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“A UTILIZAÇÃO DE ENXERTO ALÓGENO NAS RECONSTRUÇÕES LIGAMENTARES DO JOELHO” 1 Introdução A utilização de enxerto alógeno é um tema que há décadas desperta interesse dos ortopedistas devido às supostas vantagens que apresenta, como diminuição do tempo cirúrgico, maior tamanho de enxerto, ausência de morbidade do sítio doador Objetivo do artigo: Avaliar como está sendo realizada a utilização de aloenxertos para reconstruções ligamentares no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP. Enxertos O que são? Transplantação de uma parte do organismo animal para outra região do mesmo ou de outro indivíduo. Tipos de enxertos: - Sintéticos - Biológicos Autólogo – próprio paciente Alógeno – mesma espécie Xenogénicos – espécies diferentes Utilização clínica Reparação ou substituição de tecidos lesados. Enxertos Alógenos O preparo do material consiste em dois processos: O primeiro, usado há mais de 40 anos, é o emprego de óxido de etileno gasoso, com alto índice de toxicidade, porém, sob níveis seguros, os resíduos tóxicos são mínimos após o processo. O segundo envolve a irradiação por raios gama, mas requer cautela pois pode alterar as propriedades biomecânicas do tecido. Temperaturas de armazenamento do tecido: entre -80°C a -196°C Triagem do doador Indicação de uso: Reconstruções em lesões multiligamentares. Vantagens: Diminuição do tempo cirúrgico, incisões menores, disponibilidade de enxertos extensos, ausência de morbidade do sitio doador. Desvantagens: Não incorporação do tecido, período de incorporação mais prolongado, alargamento do túnel ósseo, e principalmente, maior risco de transmissão de doenças virais e bacterianas. Enxertos Alógenos Estruturas utilizados Ligamento patelar Tendão do M. tibial anterior Tendão Quadriceptal Enxertos Alógenos Tendão Calcâneo Tendões dos fibulares Os Ligamentos do Joelho 7 Ligamentos Cruzados Ligamento cruzado anterior: Origem: área intercondilar anterior da tíbia, imediatamente posterior à fixação do menisco medial. Trajeto: estende-se superior, posterior e lateralmente. Inserção: parte posterior da face medial do côndilo lateral do fêmur. Flexão do joelho LCA encontra-se frouxo Extensão completa do joelho LCA encontra-se tensionado Funções: Impede o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão da articulação do joelho. 9 Ligamentos Cruzados Ligamento cruzado posterior: Origem: parte posterior da eminência intercondilar da tíbia. Trajeto: estende-se superior, anterior e medialmente. Inserção: face lateral do côndilo medial do fêmur. Flexão do joelho LCP encontra-se tensionado Extensão completa do joelho LCP encontra-se frouxo Funções: Impede o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia 11 Reconstrução do LCA Técnica Cirúrgica Reconstrução do LCA Técnica Cirúrgica Materiais e Métodos Análise retrospectiva dos prontuários de 46 pacientes que realizaram a cirurgia entre os anos de 1999 e 2007. Foram considerados: A data do procedimento; O diagnóstico à ocasião da cirurgia; O procedimento cirúrgico realizado; Qual o tecido utilizado no procedimento. Resultados Foram avaliados 34 pacientes do sexo masculino e 12 do sexo feminino, acompanhando-se os 46 casos operados, com seguimento ambulatorial variando de 10 meses a 9 anos (média de 3,1 anos). 30/05/2011 Propicia uma fonte adequada de enxertos, sem os danos associados à retirada de múltiplos autoenxertos. Nas cirurgias de revisão, evita-se a retirada de mais tecido do lado lesado. Resultados com aloenxertos têm se mostrado equivalentes à utilização de enxerto autólogo. O índice de infecção bacteriana nos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos com a utilização de aloenxertos está dentro de incidência geral para infecção hospitalar (0.6 a 2%). Não foram observados casos de infecção viral. Discussão Conclusão A utilização de aloenxertos é uma opção segura e que oferece, certamente, menor risco aos procedimentos cirúrgicos, devendo ser considerada principalmente nas cirurgias multiligamentares e nas revisões. Referências MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a clínica. 5ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 1101 p. ABDALA, R. J.; MONTEIRO, D. A.; DIAS, L.; CORREIA, D. M.; COHEN, M.; FORGAS, A. Comparação entre os resultados obtidos na reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho utilizando dois tipos de enxertos autólogos: tendão patelar versus semitendíneo e grácil. Revista Brasileira de Ortopedia, Vol. 44, set/outubro, 2009. DAMASCENO, M.L.; FERREIRA, T.F. ; D´ELIA, C.O.; DEMANGE, M.K; PÉCORA, J.R.; HERNANDEZ, A.J. et al. A utilização de enxerto alógeno nas reconstruções ligamentares do joelho. Acta. Ortop Bras. 2009
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