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10_11_2021 - CPC 27 - Ativo Imobilizado

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Centro Universitário Estácio de Sergipe 
Disciplina: IFRS/BR GAAP – GST 1986 – (5478327/3001) 
Período: 2021-2 
 
CPC 27 – ATIVO IMOBILIZADO 
 
DEPRECIAÇÃO DE BENS USADOS 
 
De acordo com o artigo 311 do RIR/99, a empresa que adquirir um bem usado 
deverá depreciá-lo com base no maior prazo de vida útil dentre os seguintes: 
 metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo; ou 
 restante da vida útil do bem, considerada esta em relação à primeira 
instalação ou utilização. 
 
O motivo de o fisco ser taxativo em relação à utilização do maior prazo de vida 
útil é bem simples, pois, caso as empresas utilizassem o menor prazo de vida 
útil para depreciação, as despesas com depreciação seriam maiores, resultando 
em um menor lucro operacional, diminuindo por conseguinte a base de cálculo 
do IR e CSLL, resultando em uma menor arrecadação para o fisco. Em síntese: 
 
Prazo de vida útil é o maior = Metade da vida útil do bem novo ou Restante da vida útil 
 
Aplicação 
Questão 1 (Autor): A empresa Amarela em 01/01/2018 adquiriu um 
equipamento novo no valor de R$ 100.000,00, com vida útil de 10 anos. Em 
25/01/2021 a empresa Gama adquiriu o equipamento da empresa Amarela por 
R$ 63.000,00. As despesas de depreciação em 2021 referentes ao equipamento 
adquirido pela empresa Gama será de: 
a) ( ) R$ 10.000,00 
b) ( x ) R$ 9.000,00 
c) ( ) R$ 8.000,00 
d) ( ) R$ 7.000,00 
e) ( ) R$ 6.000,00 
Solução: 
Período de utilização do bem pela empresa Amarela = 3 anos 
Restante da vida útil do bem = Vida útil do bem novo - Período de utilização 
Restante da vida útil do bem = 10 anos - 3 anos = 7 anos 
Metade da vida útil do bem novo = 50% x 10 anos = 5 anos 
 
O prazo de vida útil admissível para fins de depreciação do bem adquirido 
usado será o maior dentre os acima, ou seja, 7 anos. Portanto, a taxa de 
depreciação utilizada pela empresa Gama será: 
 
Atenção! Apesar de a empresa Gama ter adquirido o equipamento em 
25/01/2021, para efeitos de depreciação considera-se o mês integral. 
 
 100% 100% 1 
Taxa de depreciação = -------------- = ------------- = ------ a.a. 
 Vida útil 7 anos 7 
 
Custo de aquisição da empresa Gama = R$ 63.000,00 
Depreciação em 2021 = Taxa de depreciação x Custo de aquisição da empresa Gama 
Depreciação em 2021 = 1/7 x R$ 63.000,00 = R$ 9.000,00 
 
 
Questão 2 (Autor): A empresa Alfa em 01/01/2017 adquiriu um equipamento 
novo no valor de R$ 100.000,00, com vida útil de 10 anos. Em 01/01/2027 a 
empresa Beta adquiriu o equipamento da empresa Alfa por R$ 63.000,00. As 
despesas de depreciação em 2027 na empresa Beta será de: 
 
a) ( ) 0,00. 
b) ( ) R$ 10.000,00. 
c) ( ) R$ 21.000,00. 
d) ( ) R$ 15.000,00. 
e) ( x ) R$ 12.600,00. 
 
Solução: 
Período de utilização do bem na empresa Alfa = 10 anos 
Restante da vida útil do bem = Vida útil novo - Período de utilização 
Restante da vida útil do bem = 10 anos - 10 anos = O anos 
Metade da vida útil do bem novo = 50% x 10 anos = 5 anos 
Conclusão: mesmo que a empresa Alfa tenha utilizado o bem por toda a sua vida útil, a 
empresa Beta, ao adquiri-lo, de acordo com as regras da Secretaria da Receita Federal, terá 
que depreciá-lo em 5 anos. 
 
 100% 100% 1 
Taxa de depreciação = -------------- = ------------- = ----------- = 20% 
 Vida útil 5 anos 5 
 
Custo de aquisição da empresa Beta = R$ 63.000,00 
Depreciação em 2027 = Taxa de depreciação x Custo de aquisição da empresa Beta 
Depreciação em 2027 = 20% x R$ 63.000,00 = R$ 12.600,00 
 
DEPRECIAÇÃO DE FLORESTAS DESTINADAS À EXPLORAÇÃO DE FRUTOS 
 
De acordo com o RIR/99, os projetos florestais relacionados com as culturas 
agrícolas permanentes que propiciam mais de uma colheita e apresentam 
prazo de vida útil superior a um ano (como por exemplo, cafezal, laranjal, etc.) 
não sofrem exaustão, sofrem depreciação pelo período que dá os frutos. As 
árvores que sofrem exaustão são aquelas utilizadas na fabricação de móveis, 
produção de papel, etc. 
 
Os custos incorridos no período de formação do produto serão acumulados em 
conta específica, que poderá ser denominada de estoques de colheita em 
andamento, classificada no ativo circulante, que após a colheita deverá ser 
baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta denominada 
estoques de produtos agrícolas especificando-se o tipo de produto colhido. 
 
Aplicação 
Questão 3 (Autor): Em 01/01/2017 a Cia. Gama apresentava os seguintes 
saldos em seu balanço patrimonial: 
 
ATIVO (R$) PASSIVO (R$) 
NÃO CIRCULANTE 500.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 500.000,00 
Plantação de Café......................................500.000,00 Capital Social 500.000,00 
TOTAL DO ATIVO 500.000,00 TOTAL DO PASSIVO 500.000,00 
 
A plantação de café foi adquirida por R$ 500.000,00, e a colheita ocorre 
anualmente, sempre no mês de dezembro. O pé de café tem uma vida útil 
produtiva de 25 anos. Supondo que a produção de café teve início no exercício 
de 2017, ao final do primeiro exercício a empresa Gama reconhecerá: 
a) ( ) exaustão acumulada no valor de R$ 20.000,00. 
b) ( ) amortização acumulada no valor de R$ 20.000,00. 
c) ( ) estoques de café em andamento no valor de R$ 240.000,00. 
d) ( x ) depreciação acumulada no valor de R$ 20.000,00. 
 
Solução: 
Segundo o RIR/99, a plantação de café sofrerá depreciação, e, no final do 
exercício, quando ocorrer a colheita de café, a empresa Gama reconhecerá: 
 
 Custo de aquisição R$ 500.000,00 
Depreciação do cafezal = ----------------------------- = ---------------------- = R$ 20.000,00 
 Vida útil 25 anos 
 
 
1) Registro da depreciação do cafezal em 31/12/2017: 
 
D C
1 20.000,00
D C
20.000,00 1
Estoques de Café em Andamento
Depreciação Acumulada
 
Em 31/12/2017, constará no Balanço Patrimonial na empresa Gama: 
 
 
 
 
 
ATIVO (R$) PASSIVO (R$) 
CIRCULANTE 20.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 500.000,00 
Estoques de Café em Andamento.............. 20.000,00 Capital Social 500.000,00 
NÃO CIRCULANTE 480.000,00 
Plantação de Café......................................500.000,00 
(-) Depreciação Acumulada...................... (20.000,00) 
TOTAL DO ATIVO 500.000,00 TOTAL DO PASSIVO 500.000,00 
 
DEPRECIAÇÃO DE BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEIROS 
 
De acordo com o artigo 301, § 2º, do RIR/99, o custo das construções ou 
benfeitorias em bens locados ou arrendados de terceiros deverá ser registrado 
em conta do imobilizado. As benfeitorias são gastos realizados com a 
conservação ou com o aumento de área de um imóvel com objetivo de ajustá-
lo às necessidades de utilização da empresa. 
 
Conforme dispõe o Parecer Normativo CST n° 104/75, quando as benfeitorias 
tiverem prazo de vida útil igual ou inferior a um ano ou se tratarem de 
despesas de conservação e reparos, tal como pintura do imóvel, os custos 
correspondentes poderão ser contabilizados diretamente como despesas 
operacionais. 
 
Contratos com previsão de indenização das benfeitorias efetuadas 
 
No contrato de locação, quando o locatário (inquilino) realiza uma benfeitoria 
no imóvel do locador (proprietário) e existe no contrato uma cláusula com 
previsão de indenização por parte do locador, temos a seguinte relação 
jurídica: 
 
Pessoa jurídicalocadora do imóvel: 
O valor das benfeitorias indenizadas será registrado a débito da conta do imobilizado, tendo 
como contrapartida de lançamento a conta do passivo exigível. 
 
Registro contábil na locadora: 
D: Imobilizado - ANC Imobilizado 
C: Benfeitorias a Pagar - PC ou PNC 
 
 
Pessoa jurídica locatária do imóvel 
O valor das benfeitorias indenizadas será registrado a débito como valores a receber no 
ativo circulante ou no ativo não circulante realizável em longo prazo. 
 
Registro contábil na locatária: 
D: Benfeitorias a Receber - AC ou ANC - RLP 
C: Disponibilidades - AC 
 
Aplicação: 
Questão 4 (Autor): Em 01/06/2017, a empresa Amarela alugou um imóvel no 
valor de R$ 150.000,00 da empresa Bretton e realizou uma benfeitoria no valor 
de R$ 50.000,00, que ficou pronta em 31/12/2017. Consta no contrato de 
locação que toda e qualquer benfeitoria realizada pela locatária será 
indenizada pela locadora. Sabendo-se que a benfeitoria tem vida útil de 20 
anos e que o contrato de locação é por prazo indeterminado, assinale a 
alternativa correta. 
a) ( ) No contrato de locação por prazo indeterminado, as benfeitorias serão 
amortizadas pela locatária, à taxa de 4% a.a. 
b) ( ) As benfeitorias são classificadas no subgrupo do ativo não circulante 
intangível, estando sujeitas à amortização no valor de R$ 2.000,00 ao ano. 
c) ( ) As benfeitorias são depreciadas apenas pela locadora, a empresa 
Bretton. 
d) ( x ) As benfeitorias não estão sujeitas à depreciação, pois as mesmas serão 
indenizadas pela locatária. 
e) ( ) A depreciação acumulada referente às benfeitorias no final do exercício 
de 2018 será de R$ 2.000,00. 
 
Solução: No contrato consta que qualquer benfeitoria efetuada pela locatária 
(Inquilina) será indenizada pela locadora (Proprietária); portanto, as 
benfeitorias não serão depreciadas ou amortizadas. 
 
(1) Registro na empresa Amarela (locatária) do valor gasto na benfeitoria de 
imóvel de terceiros: 
 
D C
1 50.000,00
D C
50.000,00 1
Benfeitorias a Receber
Caixa/Bancos
 
Registro na empresa Bretton (locadora) referente a valorização do seu 
imóvel: 
 
D C
150.000,00
2 50.000,00 
200.000,00 
D C
50.000,00 2
Imóvel
Benfeitorias a Pagar
 
Analisando as alternativas, temos: 
a) Errada. No contrato de locação por prazo indeterminado, quando existe 
cláusula de indenização das benfeitorias por parte da locatária, não existe 
amortização das benfeitorias. 
b) Errada. As benfeitorias são classificadas no subgrupo do ativo não circulante 
imobilizado da empresa Bretton (locadora), e não estão sujeitas à amortização. 
c) Errada. As benfeitorias não são depreciadas pela empresa Bretton. 
d) Correta. No contrato consta que qualquer benfeitoria efetuada pela 
locatária será indenizada pela locadora; portanto as benfeitorias não serão 
depreciadas ou amortizadas. 
e) Errada. As benfeitorias não são depreciadas pela empresa Bretton. 
 
Contratos sem previsão de indenização das benfeitorias efetuadas 
 
No contrato de locação, quando o locatário (Inquilino) realiza uma benfeitoria 
no imóvel do locador (proprietário) e não existe no contrato uma cláusula com 
previsão de indenização por parte do locador, temos a seguinte relação 
jurídica: 
 
Pessoa jurídica locadora do imóvel: 
O valor das benfeitorias será registrado a débito da conta do imobilizado, tendo como 
contrapartida de lançamento uma conta de receita. 
 
Registro contábil na locadora: 
D: Imobilizado - ANC Imobilizado 
C: Outras Receitas - DRE 
 
Pessoa jurídica locatária do imóvel 
O valor das benfeitorias indenizadas será registrado a débito no subgrupo do ANC 
Imobilizado e a contrapartida será a crédito da conta depreciação ou amortização 
acumulada. 
 
Registro contábil na locatária: 
D: Despesas com Depreciação/Amortização 
C: Depreciação/Amortização Acumulada 
 
Na locação por prazo indeterminado, os gastos com benfeitorias em imóveis de 
terceiros, sem direito à indenização, estão sujeitos à depreciação de acordo 
com o prazo de vida útil do bem. 
 
Contratos de locação por prazo determinado 
 
Nos contratos de locação por prazo determinado, quando o locatário não tem 
direito à indenização das benfeitorias realizadas, as benfeitorias podem sofrer 
depreciação ou amortização. 
 
Depreciação das benfeitorias 
Os gastos com benfeitorias em imóveis de terceiros serão depreciados quando a vida útil da 
benfeitoria for inferior ao prazo do contrato de locação. 
Amortização das benfeitorias 
Os gastos com benfeitorias em imóveis de terceiros serão amortizados quando a vida útil da 
benfeitoria for superior ao prazo do contrato de locação. 
 
Depreciação das benfeitorias 
Segundo o artigo 183, §2º, alínea a, da Lei 6.404/76, a depreciação 
corresponde à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos 
sujeitos a desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. Portanto, 
quando a benfeitoria é apropriada para o resultado com base na sua vida útil, a 
entidade por força da legislação deverá depreciá-la. 
 
Amortização das benfeitorias 
De acordo com o artigo 183, § 2°, alínea b, da Lei n° 6.404/76, a amortização 
corresponde à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da 
propriedade industrial ou comercial, ou cujo objeto sejam bens de utilização 
por prazo legal ou contratualmente limitado. Conclusão: quando a benfeitoria é 
apropriada para o resultado com base no contrato de locação (prazo 
contratualmente limitado), a entidade por força da legislação deverá amortizá-
la. 
 
Contratos de locação por prazo indeterminado 
 
Nos contratos de locação por prazo indeterminado, quando o locatário não 
tem direito à indenização das benfeitorias realizadas, as benfeitorias sofrem 
apenas depreciação. 
 
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS 
 
Para determinar se um item do ativo imobilizado está com parte de seu valor 
irrecuperável, a entidade aplica o CPC 01, que trata da redução ao valor 
recuperável de ativos. O CPC 01 determina como a entidade deve revisar o 
valor contábil de seus ativos, como determinar o seu valor recuperável e 
quando reconhecer ou reverter perda por redução ao valor recuperável. 
 
 
 
ESTIMATIVA CONTÁBIL E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Consoante as normas contábeis, a depreciação deve ser calculada de acordo 
com a melhor estimativa contábil. A seleção do método de depreciação e a 
estimativa da vida útil dos ativos são questões de julgamento. Por isso, a 
divulgação dos métodos adotados, taxas de depreciação e estimativas das vidas 
úteis, fornece aos usuários das demonstrações contábeis, informação que lhes 
permite revisar as políticas selecionadas pela administração e facilita 
comparações outras entidades. A revisão das vidas úteis e do valor residual, 
devem ser realizadas, no mínimo, a cada exercício, e a administração deve 
manter e aprovar análise documentada que evidencie a necessidade ou não de 
alteração das expectativas anteriores (oriundas de fatos econômicos, 
mudanças de negócios ou tecnológicas), a fim de solicitar ou não novas 
avaliações, com regularidade tal que as estimativas de vida útil e valor residual 
permaneçam válidas em todos os exercícios. 
 
Mas, no Brasil, uma prática utilizada por muitas entidades foi a de considerar, 
como taxas de depreciação, aquelas aceitas pela legislação tributária. De 
acordo com o artigo 310 do RIR/99, por remissão ao artigo 57, § 2°, na Lei 
4.506/64, a taxa anual de depreciação é fixada em função do prazo durante o 
qual se possa esperar utilização econômica do bem pelo contribuinte na 
produção de seus rendimentos. Ainda, de acordo com a legislação fiscal, a 
Secretaria da Receita Federal publicará periodicamente o prazo de vida útil 
admissível, em condições normais ou médias, para cada espécie de bem, 
ficando assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota 
efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que 
faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente. 
 
Observa-se que alegislação tributária procurou se basear em vidas úteis 
econômicas em condições normais ou médias. Além dessa regra geral, a 
legislação tributária permite acréscimos substanciais nessas taxas no caso de 
utilização por dois ou três turnos de trabalho, sem necessariamente haver 
comprovação de ter havido redução na vida útil desses ativos nessa mesma 
proporção. Isso tudo pode ter provocado distorções nos valores contábeis de 
alguns ativos, especialmente pela exigência anterior da Secretaria da Receita 
Federal da contabilização desses valores adicionais para seu aproveitamento 
fiscal. 
 
Já em algumas outras situações houve, a título de incentivo fiscal, depreciações 
em dobro ou o cômputo de toda a depreciação no próprio ano em que o bem 
foi adquirido. Nessas outras situações, as entidades normalmente fizeram o 
registro da depreciação incentivada em livros fiscais, sem alterar a escrituração 
societária. 
 
Dessa forma, como regra geral, a utilização das tabelas emitidas pela Secretaria 
da Receita Federal tem representado a intenção do fisco e das empresas em 
utilizar prazos estimados de vidas úteis econômicas, com base nos parâmetros 
que partiram de estudos no passado. Pode ter havido, em muitas situações, 
mesmo com a utilização dessas taxas admitidas fiscalmente, razoável 
aproximação com a realidade dos ativos. Todavia, podem ter ocorrido 
significativos desvios. Pode existir ativo com valor contábil substancialmente 
depreciado, ou mesmo igual a zero, e que continua em operação e gerando 
benefícios econômicos para a entidade, o que pode acarretar, em certas 
circunstâncias, que o seu consumo não seja adequadamente confrontado com 
tais benefícios, o que deformaria os resultados vindouros. Por outro lado, pode 
ocorrer que o custo de manutenção seja tal que já represente adequadamente 
o confronto dos custos com os benefícios. 
 
Por exemplo, a Transportadora Delta S.A. adquire dois caminhões A e B, 
idênticos, e estima que a vida útil do caminhão A, que será utilizado em áreas 
urbanas para entrega de objetos frágeis, é de 8 anos, enquanto que a vida útil 
do caminhão B, que será utilizado em operações interestaduais para 
transportes de carga pesada, é de 4 anos. Mas, de acordo com a Secretaria da 
Receita Federal, a vida útil desses veículos é de 5 anos, resultando em uma taxa 
de depreciação de 20% a.a. Nesse caso, qual será a vida útil a ser adotada pela 
empresa? 
 
Resposta: Contabilmente, a depreciação dos caminhões deverá ser realizada de acordo 
com a melhor estimativa da empresa, ou seja, 8 anos para o caminhão A e 4 anos para o 
caminhão B. 
 
INDENIZAÇÃO DE PERDA POR DESVALORIZAÇÃO 
 
A indenização de terceiros por itens do ativo imobilizado que tenham sido 
desvalorizados, perdidos ou abandonados deve ser reconhecida no resultado 
quando a indenização se tornar recebível. As desvalorizações ou perdas de 
itens do ativo imobilizado, pagamentos ou reclamações relativas a indenizações 
de terceiros e qualquer aquisição ou construção posterior de ativos de 
substituição são eventos econômicos separados, contabilizados separadamente 
conforme a seguir: 
• as desvalorizações de itens do ativo imobilizado são reconhecidas de acordo 
com o CPC 01. 
• a indenização de terceiros por itens do ativo imobilizado que tenham sido 
desvalorizados, perdidos ou abandonados é reconhecida no resultado quando 
a indenização se tornar recebível. 
• a baixa de itens do ativo imobilizado obsoletos ou alienados é determinada 
de acordo com o CPC 27. 
• o custo de itens do ativo imobilizado restaurados, adquiridos ou construídos 
para reposição é determinado de acordo com o CPC 27. 
 
BAIXA DE UM ATIVO IMOBILIZADO 
 
O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado: 
I. Por ocasião de sua alienação; ou 
II. Quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua 
utilização ou alienação. 
 
Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do ativo imobilizado 
devem ser reconhecidos no resultado quando o item é baixado (a menos que o 
CPC 06, que trata das operações de arrendamento mercantil, exija de outra 
forma em operação de venda e leaseback*). 
 
(*) é uma transação financeira em que um vende um ativo e o devolve em longo prazo; 
portanto, continua sendo capaz de usar o ativo, mas não o possui mais. 
 
ATENÇÃO! Os ganhos não devem ser classificados como receita de venda. 
Entretanto, a entidade que, durante as suas atividades operacionais, 
normalmente vende itens do ativo que eram mantidos para aluguel a terceiros 
deve transferir tais ativos para o estoque pelo seu valor contábil quando os 
ativos deixam de ser alugados e passam a ser mantidos para venda. Passam a 
ser considerados, daí para a frente, como estoques e se sujeitam aos requisitos 
do CPC 16, que trata dos estoques. 
 
As receitas advindas da venda de tais ativos devem ser reconhecidas como 
receita de acordo com o CPC 30, que trata das receitas. O CPC 31, que trata do 
ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada, não se 
aplica quando os ativos que são mantidos para venda durante as atividades 
operacionais são transferidos para os estoques. 
 
Existem várias formas de alienação de um item do ativo imobilizado, como, por 
exemplo, venda, arrendamento mercantil financeiro ou doação. Para 
determinar a data da alienação do item, a entidade deve aplicar os critérios do 
CPC 30, que trata das receitas para reconhecer a receita advinda da venda de 
bens. O CPC 06, que trata de operações de arrendamento mercantil, aplica-se à 
alienação em operação de venda e leaseback. 
 
Se, de acordo com o princípio do reconhecimento, a entidade reconhecer no 
valor contábil de um item do ativo imobilizado o custo de substituição de parte 
do item, deve baixar o valor contábil da parte substituída, independentemente 
de a parte substituída estar sendo depreciada separadamente ou não. Se a 
apuração desse valor contábil não for praticável para a entidade, esta pode 
utilizar o custo de substituição como indicador do custo da parcela substituída 
na época em que foi adquirida ou construída. Os ganhos ou perdas decorrentes 
da baixa de um item do ativo imobilizado devem ser determinados pela 
diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor contábil do 
item. 
 
A importância a receber pela alienação de um item do ativo imobilizado deve 
ser reconhecida inicialmente pelo seu valor justo. Se esse pagamento for a 
prazo, a consideração recebida deve ser reconhecida inicialmente pelo valor 
equivalente a vista (ver o CPC 12, que trata do ajuste a valor presente, e o CPC 
08, de custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores 
mobiliários). 
 
IMPORTANTE 
O valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da 
depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas. 
 
Valor contábil = Custo de Aquisição - Depreciação Acumulada - Perdas por Impairment Test 
Ganhos ou Perdas = Valor Líquido de Alienação - Valor Contábil 
 
A diferença entre o valor nominal da remuneração e seu valor presente deve 
ser reconhecida como receita de juros, de acordo com o CPC 30, que trata de 
receitas, refletindo o efetivo rendimento do valor a receber. 
 
Aplicação 
 
Questão 5 (Contabilidade Sabesp FCC 2014): A empresa Sol & Chuva S.A. 
possuía, em 31/12/2013, em seu ativo imobilizado, um imóvel com as 
seguintes informações, após o reconhecimento da despesa de depreciação 
para o ano de 2013: 
 
Custo de aquisição: R$ 1.000.000,00 
Depreciação acumulada: R$ 350.000,00 
Perda por impairment: R$ 250.000,00 
 
Nesta mesma data (31/12/2013), a empresa vendeu este imóvel por R$ 
650.000,00 a vista. O resultado obtido com a venda foi: 
a) ( ) Prejuízo de R$ 350.000,00. 
b) ( ) Igual a zero. 
c) ( ) Prejuízo de R$ 100.000,00. 
d) ( x ) Lucro de R$ 250.000,00. 
e) ( ) Lucro de R$ 50.000,00. 
 
Solução: 
 
1º Passo: Calcular o valor contábil na data da alienação 
Custo de aquisição....................................................R$1.000.000,00 
(-) Depreciação acumulada...................................... (R$ 350.000,00) 
(-) Perda por impairment......................................... (R$ 250.000,00) 
(=) Valor contábil em 31/12/2013............................ R$ 400.000,00 
 
2º Passo: Calcular o resultado obtido na operação de alienação 
 
Lucro = Valor de venda - Valor contábil 
Lucro = R$ 650.000,00 – R$ 400.000,00 = R$ 250.000,00 
 
Para efeitos didáticos, vamos contabilizar a operação de alienação por meio de 
razonetes. 
 
1) Registro da baixa do custo de aquisição: 
D C
1.000.000,00 1.000.000,00 1
D C
1 1.000.000,00
Custo de Aquisição
Outras Despesas
 
 
 
2) Registro da baixa da depreciação acumulada: 
 
 
D C
2 350.000,00 350.000,00
D C
350.000,00 2
Depreciação Acumulada
Outras Receitas
 
 
3) Registro da baixa da perda por impairment: 
 
D C
3 250.000,00 250.000,00
D C
350.000,00 2
250.000,00 3
600.000,00 
Perda Por Impairment
Outras Receitas
 
 
4) Registro da venda a vista 
 
D C
4 650.000,00
D C
600.000,00
650.000,00 4
1.250.000,00 
Disponibilidades
Outras Receitas
 
5 e 6) Registro da apuração do resultado 
 
D C
1.000.000,00 1.000.000,00 5
D C
6 1.250.000,00 1.250.000,00
D C
5 1.000.000,00 1.250.000,00 6
250.000,00
Outras Despesas
Outras Receitas
Ganho
 
 
Aplicação: 
 
Questão 6 (Analista Contábil DPE RO FGV 2015): A empresa de papel e 
celulose Sem Cor construiu sua nova planta industrial perto da plantação de 
eucaliptos. A cidade mais próxima está localizada a mais de 100 km de 
distância. Com o intuito de auxiliar seus empregados, a empresa construiu um 
alojamento para ser alugado a eles. No que tange aos gastos com esse 
alojamento, a classificação correta a ser feita pela Sem Cor é: 
 
a) ( ) Investimento. 
b) ( ) Propriedade para Investimento. 
c) ( x ) Imobilizado. 
d) ( ) Como despesa, já que não atua no ramo de locação. 
e) ( ) Intangível em função da fidelização do aluguel. 
 
Solução: As propriedades para investimento são mantidas para obter rendas, 
valorização do capital ou para ambas, sendo classificadas no subgrupo do Ativo 
Não Circulante - Investimentos. Por isso, uma propriedade para investimento 
gera fluxos de caixa altamente independentes dos outros ativos mantidos pela 
entidade. Isso distingue as propriedades para investimento de propriedades 
ocupadas pelos proprietários. 
 
A produção, o fornecimento de bens e serviços ou o uso de propriedades para 
finalidades administrativas gera fluxos de caixa que são atribuíveis não apenas 
às propriedades, mas também a outros ativos usados no processo de produção 
ou de fornecimento. 
 
Os alojamentos alugados pela empresa de papel e celulose Sem Cor para os 
seus funcionários estão relacionados com as atividades fins da empresa de 
celulose e são classificados no subgrupo do Ativo Não Circulante – Imobilizado. 
 
Assim: 
 
Imóveis alugados classificados no Ativo Não Circulante – Imobilizado: 
São imóveis que estão relacionados com as atividades fins da administração. 
 
Imóveis alugados classificados no Ativo Não Circulante - Investimentos: 
São imóveis que não estão relacionados com as atividades fins da administração. 
___________________ 
Fontes de consulta: 
 Adriano Sergio. Manual dos Procedimentos Contábeis Comentados: IFRS – Prefácio do Professor 
Sérgio de Iudícibus. – São Paulo: Atlas 2018. 
 
 CPC 27 – Ativo Imobilizado. 
 
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