Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CARBOIDRATOS Trabalho em grupo Lic. em Ciencias Alimentares QUÍMICA DOS ALIMENTOS Membros do grupo: Amilton Martins Rúbio Airestofano Daniel Vasco Amina Mansur Ali Albertina Cosme Simba Objectivos Conhecer a composição química e diferentes grupos funcionais dos carboidratos; Classificar os carboidratos conhecendo estruturas químicas das classes; Identificar um carboidrato pela sua fórmula molecular; Explicar a distribuição dos carboidratos na natureza; Explicar as diferentes reacções com os carboidratos; Conhecer a tecnologia dos carboidratos e fibras. Introdução Os carboidratos são encontrados em inúmeros alimentos de origem animal, mas sobretudo, nos alimentos vegetais. Essas macromoléculas desempenham importantes funções para os alimentos, quanto para a saúde humana. Introdução Os carboidratos representam aproximadamente 90% da matéria seca dos vegetais (isto é, considerando o somatório de seus constituintes com excepção da água). Esse grupo compreende inúmeros compostos que se diferenciam em relação à estrutura, tamanho e configuração das moléculas, além das propriedades físicas e químicas particulares, dentre as quais podem ser citados: os diferentes graus de solubilidade em água; poder de doçura; capacidade de actuar como agente redutor e de reagir com aminoácidos, peptídeos e proteínas em reacções de escurecimento; além dos efeitos fisiológico no corpo humano, podendo actuar como substrato energético (em geral, fornecendo aproximadamente 4 Kcal/g), estrutural, fibra alimentar, e possível acção prebiótica. Carboidratos Os carboidratos são substâncias utilizadas como “combustível” pelo corpo humano - fonte mais importante de energia. Presentes em alimentos como cereais, pão, massas, arroz, farinha e doces. Comumente utilizamos o termo carboidrato como sinônimo de açúcar (sabor doce);???? Sacarídeos, hidratos de carbono, glicídeos Durante a digestão, essas substâncias se “quebram” em partes ainda menores e mais fáceis de serem absorvidas pelo corpo, como glicose. Considerações gerais Conceito e Generalidades Definidos quimicamente como poliidroxialdeídos ou poliidroxiacetonas; São compostos orgânicos constituídos por moléculas de C, H, O; Historicamente, os carboidratos eram definidos como hidratos de carbono, a partir de uma fórmula elementar geral: *Ácido lático tem a mesma fórmula: não é carboidrato *glucitol Onde 7 ≥ 𝒏 ≥ 3, sendo então de se esperar uma proporção fixa de ocorrência entre átomos de carbono e moléculas de água. No entanto, a maioria daqueles sintetizados biologicamente não seguem essa fórmula empírica, colocando em questão a utilização desta fórmula geral Composição dos carboidratos Quimicamente, carboidratos são compostos orgânicos que contêm: Compostos principais Carbono (C) Hidrogénio (H); Oxigénio (O). Seus derivados podem ser compostos por: Nitrogénio (N); Fósforo (P); Enxofre (S). E ainda podem ser encontrados como moléculas simples ou complexas. Grupos funcionais dos carboidratos Os carboidratos têm quatro grupos funcionais, nomeadamente: Função aldeído ou poli-hidroxialdeídos (ou seja, aldeídos com múltiplas hidroxilas); Função cetona ou poli-hidroxicetonas (ou seja, cetonas com múltiplas hidroxilas); Função ácida polihidroxiácidos; Grupos funcionais dos carboidratos Função álcool poli-hidroxiálcoois (polióis) São compostos orgânicos, tipicamente derivado a partir de açúcares, contendo um grupo hidroxila (–OH) ligado a cada átomo de carbono. São sólidos brancos e solúveis em água que podem ocorrer naturalmente ou ser produzidos industrialmente por hidrogenação de açúcares. Cont. E também seus derivados, desoxi- açúcares e amino-açúcares, além dos polímeros desses compostos unidos por ligações glicosídicas. Funções dos Carboidratos Principal forma de combustível celular (fonte): a degradação dessas substâncias até CO2 e H2O representa a mais importante via de fornecimento de energia para o organismo (glicose e frutose); *cada grama de carboidrato fornece 4kcal Importante forma de armazenamento de energia (reserva): Vegetais (Amido) e Animais (glicogênio); Após uma refeição rica em carboidratos, a glicose é armazenada especialmente no fígado e músculos - GLICOGÊNIO; Funções dos Carboidratos Funcionam como elementos de sustentação e estrutura para vários organismos: celulose, ácido hialurônico, quitina; Ácido hialurônico: estética, artrose Funções dos Carboidratos Funcionam como fonte de carbono para biossíntese de ácidos graxos, colesterol, aminoácidos. Funções dos Carboidratos São elementos estruturais de paredes celulares de bactérias e vegetais; Componentes da membranas biológicas: glicoproteínas, glicolipídeos Funções dos Carboidratos Como elementos de defesa: heparina, mucoproteínas, imunoglobulinas; Estrutural: Ribose e desoxirribose: DNA e RNA; Podem se unir: proteínas e lipídeos; Funções dos Carboidratos Funções dos Carboidratos As células cerebrais normalmente só usam para fins de energia a GLICOSE; Os níveis de glicemia efectivamente caem: choque hipoglicêmico (irritabilidade nervosa progressiva que leva a desfalecimento, convulsões e até coma); Classificação • Excesso de glicose na corrente sanguínea????? Triglicerídios Depositados como gordura Classificação dos Carboidratos Podem ser divididos em três classes principais: monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Monossacarídeos (carboidratos simples); Dissacarídeos: 2 unidades de monossacarídeos; Oligossacarídeos: 3 a 10 unid. de monossacarídeos; Polissacarídeos: mais de 10 unid. de monossacarídeos. O termo sacarídeo é derivado do grego sakcharon que significa açúcar. Por isso, são assim denominados, embora nem todos apresentem sabor adocicado. Monossacarídeos São carboidratos não polimerizados, por isso, não sofrem hidrólise. O termo inclui aldoses, cetoses, e vários derivados, por oxidação, desoxigenação, introdução de outros grupos substituintes, alquilação ou acilação das hidroxilas e ramificações (Victor Gold, IUPAC Gold Book, monosaccharides). Monossacarídeos São relativamente pequenos, solúveis em água e não sofrem hidrólise. Devido à alta polaridade, os monossacarídeos são sólidos cristalinos em temperatura ambiente, e assim como os oligossacarídeos, são solúveis em água. São insolúveis em solventes não polares. Embora sejam comumente representados na forma de cadeia linear, as aldoses com quatro carbonos e todos os monossacarídeos com mais de cinco carbonos apresentam-se predominantemente em estruturas cíclicas quando em solução aquosas. Carboidrato Importância biológica 𝑪𝟑𝑯𝟔𝑶𝟑 Gliceraldeído Composto intermediário da glicólise. Diidroxiacetona Participa da glicólise e do ciclo de Calvin. 𝑪𝟓𝑯𝟏𝟎𝑶𝟓 Ribose Matéria-prima para a síntese de ácido ribonucleico (RNA). Desoxirribose (𝑪𝟓𝑯𝟏𝟎𝑶𝟒) Matéria-prima para a síntese de ácido desoxirribonucleico (DNA). 𝑪𝟔𝑯𝟏𝟐𝑶𝟔 Glicose Molécula mais utilizada pelas células para a obtenção de energia. Frutose Função energética. Galactose Constitui a lactose do leite. Função energética. Nomenclatura A nomenclatura na cadeia cíclica dá-se de acordo com a posição da hidroxila (OH). Na glicose, por exemplo, se a OH que está ligada ao carbono um estiver abaixo do plano do anel irá se chamar de α-glicose, já se estiver acima do plano do anel irá s chamar β-glicose. Com excepção da Di-hidroxicetona, todos os monossacarídeos apresentam pelo menos um carbono assimétrico, provocando a apresentação de formas isoméricas opticamente activas. Quanto aos grupamentos funcionais Aldoses Monossacarídeosde função mista poliálcool-aldeído, como a glicose, galactose, arabinose e manose; Cetoses Monossacarídeos de função mista poliálcool-cetona, como a frutose. Quanto ao número de átomos de carbono Trioses: Monossacarídeos com 3 átomos de carbono; Tetroses: Monossacarídeos com 4 átomos de carbono; Pentoses: Monossacarídeos com 5 átomos de carbono; Hexoses: Monossacarídeos com 6 átomos de carbono; Heptoses: Monossacarídeos com 7 átomos de carbono. Ciclização Furano: É um pentanel de fórmula molecular 𝐶4𝐻4𝑂 Pirano: É um hexanel de fórmula molecular 𝐶5𝐻6𝑂 Ciclização Quando monossacarídeos se ciclizam sob a forma do anel "pirano" são conhecidos como piranosídicos e o nome do monossacarídeo é acompanhado pelo sufixo piranose, a fim de designar sua correcta conformação espacial. Por exemplo, a glucose piranosídica é conhecida como glucopiranose. Ciclização A mesma conjugação de substantivos também é válida para os monossacarídeos que se ciclizam na forma do anel furanosídico (nome oriundo da molécula Furano). A frutose, por exemplo, se ciclizada dessa forma, é conhecida como frutofuranose. Ciclização de hexoses Em solução aquosa, as hexoses sofrem uma interacção intramolecular formando uma estrutura cíclica, na forma de pentanel (furano) ou na forma de hexanel (pirano). Ciclização de hexoses Quando a interacção ocorre entre os carbonos 1 e 4 forma-se a α-glicose furanósica (os grupos OH dos carbonos 1 e 2 estão em posição cis) ou a forma β-glicose furanósica (os grupos OH do carbono 1 e 2 estão em posição trans): Ciclização de hexoses Quando a interacção ocorre entre os carbonos 1 e 5 forma-se a α-glicose piranósica (os grupos OH do carbono 1 e 2 estão em posição cis) ou a forma β-glicose piranósica (os grupos OH dos carbonos 1 e 2 estão em posição trans): Isômeros • Compostos com mesma fórmula química, mas de estruturas espaciais diferentes: ISÔMEROS C6H12O6 Epímeros • Carboidratos isômeros que diferem na sua configuração ao redor de apenas um determinado átomo de C: EPÍMEROS. *Epímeros em C-2 *Epímeros em C-4 Enantiômeros • Tipo especial de isomeria observado em pares de estruturas que são como imagens uma da outra no espelho. L-Glicose D- Glicose OH do C assimétrico: lado esquerdo OH do C assimétrico: lado direito *C assimétrico: ligado a 4 átomos ou grupos diferentes mais distante do carbono da carbonila Em seres humanos a maioria dos açúcares é do tipo D- açúcares Isomeria espacial Isomeria óptica A existência de carbonos assimétricos confere aos monossacarídeos a propriedade de girar as ondas unidireccionais da luz polarizada possuindo, portanto, estruturas destrógiras (D) e levógiras (L). Isomeria geométrica Devido a interacção intramolecular, as hidroxilas dos carbonos 1 e 2 dos monossacarídeos podem orientar-se espacialmente na configuração cis (α) ou trans (β) (PALANGE. 2018). Dissacarídeos Os dissacarídeos são carboidratos formados pela combinação de dois monossacarídeos através de uma ligação glicosídica. Estes compostos orgânicos são formados por moléculas de carbono, hidrogénio e oxigénio. Suas principais características são o sabor doce e a solubilidade em água e, por isso, são muito utilizados como adoçantes. Dissacarídeos Sacarose (glicose + frutose): extraída da cana-de- açúcar; Lactose (glicose + galactose): presente no leite; Maltose (glicose + glicose): encontrada na cevada, Hidrólise do amido. Sabores adocicados. Ligação glicosídica e a estrutura dos dissacarídeos A união de dois monossacarídeos acontece através de uma ligação glicosídica. Esta ligação co-valente é formada com a perda de um átomo de hidrogénio de um dos monossacarídeos e a saída de um radical hidroxila do outro. Com a saída do hidrogénio e da hidroxila forma- se uma molécula de água. Por isso, pode-se dizer que um dissacarídeo é formado em uma síntese por desidratação. Ligação glicosídica e a estrutura dos dissacarídeos Sacarose (glicose + frutose) Açúcar comum, também encontrada em frutas, vegetais e mel. Constitui grande parte dos carboidratos consumidos pelos seres humanos – vasta aplicação pela indústria Dissacarídeos Lactose (galactose + glicose) Encontrada principalmente nos laticínios, Principal fonte energética de lactentes, Menor poder adoçante. Dissacarídeos Maltose (glicose + glicose) Produzida através da hidrólise do amido, Uso empregado na fabricação de cerveja. Dissacarídeos Oligossacarídeos Rafinose e estaquiose (Triose – glu+Galac+frut) (tetrose – 2galac+glic+frut) 3-10 unidades de monossacarídeos Encontrados em legumes Não fermentados por enzimas pancreáticas São solúveis em água São carboidratos grandes, às vezes ramificados, formados pela união de mais de dez monossacarídeos ligados em cadeia, constituindo, assim, um polímero de monossacarídeos, geralmente de hexoses. Formados pela ligação de moléculas de glicose, variando na conformação/ligação química. São insolúveis em água e portanto, não alteram o equilíbrio osmótico das células. Polissacarídeos Polissacarídeos Ao contrário da glicose, os polissacarídeos dela derivados não possuem sabor doce, nem são solúveis em água. Os polissacarídeos possuem duas funções biológicas principais, como forma armazenadora de combustível e como elementos estruturais. Carboidrato Monossacarídeos constituintes Distribuição na natureza Polissacarídeos Amido ≈1.400 glicoses Armazenado no amiloplasto de raízes do tipo tuberosa (mandioca, batata doce, cará), caules do tipo tubérculo (batatinha), frutos e sementes. Principal reserva energética dos vegetais. Glicogénio ≈30.000 glicoses Armazenado no fígado e nos músculos. Principal reserva energética de animais e fungos. Celulose ≈1.000 glicoses Função estrutural na célula vegetal, como um componente da parede celular. Quitina Constitui o exoesqueleto dos artrópodes e está presente na parede celular dos fungos. Polissacarídeos Glicogênio (cadeia ramificada): reserva de energia em animais. Hidrolisado à glicose; Glicogênio Polissacarídeo de reserva energética Formado por cadeias ramificadas de glicose Armazenado no fígado e músculos Importante papel na manutenção da glicemia. Polissacarídeos Polissacarídeos Amido (cadeia ramificada): reserva de energia em vegetais. Hidrolisado à maltose e glicose;. Amido Encontrado em vegetais, constituído por: amilose (glicose ligadas linearmente) amilopectina (glicose em cadeias ramificadas) Polissacarídeos Polissacarídeos Polissacarídeos Celulose (polímeros de glicose-cadeia linear): estrutura para células vegetais, para humano, valor estrutural e não nutricional. Celulose Principal constituinte das paredes celulares e tecido de sustentação vegetal Não é hidrolisado em seres humanos Insolúvel em água Encontrada em cascas de frutas/vegetais, folhosos e cereais integrais. Polissacarídeos Carboidratos Complexos Carboidratos podem unir-se por ligações glicosídicas a estruturas que não são carboidratos, como: Bases púricas e pirimídicas (ácidos nucléicos); Anéis aromáticos (esteróides e bilirrubina); Proteínas (glicoproteínas e glicosaminoglicanos); Lipídeos (glicolipídeos). Carboidratos Metabolismo, digestão e absorção Digestão inicia-se durante a mastigação Acção mecânica Acção enzimática (amilase salivar) CarboidratosInício da digestão - acontece na boca. Enzima ptialina OU amilase salivar - secretada pelas glândulas salivares. Quebra as ligações alfa-1→4 entre as moléculas de glicose do amido e as hidrolisa até maltose e oligossacarídeos. Como o alimento passa pouco tempo na boca, este processo é incompleto, pois a amilase não consegue quebrar as ligações alfa 1→6 que existem entre as moléculas de glicose. A amilase salivar continua actuando até chegar no estômago, onde sua acção é inibida pelo pH ácido. Carboidratos Intestino delgado - enzima amilase pancreática forma principalmente maltose, oligossacarídeos (dextrinas) e determinada quantidade de isomaltose. Maior parte da digestão - intestino delgado (duodeno) - ocorre no lúmen e na borda em escova do enterócito - enzima maltase transforma a maltose em duas glicoses. Superfície epitelial - enzimas sacarase, lactase e isomaltase, que atuam na quebra até monossacarídeos - substratos: sacarose, lactose e isomaltose. Após as etapas da digestão - monossacarídeos: glicose, frutose e galactose - absorvidos pelo enterócito. Carboidratos ABSORÇÃO: transporte de moléculas do trato gastrointestinal para a corrente sanguínea. Carboidratos Após a absorção, o fígado libera uma parte da glicose para a corrente sanguínea e o restante é armazenado na forma de glicogênio. No intestino delgado (amilase pancreática) Enzimas: lactase, sacarase e maltase - secretadas na borda em escova hidrolisam em glicose, frutose e galactose. Monossacarídeos absorvidos no intestino delgado e transportados para o fígado. Carboidratos Carboidratos Degradação dos Carboidratos Reacções químicas Reacção de Maillard e caramelização Ambas as transformações formam um produto escuro e de alto peso molecular, sendo que na reacção de Maillard existe o nitrogénio, conhecido como melanoidinas e na caramelização é formado o caramelo um dos corantes mais utilizados pela indústria de alimentos. Reacção de Maillard e caramelização Reacções químicas Reacção de Maillard A reação de Maillard é uma reação química entre um aminoácido ou proteína e um carboidrato redutor, obtendo-se produtos que dão sabor (flavor), odor e cor aos alimentos. O aspecto dourado dos alimentos após assado é o resultado da reação de Maillard. Reacções químicas Reacção de Maillard A reacção de Maillard foi descrita em 1912 pelo químico Louis-Camille Maillard, que estava tentando reproduzir a síntese de proteínas. É uma reacção que ocorre entre os aminoácidos ou proteínas e os açúcares (carboidratos): quando o alimento é aquecido (cozido), o grupo carbonila (C=O) do carboidrato interage com o grupo amino (–NH2) do aminoácido ou proteína, e após várias etapas produz-se as melanoidinas, que dão a cor e o aspecto característicos dos alimentos cozidos ou assados. Reacção de Maillard PROTEÍNA + GLICOSE = MELANOIDINA (pigmento escuro) H2O O aminoácido que participa da reação é perdido do ponto de vista nutricional. Reacção de Maillard Efeito da temperatura: A elevação da temperatura resulta no aumento rápido da velocidade de escurecimento e aumenta a intensidade do pigmento. Efeito do pH: Quanto maior o pH, maior a velocidade da reação (pH=9 a 10). Nesta faixa, o nitrogênio do aminoácido está livre para que ocorra a reação com o açucar. Porém, em pH muito baixo (pH=2) e presença de ácido ascórbico, também ocorre a reação de escurecimento, provocada pela oxidação da vitamina C. Reacção de Maillard Tipos de aminas presentes: Lisina é a mais reativa. Tipos de açucares presentes: Monossacarídeos- glicose Dissacarídeos- maltosa e lactose Teor de umidade: Valores intermediários de Aa (atividade de água) são os ideais, sendo a taxa de escurecimento zero em valores de Aa muito elevada ou baixa. Sulfito: É eficiente no controle do escurecimento. Atua como inibidor da reação. Cont. A reação que ocorre no processo de Maillard é diferente do processo de tostamento e caramelização. No tostamento ocorre uma reação de pirólise do carboidrato (desidratação térmica) e na caramelização ocorre uma desidratação, condensação e polimerização do carboidrato. Em nenhum dos dois casos ocorre o envolvimento das proteínas. Reacções químicas Caramelização A caramelização ocorre entre açúcares não redutores, em particular com a sacarose e na ausência de compostos nitrogenados. O caramelo é um pigmento que também favorece os alimentos com sabor e aroma. Durante o aquecimento acontece a desidratação da molécula do açúcar e a introdução de ligações duplas ou a formação de anéis anidro. A sacarose é a mais utilizada, porém também pode ser usado a D-frutose, D-glicose (dextrose), açúcar invertido, xaropes de glicose, os HFSs, xaropes de malte e os melados. Ácidos e sais facilitam a reacção. Caramelização os ácidos utilizados de grau alimentício se destacam: os ácidos sulfúrico; Sulfuroso; Fosfórico; Acético; cítrico. As bases podem ser: os hidróxidos de amónio; Sódio; Potássio; Cálcio. Os sais podem ser: Carbonatos; Bicarbonatos; Fosfatos; Sulfatos; bissulfitos de amónio; Sódio; potássio. Existem 4 classes de caramelos Caramelo Classe I Ele também é conhecido como caramelo claro ou cáustico. O carboidrato é aquecido sem amónia ou sem iões de sulfito e pode empregar um ácido ou uma base. Caramelo Classe II É conhecido como caramelo sulfocáustico, onde o carboidrato é aquecido em presença de um sulfito e na ausência de ião amónia e podem empregar um ácido ou uma base. O resultado é um caramelo avermelhado muito utilizado em cervejas e outras bebidas alcoólicas. O pH em solução é de 3-4 e contém partículas coloidais com cargas fracamente negativas. Existem 4 classes de caramelos Caramelo Classe III Esse é o caramelo de amónio, onde o carboidrato na presença de uma fonte de iões de amónia e sem iões de sulfito, podendo ter uma base ou um ácido. A cor é marrom avermelhado. Esse corante é recomendado para produtos de panificação, xaropes e pudins. pH em solução: 4,2- 4,8. Caramelo Classe IV Esse é o caramelo sulfito- amónio, onde o carboidrato é aquecido na presença de tanto de sulfito como de iões amónio, podendo ter um ácido ou uma base. Muito utilizado em refrigerantes de cola, bebidas ácidas, xaropes, temperos secos, assados, doces e rações. A cor é marrom e o pH: 2-4,5. Tecnologias dos açucares A palavra açúcar lembra imediatamente os cristais brancos que adoçam a nossa vida. Contudo, os açúcares são não apenas utilizados para adoçar, mas cumprem importantes funções tecnológicas nos alimentos, contribuindo para: a textura; Volume; Cor; preservação dos alimentos. Aplicações tecnológicas Edulcorante Os açúcares em pó são utilizados nos produtos de pastelaria e confeitaria. Os açúcares em xarope são usado s na produção de bebidas ou como base de molhos de fruta, toppings e xaropes aromatizados. Os açúcares são igualmente usados para contrabalançar os sabores ácidos e amargos, por exemplo, nos molhos de tomate, maionese ou xaropes medicinais. Bebidas alcoólicas Os açúcares são igualmente importantes na produção de bebidas alcoólicas; as leveduras convertem o açúcar em álcool. Os açúcares das uvas, cereais, mel e frutas são usados na produção de vinho, cerveja e whisky, hidromel e cidra, respectiva mente. Fibras Fibras, também conhecidas como fibras alimentares ou dietéticas, são substâncias presentes, principalmente, em alimentos de origem vegetal e que não são digeridas no sistema gastrointestinal. Fibras são polissacarídeos,polímeros de carboidratos (com excepção da lignina, que é um polímero de fenilpropano), presentes, principalmente, em alimentos de origem vegetal, podendo ser encontrados também em fungos e invertebrados. Tipo Grupos Componentes Fontes Polissacarídeos não amido Celulose Celulose (25% da fibra de grãos e frutas e 30% em vegetais e oleaginosas) Vegetais (parede celular das plantas), farelos. Hemicelulose Arabinogalactanos, β- glicanos, arabinoxilanos, glicuronoxilanos, xiloglicanos, galactomananos Aveia, cevada, vagem, abobrinha, maçã com casca, abacaxi, grãos integrais e oleaginosas. Gomas e mucilagens Galactomananos, goma guar, goma locusta, goma karaya, goma tragacanto, alginatos, agar, carragenanas e psyllium Extratos de sementes: alfarroba, semente de locusta; exsudatos de plantas, algas, psyllium Pectinas Pectina Frutas, hortaliças, batatas, açúcar de beterraba Oligossacarídeos Frutanos Inulina e frutoligossacarídeos (FOS) Chicória, cebola, yacón, alho, banana, tupinambo Carboidratos análogos Amido resistente e maltodextrina resistentes Amido + produtos da degradação de amido não absorvidos no intestino humano saudável Leguminosas, sementes, batata crua e cozida, banana verde, grãos integrais, polidextrose Lignina Lignina Ligada à hemicelulose na parede celular. Única fibra estrutural não polissacarídeo – polímero de fenilpropano Camada externa de grãos de cereais e aipo Substâncias associadas aos polissacarídeos não amido Compostos fenólicos, proteína de parede celular, oxalatos, fitatos, ceras, cutina, suberina Componentes associados à fibra alimentar que confere acção antioxidante a esta fracção Cereais integrais, frutas, hortaliças Fibras de origem não vegetal Quitina, quitosana, colágeno e condroitina Fungos, leveduras e invertebrados Cogumelos, leveduras, casca de camarão, frutos do mar, invertebrados De acordo com a solubilidade no sistema gastrointestinal Fibras solúveis Diluem-se em água e, no intestino delgado, formam uma espécie de gel que pode ser fermentado pela microflora existente no intestino grosso. Essas fibras atuam retardando o esvaziamento gástrico, diminuem o nível de colesterol no sangue, retardam a absorção de glicose, e previnem contra câncer intestinal. São exemplos de fibras solúveis as pectinas, as gomas e algumas hemiceluloses. Fibras insolúveis Não se diluem em água e, assim, não são facilmente fermentadas. Essas fibras atuam aumentando o volume e maciez do bolo fecal e estimulando o bom funcionamento do intestino. São exemplos de fibras insolúveis as celuloses, ligninas e algumas hemiceluloses. Benefícios do consumo de fibras Diminuição dos níveis de colesterol; Controle da glicemia; estímulo do esvaziamento biliar; Actuação na melhora do sistema imunológico e prevenção contra diversas doenças, como hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, Diabetes Mellitus, entre outras. Benefícios do consumo de fibras Reforço da acção das bactérias benéficas do intestino; actuação na motilidade intestinal, diminuindo-se o tempo de contacto dos resíduos com a parede do intestino (acredita- se que esse factor esteja relacionado à prevenção de doenças, como a diverticulite e o câncer colo rectal); auxílio no controle de peso, pois o esvaziamento gástrico é retardado, com isso, o indivíduo apresenta uma sensação de saciedade por maior tempo. Fibras na Dieta Reduz a constipação e a formação de hemorróidas; Aumenta a motilidade intestinal, diminuindo exposição a carcinógenos; Diminui a absorção de gorduras e colesterol da dieta; Retarda o esvaziamento gástrico, gera sensação de saciedade. Recomendação A recomendação diária do consumo de fibras é em torno de 14 g de fibra para cada 1.000 kcal ingeridas, sendo que esse valor pode variar de acordo a idade, o sexo e o gasto energético de cada indivíduo. É importante destacar que se há um aumento no consumo de fibras, deve-se também aumentar a ingestão de água. São alimentos ricos em fibras: cereais integrais, legumes, verduras e frutas. Bibliografia 1. GUERRA, Rafael Angel Torquemada. Ciencias Biologicas cadernos CB virtual 1; Brasil. 2011. 2. PAULA, Bruno Martins Dalla. Quimica e Bioquimica dos Alimentos. 1.a edição. UNIFAL-MG Brasil. 2021. 3. Carolina Baptista (2011, 27.11.2020), TodaMatéria. Carboidratos: função e classicação dos carboidratos. file:///D:/C.%20ALIMENTARES/C.%20Alimentares/2.%20ANO/2.%20SEMESTRE/Q uimica%20dos%20Alimentos/Rascunho/Carboidratos_%20função%20e%20classi ficação%20dos%20carboidratos%20-%20Toda%20Matéria. pdf 4. PALANGE, Norberto José. Bioquímica – Exercícios de Bioquímica Humana. 1.a edição; editora: Novas Edições Académicas. 2018. 5. Cooper JM. (2012). Product Reformulation can sugar be replaced in foods? Int Su gar J 114(1365):642-5. 6. Nursten H. (2005). The Maillard Reaction: Chemistry, Biochemistry and implicatio ns (1st ed). Cambridge, UK: Royal Society of Chemistry. 7. Patterson NJ et al. (2012). Consumer Understanding of sugar claims on food and drink products. Nutr Bull 37:121–30. 8. Fernanda Sarmento Rolla Bernaud e Ticiana C. Rodrigues(2013) Fibra alimentar – Ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo, vol-1, pag. 397- 402. Brasil. file:///D:/C. ALIMENTARES/C. Alimentares/2. ANO/2. SEMESTRE/Quimica dos Alimentos/Rascunho/Carboidratos_ função e classificação dos carboidratos - Toda Matéria file:///D:/C. ALIMENTARES/C. Alimentares/2. ANO/2. SEMESTRE/Quimica dos Alimentos/Rascunho/Carboidratos_ função e classificação dos carboidratos - Toda Matéria file:///D:/C. ALIMENTARES/C. Alimentares/2. ANO/2. SEMESTRE/Quimica dos Alimentos/Rascunho/Carboidratos_ função e classificação dos carboidratos - Toda Matéria file:///D:/C. ALIMENTARES/C. Alimentares/2. ANO/2. SEMESTRE/Quimica dos Alimentos/Rascunho/Carboidratos_ função e classificação dos carboidratos - Toda Matéria file:///D:/C. ALIMENTARES/C. Alimentares/2. ANO/2. SEMESTRE/Quimica dos Alimentos/Rascunho/Carboidratos_ função e classificação dos carboidratos - Toda Matéria GRACIAS
Compartilhar