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1 GEOMORFOLOGIA – MÓDULO VI Universidade Federal do Pampa – Campus Caçapava do Sul Curso de Bacharel em Geologia Profa. Barbara V. Reffatti Andrade 2 GEOMORFOLOGIA COSTEIRA OU LITORÂNEA 3 O que é? • É a área da Geomorfologia que preocupa-se em estudar as paisagens e os processos resultantes da morfogênese marinha na zona de contato entre terras e mares; Por que estudar? • Para o planejamento racional da ocupação e uso do espaço costeiro; • O mal uso desse ambiente pode ocasionar em modificações na disponibilidade de sedimentos e no nível relativo do mar; • Consequências econômicas indesejadas; • Atualmente 20% da população brasileira vive em municípios de áreas costeiras, ou seja, no geral a cerca de 20 km de distância do mar; 4 5 6 7 TERMINOLOGIAS GERAIS DAS FEIÇÕES COSTEIRAS • Suguio (1992) define a costa como uma faixa de terra de largura variável que se estende da linha de praia para o interior do continente até as primeiras mudanças significativas nas feições fisiográficas. A linha de costa, geralmente é considerada como o limite terrestre da zona intertidal (shore) maior independendo da oscilação das marés. 8 ZONA INTERDITAL (SHORE) É a área que contempla o nível normal da maré baixa e o da ação efetiva das ondas nas marés altas. A zona interdital, pode ser divida em dois elementos principais, ao qual a terminologia não possui tradução específica para o português: Foreshore: zona exposta durante períodos de maré baixa e submersa ao longo da maré alta. Backshore: zona que se extende acima do nível normal da maré alta, inundando-se com as marés altas excepcionais ou por grandes ondas durante tempestades. 9 Shoreline (linha litorânea): é estritamente a linha que demarca o contato entre as águas e as terras, variando com o movimento das marés entre os limites das zona intertidal. Nearshore: porções de terra que se estendem entre a linha do litoral e aquela na qual ocorre a arrebentação de ondas. Offshore: região que se estende da linha de arrebentação em direção das águas mais profundas, até um limite arbitrário. 10 Mas antes de falarmos sobre as formas de relevo litorâneo e seus fatores morfodinâmicos, vamos voltar a conversar sobre estuários e deltas Lembrem-se, a foz de um rio, pode ter a forma de um delta ou de um estuário. DELTA – depósitos em forma triangular que ocorrem na desembocadura de canais fluviais. Geralmente são associados a rios com grande descarga fluvial aportando em bacias receptoras onde os processos costeiros, como ondas e marés não são fortes o suficiente para dispensar todos os sedimentos. Ocorrem geralmente em médias e baixas altitudes 11 ESTUÁRIO – são corpos d’ água costeiros, onde ocorre a mistura de água doce e salgada. Recebem aporte sedimentar tanto dos rios, como do oceano. Drenagem exorréica; São evidências paleogeograficas de subidas do nível do mar ou de submergência do continente; 12 TIPOS DE DELTAS A morfologia dos deltas é definida pelos seguintes fatores: • Aporte sedimentar fluvial; • Energia do meio receptor (ondas e marés); 13 DELTAS DOMINADOS POR RIOS • Dominado por processos construtivos; • Forma de ‘pé de pássaro’; • Exemplo: Delta do Rio Mississipi 14 15 16 DELTAS DOMINADOS POR ONDAS • Dominado por processos destrutivos; • Sedimentos fluviais são retrabalhados por ondas e depositados em barras alongadas paralelas ao litoral; • Sedimentos fluviais não retrabalhados desenvolvem depósitos de preenchimento do canal, diques e uma estreita planície de inundação; • Exemplo: delta do Rio da Paraíba do Sul 17 18 19 DELTAS DOMINADOS POR MARÉS • Possuem barras alongadas de areia, paralelas à direção do canal fluvial; • Podem ser confundidos com os estuários e apenas não o são devido as suas características progradantes; • Exemplos: Ganges e Bhramaputra – Índia; • Rio Açú, RN – Características mistas; 20 21 22 ESTUÁRIOS O ambiente estuarino pode ser divido em três zonas, com base na interação entre o prisma de maré e a descarga fluvial: Zona estuarina fluvial ou cabeça de estuário; Zona estuarina média; Zona estuarina costeira ou desembocadura 23 O desenvolvimento econômico das principais cidades é intimamente relacionado aos estuários pelos seguintes motivos: locais adequados para instalações portuárias e navais; - são férteis e podem produzir grandes quantidades de matéria orgânica; - constituem uma via de acesso importante para o interior do continente; e - possuem capacidade natural para renovar, periódica e sistematicamente, suas águas sob influência da 24 Pritchard (1952) a) Planície Costeira • Formaram-se durante a transgressão do Holoceno; • Raramente excedem 30 m de profundidade; • Regiões tropicais a sub-tropicais; • Exemplos: rios JaparatubaVasa Barris e Piauí no estado de Sergipe e do rio Hudson, em Nova York. Existem diversas classificações de estuários. Porém, iremos aprender três 25 26 27 b) Fiordes • Formados durante o Pleistoceno; • profunda incisão no continente, modelada por um glaciar, e parcialmente inundada em conseqüência da elevação do nível dos oceanos num período interglaciário. A seção transversal deste tipo de formação é em U; • A pressão dessas calotas nos blocos continentais e os efeitos erosivos durante o descongelamento aprofundaram os vales dos rios primitivos e deixaram um fundo rochoso na entrada, • Descarga fluvial no verão e primavera é predominante; • Profundos; • Altas latitudes; • Exemplos: comuns no Alasca, Noruega, Chile e na Nova Zelândia. 28 29 30 31 c) Estuários construídos por barras • São estuários também formados com a inundação de vales primitivos de rios durante a transgressão marinha, mas a sedimentação recente ocasionou a formação de barras na desembocadura. • Rasos, 20 à 30 m no máximo; • Modificações na geometria da foz; • Ocorre em regiões tropicais; • Manguezais; • Exemplos: alguns estuários dos rios da Paraíba. 32 33 34 d) Os estuários restantes São formados por outros processos costeiros, tais como: falhas tectônicas, erupções vulcânicas, tremores e deslizamentos de terra. Nessa categoria estão incluídos os estuários cuja morfologia foi alterada por processos de sedimentação recente como os deltas de enchente e de vazante, dominados pela maré e pela descarga fluvial, respectivamente 35 CLASSIFICAÇÃO DE ESTUÁRIOS DE ACORDO COM O TIPO DE COLUNA D’ ÁGUA (PRITCHARD, 1952): a) Estuário altamente estratificado ou de cunha salina – dominado por rio. • Aumento da salinidade na camada superficial; 36 b)Moderadamente ou parcialmente misturado – gradientes verticais moderados de salinidade, devido a mistura de água doce e salgada; • Turbulência interna; • Movimento em sentidos opostos; 37 c)Verticalmente bem misturado –canais rasos e estreitos • Descarga fluvial pequena; • A mistura ocorre na direção longitudinal; 38 c)Verticalmente bem misturado • Lateralmente estratificado Razão largura/produndidade relativamente grande; Variações laterais na salinidade, porém a coluna de água verticalmente é quase homogênea; • Bem misturado Sem diferenças entre a salinidade do fundo e superfície; Água do mar pode ser aprisionada durante a maré enchente; 39 • Estuários de vales inundados em planícies costeiras são, geralmente, do tipo parcialmente misturado; • Em regiões de grande descarga de água doce e pequena amplitude de maré (micro e meso-maré), podem prevalecer os tipos cunha salina e altamente estratificado; 40 CLASSIFICAÇÃO DE COUSTEAU (1984) • Fiorde • Fiorde evoluído - trata-se de um fiorde cavado numa terra que se ergueu consideravelmente em consequência da fusão da coleta gelada. Linhas de costas paralelas. • Ria - trata-se de um vale fluvial antigo, uma boa parte do qual foi invadido pelo mar. • Estuário em funil – é característico dos riosque chegam ao mar depois de terem atravessado uma longa planície costeira. Ilhas e vasas de areia. • Estuário em garrafa – assemelha-se bastante ao anterior, mas tem na sua origem rios menos poderosos. As aluviões tendem a acumular-se na entrada do estuário, obstruindo- o. 41 • Estuário cego – trata-se de um estuário em garrafa que foi “rolhado”, porque o débito do rio que o alimenta é demasiado fraco. • Estuário em pata de ave – está sempre associado a um delta a um rio extremamente poderoso que transporta para o mar enormes quantidades de sedimentos, ao avançar continuamente para o largo. • Estuário estrutural – representa um tipo particular. Trata-se de uma ria combinada com um ou vários estuários em garrafa. 42 43 44 45 46 • Blind estuarie
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