasil, não há nenhum estudo sobre o 
número de autistas e o diagnóstico quase sempre é demorado, pois percorre um longo 
caminho: da família ao pediatra, do pediatra ao fonoaudiólogo ou fisioterapeuta, 
depois passa para o neurologista ou psiquiatra, psicoterapeuta etc., quando há 
diagnóstico, pois é muito complexo, devido às várias características que o autismo 
possui. 
 
 
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APRENDIZAGEM, AUTISMO E TÉCNICAS 
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As condutas auto-estimulatórias e auto-agressivas externadas por crianças 
autistas atraem a atenção das pessoas, despertando temor e desconfiança. É um 
grande desafio para pais, professores e sociedade conviver com as diferenças e 
buscar encontrar maneiras de intervir eficazmente na aprendizagem de tais crianças. 
A participação da família é de fundamental importância e grande parte do sucesso no 
processo de aprendizagem depende disso. 
Os procedimentos utilizados para a aprendizagem das crianças autistas devem 
ser conhecidos e compartilhados pelos pais, para que estes possam orientar e ajudar 
seus filhos no processo educativo. 
 
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO AUTISMO 
 
 Autismo é um conceito novo. Por ainda não ter uma causa específica definida, 
é chamado de Síndrome (conjunto de sintomas) e como em qualquer síndrome o grau 
de comprometimento pode variar do mais severo ao mais brando e atinge todas as 
classes sociais, em todo o mundo. Em 1943, o psiquiatra Leo Kanner, publicou um 
artigo no qual descrevia uma síndrome “rara” caracterizada por uma série de sintomas, 
a qual chamou autismo. Nessa época o diagnóstico se baseava no que até hoje 
consideramos os três pilares do autismo: deficiência no desenvolvimento da 
linguagem, interação social pobre e interesses e movimentos repetitivos. 
(NOGUEIRA, 2007). 
Em 1944, Hans Asperger, um médico também austríaco escreve outro artigo 
com o título Psicopatologia Autística da Infância, descrevendo crianças bastante 
semelhantes descritas por Kanner. Atribui-se tanto a Kanner como a Asperger a 
identificação do autismo, sendo que por vezes encontramos seus estudos associados 
 
 
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a distúrbios ligeiramente diferentes. 
Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito 
precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por 
desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação. 
(MELLO, 2007, p. 16). 
Para Suplino (2005), o autismo é um problema neurobiológico que se manifesta 
normalmente em crianças antes dos dois anos e meio de idade e quanto à prevalência 
é mais comum em meninos que em meninas. As crianças se mostram aparentemente 
indiferentes ou, até mesmo, avessas a demonstrações de afeto e ao contato físico, 
embora às vezes surja mais tarde uma ligação mais estreita com pais ou certos 
adultos. O desenvolvimento da fala nessas crianças é lento e anormal, senão ausente, 
caracterizando-se pela repetição daquilo que é dito por terceiros ou pela substituição 
das palavras por sons. 
 
O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), diagnóstico 
totalmente diferenciado de um quadro psicótico, passou a classificar esta condição 
com uma síndrome e referir se à mesma como Autismo Infantil Precoce, ela apresenta 
as principais dificuldades de contato com pessoa, desejo obsessivo de manter as 
situações sem alterações, ligação especial com objetos. (SUPLINO, 2005, p.16). 
De acordo com Nogueira (2007), a maioria dos autistas tem a aparência física 
de uma criança normal, porém o comportamento é diferente. Reconhecer o autismo é 
difícil até para médicos, pois ele não é uma doença. A psiquiatria moderna o define 
como um distúrbio do desenvolvimento. 
Em seu livro, Melo apresenta alguns sintomas que são fundamentais para 
identificar uma criança com autismo: Usa as pessoas como ferramenta, resiste à 
 
 
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mudança de rotina, não se mistura com outras crianças, não mantém contato visual, 
age como se fosse surdo, resiste ao aprendizado, apresenta apego não apropriado a 
objetos, não demonstra medo de perigos, gira objetos de maneira bizarra e peculiar, 
apresenta risos e movimentos não apropriados, resiste ao contato físico, acentuada 
hiperatividade física, ás vezes é agressivo e destrutivo, apresenta modo e 
comportamento indiferente e arredio. (MELO, 2007, p.72). 
Atualmente o autismo vem sendo bem mais divulgado, o número de casos 
diagnosticados vem crescendo e acontecendo em idades cada vez mais precoces, 
porém ele ainda surpreende, devido à diversidade de sintomas que pode apresentar. 
A criança apresenta falta de reação a sons e dor, incapacidade de reconhecer situação 
de perigo, dificuldade de se relacionar, problemas de linguagem e alterações de 
comportamento. Geralmente a criança autista apresenta aparência normal e ao 
mesmo tempo um perfil de desenvolvimento irregular. 
O autismo, intriga e angustia as famílias nas quais se impõe, pois a pessoa 
portadora de autismo, geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo 
um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas 
enquanto outras se encontram bastante comprometidas. (MELLO, 2007, p. 12). 
Os autistas têm dificuldades de comunicação e interação social, normalmente 
são agitados, não gostam de sair da rotina. Não conseguem olhar nos olhos de outras 
pessoas e demoram a começar a falar, isso quando falam. Segundo o neurologistaJosé Salomão Shchwartzman, mais de 70% dos casos não são diagnosticados, pois 
os pediatras não sabem diagnosticar. 
Quando o diagnóstico chega, algumas famílias não querem aceitar que o filho 
tem um sério comprometimento individual, e procuram ajuda em diversos lugares, 
outras preferem não querer enxergar que o filho é autista. Existem alguns passos 
 
 
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indicados pela AMA – Associação de Amigos do Autista, que os pais ao receberem o 
diagnóstico de autismo devem seguir para lidar da melhor maneira possível com esse 
transtorno. 
A experiência da AMA que é uma experiência de pais e de educadores de 
pessoas com autismo, constatou a importância de três caminhos a serem 
conscientemente buscados pelas famílias que se deparam com a questão do autismo 
em suas vidas: Conhecer a questão do autismo. Admitir a questão do autismo. Buscar 
apoio de um grupo de pessoas que estejam envolvidas com a mesma questão e que 
procuram conviver com ela da melhor maneira possível. (MELLO, 2007, p. 14). 
As famílias ao receberem o diagnóstico de autismo, devem primeiramente fazer 
pesquisas, com o intuito de conhecer e entender esse transtorno. Na maioria dos 
casos as pessoas ao descobrirem que seu familiar é autista não aceitam essa 
condição, porém é importante que a família admita a questão do autismo e procure 
ajuda através pessoas que passam pela mesma situação. Dessa forma elas poderão 
se sentir mais capazes e preparadas para enfrentar e conviver com o autismo. 
É importante ressaltar que estes distúrbios estão freqüentemente associados a 
várias outras condições. Os atrasos do desenvolvimento são comuns nas áreas de 
habilidades intelectuais e na maioria dos casos há uma associação à deficiência 
mental. (SUPLINO, 2005, p.17) 
As crianças autistas na maioria dos casos têm uma síndrome associada. Elas 
podem apresentar epilepsia, síndrome de down, cegueira, surdez, esquizofrenia e até 
mesmo retardo mental, porém praticamente todas conseguem aprender atividades 
básicas do cotidiano. 
 
 
 
 
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COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS 
AUTISTAS? 
 
Com base em Carothers e Taylor (2004), o objetivo da educação de uma 
criança autista é o de aumentar sua independência, a fim de proporcionar mais 
segurança ao executar tarefas do cotidiano, além de melhorar a qualidade de vida da 
criança e de seus familiares. 
Os dois ambientes fundamentais onde acontece o aprendizado são na escola 
e em casa. É melhor ensinar as habilidades para o dia a dia no ambiente natural, 
porém isso nem sempre é possível. Fazer tarefas simples do dia a dia, como comer 
sozinho, usar o banheiro, escovar os dentes, para eles fazem muita diferença na 
qualidade de vida. 
É importante que os pais trabalhem pela independência de seu filho. É preciso 
que incentive a criança a se vestir sozinha, se servir, comer, beber e assim por diante. 
Com esses estímulos a criança sente a necessidade de falar desenvolvendo sua 
oralidade. Isto deve ser feito com calma, levando em consideração que o 
desenvolvimento da criança com autismo é lento, lembrando sempre de elogiar cada 
avanço alcançado. 
A participação dos pais é muito importante no processo de aprendizagem da 
criança e são eles responsáveis por grande parte da aprendizagem do filho, bem como 
do incentivo ao convívio social. Os pais devem fazer passeios com seus filhos, 
preferencialmente em lugares públicos, onde as crianças possam brincar livremente, 
caminhar e ter contato com outras crianças. É importante que toda atividade seja 
planejada anteriormente, e que os pais estejam certos de que terão a situação sob 
controle para não serem surpreendidos por imprevistos. 
 
 
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A criança autista tende a fixar rotinas, isso pode ser utilizado em favor dela 
mesma. Podem-se organizar rotinas com horários pré-fixados para várias tarefas do 
dia, porém isso deve acontecer de forma natural. Ao mesmo tempo em que a rotina é 
importante, é necessário também levar em consideração que o autista deve aprender 
a aceitar mudanças. Por isso é preciso que os pais e os professores façam pequenas 
mudanças na vida diária da criança, inicialmente uma de cada vez, como por exemplo, 
mudar o caminho de ir á escola ou tentar mudar a carteira onde a criança senta na 
escola. As rotinas não são imutáveis, e isso deve ser mostrado desde cedo para a 
criança. 
De acordo com Carothers e Taylor (2004), existem algumas técnicas que têm 
certa eficácia para a aprendizagem de crianças autistas. São as técnicas de 
aprendizagem que se utilizadas de maneira adequada podem fazer muita diferença 
na vida dessas crianças. 
Modelagem através de gravação de vídeo - Um aluno que já adquiriu uma 
habilidade é gravado executando-a e assim o vídeo pode ser repetido várias vezes 
para o aluno que ainda não adquiriu a habilidade em questão. Essa técnica pode ser 
usada para ensinar crianças com autismo a fazerem compras no mercado, por 
exemplo. 
Rotina de atividades pictográficas - Ilustrações como fotos, desenhos, etc., 
compõe estágios de uma tarefa, para que o aluno siga as instruções e complete a 
tarefa independentemente. Com essa técnica é possível ensinar como fazer tarefas 
domésticas, de escritório e lavanderia. 
Participação e Orientação de Colegas - Outras crianças normotípicas são 
usadas como modelos para o ensino de habilidades funcionais na comunidade para 
alunos com autismo. Foi possível através do uso dessa técnica que crianças com 
 
 
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autismo aprendessem a pegar livros da biblioteca, comprar itens em um bazar e 
atravessar a rua. 
Técnicas como estas são aplicadas na escola e além de continuar a aplicação 
de tais técnicas em casa, é interessante a colaboração de parentes ou vizinhos para 
modelar um comportamento, uma habilidade, uma tarefa, como por exemplo, gravar 
o irmão de uma criança com autismo mostrando como decidir o que vestir para ir à 
escola, ou também uma atividade como arrumar a cama, em que todos os passos 
sejam fotografados e com legenda. Outra estratégia interessante é que parentes ou 
vizinhos (da idade da criança com autismo) criem uma situação do dia a dia de como 
fazer compras no mercado, em casa, e depois a acompanhem para uma situação real 
em estabelecimentos públicos. 
Segundo Mello (2007), existem técnicas desenvolvidas para o tratamento de 
crianças autistas em casa e/ ou em clínicas de tratamento, que se aplicadas de 
maneira correta e consciente podem ser eficientes na reabilitação destas crianças, 
principalmente as que começam o tratamento cedo. Abaixo serão descritas algumas 
delas. 
Comunicação facilitada – Foi desenvolvida na Austrália como meio facilitador 
da comunicação. Ela é feita através do uso de um teclado que pode ser de máquina 
de escrever ou computador, onde o autista transmite seus pensamentos com ajuda 
do facilitador que lhe oferece o necessário suporte físico. No início essa técnica teve 
bastante aceitação pelos pais e profissionais, pois com esse novo recurso os autistas 
passariam a manifestar a transmitir seus reais pensamentos. Com o tempo a 
seriedade desta técnica passou a ser questionada, devido a denúncias feitas por 
autistas. 
 
 
 
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Integração Auditiva – Desenvolvida nos anos 60 pelo otorrinolaringologista 
francês Guy Berard. Nessa técnica a criança ou adulto ouve música, atravésde fones 
com algumas freqüências de som eliminadas através de filtros. De acordo com Berard 
esse tratamento ajudaria a criança a adaptar-se a sons intensos. Depoimentos de 
alguns pais afirmam ter obtido sucesso com este tratamento, porém a maioria diz não 
ter obtido nada através deste tratamento. Existem muitas divergências de opiniões 
referentes a esta técnica. 
Integração Social – Semelhante à integração auditiva. Ela é feita através de 
toques, massagens e outros equipamentos como balanços, bolas terapêuticas etc. Ela 
visa integrar informações que chegam ao corpo da criança como brincadeiras que 
envolvem movimentos, equilíbrio e sensações. 
Movimentos Sherborne – “Relation Play” – Método idealizado pela professora 
de educação física Veronica Sherborne, que visa desenvolver o autoconhecimento 
através da consciência de seu corpo e do espaço que a cerca, pelo ensino do 
movimento consciente. Essa técnica nem sempre é eficaz, mas a utilização dela 
possibilita interação entre os pais e familiares com as crianças autistas, algo que não 
é fácil. 
 As técnicas desenvolvidas no 
tratamento de crianças autistas são de grande 
relevância, porém existem alguns aspectos 
que se levados em consideração podem 
aumentar a eficácia do tratamento e elevar a 
possibilidade do autista alcançar a tão buscada independência no que diz respeito às 
atividades diárias. 
 
 
 
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Mesmo considerando que o tratamento é realizado com auxilio de programas 
individuais em função da evolução de cada criança, os seguintes aspectos podem ser 
fundamentais como alvos preferenciais de tratamento em um programa de 
intervenção precoce com indivíduos com Síndrome de Aspeger. Devemos procurar o 
antes possível desenvolver: a autonomia e a independência; a comunicação não-
verbal; os aspectos sociais como imitação, aprender a esperar a vez e jogos em 
equipe; a flexibilização das tendências repetitivas; as habilidades cognitivas e 
acadêmicas; ao mesmo tempo é importante: trabalhar na redução dos problemas de 
comportamento; utilizar tratamento farmacológico se necessário; que a família receba 
orientação e informação; que os professores recebam assessoria e apoio necessários. 
(MELLO, 2007, p.28). 
 As escolas devem estar preparadas para que os alunos com autismo ou com 
alguma necessidade educativa especial se desenvolvam como cidadãos capazes de 
pensar, aprender, construir e tomar decisões. As crianças autistas podem freqüentar 
escola regular, porém nelas ainda existem carências, surgindo assim à necessidade 
de se procurar outra instituição que ofereça ensino especial. 
Os professores reconhecem o aluno que é diferente, que possui alguma 
necessidade, mas não conseguem identificar o problema, as crianças autistas 
conseguem ler sem saber do que se trata, conseguem resolver problemas 
matemáticos sem entender o enunciado. É necessária a preparação dos profissionais, 
da comunidade educativa que fazem parte da vida da criança autista para que dessa 
forma os alunos aprendam e sejam inseridos na sociedade. 
De acordo com Mello (2007), é possível que nas escolas existam casos não 
diagnosticados de crianças com autismo, que devido as suas dificuldades e diferenças 
são rotuladas de indisciplinadas, desorganizadas, sem limites, lentas etc. 
 
 
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O professor deve estar atento ao comportamento dos alunos, caso note algo 
diferente deve levar a situação até a coordenação da escola para que com os pais 
encaminhe a criança para um especialista. A escola tem um importante papel na 
investigação diagnóstica, pois é o primeiro lugar fora de seu ambiente familiar que a 
criança freqüenta. 
O currículo educacional deve ser elaborado levando em consideração o 
contexto no qual a criança está inserida, bem como a forma como outras crianças 
realizam algumas tarefas e o ambiente onde essas tarefas são feitas. A escola deve 
ser um lugar de interação e socialização da criança, é onde ela descobre as regras a 
serem seguidas. A criança autista sente certa dificuldade em se expressar 
corretamente, mas a partir do momento que começa a treinar a linguagem oral aos 
poucos aparecem mudanças na linguagem, na socialização e na sua expressão oral, 
corporal e no desenvolvimento de sua aprendizagem. 
Segundo Nunes (2008, p.4): As crianças com autismo, regra geral, apresentam 
dificuldades em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas se obtiverem um 
programa intenso de aulas haverá mudanças positivas nas habilidades de linguagem, 
motoras, interação social e aprendizagem é um trabalho árduo precisa muita 
dedicação e paciência da família e também dos professores. É vital que pessoas 
afetadas pelo autismo tenham acesso a informação confiável sobre os métodos 
educacionais que possam resolver suas necessidades individuais. 
Para a autora, a escola e o professor têm um importante papel na educação da 
criança autista. Deve-se criar dentro da escola estratégias para que essas crianças 
consigam desenvolver suas capacidades e interagir com as outras crianças. O 
trabalho da escola deve estar associado ao da família que por sua vez deve dispensar 
o máximo de atenção, acompanhando as atividades, encorajando e criando situações 
 
 
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para que a criança se comunique. 
O professor deve desenvolver metodologias de aprendizagens para que o 
aluno autista consiga se comunicar e se desenvolver. O conteúdo do programa de 
uma criança autista deve estar de acordo com seu desenvolvimento e potencial, de 
acordo com sua idade e de acordo com o seu interesse, o ensino é o principal objetivo 
a ser alcançado e sua continuidade é muito importante, para que elas se tornem 
independentes, quando a criança autista não mostrar interesse nas atividades 
propostas pelo professor deve-se envolvê-los nas atividades, mesmo que ela não 
esteja entendendo o que lhe é ensinado o professor deve ter paciência, sentar ao lado 
dela e tentar ajudá-la da melhor maneira possível a fazer o que lhe foi pedido, mesmo 
que isso leve tempo. Quando a criança conseguir realizar alguma tarefa com êxito ou 
se expressar através de palavras deve-se parabenizá-la através de elogios, assim ela 
se sentirá estimulada cada vez mais a aprender novas coisas. 
Nunes (2008, p.4), afirma ainda que “na realidade, os problemas encontrados 
na definição de autismo, refletem-se na dificuldade para a construção de instrumentos 
precisos e adequados para um processo de avaliação e condutas”. 
Entende-se que para avaliação pedagógica da criança autista é preciso levar 
em consideração e respeitar sua condição limitada, sua forma de se expressar de 
forma que não agrida sua vida escolar, não se deve somente buscar conhecimento 
sobre a patologia, mas também ser sensível para preservar a integridade e o 
autoconhecimento da criança observando suas necessidades. 
De acordo com Camargos Jr. (2002), dentro da escola a intervenção 
pedagógica parte do estudo de análise e relatórios psiquiátricos, psicológico, 
neurológico, pedagógico e social. É necessário disponibilidade de tempo e 
compreensão para lidar com situações inesperadas que possam acontecer, devendo 
 
 
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transigir metodologias e habilidades. O tratamento baseia-se no diagnóstico das 
anomalias explorando na educação suas potencialidades, desenvolvendo atividades 
significativas, determinando o equilíbrio físico e emocional. 
As dificuldades enfrentadas pelas crianças autistas podem ser superadas, 
desde que haja acompanhamentoespecializado, bem como a utilização de técnicas 
que devem ser aplicadas de acordo com a necessidade individual de cada criança. 
Essas técnicas ajudam a desenvolver habilidades cognitivas e capacidades de 
interagir socialmente em seu dia a dia. A aprendizagem deve ser estimulada pelos 
professores, e principalmente pelos pais que têm um papel fundamental, pois são eles 
que convivem diariamente com essas crianças. 
 
APRENDIZAGEM E AUTISMO 
 
Segundo Rotta (2006, apud BLEURER, 1911), Bleurer usou pela primeira vez 
a palavra “autismo” para determinar a perda de contato com a realidade, e grande 
dificuldade ou impossibilidade na comunicação. Em 1943, Kanner descreveu onze 
crianças que tinham comportamentos originais, que correspondiam adequadamente 
ao conceito de autismo. Percebeu nessas crianças uma dificuldade inata em 
estabelecer contato afetivo e interpessoal. 
Asperger mais tarde descreveu outros casos de crianças com algumas 
descrições parecidas com o autismo, que também demonstravam dificuldades na 
comunicação social. Mas apresentavam uma inteligência mais preservada. 
Atualmente, sabe-se que o autismo não é um transtorno único, mas sim uma síndrome 
de desenvolvimento complexo, que é definido por meio de um ponto de vista 
comportamental, que demonstra etiologia múltipla e se caracteriza por graus variados 
 
 
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de gravidade. 
Nas manifestações clínicas dos diferentes quadros, observa-se a influência de 
fatores associados que não, necessariamente, fazem parte das manifestações 
principais do autismo. Podemos verificar entre elas a habilidade cognitiva que é de 
grande importância. 
Como já foi descrito, as manifestações que definem o autismo incluem déficits 
qualitativos na interação social e na comunicação, comportamentos repetitivos e 
estereotipados e um repertório de interesses restritos. 
As alterações na interação social em crianças autistas podem manifestar-se 
como isolamento ou atitudes sociais impróprias, pobre contato visual, dificuldade em 
participar em atividades e grupos, indiferença afetiva ou manifestação inapropriada de 
afeto, assim como falta de empatia social ou emocional. 
Algumas manifestações podem com o tempo amenizar, mas outras podem 
aparecer devido à fase que a criança está passando, como a adolescência. Os 
adolescentes podem ter interpretações equivocadas a respeito de como são 
percebidos pelos outros, e o adulto autista mesmo com capacidade cognitiva tende a 
se isolar, por ter grandes dificuldades em estabelecer relacionamentos afetivos. 
A comunicação pode apresentar diferentes graus de dificuldades, tanto na 
habilidadeverbal como na não verbal. Algumas crianças podem não desenvolver essa 
capacidade de comunicação social e outras podem desenvolver, mas de maneira 
precária, com imaturidade (pode ser uma fala caracterizada por jargões, ecolalia, 
reversão de pronomes, prosódia anormal, etc.). Outras podem apresentar grande 
dificuldade em iniciar e manter uma conversa apropriada. Esses déficits de linguagem 
e comunicação permanecem na vida adulta e uma grande quantidade de autistas 
permanece não verbal. 
 
 
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Alguns adquirem habilidades verbais, mas apresentam déficits persistentes em 
estabelecer conversação por falha na reciprocidade. Uma das características é a 
dificuldade que eles apresentam em compreender o aspecto abstrato da 
comunicação, como piadas, sutilezas nas conversas, abstrações, ditados populares, 
assim como perceber e interpretar a linguagem não verbal, como a linguagem corporal 
e expressões faciais. 
O autista, por apresentar seus comportamentos estereotipados e repetitivos, 
tem resistência a mudanças, insistência em determinadas rotinas, apego excessivo a 
determinadas rotinas e encantamento com o movimento de determinadas peças, 
principalmente com movimentos de rotação. Muitas crianças, às vezes, se mostram 
muito interessadas em determinado brinquedo, mas esse encantamento ou interesse 
é somente em manuseá-lo ou alinhar de maneira estereotipada e não usá-lo para sua 
finalidade simbólica. 
Embora exista a importância dos fatores biológicos na gênese do autismo, 
ainda não existe um marcador específico para esse transtorno. Assim, o diagnóstico 
do transtorno autista e o conhecimento de seus limites continuam sendo uma decisão 
clínica e tem que se tomar cuidado para não se tornar arbitrária. 
Se forem usados os critérios aceitos para definir o autismo, esse não será com 
certeza um transtorno raro. Dependendo dos critérios de inclusão, a prevalência do 
quadro autístico tem variado de 40 a 130 por 100 mil, ocupando assim o terceiro lugar 
entre os transtornos do desenvolvimento, estando na frente das malformações 
congênitas e da síndrome de Down. Se considerarmos os transtornos globais do 
desenvolvimento, a prevalência é de dois a cinco casos por mil. Não está muito claro 
se a prevalência dos transtornos gerais do desenvolvimento tem aumentado. O mais 
aceitável ou provável é que o aumento do diagnóstico se deve a um maior preparo 
 
 
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dos profissionais da área de saúde em identificar o transtorno. E houve um aumento 
também do diagnóstico em crianças não tão graves. Além também das mudanças dos 
critérios diagnósticos do DSM-III e do DSM-IV-R. 
Os critérios que são utilizados para o diagnóstico do autismo podem ser 
encontrados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da 
Associação Americana de psiquiatria, o DSM- IV. Assim como em outras bibliografias 
como CID-10 etc. 
Segundo o DSM-IV (1994), pelo menos seis dos doze critérios abaixo devem 
estar presentes, sendo dois de (1) e pelo menos um de (2) e (3) como: 
 
1-Déficits qualitativos na interação social, manifestados por: 
 
1.1 Dificuldades marcadas no uso de comunicação não verbal; 
1.2 Falhas no desenvolvimento de relações interpessoais apropriadas no 
nível de desenvolvimento; 
1.3 Dificuldade em procurar, espontaneamente compartilhar interesses ou 
tarefas prazerosas com outras pessoas; 
1.4 Falta de reciprocidade social ou emocional. 
 
2- Déficits qualitativos de comunicação, manifestados por: 
2.1 Falta ou atraso no desenvolvimento da linguagem, 
2.2 Dificuldade marcada na habilidade de iniciar ou manter conversação, em 
sujeitos com linguagem adequada; 
2.3 Uso estereotipado, repetitivo da linguagem; 
2.4 Inabilidade de participar de brincadeiras de faz de conta ou imaginativas 
 
 
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de formas múltiplas ou espontâneas para o seu nível de desenvolvimento. 
 
3- Padrões de comportamento, atividades e interesses restritos e 
estereotipados: 
3.1 Preocupação excessiva, com interesses restritos e estereotipados; 
3.2 Aderência inflexível a rotinas ou rituais; 
3.3 Maneirismos motores repetitivos e estereotipados; 
3.3 Preocupações persistentes com partes de objetos. 
 
Atraso ou função anormal em pelo menos uma das áreas acima presentes 
antes dos três anos de idade. Deve-se enfatizar que a principal intenção dos critérios 
propostos para diagnosticar autismo e distúrbios relacionados refere-se à importância 
de reduzir as controvérsias entre pesquisadores e clínicos a respeito da delimitação 
desses transtornos. Essa delimitação se prende a aspectos de nível comportamental, 
que constitui a etiologia. 
Dentro dos aspectos Neurobiológicos sabe-se que atualmente há um substrato 
orgânico para o autismo infantil, diferenciando-se das explicações mais antigas, que 
apontavam para uma etiologia exclusivamente psicogênica. As pesquisasnas áreas 
de neurofisiologia, neuroimagem, neuropatologia, neuroquímica e neurogenética têm 
demonstrado cada vez mais componentes neurobiológicos na gênese dos transtornos 
globais do desenvolvimento. 
Considerando os aspectos anatômicos do sistema nervoso central (SNC), tanto 
no cerebelo quanto no sistema límbico, têm sido encontradas alterações estruturais 
que se devem a situações precoces, ao redor da trigésima semana de gestação, e 
que poderiam ter algum vínculo com os achados clínicos ou comportamentais. Ainda 
 
 
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estudos mais recentes mostram que os autistas demonstram organização minicolunar 
cerebral anormal. 
Quanto ao cerebelo, em estudos de neuroimagem tem-se observado de forma 
mais frequente a hipoplasia dos lóbulos VI e VII do VERMIS cerebelar, o que, em um 
estudo de metanálise foi apresentado em mais de 80% dos autistas que demonstram 
alguma alteração anatômica cerebelar. 
FIGURA – SISTEMA LÍMBICO: CIRCUITO DA EMOÇÃO 
FONTE: Oliveira Maria A. D.: Neuropsicologia Básica, 2005. 
 
 
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FIGURA– ZONAS CEREBELARES 
FONTE: Oliveira Maria A. D.: Neuropsicologia Básica, 2005. 
 
FIGURA – ANATOMIA MACROSCÓPICA DO CEREBELO EM UMA VISÃO 
DORSAL 
 
 
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FONTE: Kandel E. R. et aL: Fundamentos da Neurociência e do 
Comportamento, 1997. 
FIGURA 13 – CEREBELO: HEMISFÉRIOS, LOBOS E VERMIS 
FONTE: Oliveira Maria A. D.: Neuropsicologia Básica, 2005. 
 
 
 
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FIGURA – VISÃO DO CEREBELO EM CORTE TRANSVERSAL, 
MOSTRANDO OS DIFERENTES LOBOS 
 
FONTE: Oliveira Maria A. D.: Neuropsicologia Básica, 2005 
Uma observação interessante é a de que a Neurociência relacionou 
ultimamente o cerebelo com o autismo. Nos pacientes com esta patologia, o cerebelo 
é menor e, em razão disto, não desempenha suas funções adequadamente. Parece 
estranho que um órgão nervoso que, por observações e experiências, demonstra 
estar diretamente relacionado à motricidade e às suas correções, esteja envolvido 
com uma alteração nervosa que demonstra ter tantos componentes emocionais e 
comportamentais. Entretanto, se pensarmos que o cerebelo corrige, ajusta e adéqua 
os estímulos externos com os internos, e que o autista demonstra não estabelecer 
relações entre o seu mundo interior com o mundo exterior, já não nos parece estranha 
esta relação. Acreditamos que muito ainda tem a ser descoberto sobre este órgão até 
 
 
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pouco tempo ainda muito “desconhecido” (OLIVEIRA, 2005, p. 100-101). 
Alguns estudos apresentam que, nas crianças com hipoplasia cerebelar e 
autismo, o grau de hipoplasia pode ser relacionado com respostas de atenção mais 
lentas a estímulos visuais quando se utiliza um aspecto espacial de atenção, isso 
corrobora com a literatura que descreve o cerebelo como tendo papel importante não 
somente no autismo, mas também em uma série de outros transtornos envolvendo 
funções cognitivas mais elevadas. 
Mas há uma discrepância entre estudos de neuroimagem e neuropatológicos 
em autistas. Achados neuropatológicos nos poucos casos descritos demonstraram 
perda celular nos hemisférios cerebelares e que afeta o Vermis de forma uniforme. 
Já análises morfométricas com ressonância magnética têm mostrado que a 
criança ao nascer não apresenta diferença de tamanho do perímetro cefálico (PC) 
entre recém-nascidos normais e autistas. Mas na fase de dois a quatro anos de idade, 
90% dos autistas têm o PC maior do que a média de crianças normais da mesma 
idade e a macrocrania ocorre em 37% dos casos. 
De acordo com os aspectos neuroquímicos existentes no autismo, o achado 
mais frequente é o aumento dos níveis de serotonina nas plaquetas de crianças 
autistas. Vários estudos relacionam serotonina, neurodesenvolvimento e autismo. 
Os achados observados com vídeo EEG (eletroencefalograma) em autistas 
mostraram que em mais de 40% dos exames há alterações paroxísticas, mesmo 
daqueles indivíduos que nunca tiveram crises epilépticas. 
A importância da amígdala hipocampal na gênese do autismo é confirmada 
pelo elevado grau de alterações epileptiformes que é observado na 
magnetoencefalografia. Em um estudo pode se observar que 82% dos casos com 
regressão e com suspeita de crises epilépticas tiveram exames com alteração. 
 
 
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Estudos genéticos têm apresentado que há risco aumentado de recorrência de 
autismo em aproximadamente 3 a 8%, quando na família já existe uma criança ou 
indivíduo autista. A porcentagem de concordância para o diagnóstico de autismo em 
gêmeos monozigóticos é pelo menos 60%, se forem usados os critérios para autismo 
do DSM-IV, de 71% para transtorno global do desenvolvimento e de até 92% com 
distúrbios de linguagem e socialização. Hoje por meio de muito avanço sabe-se que 
o autismo é um transtorno genético complexo que ainda deve ser mais estudado e 
esclarecido. 
Acredita-se que o diagnóstico de uma condição médica ou nerológica 
associada a um sujeito autista define os sintomas clínicos em um nível neurobiológico, 
mas não exclui o diagnóstico de autismo, que é definido em um nível clínico, 
comportamental. Uma pessoa que tenha características para o diagnóstico de autismo 
pode ter um exame cromossômico que dê o diagnóstico de X frágil. Nestes casos, os 
sintomas comportamentais seriam característicos com um diagnóstico de autismo 
com todas as dificuldades que isso possa ter em termos de acompanhamento, manejo 
e prognóstico, e a causa biológica para essa síndrome comportamental seria a 
síndrome do X frágil, com as consequências em termos genéticos e de prognóstico. 
As diversas patologias associadas com os transtornos globais do 
desenvolvimento suportam a hipótese de que manifestações comportamentais no 
autismo podem ser secundárias a uma grande variedade de problemas ao cérebro. A 
heterogeneidade desses transtornos pode ser decorrente de etiologias distintas ou 
uma extensão de fatores, como etiologia, predisposição genética e aspectos 
ambientais. A manifestação entre autismo e esclerose tuberosa é intrigante. A 
incidência de esclerose tuberosa em autistas é de 1 a 4% significativamente maior do 
que a prevalência de X frágil e autismo, pois 25% de pacientes com esclerose 
 
 
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tuberosa são autistas e 40 a 50% apresentam critérios para os transtornos globais do 
desenvolvimento. 
A avaliação e investigação de sujeitos autistas necessitam de uma equipe 
multidisciplinar e o uso de escalas objetivas. Técnicas estruturadas devem ser 
utilizadas para a investigação do comportamento social das crianças, como também 
investigar a sua capacidade de imitação. Uma das Escalas de avaliação mais 
utilizadas é a Childhood Autism Rating Scale (CARS), que consiste de entrevista 
estruturada de 15 itens, que pode ser aplicada em torno de 30 a 45 minutos com os 
pais, ou cuidadores de uma criança que tenha suspeita de um quadro autista, maior 
de dois anos de idade. A cada um dos itens utiliza-se uma escala de sete pontos, o 
que permite classificar formas leves, moderadas ou graves do transtorno autista. 
Outra escala que também costuma ser utilizada é a Escala de Comportamento 
Adaptativo de Vineland. Ela tem potencial para medir o desenvolvimentosocial em 
uma população normal e corroborar os dados com os de sujeitos autistas. 
Já as baterias mais detalhadas de investigação psicológica usadas para o 
diagnóstico de autismo, e que são usadas principalmente em pesquisas, são a Escala 
Diagnóstica de Observação do Autismo, reconhecida pela sigla em inglês ADOS, e a 
Entrevista Diagnóstica de Autismo Revisada (ADI-R). Essas baterias juntas são 
bastante completas e têm um método para 
Avaliar as capacidades sociais, de comunicação e os comportamentos de 
sujeitos autistas , que podem ser diferentes desde crianças sem linguagem até 
adultos que possuem a habilidade de se comunicar relativamente bem. 
Um estudo recente identificou déficits específicos de comunicação social em 
crianças com transtornos globais do desenvolvimento utilizando a ADOS, e três 
fatores foram observados, atenção conjunta, reciprocidade afetiva e teoria da mente. 
 
 
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Esses três aspectos da comunicação são importantes ao desenvolvimento social em 
crianças e quando esses aspectos não se desenvolvem de maneira esperada, são 
responsáveis por déficits básicos nos aspectos da comunicação social. 
Alguns aspectos dos transtornos de linguagem em crianças autistas são a falta 
de habilidade de fazer a transição de um evento para o outro e de usar a linguagem 
para se relacionar socialmente. A fonoaudióloga deve estar bem atenta e ter o 
conhecimento dos transtornos de comunicação associados a esses transtornos 
globais do desenvolvimento. 
A Escala de Comunicação e Comportamento Simbólico, em inglês CSDS, foi 
desenvolvida para avaliar crianças em sete áreas pragmáticas da linguagem, tais 
como: a capacidade que a criança tem de responder com emoção; capacidade de 
estabelecer contato visual; capacidade de utilizar a linguagem para regular o 
comportamento de outras pessoas; capacidade de interagir socialmente, e de 
estabelecer atenção conjunta. Investiga-se ainda o uso de gestos, sons, palavras e 
objetos. A capacidade da criança para entender o uso da palavra no contexto da sua 
utilização, no contexto da conversação, também é uma das características avaliadas. 
Entre os testes que avaliam a comunicação social da criança, observa-se o 
Teste de Linguagem Pragmática, em inglês TOPL, para crianças de cinco a 13 anos, 
o Protocolo Pragmático de Prutting e a Lista de Funções e Meios Comunicativos. 
Para avaliar a percepção e a expressão da linguagem são utilizados, entre 
outros, a Lista de Desenvolvimento de Comunicação e Linguagem, dos seis aos vinte 
e quatro meses de idade; a Escala de linguagem do lactante aos três anos de idade; 
a Escala de Desenvolvimento de Linguagem de Reynell, de um a sete anos de idade; 
a Escala de linguagem do Pré-escolar, em inglês PLS-4, do recém-nascido aos sete 
anos de idade; a Escala de Linguagem Oral e Escrita, dos três aos vinte e um anos 
 
 
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de idade; e o teste que avalia a capacidade de nomear a figura apresentada, com uma 
única palavra, conhecido pela sigla em inglês EOWPVT (ROTTA, 2006, p. 428). 
As capacidades cognitivas não linguística s são observadas por meio do 
Escala de Brincadeiras Simbólicas. São observadas as atitudes em relação ao uso do 
objeto, do brinquedo, e se a criança tem a capacidade de brincar de maneira 
imaginativa, e se usa o brinquedo com sua função adequada ou se a brincadeira é 
repetitiva e estereotipada. 
Mas é importante salientar que aqui no Brasil muitos desses Testes e Escalas 
não são utilizados, pois não há autorização para serem usados de maneira adequada. 
Isso porque para serem usados no Brasil é necessário ter uma padronização 
adequada para a realidade do Brasil. Então, muitos desses testes e escalas são 
utilizados somente em pesquisas com a devida autorização. Acabando o diagnóstico 
do autismo sendo realizado por meio da observação clínica do comportamento da 
criança e com a utilização de testes e escalas autorizadas e estruturadas. 
O tratamento, assim como o diagnóstico, depende de uma abordagem 
multidisciplinar e interdisciplinar. O uso de medicamento é utilizado somente para 
minimizar os sintomas mais intensos. Uma das drogas mais utilizadas no tratamento 
do autismo, no tratamento de transtornos comportamentais em autistas são os 
neurolépticos, principalmente o Haloperidol. Porém a utilização dessas medicações 
tem sido restrita, pois o seu uso crônico produz efeitos colaterais. Mas se tem 
observado que o haloperidol diminui acentuadamente a agressividade, as 
estereotipias e os comportamentos automutilantes em indivíduos autistas. 
Recentemente, usa-se como primeira escolha um antipsicótico atípico, a 
risperidona, nos casos de autismo clássico. Mas outras medicações usadas isoladas 
ou associadas com outras, também podem ser utilizadas para diferentes sintomas, 
 
 
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tais com antidepressivos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, 
neuroestimulantes e drogas antiepilépticas. 
 
INTERVENÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS 
 
De acordo com Rotta (2006), as intervenções fonoaudiológicas incluem a 
utilização do brinquedo, da linguagem social, da produção da linguagem e de 
tecnologias capazes de aumentar a habilidade de comunicação. 
Pode-se observar por meio de estudos com terapias alternativo-aumentativas, 
que não há evidências de que essas terapias atrasem a aquisição da linguagem oral. 
E sim, há evidências de que algumas crianças se beneficiaram com o uso da 
linguagem de sinais, pois o uso dessa linguagem foi capaz de aumentar a chance de 
essas crianças desenvolverem a fala. 
Crianças com boa habilidade de imitação verbal conseguem melhor produção 
de linguagem oral do que aquelas que possuem habilidades imaginativas pobres. 
Essas crianças com boa capacidade de linguagem oral e capacidade imaginativa são 
as melhores candidatas para o uso dos sistemas alternativo-aumentativos no 
tratamento fonoaudiológico porque têm uma menor capacidade de apresentar 
progressos na aquisição da linguagem oral pelos métodos tradicionais. 
Os sistemas simbólicos visuais (as figuras) também ajudam no tratamento 
porque o uso de sinais é útil, mas muitas vezes limitado. 
A terapia com o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras, em inglês 
PECS, é um programa estruturado que usa a troca de figuras para estabelecer a 
comunicação. A criança é estimulada a iniciar a relação na comunicação a partir do 
ato de trocar uma figura pelo objeto desejado. Inicia-se a terapia com o treinamento 
 
 
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com o uso de palavras isoladas até chegar a construir frases com várias palavras. 
 
INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS E COMPORTAMENTAIS 
 
Vários objetivos são alcançados na educação de crianças com autismo. Mas 
muitos comportamentos que crianças “normais” aprendem por conta própria por meio 
da interação com outras pessoas necessitam ser ensinados de maneira mais 
específica para crianças autistas. 
Linguagem, responsabilidade social e capacidade adaptativa são alguns dos 
objetivos que frequentemente devem ser traçados e desenvolvidos com as crianças 
autistas e que não fazem parte de um programa de educação para crianças “normais”. 
A maioria dos programas educacionais para crianças autistas, podem até ser 
diferente em algumas áreas, mas normalmente dividem mais ou menos os mesmos 
objetivos, tais como: desenvolvimento social e cognitivo, comunicação verbal ou não 
verbal, capacidade de adaptação e resolução de comportamentos atípicos e 
indesejáveis. Muitas dessas áreas de interesse para serem trabalhadascom as 
crianças autistas se sobrepõem e os programas e objetivos educacionais variam à 
medida que a criança se desenvolve. Os problemas mentais são um agravante para 
o processo de aprendizagem, pois esses problemas estão presentes em muitos casos, 
em pelo menos dois terços das crianças autistas. 
Déficits cognitivos, apesar de não serem características básicas no diagnóstico 
de autistas, possuem um papel muito importante em termos de prognóstico dessas 
crianças. Alguns estudos apresentam que testes de capacidade cognitiva, 
principalmente, o QI verbal, apresentam um fator preditivo em relação à possibilidade 
de vida independente na idade adulta. O QI não verbal ou de execução, assim como 
 
 
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a presença de linguagem comunicativa é um importante fator prognóstico. 
É de se esperar que funções que exigem mais habilidades verbais sejam mais 
gravemente afetadas, enquanto as habilidades não verbais, como exames de blocos 
e organização espacial, tenham um melhor desempenho, ou estejam menos 
comprometidos. 
As intervenções comportamentais e educacionais são extremamente 
necessárias no manejo do sujeito autista. Um grande número de métodos tem sido 
descrito, mas apenas uma pequena parte desses métodos foram pesquisados e 
validados. Portanto, muitos deles têm sido usados mesmo sem grandes 
comprovações de sua eficácia, tendo poucos dados capazes de verificar 
cientificamente sua utilidade. 
Porém o fato de que algumas dessas intervenções não tiveram seus dados 
confirmados por pesquisas não significa que sejam ineficientes, mas somente que sua 
possível eficácia não foi confirmada por métodos objetivos. 
A maioria dos métodos de ensino e tratamento pode ser dividida em três 
grandes grupos: os que usam modelos de análise aplicada do comportamento; os que 
são embasados em teorias de desenvolvimento; e aqueles que são fundamentados 
em teorias de ensino estruturado. 
A terapia de Análise Aplicada de Comportamento, conhecida pela sigla em 
inglês ABA, faz uso de princípios fundamentais de teoria da aprendizagem para 
beneficiar comportamentos em pessoas sem capacidades socialmente significativas. 
Um elemento essencial de análise experimental de comportamento foi apresentado 
por Skinner, em 1938, baseando-se em estudos e análise de comportamento animal 
e humano. Esses estudos levaram a conclusão de que o comportamento é uma função 
de suas consequências. A hipótese primária da ABA é de que se alguns dos 
 
 
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elementos essenciais são alterados, uma mudança comportamental pode ser obtida. 
Tais mudanças podem originar alterações comportamentais tanto positivas quanto 
negativas. 
Para alguns, a hipótese de que o comportamento humano pode ser controlado 
ou alterado, assim como o comportamento animal pode parecer simplista. No entanto, 
as pesquisas confirmam a utilização de práticas de análise aplicada de 
comportamento no tratamento de crianças autistas. 
Nessa terapia comportamental o objetivo principal é a conduta observada na 
criança, que nos permite entender como o sujeito aprende um padrão de 
comportamento que lhe propicia reforços e que leva a alguma forma de resposta. 
Crianças com autismo normalmente obtêm algum tipo de resposta ou reforço por meio 
de comportamentos inadequados, assim comportamentos mais socialmente 
apropriados podem ser aprendidos por meio de reforço. Esses devem ser oferecidos 
rápidos e frequentemente de tal modo que aumentem o valor de comportamentos 
novos e mais adaptados socialmente. 
Diferentes das intervenções comportamentais tradicionais, os métodos focados 
mais no desenvolvimento enfatizam o processo fundamental de desenvolvimento, 
como referência social e autopredileção, e serviram e servem como base para um 
crescimento emocional, social e cognitivo. 
Os métodos que usam as teorias do desenvolvimento são os chamados Floor 
Time e o de intervenções de Desenvolvimento de Relações são conhecidos pela sigla 
em inglês RDI. 
Floor Time foi apresentado por Stanley Greenspan, usa o modelo no qual os 
pais ou terapeutas tentam fazer o que a criança está fazendo para, a partir daí, poder 
melhorar as capacidades sociais, de comunicação e emocionais das crianças autistas. 
 
 
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Greenspan diz que crianças autistas teriam um déficit de processamento que 
interferiria com a conexão entre afeto e intenção e que comprometeria capacidades 
de planejamento motor, processamento auditivo e capacidade de comunicação. 
Capacidades básicas que são desenvolvidas incluem atenção e intensidade afetiva; 
comunicação gestual, comunicação social e resolução de problemas; uso de símbolos 
de ideias e o uso lógico e abstrato de ideias. 
Os princípios de Ensino Estruturado foram estabelecidos por Schopler e 
colaboradores na divisão TEACCH, na Carolina do Norte. Combina estratégias 
cognitivas e comportamentais, com ênfase em procedimentos com base em reforço 
para modificação de comportamento e em propiciar intervenções para déficits de 
habilidades que possam estar subjacentes a comportamentos inapropriados. Esse 
programa parte do princípio de que crianças com autismo têm uma interação diferente 
de crianças típicas e que o entendimento dessas diferenças proporciona a criação de 
programas para melhorar o seu potencial de aprendizagem. O programa tenta enfocar 
as capacidades visoperceptivas de crianças com autismo e tem um papel importante 
no desenvolvimento de medidas diagnósticas que usam métodos de integração, bem 
como na proliferação dos sistemas visuais para essa população especial. Pelo menos 
um estudo demonstrou benefícios no desenvolvimento de pré- escolares que recebem 
instruções com base no método TEACCH em casa, quando comparados com um 
grupo-controle (ROTTA, 2006, p. 431). 
Toda criança autista é capaz de aprender, cada uma a sua maneira, desde que 
cada uma receba o seu programa de tratamento individualizado e com ações 
intensivas. Esses programas têm que se repetir na escola, em casa e na sociedade. 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM AUTISMO 
 
Resultados de estudos epidemiológicos, genéticos, neurofisiológicos e 
neuropatológicos demonstraram a existência de alterações cerebrais físicas no 
autismo, que podem ser causadas por uma série de agentes etiológicos pré, Peri ou 
pós-natais, como infecções, anoxia, traumatismos ou anormalidades metabólicas ou 
genéticas. 
Hoje, acredita-se que o padrão de atitudes do autismo clássico é resultante da 
combinação de perturbações num grupo de funções psicológicas. 
Segundo Gauderer (1997), não se sabe ainda de tratamentos que curem o 
autismo, que consigam eliminar todas as dificuldades básicas e que recoloquem a 
criança no caminho de um desenvolvimento normal. A criação de um ambiente, o mais 
satisfatório possível, para a vida do dia a dia pode ajudar a reduzir a intensidade das 
dificuldades secundárias que aparecem quando a criança autista tem que enfrentar a 
realidade do cotidiano. O manejo do ambiente não muda os transtornos básicos, mas 
modificam as exigências impostas às crianças autistas. 
A educação, usando técnicas de ensino baseadas em primeiro lugar na 
compreensão dos padrões dos transtornos e das capacidades da criança e depois nos 
conhecimentos do desenvolvimento normal da criança, pode ajudar a criança a 
desenvolver ao máximo suas habilidades que possam compensar suas deficiências. 
E assim a criança poderá levar uma vida mais normal. 
A educação não poderá curar as dificuldades da criança autista,mas contribuirá 
para tornar a vida delas um pouco mais compreensível, dotando-as de habilidades 
úteis para melhorar suas capacidades de lidar com a vida e sentir também mais prazer 
pela mesma. 
 
 
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Em relação ao ambiente, o objetivo mais amplo seria a redução da confusão 
vivenciada pela criança. Os pais ou cuidadores devem interagir com a criança com 
calma, confiança, sem pressa, de forma tranquila e afetuosa. O seu ambiente deve 
ser agradável e confortável, com equipamentos interessantes e atraentes, mas o 
ambiente não pode ficar confuso, nem hiperestimulante. 
Algumas crianças autistas têm a necessidade de retirarem-se das atividades 
de grupo, parece que para aliviar o aumento de tensão que pode ocorrer, portanto 
deve-se ter um ambiente tranquilo para onde essa criança possa ir quando sentir 
necessidade de ficar sozinha. 
As programações diárias devem ser estruturadas de maneira simples, que seja 
previsível, e as alterações devem ser introduzidas com cuidado e devagar. 
Programas de ensino individualizado são necessários devido à ampla variação 
dos níveis de habilidades encontrados nas crianças autistas. Cada criança deve ser 
avaliada de forma que possa ver o nível de desenvolvimento individual. O ideal é que 
essa avaliação seja usada como ponto de partida para os programas de ensino. Os 
graves problemas em comunicação e linguagem exigem o uso de técnicas especiais. 
A maioria das crianças autistas responde melhor quando o material é 
apresentado de maneira visual em vez de auditiva. É importante estimular o 
desenvolvimento da compreensão e o uso da linguagem, mas devem-se utilizar 
recursos alternativos de comunicação, que podem ajudar crianças com a fala muito 
precária, ou sem fala. 
O fato de as crianças com autismo muitas vezes focarem detalhes, ignorando 
o sentindo do todo é um constante problema na aprendizagem. É importante dividir a 
atividades em partes e devagar ir associando ao todo. É de grande valia aproveitar as 
tarefas do dia a dia, como cozinhar, andar de ônibus, fazer compras, etc. Sempre 
 
 
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encorajando a criança a usar os conhecimentos aprendidos. Outra técnica que pode 
ser atraente é usar o interesse específico da criança como ponto de partida para o 
ensino. 
Educação física para o desenvolvimento da coordenação motora tem que fazer 
parte do programa de aprendizagem, por exemplo, a maioria das crianças autistas 
gosta muito de música e isso pode ser utilizado para atrair a atenção da criança e 
facilitar a aprendizagem. 
Já no manejo dos comportamentos difíceis, tanto os psicanalistas quanto os 
conhecedores das disfunções cerebrais físicas concordam que se deve usar um 
método que utilize a compreensão dos motivos do comportamento. O comportamento 
difícil deve ser evitado, de preferência eliminando as situações que precipitem esse 
comportamento indesejável. E comportamentos positivos e construtivos devem ser 
incentivados por meio de atenção e elogio, é importante também não deixar a criança 
com excesso de pressões ambientais. 
Quando surgem os comportamentos indesejáveis ou ataques de raiva, por 
exemplo, ignorar calmamente a criança ou retirá-la daquela situação pode ajudar. 
Segurar a criança para acalmá-la durante um ataque de raiva pode ser um bom 
método, mas isso não deve ser confundido com a terapia chamada de Terapia de 
Contenção na qual se provoca raiva na criança para depois contê-la. Às vezes, pode 
ser necessário usar medicamentos, mas uma atitude sensata é sempre recomendada 
como a melhor saída e tem maiores chances de dar certo. 
A melhora nas relações sociais entre a criança autista e seus pais ou 
professores e nas relações sociais gerais pode se dar devido a uma compreensão 
bem elaborada das perturbações, em que se cria um ambiente mais satisfatório e se 
ensina a criança novas habilidades, inclusive formas de se lidar com situações sociais. 
 
 
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As perturbações psicológicas das crianças autistas, como a pobreza de 
desenvolvimento da imaginação, do jogo simbólico, podem fazer da psicoterapia uma 
forma inadequada de tratamento. Mas em casos de adolescentes ou adultos autistas 
mais inteligentes ou adaptados, é possível conseguir alguma compreensão e insights 
para se beneficiarem de aconselhamentos psicológicos feitos por pessoas com 
experiência no autismo. No entanto, esse aconselhamento deve ser simples, prático, 
não utilizando nenhuma interpretação simbólica mais complexa que pode ser mal 
interpretada ou incompreendida pelos autistas. 
Para se avaliar mudanças ou melhoras, como no desenvolvimento da 
linguagem, nível de brincadeira imaginativa ou QI geral, devem se realizar testes 
adequados antes e depois do tratamento. 
O prognóstico pode se relacionar intimamente com a inteligência média na 
infância e não com o tratamento recebido. Mas as contribuições de um tratamento 
adequado são de fundamental importância na adaptação dessa criança à realidade 
que a cerca. 
Por Terapia Comportamental damos o nome a qualquer técnica específica que 
usa princípios psicológicos, especialmente de aprendizado para adquirir, mudar ou 
transformar construtivamente o comportamento humano. 
Os princípios são: busca de entendimento exaustivo de como é, como pensa, 
como age a criança e o adolescente autista; buscar objetivos específicos e bem 
definidos com relação à terapia; especificar os comportamentos que a criança pode 
ou não desempenhar, sem rótulos; elaboração de planos terapêuticos dirigidos aos 
comportamentos alvos com determinações das respostas; adaptação dos métodos de 
tratamento de acordo com os problemas da criança; atenção constante do que a 
criança realiza, do que ela faz, com registros imediatos; seleção cuidadosa de atitudes 
 
 
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que sejam realmente relevantes; seleção cuidadosa de atitudes que respeitem e 
mantenham alguma semelhança com aquilo que a criança já possa saber; divisão dos 
comportamentos finais esperados e utilização de reforçadores e de estímulos. 
Tendo como base esses princípios citados acima, acredita-se que o autismo é 
uma desordem do desenvolvimento, e que os indivíduos que tenham autismo sofrem 
de um déficit específico relacionado à compreensão do significado expresso na 
comunicação e na interação social. Sujeitos com autismo têm um estilo cognitivo 
diferente, o que implica em dificuldades específicas com a percepção, atenção, 
memória e pensamento. 
Existe um método chamado TEACCH, é uma sigla que significa Tratamento e 
Educação para Autistas e Crianças com deficiências relacionadas à comunicação. 
Com a intensa observação comportamental dessas pessoas viu-se que a falta de 
estrutura aumenta a falta de objetivo na ação e piora as atitudes estereotipadas, 
portanto, é de suma importância a interação pais/terapeutas a fim de determinar o 
que/onde/quando/como em que sequência os aprendizados devem ser 
desenvolvidos. Têm-se alguns pontos importantes, como espaço físico bem definido, 
tempo, duração e material. 
Os indivíduos autistas possuem melhor acuidade visual que os outros 
indivíduos, portanto, o recurso visual deve ser sempre usado, tanto para autistas 
verbais quanto para autistas não verbais. A estrutura de uma sala de aula TEACCH 
deve ter: local para atividade individual com o terapeuta; local para atividade em grupo; 
local para lanche; e local livre, onde pode se selecionar tudo que a criança goste de 
fazer. Neste local, os terapeutas não devem interferir nas atitudes, para quea criança 
possa aprender a diferenciar momentos de atividades estruturadas e momentos de 
atividades livres. 
 
 
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De acordo com a proposta de avaliação e programas terapêuticos, segundo os 
princípios do método TEACCH, deve-se ter uma escala de atividades funcionais, tais 
como: imitação; comportamento motor amplo; comportamento motor fino; 
coordenação olho/mão; desempenho cognitivo; percepção; percepção cognitiva 
verbal; atitudes de autocuidado. Esta escala é usada para a avaliação e também para 
viabilizar o tratamento. 
Alguns itens como instruções, atenção, cooperação, agressividade e birra são 
observados o tempo todo, as áreas observadas são: afetividade, noção do eu; relação 
com o outro, relação com os objetos, sentidos, percepção; linguagem. Esse método 
ajuda a criança no sentido de autonomia e comunicação. 
Apenas há algumas décadas é que se começou a tomar conhecimento do 
autismo e de como esse transtorno funciona, se desenvolve. Nos últimos tempos, a 
sua causa e cura têm chamado bastante atenção dos pesquisadores. Na verdade, 
isso é uma difícil tarefa, como entender o mundo autista, e o conhecimento amplo das 
necessidades e dificuldades específicas de cada indivíduo portador dessa síndrome. 
Sujeitos sem todos os sinais do transtorno autista, mas com algumas 
características ou com um funcionamento semelhante ao comportamento autístico 
pode também se beneficiar desse método TEACCH. 
As pesquisas que têm proporcionado o desenvolvimento do método TEACCH 
foram realizadas com muita observação de como o indivíduo autista se desenvolve, o 
que mais lhe chama a atenção e em que condições eles respondiam melhor. Assim, 
compreendeu-se que crianças autistas se desenvolvem melhor em condições 
estruturadas. O sucesso da terapia comportamental é devido à boa estruturação, 
principalmente nos estágios iniciais de aprendizagem e nas definições claras de 
condições prévias e consequências para introduzir novos comportamentos. 
 
 
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É muito importante a utilização das ocorrências naturais, ou seja, as coisas que 
acontecem no dia a dia com suas consequências como maneira de intensificar o 
aprendizado da linguagem, e também ajudar na retirada da necessidade de ambiente 
tão estruturado. 
Sendo assim, um programa individual de acordo com o método TEACCH usa 
como pontos-chaves de apoio: a estrutura física bem definida onde cada espaço é 
usado e para que função; a sequência de tarefas de forma que a criança saiba o que, 
quando, onde e como elas devem ser realizadas; e apoio visual para todos os atributos 
que estão sendo ensinados. 
Portanto, a estrutura de uma sala de aula TEACCH deve possuir: programas 
individuais criados com a participação dos pais; espaço físico estruturado; e devem 
ser feitos esquemas de apoio visual para a rotina da criança, para facilitar o 
entendimento do aluno e podem ser usados fotos, desenhos ou palavras. 
 
Estratégias de ensino 
 
A arte de ensinar não é e nunca foi uma tarefa tão simples como muitos 
pensam. 
Ao contrário, tal processo exige uma série de habilidades e competências para 
que o educador consiga diferenciar e articular fatores sociais, individuais, internos e 
externos, que influenciam o tempo todo no ensino. 
Mas se ensinar crianças, adolescentes, jovens e adultos que estão inclusos 
dentro dos “padrões” já é tão complexo, o que dizer de ensinar crianças especiais com 
autismo? 
Falar no ensino de crianças autistas no contexto educacional brasileiro, de fato 
 
 
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ainda é um muito complicado, visto que existe uma série de implicações que não 
permitem que a palavra inclusão seja literalmente vivenciada na maioria das escolas 
públicas. Seja por falta de incentivo e investimentos governamentais, seja pela falta 
de assistência e parceria de todo o corpo pedagógico, seja pela falta de formação do 
professor ou mesmo pelo conceito de que crianças autistas não aprendem. 
Nesse sentido compreendemos a angústia de muitos professores ao 
receberem a responsabilidade de educar crianças autistas. No entanto, mesmo diante 
de tantos contrapontos é necessário que o professor busque alternativas que podem 
ser encontradas através de um bom planejamento, além da construção do Projeto 
Político Pedagógico que é o principal meio que norteará a escola, já que deve ter a 
participação do professor na sua elaboração e nesta hora o professor precisa ser 
ousado como cita Gadotti (1940, p. 03) “o projeto da escola depende, sobretudo da 
ousadia dos seus agentes”. Portanto, com essas alternativas o professor e a escola 
estarão não só pensando no seu aluno mais também dando um passo importante no 
ensino para crianças autistas, afinal, esse lhe é um direito garantido por lei. 
De acordo com o Congresso Nacional, no que diz respeito à educação, a 
legislação 12.764, de 27 de dezembro de 2012 que institui uma Política Nacional de 
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garante perante 
o Art. 2o, Parágrafo VII –“o incentivo à formação e à capacitação de profissionais 
especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem 
como a pais e responsáveis”. É preciso que estes profissionais busquem essa 
formação e capacitação, visto que, as crianças autistas devem ser inclusas na escola 
e para isso os professores devem está preparados para o acolhimento e para o ensino 
dessas crianças na sala de aula na tentativa de promover a aprendizagem. É um 
passo importante para conhecer e entender como iniciar um processo de ensino com 
 
 
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a criança, entendendo que esta tem direito a uma educação com qualidade, como 
ainda impõe a lei no que diz respeito ao acesso no Art. 3º, parágrafo IV - que “todo 
autista tem direito à educação e ao ensino profissionalizante”. 
Assim, educar uma criança autista é um grande desafio, mas também um 
grande privilégio, pois segundo Bereohff “é uma experiência que leva o professor a 
rever e questionar suas ideias sobre desenvolvimento, educação normalidade e 
competência profissional” (1994, p.11). 
Deste modo, levando em consideração que as pessoas com autismo têm uma 
perturbação no Sistema Nervoso que afetam algumas áreas, e consequentemente 
dificulta sua interação social e seu domínio de linguagem e comunicação, as práticas 
pedagógicas devem ser desenvolvidas respeitando essas limitações, mas ao mesmo 
tempo incentivando a superação. 
Assim, uma boa metodologia deve ser iniciada com a redução do número de 
alunos por turma, para que o professor possa oferecer a assistência necessária, deve 
ser criadas também rotinas de trabalho, incluindo a arrumação da sala, a forma de 
escrever no quadro etc., pois autistas irritam-se com quaisquer mudanças bruscas. 
Como no autismo há uma restrição ao domínio da linguagem, mas há também 
uma percepção visual muito apurada, será necessário que o professor selecione 
atividades e métodos visuais concretos. Se forem dadas instruções muito longas, o 
ideal é que se faça por meio de estímulos visuais e não verbais autistas têm 
dificuldades em sequências verbais. 
Talvez por essa habilidade visual, é que muitos autistas tornam-se bons 
artistas, desenhistas e programadores de computador. Caso haja um interesse desses 
alunos por determinados assuntos, seria ideal estimular e trabalhar com coisas de seu 
interesse na sala de aula. 
 
 
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WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521As crianças autistas por vezes se incomodam com sons altos que lhes deixam 
perturbadas, por esse motivo é que a voz do professor, a campainha da escola, o 
arrastar de cadeiras e mesas, o microfone ou qualquer outro tipo de barulho devem 
ser evitados ou ao menos amenizados. E essa sensibilidade sonora, pode ser 
aproveitada pelo professor como métodos de ensino, cantar para as crianças pode 
ser um ótimo meio de efetuar a aprendizagem. 
Na alfabetização dessas crianças, caso apresente muitas dificuldades na 
coordenação motora, pode ser utilizado o auxílio de um computador, pois na maioria 
das vezes os autistas possuem grande habilidade no manuseio destes. 
Estas e outras metodologias são apenas algumas indicações de como proceder 
no ensino de autistas, no entanto cabe ao professor ter um olhar sensível para 
perceber o que de fato funciona e pode auxiliar no processo de aprendizagem dessas 
crianças. 
Quanto mais significativo para a criança forem os professores, maiores serão 
as chances dela promover novas aprendizagens, ou seja, independente da 
programação estabelecida, ela só ganhará dimensão educativa quando ocorrer uma 
interação entre o aluno autista e o professor (SCHWARTZMAN E ASSUNÇÃO 
JUNIOR, 1995). 
Sabe-se, portanto que acolher e contribuir com a educação de autistas, não é 
uma tarefa apenas do educador, no entanto, a figura dele, bem como a relação 
professor/aluno é imprescindível para o ensino-aprendizagem de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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