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Concurso de Pessoas

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No tocante ao concurso de agentes, inicialmente, cabe o 
estudo da classificação dos crimes:
 
“a teoria geral do concurso de pessoas só interessa para 
os crimes MONOSSUBJETIVOS (nos crimes 
plurissubjetivos o concurso de pessoas é elementar do 
tipo)”. 
É a reunião de várias agentes, concorrendo, de forma 
relevante, para a realização do mesmo evento, agindo 
todos com identidade de propósitos. Atenção: o concurso 
de pessoas pressupõe adesão de vontades do 
concorrente até a consumação do evento. Depois da 
consumação, a adesão pode configurar crime autônomo. 
 
Cuidado! Liame subjetivo não significa necessariamente 
acordo prévio. 
Atenção! 
Faltando liame subjetivo, desaparece o concurso de 
pessoas, podendo configurar AUTORIA COLATERAL ou 
INCERTA. 
Todos os concorrentes respondem pelo mesmo tipo 
penal? Há três correntes sobre o tema: 
 Teoria Monista (unitária ou igualitária): o crime é 
único para todos os concorrentes (Adotada no 
Código penal). 
 Teoria Pluralista: a cada um dos agentes se 
atribui conduta, razão pela qual, cada um 
responde por delito autônomo. Cada agente 
responderá pelo “seu crime”. (Adotada 
excepcionalmente Ex: crime de aborto – a 
gestante responderá pelo delito do art. 124, 
enquanto que o provocador responderá nos 
moldes do art. 126 do CP.) 
 Teoria Dualista: tem-se um crime para os 
executores do núcleo e outros aos que não o 
realizam, mas concorrem de qualquer modo. 
Divide a responsabilidade entre os autores e 
participes. (Adotada excepcionalmente art. 29 §1º 
2º, do Código Penal. ) 
“Art. 29 C.P. - Quem, de qualquer modo, concorre para o 
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de 
sua culpabilidade.” Ressalta-se que não significa que terão 
a mesma pena, significa apenas que praticam o mesmo 
crime. 
*Na medida de sua culpabilidade →espera-se do juiz a 
individualização da pena para cada concorrente. 
“O crime de aborto praticado por terceiro com o 
consentimento da gestante: apesar de 
concorrerem para o mesmo evento (aborto), a 
gestante responde na forma do artigo 124 e o 
provocador de acordo com o artigo 126. 
Podemos lembrar, ainda, da corrupção: o 
funcionário público corrupto é punido pelo art. 
317 - corrupção passiva - e o particular pelo art. 
333 - corrupção ativa” 
Monossubjetivo 
• Monossubjetivo: o delito pode ser praticado por 
uma ou várias pessoas associadas. Trata-se da regra 
dos tipos penais previstos no Código Penal 
Plurissubjetivo 
• trata-se de crime de concurso necessário, isto 
porque o concurso de agentes é elementar do 
próprio tipo penal. É o crime que só pode ser 
praticado por número plural de agentes. 
Pluralidade de agentes e de conduta: é necessária 
a existência de diversos agentes, que 
empreendem condutas relevantes. 
Relevância causal das condutas: é necessário que 
cada conduta empreendida pelos agentes tenha 
relevância causal 
 Liame subjetivo entre os agentes: os agentes 
precisam atuar conscientes de quem estão 
reunidos com a finalidade de praticar a mesma 
conduta criminosa. 
Identidade de infração: Para que se configure o 
concurso de pessoas todos os concorrentes 
devem contribuir para o mesmo feito.. 
Para se compreender o assunto de concurso de pessoas, 
é imprescindível definir “autoria”. O conceito de autor, 
nesse sentido, depende da teoria adotada.: 
 
 O problema das teorias objetivas apresentadas acima é 
que não explicam, por exemplo, a autoria mediata (na 
qual o autor mediato não realiza o verbo núcleo do tipo 
nem concretiza materialmente a realização do fato, 
porque se serve de terceira pessoa para isso). Esse 
problema viria a encontrar solução com a denominada 
teoria do domínio do fato. 
 O problema das teorias objetivas apresentadas acima é 
que não explicam, por exemplo, a autoria mediata (na 
qual o autor mediato não realiza o verbo núcleo do tipo 
nem concretiza materialmente a realização do fato, 
porque se serve de terceira pessoa para isso). Esse 
problema viria a encontrar solução com a denominada 
teoria do domínio do fato, que foi formulada em primeiro 
lugar por Welzel. 
Assim, para essa teoria, aquele que realiza a conduta 
descrita no núcleo do tipo penal tem o poder de decidir 
se irá até o fim com o plano criminoso, ou, em virtude 
de seu domínio sobre o fato, isto é, em razão de ser o 
senhor de sua conduta, pode deixar de lado a empreitada 
criminosa. 
A teoria do domínio do fato, segundo a doutrina, não 
pode ser aplicada aos crimes culposos, porque neles não 
se pode falar de domínio do fato, já que o resultado se 
produz de modo cego, causal, não finalista. 
TEORIA OBJETIVA TEORIA SUBJETIVA 
Autor= Executor do crime Autor=Não precisa ser 
autor do crime. 
Sujeito que, sem realizar diretamente a conduta típica 
comete o crime por ato de interposta pessoa, utilizada 
como seu instrumento. 
Destaque-se, o conceito de autor mediato se aproxima 
do conceito de partícipe, mas com ele não se confunde. 
Autor Mediato Participe 
Sua conduta é PRINCIPAL. Sua conduta é ACESS 
Detém o domínio do fato. Não detém o domínio do 
fato. 
Seja o autor mediato ou o participe, NÃO realizam o 
núcleo do tipo. 
O CP, sem definir AUTORIA MEDIATA, anuncia as 
HIPÓTESES em que o instituto é aplicável: 
 Inimputabilidade penal (art. 62, III, CP) 
 Coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte, CP) 
 Obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte, CP) 
 Erro de tipo escusável provocado por terceiro 
(art. 20, § 2º, CP) 
 Erro de proibição escusável provocado por 
terceiro (art. 21 CP) 
OBS: O autor intelectual planeja o crime a ser 
executado por outros. 
CRIME PRÓPRIO: admite autoria mediata desde que o 
autor mediato reúna as condições exigidas no tipo. 
CRIME DE MÃO PRÓPRIA: exigindo atuação pessoal 
(direta), para a maioria, a autoria mediata não é 
possível. 
AUTOR DE ESCRITÓRIO:É o caso do agente que 
emite a ordem para que outro indivíduo, igualmente 
culpável, pratique o fato criminoso. Trata-se de 
espécie particular de autoria mediata, comumente 
identificada no âmbito de ORGANIZAÇÕES 
CRIMINOSAS, em que certo indivíduo, exercendo 
funções de comando, determina o cometi-mento de 
crimes por agentes que se encontram em posições 
subalternas. 
Em síntese, autoria colateral ocorre quando mais de uma 
agente realiza a conduta, sem que exista liame subjetivo 
(acordo de vontades) entre eles. Ex.: A e B, sem ajuste 
Teoria Subjetiva/Unitária: não existe distinção entre autor 
e partícipe. Conclusão: para a teoria subjetiva, todo aquele 
que de alguma forma contribui para a produção do 
resultado é autor (pouco importando se praticou ou não 
o núcleo do tipo). 
Teoria Extensiva: assim como a teoria subjetiva, não faz 
distinção entre autor e partícipe, porém permite o 
estabelecimento de graus diversos de autoria. Conclusão: 
o autor executor e autor não executor do núcleo. 
Teoria Objetiva/Dualista: estabelece clara distinção 
entre autor e partícipe. Essa teoria divide-se, ainda em, 
teoria objetivo formal e teoria objetivo material. 
prévio, colocam-se de tocaia para matar C, disparando 
suas armas contra ele simultaneamente, matando-o.. 
E se não for possível determinar quem é o responsável 
pela morte? 
Nesse caso, passa-se a análise da denomina AUTORIA 
INCERTA: dois ou mais agentes, sem liame subjetivo, 
concorrem para o mesmo resultado, porém não há 
como identificar o causador. 
Ocorre AUTORIA INCERTA quando, em face de uma 
autoria colateral, é impossível determinar quem deu causa 
ao resultado. Nesse caso responderão ambos pela forma 
tentada. 
Exemplo: A e B, sem ajuste prévio, atiram contra a 
vítima C, matando-a. Não conseguindo precisar qual dos 
disparos foi a causa da morte de C, os agentes A e B 
responderão por homicídio tentado. 
Na coautoria o agente pratica o núcleo da conduta 
descrita no tipo penal, ou seja, o verbo contido no tipo. 
Em última análise é a própria autoria, sua particularidade 
consiste apenas em que o domínio do fato unitárioé 
comum a várias pessoas. 
→É a própria autoria delineada por vários indivíduos 
Admite-se coautoria nos crimes próprios? Sim, a 
coautoria é compatível com os crimes próprios. Por 
exemplo, servidor público e um particular desviam coisa 
em poder da administração pública. Os dois são 
coautores do crime de peculato. Trata-se de uma 
elementar subjetiva que se comunica nos termos do art. 
30 do Código Penal. 
Admite-se coautoria nos crimes de mão própria? 
Regra: não admitem coautoria, pois são crime de conduta 
infungível e atuação penal. 
 
De acordo com a maioria, admite coautoria, mas não 
participação. 
Fundamento: a inobservância do dever de cuidado é o 
substrato da coautoria (qualquer ato de que possa derivar 
o resultado involuntário é considerado ato de autor). 
CONCLUSÃO: Toda forma de negligência é autoria. 
Várias pessoas concorrendo com negligência tem-se 
coautoria. 
O art. 29, §1º do Código Penal dispõe que “se a 
participação for de menor importância, a pena pode ser 
diminuída de um sexto a um terço”. 
Obs.: A minorante só tem aplicação para o PARTÍCIPE. 
(Não existe coautoria de menor importância). 
Participação de menor importância é aquela de pouca 
relevância causal. 
A participação de menor relevância será analisada no 
caso concreto. 
A redução da pena é faculdade do juiz ou direito 
subjetivo do réu? 
De acordo com a maioria, é direito subjetivo do partícipe 
de menor importância. 
“§ 2º - Se algum dos concorrentes (coautor e partícipe) 
quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.” 
ATENÇÃO: 
 Se algum dos concorrentes quis participar de 
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste (crime menos grave). 
 Se o crime mais grave ocorrido era PREVISÍVEL, 
a pena do crime menos grave é aumentada de 
metade. 
 Se o crime mais grave foi previsto e aceito, 
responde pelo crime mais grave.

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