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DESENVOLVIMENTO TCC DELAÇÃO

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2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 DOS MEIOS DE PROVA NO PROCESSO PENAL
O objetivo do processo penal consiste em instruir o magistrado com conhecimento do fato através de determinada reconstrução. Ou seja, em outras palavras é possível afirmar que o processo penal é o meio de reconstrução de determinado fato que ensejou em delito.
Partindo dessa premissa no âmbito do processo penal, as provas podem ser consideradas como o meio no qual se busca a reconstituição de um determinado crime, isso porque que estas ocorrem com a finalidade demonstrar como ocorreu determinado ato delituoso.
Neste diapasão, a produção probatória no processo criminal ocorre com o objetivo de contribuir o convencimento do juiz sobre os fatos narrados pelas partes, uma vez, a finalidade das partes é convencer o magistrado sobre aquilo que está lhe sendo apresentado, que nem sempre é a realidade dos fatos. Nesse sentido, estabelece Guilherme Nucci:
a meta da parte, no processo, portanto, é convencer o magistrado, através do raciocínio, de que a sua noção da realidade é a correta, isto é, de que os fatos se deram no plano real exatamente como está descrito em sua petição. Convencido disso, o magistrado, ainda que possa estar equivocado, alcança a certeza necessária para proferir a decisão.[footnoteRef:2] [2: NUCCI, Guilherme. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 10. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 398, 2013.] 
A produção de provas direciona o magistrado à busca pela verdadeira realidade dos fatos, sendo caracterizada como a conformidade entre a idealização e a realidade, trazendo certeza e confiança ao processo penal. 
Assim, a prova tem o intuito de materializar determinada idéia ou pretensão, que ao final do procedimento probatório, contribuirá para o convencimento do magistrado acerca da verdade sobre os fatos que foram apresentados pelas partes.
Contribuindo neste posicionamento, Fernando Capez define prova:
Do latim probatio, é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz e por terceiros, destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmação. Trata-se, portanto, de todo e qualquer meio de percepção empregado pelo homem com a finalidade de comprovar a verdade de uma alegação.[footnoteRef:3] [3: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva. p. 344, 2011] 
Em suma, a prova deve ser analisada como uma fonte de informações em um conjunto probatório que aliado aos procedimentos, oferece uma certeza processual, com o intuito de auxiliar e convencer o magistrado dos fatos alegados durante o processo.
Os meios de provas que podem ser utilizados no curso do processo penal estão previstos no Código de Processo Penal. Ocorre que, estes meios não são considerados como taxativos, tendo em vista que, são permitidos outros meios de provas além daqueles dispostos em lei.
A legislação confere as partes determinada liberdade no que tange a produção de provas já que o intuito do processo criminal é a obtenção da verdade sobre os fatos e a restrição severa sobre os meios de provas poderia acarretar na dificuldade para o deslinde do processo em relação à devida aplicação da lei.
Entretanto, como nada no direito é absoluto, embora as partes tenham certa liberdade na produção de provas, existe certa limitação legal sobre as provas obtidas de formas ilícitas. Segundo Nucci, as provas decorridas de meios ilícitos:
É o que se denomina de “frutos da árvore envenenada” ou “efeito à distância”, originário do preceito bíblico de que a “árvore envenenada não pode dar bons frutos”. Assim, quando uma prova for produzida por mecanismos ilícitos, tal como a escuta ilegalmente realizada, não se pode aceitar as provas que daí advenha.[footnoteRef:4] [4: NUCCI, Guilherme. op cit. p. 372.] 
O artigo 157, § 1º, do Código de Processo Penal dispõe sobre a previsão da teoria da fonte independente ao estabelecer que, não serão admitidas as provas derivadas de meios ilícitos, com exceção da hipótese que restar comprovado que as provas derivadas puderam ser obtidas através de uma fonte independente, ou ainda, quando existir relação entre umas e outras.
Sendo assim, a legislação dispõe determinados limites para analisar a origem da prova, a fim de verificar se esta foi produzida através de meio ilícitos ou não, uma vez que, a prova ilícita será aceita no processo, somente de forma excepcional, quando constituir prova de origem independente e de descoberta inevitável.
Outro meio de prova permitido na legislação, é a prova emprestada, que é aquela como o próprio nome já diz, é emprestada para gerar efeitos em processo diverso, devendo, contudo, ser produzida em observância aos princípios e garantias constitucionais.
A autorização da utilização da prova emprestada precisa ser analisada com cautela pelo magistrado, devendo ser averiguado como se deu sua produção a fim de resguardar a eficácia do devido processo legal.
Portanto, a prova emprestada consiste em uma prova produzida em determinado processo, mas que possui conteúdo capaz de contribuir e fazer prova em ação.
2.1.1 Do Ônus da Prova no Processo Penal
Em primeiro plano, é importante enfatizar que ônus não se confunde com obrigação, isso porque, seria considerar que aquele que alega e não prova ficaria sujeito a uma sanção de caráter punitivo, e não é o que ocorre. Isso porque, o ônus da prova é considerado como uma faculdade concedida à parte para demonstrar no processo o que alegou.
Sobre o ônus da prova, Guilherme Nucci enfatiza que:
Deve-se compreender o ônus da prova como a responsabilidade da parte, que possui o interesse em vencer a demanda, na demonstração da verdade dos fatos alegados, de forma que, não o fazendo, sofre a ‘sanção processual’, consistente em não atingir a sentença favorável ao seu desiderato.[footnoteRef:5] [5: NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no Processo Penal: O valor da confissão como meio de prova no processo penal. 2ª edição, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 26, 2011.] 
Nesse aspecto, partindo da premissa que a primeira e principal alegação consta na denúncia, através da indicação de autoria e materialidade, confia-se à acusação o ônus probatório de comprovar a existência do crime. Todavia, é de máxima importância ressaltar que o fato constitutivo que a acusação deve provar é aquele que, aliado ao fundamento jurídico do pedido, se existente, gera a consequência imediata dos elementos do tipo e autoria.
O Código de Processo Penal não trata do ônus da prova com o determinado rigor, uma vez que a temática é reduzida ao texto estabelecido no artigo 156, ao dispor que a prova da alegação incumbirá a quem a fizer.
Posto isso, é perceptível determinada incoerência da norma com a Constituição Federal, mais especificamente, em relação à presunção de inocência elencada no artigo 5º, inciso LVII da Carta Magna. 
Isso se justifica, pois, é contraditório imputar o ônus da prova a quem é presumidamente inocente. Verificado o conflito, as discussões no âmbito doutrinário são crescentes.
De um lado, parte da doutrina entende que incumbe à acusação provar tudo o que alegar, de forma ampla, incluindo o que o réu cometeu, bem como a inexistência de qualquer causa excludente de tipicidade, ilicitude ou culpabilidade, em razão do princípio da presunção de inocência. 
Conforme Pacelli, o artigo 156 está em perfeita sintonia com a Constituição, sob o argumento de que:
O nosso processo penal, por qualquer ângulo que se lhe examine, deve estar atento à exigência constitucional da inocência do réu, como valor fundante do sistema de provas. Afirmar que ninguém poderá ser considerado culpado senão após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória implica e deve implicar a transferência de todo o ônus probatório ao órgão da acusação. A este caberá provar a existência de um crime, bem como a sua autoria.(...) Cabe, assim, à acusação, diante do princípio da inocência, a prova quanto à materialidade do fato (sua existência) e desua autoria, não se impondo o ônus de demonstrar a inexistência de qualquer situação excludente da ilicitude ou mesmo da culpabilidade. Por isso, é perfeitamente aceitável a disposição do art. 156 do CPP, segundo a qual ‘a prova da alegação incumbirá a quem a fizer’.[footnoteRef:6] [6: MIRZA, Flávio. Revista eletrônica de direito processual – periódico semestral da Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Processual da UERJ, volume V, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: < https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/redp/article/viewFile/11949/9357> Acesso: 20 de mar. de 2021.] 
De outro lado, estão os que entendem que incube a acusação provar somente a existência do delito e sua respectiva autoria, estando dispensada de demonstrar a inocorrência de qualquer excludente. 
Nesse sentido Nucci aponta a favor da presunção de inocência, visto que:
O estado de inocência é indisponível e irrenunciável, constituindo parte integrante da natureza humana, merecedor de absoluto respeito, em homenagem ao princípio constitucional regente da dignidade da pessoa humana. (...) Noutros termos, a inocência é a regra; a culpa, a exceção. Portanto, a busca pelo estado excepcional do ser humano é ônus do Estado, jamais do indivíduo. Por isso, caso o réu assuma a autoria do fato típico, mas invoque a ocorrência de excludente de ilicitude ou culpabilidade, permanece o ônus probatório da acusação em demonstrar ao magistrado a fragilidade da excludente e, portanto, a consistência da prática do crime.[footnoteRef:7] [7: NUCCI, Guilherme de Souza. op cit. p 64.] 
Ainda no tocante ao ônus da prova, há de se considerar o artigo 41 CPC dispõe sobre o conteúdo da denúncia ou da queixa-crime, e conforme o referido artigo compete à acusação expor o fato criminoso em todas as suas circunstâncias. 
Motivo pelo qual, entende-se que a acusação está sujeita a provar o alegado de forma minuciosa, uma vez que o código se refere a todas as circunstâncias do crime, não sendo razoável transferir o ônus ao acusado.
Assim, pode-se afirmar que transferir o ônus da prova para o réu é, no mínimo, incoerente, visto que sua inocência é presumida. Competindo à acusação romper essa presunção, trazendo a ação penal, conjunto probatório, indicando o autor do delito e que este não agiu sob qualquer causa excludente ou impeditiva.
2.2 ORIGEM E CONCEITO DA DELAÇÃO PREMIADA
Inicialmente, destaca-se que a delação premiada originou no Brasil entre os séculos V e XV, com as Ordenações Filipinas, que trazia um livro específico sobre delação premiada, em casos de crimes de falsificação de moeda. Este código vigorou do ano de 1603 até a entrada em vigor do Código Criminal de 1830. 
Nesse sentido Mayara Maria frisa que:
Ainda em relação às Ordenações Filipinas, temos o “Código Filipino” o qual trazia o crime de “Lesa Majestade”, dento neste delito a delação estampada no seu item 12 e ainda no título CXVI, o qual tratava sobre o tema com a denominação de “Como se perdoará aos malfeitores que derem outros á prisão”, ou seja, temos nesse momento os primeiros indícios de um instituto da delação premiada no Brasil, delação eu nesta época detinha de uma abrangência tão extensa que poderia acarretar até o perdão judicial a aquele que delatasse seus companheiros.[footnoteRef:8] [8: TROMBETA, Mayara Maria Colaço. O crime organizado e o instituto da delação premiada. Disponível em: <http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/Direito/article/view/2675> Acesso em: 29 de mar. de 2021.] 
Ressalta-se que a delação premiada esteve presente em diversos momentos históricos e políticos, um marco importante se deu na Conjuração Mineira ocorrida em 1789, onde Joaquim Silvério dos Reis obteve o perdão de suas dívidas em troca da delação de seus comparsas, que acarretou na morte de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes.
Salienta-se que na época, a confissão era a maior prova a ser produzida, e na maioria das vezes era obtida através de tortura, uma vez que a confissão realizada de forma espontânea era vista como uma farsa para esconder a realidade do que de fato tinha ocorrido. 
 Assim, é forçoso afirmar que na oportunidade em que o indivíduo prestava informações de forma voluntária e espontânea, suas declarações poderiam apenas ser relatadas com o intuito de prejudicar terceiros, ou até serem falsas. Entretanto, se o indivíduo confessasse os delitos através de tortura, suas informações teriam um valor mais relevante e significativo.
Com o passar dos anos, com o desenvolvimento social, econômico e tecnológico, houve também a evolução e crescimento dos crimes organizados. Com isso, vários países passaram a encontrar dificuldade em obter provas em razão de delitos envolvendo organizações criminosas.
Diante desse obstáculo os ordenamentos jurídicos passaram a possibilitar a premiação do indivíduo que fornecesse informações sobre os delitos cometidos pela organização criminosa em troca de benefícios processuais.
A Lei nº 12.850/2013, estabelece que a colaboração premiada é constituída como um meio especial para obtenção de prova no combate ao crime organizado. A referida lei prevê a possibilidade de o próprio integrante da organização, em troca de benefícios referentes à sua punição, prestar informações e esclarecimentos acerca do funcionamento e dos participantes da organização criminosa para os órgãos responsáveis pela persecução penal.
Segundo Nicolao Dino:
A colaboração premiada, portanto, consiste em uma espécie de negociação entre o Estado e o infrator, sendo que o objetivo deste negócio é a obtenção, pela parte acusatória, de elementos que possam ser úteis para a resolução de fatos delituosos cometidos pelo investigado, bem como pela organização criminosa de que ele faça parte, incluindo, assim, a participação de outros indivíduos.[footnoteRef:9] [9: DINO, Nicolao. A colaboração premiada na improbidade administrativa: possibilidade e repercussão probatória. Daniel de Resende Salgado e Ronaldo Pinheiro de Queiroz (coord.). Salvador: Editora Jus Podivm, p. 32. 2015. Disponível em: <https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/b42b68bba8b4535f4fbce35604ae1402.pdf> Acesso: 29 de mar. de 2021.] 
Corroborando com o posicionamento citado acima, Nucci conceitua, a delação premiada:
(…) significa a possibilidade de se reduzir a pena do criminoso que entregar o(s) comparsa(s). É o ‘dedurismo’ oficializado, que, apesar de moralmente criticável, deve ser incentivado em face do aumento contínuo do crime organizado. É um mal necessário, pois trata-se da forma mais eficaz de se quebrar a espinha dorsal das quadrilhas, permitindo que um de seus membros possa se arrepender, entregando a atividade dos demais e proporcionando ao Estado resultados positivos no combate à criminalidade.[footnoteRef:10] [10: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: parte geral e parte especial. 14ª Edição. rev. atual. e ampl. Editora Forense, p.516, 2017.] 
A natureza jurídica da colaboração premiada tem fundamento no princípio do consenso e da legalidade, isso por que a legislação possibilita que as partes entrem em um consenso, através de determinada negociação sobre a situação jurídica do investigado. Todavia, a aplicação do princípio do consenso apenas é possível se o acusado contribuir de forma eficaz para a elucidação do crime investigado.
A colaboração premiada permite que o indivíduo preste informações que facilitem as investigações dos crimes praticados em troca de benefícios processuais concedidos em Lei. No que diz respeito à implementação da colaboração premiada, Nicolao estabelece que:
Pressupõe um “acordo de vontades”, posteriormente submetido à homologação judicial, consoante o arranjo normativo vigente em cada país. [...], de um modo geral, negocia-se a assunção de culpa mediante compensação, a qual, a seu turno, consiste na mitigação da resposta estatal à conduta infracional objeto de persecução.[footnoteRef:11] [11: Ibidem. p 33.] 
Destarte, é perceptível que a delação premiada sempre foi inerente aos principais acontecimentos políticos, históricose sociais, e que por muito tempo passou omitida do atual ordenamento jurídico brasileiro.
 Contudo, em razão da necessidade dos tempos atuais, este instituto vem sendo incorporado ao ordenamento tendo sua constitucionalidade reconhecida pelos órgãos jurisdicionais superiores.
2.2.1 O Instituto da Delação Premiada no Ordenamento Jurídico Vigente
O instituto da colaboração premiada teve como inspiração o modelo italiano e americano de combate ao crime organizado.
Esse instituto foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro através da Lei dos Crimes Hediondos nº 8.072/90, que passou a prever no artigo 8º, parágrafo único, que o participante e o associado que denunciasse à autoridade competente a quadrilha ou bando, prestando informações capazes de desarticular a associação, poderá ter a pena reduzida de um a dois terços. 
Entretanto, o dispositivo legal da colaboração premiada na Lei dos Crimes Hediondos apenas se enseja ao delito de associação criminosa, não sendo possível estender os benefícios desta lei ao colaborador que prestar informações acerca de uma organização criminosa.
Nesse sentido, a Lei dos Crimes Hediondos também introduziu o § 4º ao artigo 159, do Código Penal, trata da extorsão mediante seqüestro, determinando que o coautor do crime que entregar seu comparsa, independente do delito for cometido em concurso de pessoas ou por associação criminosa, desde que as informações sejam capazes de libertar a pessoa seqüestrada, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Além da Lei dos crimes hediondos que inaugurou a regulamentação da delação premiada no Brasil, atualmente o instituto encontra-se previsto em diversos instrumentos legais.
A edição da Lei nº 9.080/95 provocou alterações na legislação que define os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/86), e na lei que trata dos crimes contra a ordem tributária e econômica (Lei nº 8.137/90).
Em ambas as leis foram introduzidas a previsão da colaboração premiada para o coautor ou partícipe que, espontaneamente, revelar à autoridade policial ou judicial a trama delituosa de crimes previstos nas referidas normas, podendo este ter sua pena reduzida de um a dois terços
Posteriormente, a possibilidade da colaboração premiada também passou a constar na Lei de Lavagem de Capitais nº 9.613/98, que possibilita a redução da pena de um a dois terços, bem como que pode ser cumprido o em regime aberto ou semiaberto.
Ressalta-se ainda, que a referida lei deixou a critério do magistrado, a faculdade em substituir o regime por pena restritiva de direitos, quando as informações fornecidas pelo colaborador se mostrarem eficazes para a identificação dos envolvidos, apuração do delito, ou bem como, para a localização dos bens e valores objeto do crime.
Conforme visto no decorrer deste tópico, a delação premiada era aplicável somente aos tipos penais descritos nas leis especiais que previam tal instituto. Todavia, com o advento da Lei 9.807/99, que trata o Sistema de Proteção a vítimas e testemunhas, essa benesse jurídica foi estendida a todos os tipos penais, uma vez que, neste diploma não foi ressalvada a aplicação do instituto a nenhum crime específico.
Nesse sentido, Rogério Greco, ao abordar a possibilidade de concessão do perdão judicial, decorrente da delação premiada, aduziu:
“Pela redação do mencionado art. 13, tudo indica que a lei teve em mira o delito de extorsão mediante seqüestro, previsto no art. 159 do Código Penal, uma vez que todos os seus incisos a ele se parecem amoldar. Contudo, vozes abalizadas em nossa doutrina já se levantaram no sentido de afirmar que, na verdade, a lei não limitou a sua aplicação ao crime de extorsão mediante seqüestro, podendo o perdão judicial ser concedido não somente nesta, mas em qualquer outra infração penal, cujos requisitos elencados pelo art. 13 da Lei nº 9.807/99 possam ser preenchidos.”[footnoteRef:12] [12: GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. [livro eletrônico]. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Impetus, p. 685, 2010.] 
Alguns doutrinadores entendem que a Lei 9.807/99 fora editada com o objetivo do crime de extorsão mediante seqüestro. Entretanto a corrente majoritária entende que a delação premiada passou a ser aplicada de forma geral e irrestrita, tendo em vista que o instrumento normativo não especificou de forma expressa para quais tipos penais o instituto estaria destinado.
Dessa forma, segundo o próprio Greco, havendo dúvida em matéria de interpretação, deve esta ser resolvida em benefício do agente (in dúbio pro reo).[footnoteRef:13] Posto isso, é possível verificar que com a vigência da Lei nº 9.807/99, aplicação do instituto da delação premiada passou a não está mais limitado a tipos penais específicos, podendo ser estendido a outras tipificações previstas no ordenamento. [13: Ibidem.p.40] 
Por fim, verifica-se que a colaboração premiada é um instituto utilizado há tempos na legislação brasileira, podendo ser possível observar que o referido instituto é medida necessária para identificar os coautores e partícipes de crimes e a aplicar em face deles, a justa punição, que, muitas vezes, não poderia ser alcançada apenas com os meios tradicionais de obtenção de prova.
2.3 DOS DESDOBRAMENTOS DO CRIME ORGANIZADO
O termo organização se reporta à união de pessoas que, unidas, almejam alcançar determinado objetivo em comum. No que diz respeito ao crime organizado, essa união consiste na vontade de praticar condutas ilícitas, previstas como crime, com o intuito de obter vantagens econômicas de forma sistematizada, disciplinada e organizada.
Como no Direito Penal há certa dificuldade para definir as organizações criminosas, em razão da abrangência dos tipos e formas de crime organizado, para melhor elucidação desta temática, é importante neste primeiro momento apontar as diferenças entre organização criminosa e associação criminosa.
O crime de associação criminosa, conforme o dispositivo legal consiste na associação de três ou mais pessoas, com a intenção de cometer crimes. Dito isto, é possível observar que, neste crime, é punível a intenção dos agentes, sendo que, dessa forma, também se pune o início da execução de outros delitos, já que a prática do crime de associação criminosa é o pressuposto para o cometimento de outros crimes.
Acerca das organizações criminosas, o termo organização consiste em uma ação voltada a estabelecer uma ordem entre os elementos contidos em um todo, sendo que a principal relação entre estes elementos é de cooperação, ocorrendo assim, um objetivo para o qual a organização é dirigida.
Posto isso, Mendroni conceitua associação criminosa como:
Conjunto formalizado e hierarquizado de indivíduos integrados para garantir a cooperação e a coordenação dos membros para a perseguição de determinados escopos, ou seja, como uma entidade estruturada dotada de ideais explícitos, de uma estrutura formalizada e de um conjunto de regras concebidas para modelarem o comportamento em vista da realização daqueles objetivos.[footnoteRef:14] [14: MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime organizado: aspectos e mecanismos legais. 6 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, p. 10, 2016.] 
Assim, para a configuração do crime de associação criminosa é necessário apenas uma associação de fato, sendo dispensada a estrutura hierarquizada e a divisão das tarefas entre os integrantes, ponto divergente das organizações criminosas, já que essas exigem o mínimo de organização dos integrantes para a execução das atividades.
O conceito trazido pela Lei nº 12.850/2013, estabelece que as organizações criminosas se constituem pela reunião de quatro ou mais pessoas, que formam uma estrutura hierárquica, com o objetivo de obter vantagens econômicas ou de qualquer natureza através da prática de delitos, sendo que, dentro dessa organização existe uma divisão de tarefas, visto que cada integrante tem sua função determinada antecipadamente.
2.3.1 Dos Meios de Obtenção de Prova nos casos de Crime Organizado
Considerando o tópico acima, que citou o modo de atuação das organizaçõescriminosas e a forma estruturada e hierarquizada com que praticam os crimes, forçoso reconhecer que os métodos tradicionais de investigação e obtenção de prova utilizados pela acusação, não são suficientes para coibir as atividades do crime organizado.
Os meios de obtenção de prova se referem a instrumentos de localização de pessoas, coisas materiais, vestígios ou documentos que contenham relevância probatória e que estão relacionados ao procedimento, os quais são realizados sob autorização judicial.
 Não há como traçar uma única maneira ou método acerca da investigação de uma organização criminosa. O que normalmente é feito, se refere à divisão dos meios de prova, sendo eles, ordinário ou extraordinário.
Os meios de prova chamados de ordinários são considerados como os meios tradicionais de investigação, sendo utilizados para a investigação de delitos graves e para os de menor gravidade, o qual tem como objetivo produzir prova testemunhal e documental, diferenciando-se, assim, dos meios extraordinários de obtenção de prova, pois não são sigilosos.
Acerca dos meios de prova extraordinários, se referem às técnicas especiais de investigação, sendo utilizados os recursos sigilosos pela polícia, pelos órgãos de inteligência e pelo Ministério Público para a investigação de crimes graves, que demandam de técnicas de investigação mais específicas, diferente das tradicionais.
O avanço da criminalidade organizada, que passou atuar de forma organizada e disciplinada, fez com que a legislação penal se adequasse à nova realidade, uma vez que os meios de obtenção de provas eram voltados apenas para o combate do criminoso individual, eventualmente em concurso de pessoas ou em associação criminosa.
Nos crimes praticados por organizações criminosas, é rotineiro que exista a destruição de provas, o uso de uma instrução de silêncio bastante rígida e o medo das pessoas em depor contra a organização. Esses fatores dificultam e muito, a obtenção de prova e reduzem a eficácia dos meios tradicionais de obtenção de prova, os tornando insuficientes no combate à criminalidade organizada.
Deste modo, salienta Lima:
A análise do modus operandi destes “novos delitos” é suficiente a demonstrar que raramente virão à tona por confissão, prova testemunhal ou flagrante. Se os julgadores se contentarem apenas com esse tipo de prova, assistiremos a uma saraivada sem fim de absolvições, pois a experiência demonstra que nos casos pertinentes à macro criminalidade impera forte código do silêncio na instrução criminal.[footnoteRef:15] [15: LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 5.ed. rev.,atual. e ampl. Salvador: JusPodivm, p. 132, 2017.] 
Assim, é perceptível a impossibilidade de utilização apenas dos meios tradicionais de obtenção de prova quando a investigação envolver delitos praticados por organizações criminosas, isso porque, tais métodos são insuficientes para revelar o modo de atuação, as particularidades e os integrantes das organizações criminosas.
Em razão da gravidade dos delitos praticados pelas organizações criminosas surgiu a Lei nº 12.850/13, com o intuito de que o Estado possa atingir a eficácia esperada na luta contra o crime organizado, e que os meios de prova nela elencados podem ser utilizados em qualquer fase da persecução penal, seja na fase da investigação criminal ou processo penal em curso.
O referido dispositivo legal trouxe novas técnicas especiais de investigação às organizações criminosas, sendo elas, colaboração premiada, captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ação controlada, acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais.
E ainda, a interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, infiltração, por policiais, em atividade de investigação, cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
Assim sendo, verifica-se que considerando as características e formas de atuação da criminalidade organizada, a Lei do Crime Organizado trouxe os referidos meios especiais de obtenção de prova com o objetivo de auxiliar e dar maior eficácia para a investigação estatal no combate ao crime organizado.
2.4 A COLABORAÇÃO PREMIADA COMO MEIO DE PROVA NO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
A produção de provas em nosso ordenamento foi instituída conforme a realidade dos crimes comuns, sendo certo que os operadores do direito se habituaram aos meios tradicionais de obtenção de prova.
Sobretudo, com o surgimento de novas formas de criminalidade, em especial o crime organizado, em razão de suas peculiaridades e estrutura, fez com que fossem necessárias mudanças não apenas na forma de investigação, mas também na maneira de julgar e analisar a prova produzida.
Neste contexto, houve a necessidade de ampliação dos meios tradicionais de produção e valoração da prova, visto que os métodos comuns já não se mostram suficientes e eficazes para o combate à nova realidade criminosa. Assim, Andrey aponta que a colaboração premiada é um:
Instrumento essencial para que se possa ter uma persecução penal eficiente em relação ao crime organizado e a delitos conexos, de difícil comprovação. [...] inclusive, pode-se afirmar que há uma tendência internacional em se reconhecer que, para enfrentamento da criminalidade organizada, em razão de suas características, necessita de meios excepcionais de investigação, diante da insuficiência dos métodos tradicionais.[footnoteRef:16] [16: MENDONÇA, Andrey Borges de. A colaboração premiada e a criminalidade organizada: a confiabilidade das declarações do colaborador e seu valor probatório, 2013. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13327/1/21337236.pdf> Acesso: 29 de mar de 2021.
] 
Importante ressaltar que os benefícios previstos na Lei do Crime Organizado apenas serão concedidos ao colaborador se as informações por ele prestadas forem eficazes no sentido de fornecer algum dos resultados previstos no artigo 4º da Lei nº 12.850/2013, bem como com observância do disposto no § 1º, do mesmo artigo.
Dessa forma, conforme Masson e Marçal estabelecem que:
A eficácia do acordo de colaboração premiada fica condicionada à sentença final condenatória, onde o magistrado fará a apreciação e valoração das informações prestadas pelo colaborador e dos resultados obtidos, podendo, então, premiar o agente.[footnoteRef:17] [17: MASSON, Cleber. MARÇAL, Vinicius. Crime organizado. 3. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017. Disponível em: <https://acljur.org.br/wp-content/uploads/2018/07/Crime-Organizado-Cleber-Masson-e-Vinicius-Marcal-2018.pdf> Acesso: 02 de abr de 2021.] 
O juiz, no que tange a apreciação e valoração da colaboração prestada pelo colaborador, possui discricionariedade acerca de qual benefício aplicar ao agente e forma que este será aplicada.
Isso porque, a benesse jurídica deverá ser escolhida em consonância com o grau de colaboração com a investigação, com a gravidade do delito, dimensão da lesão causada e demais conseqüências do crime, bem como de acordo com a personalidade do colaborador, natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato delituoso.
A lei nº 12.850/13 dispõe que nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. Ou seja, para acarretar uma condenação, as informações fornecidas através da colaboração premiada devem ser corroboradas por outros elementos comprobatórios, a fim de evitar colaborações fraudulentas.
Todavia, existem críticas por parte da doutrina quanto à eficácia da colaboração premiada como meio de obtenção de prova. Uma delas versa sobre a ofensa ao princípio da proporcionalidade ou igualdade, em razão da diferença entre as penas aplicadas ao criminoso colaborador e àquele que não prestou informações.
Outra crítica refere-seao fato do colaborador receber benefícios relativos à sua punição em troca de informações que auxiliem as investigações e o desmantelamento da organização criminosa, para alguns doutrinadores o colaborador poderia prestar falsas informações, apenas com o cunho de obter as benesses legais, sem, de fato, ter objetivo em contribuir para as investigações.
Apesar de existirem críticas sobre a utilização da colaboração premiada no crime organizado, tal instituto se mostra eficiente e relevante na persecução penal decorrentes de crimes cometidos por organizações criminosas.
Isso porque, através da colaboração do agente, integrante do grupo criminoso, é possível tomar conhecimento de informações e provas que não poderiam ser obtidas pelos meios comuns de investigação.
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