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RESUMO PARA A PROVA DE PATOLOGIA PARTE 3 INFLAMAÇÃO ➢ CONCEITO: Reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor que se caracteriza pela saída de líquidos (plasma) e células (leucócitos) do espaço intravascular para o interstício. Pode ser benéfica ou maléfica, quando a lesão que a resposta inflamatória gera é maior que a lesão do próprio agente agressor. Ao microscópico óptico tem-se hiperemia, edema e presença de mononucleares ou polimorfonucleares. ➢ INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA: A inflamação pode ser aguda ou crônica. Inflamação aguda é a que se instala e termina em alguns dias ou, no máximo, em até 12 semanas. Instalada uma inflamação aguda, se o agente inflamatório é eliminado, a inflamação entra em declínio e o processo termina completamente. Consideram-se crônicas as inflamações que duram mais de 6 meses, com a inflamação aguda apresentando uma duração menor a esta. Na inflamação crônica, diferentemente do que ocorre na inflamação aguda, os polimorfonuclerares passam a não a ser as células predominantes, predominando, portanto, os macrófagos e os linfócitos, os quais possuem uma sobrevida aumentada. ➢ INFLAMAÇÃO CRÔNICA: Inflamação crónica é aquela na qual devido à persistência do agente inflamatório (p. ex., um parasita) ou em consequência de fenômenos autoimunitários, o processo se mantém por mais tempo. A inflamação crônica se subdivide em granulomatosa e não granulomatosa. Quanto à inflamação crônica granulomatosa, o granuloma compreende um conjunto organizado de células inflamatórias, em que os macrófagos predominam e se organizam de forma concêntrica, formando pregas interdigitais entre si, em torno do agente agressor. Nos granulomas, os macrófagos se agrupam e formam pregas interdigitantes entre si, unindo-os de modo semelhante a células epiteliais, por essa razão, são denominados células epitelióides. O granuloma, por sua vez, pode se subdividir em granuloma imunogênico e não imunogênico. Se este agente agressor apresentar um caráter imunogênico, o granuloma que se formará na região é classificado como granuloma epitelióide complexo ou imunogênico. Já o granuloma não imunogênico é formado quando o agente agressor não apresenta imunogenicidade (como um corpo estranho, fio de sutura, por exemplo). Isto é, ele não é capaz de ativar os linfócitos T, por isso é dito não imunogênico. Outra característica importante dos granulomas é a presença das células gigantes multinucleadas resultantes da fusão de macrófagos. As células gigantes podem ter núcleos organizados na periferia ou distribuídos irregularmente no citoplasma. Células gigantes com núcleos na periferia são denominadas células de Langhans, sendo encontradas caracteristicamente na tuberculose. Já as células gigantes com núcleos distribuídos irregularmente no citoplasma são conhecidas como células gigantes do tipo corpo estranho, as quais são comuns em granulomas induzidos por corpos estranhos imunologicamente inertes. ➢ FASES DA INFLAMAÇÃO: • FASE IRRITATIVA: Liberação dos mediadores químicos. • FASE VASCULAR: Vasodilatação com aumento da permeabilidade vascular. • FASE EXSUDATIVA: Exsudação plasmática e celular. • FASE DEGENERATIVA NECRÓTICA: Processos degenerativos ou necróticos decorrente da ação do agente agressor ou do processo inflamatório. • FASE PRODUTIVA REPARATIVA: Destruição do agente agressor e reparo do tecido injuriado. ➢ FASE IRRITATIVA: Conjunto de modificações provocadas pelo agente inflamatório que culmina com a liberação de mediadores químicos que vão ser responsáveis pelos fenômenos que ocorrerão nas fases subsequentes da inflamação. ➢ FASE VASCULAR: Conjunto de modificações hemodinâmicas da circulação resultantes da ação dos mediadores químicos liberados durante a fase irritativa. As principais modificações são: a vasodilatação arteriolar, produzida na maioria das vezes por ação da histamina. Em consequência, há aumento do fluxo de sangue para a área agredida, gerando hiperemia ativa e fluxo sanguíneo rápido. A hiperemia inicial com fluxo rápido é transitória, sendo seguida por um período de hiperemia passiva com fluxo lento. Pois, os mediadores inflamatórios aumentam a permeabilidade vascular, iniciando a exsudação de plasma para o interstício. Com isso, há hemoconcentração local e as hemácias tendem a se empilhar e a formar aglomerados, tornando o sangue mais viscoso e a circulação mais lenta. Isto é, a hiperemia ativa de fluxo rápido vai se tornando progressivamente hiperemia passiva de fluxo lento. ➢ FASE EXSUDATIVA: Compreende a exsudação plasmática e depois celular pelo aumento da permeabilidade do vaso. Quanto à exsudação celular: O primeiro evento é a marginação leucocitária, processo em que os leucócitos deixam o centro da coluna sanguínea e passam a ocupar a periferia do vaso. Em seguida, são capturados e aderem frouxamente ao endotélio, deslocando-se sobre a superfície endotelial (fenômeno de captura e rolamento); são ativados, aderem firmemente ao endotélio (fenômeno da adesão), e finalmente, migram através da parede das vênulas, passando entre as células endoteliais (migração). O edema inflamatório resulta da exsudação das proteínas plasmáticas com aumento da pressão oncótica intersticial e da sobrecarga do sistema linfático com deficiência na drenagem. ➢ FASE DEGENERATIVA NECRÓTICA (FASE ALTERATIVA): Os fenômenos alterativos da inflamação (degenerações e necrose) são produzidos por ação direta ou indireta do agente inflamatório e podem aparecer no início ou no decurso da inflamação. Na agressão pela soda cáustica sobre a mucosa do esôfago, por exemplo, surge necrose imediata na parede do órgão. Outras vezes, degenerações e/ou necrose aparecem no transcorrer do processo inflamatório, em decorrência da atividade dos produtos das células do exsudato ou de fenômenos imunitários. ➢ FASE PRODUTIVA REPARATIVA: A fase produtiva compreende modificações que ocorrem nas células do exsudado após migrarem para o interstício. Uma vez que, não é só a redução dos mediadores que leva ao término da inflamação. Durante o desenvolvimento da resposta inflamatória, há também produção de mediadores antiinflamatórios, que aumentam à medida que o processo progride. Desse modo, quando reduz a produção de mediadores pró-inflamatórios, aumenta a dos anliinflamatórios naturais, que passam a inibir os fenômenos da inflamação. A fase reparativa consiste na reparação da lesão tecidual que ocorreu durante o processo inflamatório. Se houve necrose e esta foi pouco extensa e o tecido tem capacidade regenerativa, ocorre regeneração. É o que acontece, por exemplo, na grande maioria dos casos de hepatite viral aguda, na qual os hepatócitos se regeneram e o parênquima hepático se recupera anatómica e funcionalmente. Porém, quando a necrose é mais extensa, há cicatrização da área o que se faz por neoformação conjuntivo-vascular. ➢ SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO: • Tumor: é o dema inflamatório resultante principalmente da fase exsudativa. • Calor e rubor: Decorrem da fase vascular, em que se tem hiepremia arterial e consequentemente, aumento da temperatura local. • Dor: A origem da dor envolve a compressão das fibras nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e células, agressão direta às fibras nervosas, etc. Portanto, resulta das fases irritativa, vascular e exsudativa. • Perda funcional : Decorre do tumor e da dor. ➢ PROCESSOS DE CURA: • Regeneração: Ocorre quando a destruição é discreta e há reabsorção do tecido necrosado. • Conjuntivização: O tecido é revestido por uma pseudocápsula. • Encistamento: O encistamento compreende um encapsulamento do exsudato, pois em certos casos, por ser abundante ou por falha dos mecanismos de absorção, o exsudato permanece no local em que se formou. Daí, o organismo reage a esse corpo estranho formando uma cicatriz fibrosa que o envolve (cápsula). • Calcificação: A calcificação inicia-se na parte periférica do exsudato ou do tecidonecrótico e progride lentamente para o centro. Pode ser parcial ou total. • Cicatrização: Cicatrização é o processo pelo qual um tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado. O primeiro passo é a instalação de uma reação inflamatória cujo exsudato de células fagocitárias reabsorve o sangue extravasado e os produtos da destruição tecidual. Em seguida, há proliferação fibroblástica e endotelial que forma o tecido conjuntivo cicatricial. Posteriormente, o tecido cicatricial sofre remodelação, que resulta em redução de volume da cicatriz, podendo chegar até o seu desaparecimento. E por fim, tem-se a maturação da cicatriz, que consiste na substituição do colágeno III pelo colágeno I. Isto é, o aumento da resistência da cicatriz decorre da remodelação do colágeno, especialmente pela maior quantidade de colágeno do tipo I. Cicatrização hipertrófica e queloide: Decorrem da formação excessiva de tecido conjuntivo denso em cicatriz cutânea, a qual pode adquirir volume considerável. A cicatriz hipertrófica tende a ser reversível, regredindo parcialmente com o passar do tempo. O queloide forma tumorações nas áreas de cicatrização, podendo não regredir ou ter regressão muito lenta. Nos dois casos, as fibras colágenas são irregulares, grossas, e formam feixes distribuídos ao acaso, contendo capilares e fibroblastos em maior número do que uma cicatriz normal. São mais frequentes em jovens negros ou amarelos. Trata-se de situações em que os mecanismos de produção estão exacerbados e/ou os mecanismos de degradação da matriz extracelular estão reduzidos. Cicatrização por primeira intenção: Ocorre em feridas cujas bordas foram aproximadas por sutura e que não tenha sido infectada. Deste modo, é mais rápida e forma cicatrizes menores, visto que a fenda da ferida é mais estreita e a destruição tecidual nas suas bordas é menor. O exemplo clássico é o das feridas cirúrgicas. Cicatrização por segunda intenção: Ocorre em feridas mais amplas, de bordas afastadas ou que tenham sido infectadas. Isto é, quando a ferida é extensa e tem margens afastadas, forma-se um grande coágulo; se há infecção associada, surge reação inflamatória exuberante. Nos dois casos, a exsudação de fagócitos é muito intensa e forma-se abundante tecido de granulação. Como as bordas da ferida são distantes, a regeneração da epiderme é mais lenta e demora mais tempo para se completar. As células da epiderme proliferam nas margens, onde ocorre certo grau de hiperplasia devido à grande quantidade de fatores de crescimento liberados a partir das células exsudadas. ➢ ANTIINFLAMATÓRIOS: Existem os antiinflamatórios hormonais (corticoides) e os não hormonais. Os hormonais inibem a formação do ácido araquidônico, e, portanto, inibem a formação das prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos. Isto é, são mais potentes. Já os não hormonais (AINHS), inibem apenas a formação de prostaglandinas e tromboxanos e não de leucotrienos. Dentre os AINHS, tem-se os que inibem a cox 1 e os que inibem a cox 2. A cox 1 é responsável pela produção da prostaglandina estrutural, isto é, fisiológica. Ela atua na mucosa do estômago, sistema reprodutor feminino, rim, etc. A cox 1 também está envolvida na produção dos tromboxanos (agregantes plaquetários). Assim, inibidores seletivos para a COX 1 atuam inibindo a produção da prostaglandina estrutural e dos tromboxanos (inibindo, portanto, a agregação plaquetária, predispondo a sangramentos). Já os inibidores da COX2, não inibem a produção nem da prostaglandina fisiológica e nem dos tromboxanos, e ao contrário, inibem a produção das prostaglandinas envolvidas no processo inflamatório. Entretanto, possuem um efeito negativo também, pois inibem a produção das prostaciclinas que possuem ação vasodilatadora e antiagreganteplaquetária, assim, haverá maior risco para a agregação plaquetária e vasoconstrição, levando a um maior risco para a doença vascular cerebral.
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