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Aula animais

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Utilização humanitária de animais com a finalidade de ensino e pesquisa científica 
Prof. Dr. Stela M. K. Rates
 stela.rates@ufrgs.br
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‘Animal experimentation’
www.google.com
2.890.000 resultados (0,17 segundos):
PubMed 
	www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez
6757 citações
em 20.06.2011
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	‘Eu penso que temos esse direito (de utilizar animais em experimentação), total e absolutamente. Seria estranho se reconhecêssemos o direito de usar os animais para serviços caseiros e alimentação, mas proibíssemos seu uso para o ensino de uma das ciências mais úteis (fisologia) para a humanidade. Experimentos devem ser feitos tanto no homem quanto nos animais. Os experimentos em animais podem ser conclusivos para o homem, quando sabemos como experimentar adequadamente.’
	Claude Bernard (1813 -1878), fisiólogo.
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Declaração Internacional dos direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO, em Bruxelas, 1978.
	A experimentação animal, que implica em um sofrimento físico e psíquico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica ou qualquer outra.
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	‘A utilização de animais nos trabalhos experimentais de pesquisa científica tem sido de fundamental importância, não só pelos avanços que permite no conhecimento dos mecanismos dos processos vitais, mas também no aperfeiçoamento dos métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças tanto na medicina humana como na própria medicina veterinária’. 
COBEA, 2008.
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Constitui uma tarefa da bioética fornecer meios para fazer uma opção racional de caráter moral referente à vida, saúde ou morte, em situações especiais, reconhecendo que esta determinação terá que ser dialogada, compartilhada e decidida entre pessoas com valores morais diferentes. 
Clotet, 2003
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Normas para pesquisa em seres humanos
Código de Nuremberg (1947)
Declaração de Helsinque (Associação Médica Mundial, 1964 – 2008)
Resolução Nº 196/96 (Conselho Nacional de Saúde – Brasil)
Resolução 251/97 (Conselho Nacional de Saúde – Brasil): 
normas de pesquisa com novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos.
TODAS EXIGEM TESTES DE EFICÁCIA E SEGURANÇA EM ANIMAIS.
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Dimensão do uso de animais em pesquisa
Estados Unidos: 15 milhões/ano
Europa: 11 milhões/ano
Japão: 5 milhões/ano
Canadá: 2 milhões/ano
Austrália: < 1 milhão/ano
Brasil: sem estimativa, mas, possivelmente, inferior aos números anteriores.
Alves & Colli. Ciência Hoje. v.39, outubro, 2006.
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Dimensão do uso de animais em pesquisa
Roedores (camundongos, ratos e cobaios): 80 %
Peixes, anfíbios, répteis e pássaros: 10 %
Coelhos, cabras, bois, porcos, cachorrros, gatos e macacos: 10 %
Alves & Colli. Ciência Hoje. v.39, outubro, 2006.
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Premissas gerais para pesquisa com animais 
Goldim, 1995.
seres humanos são mais importantes do que os animais não humanos
animais também tem importância
essa importância também é diferenciada entre as espécies animais
a experimentação científica é importante, mas algumas têm mais importância do que outras
a generalização não deve justificar todo e qualquer experimento
o conflito entre o bem dos seres humanos e o bem dos animais é inevitável, mas deve ser evitado sempre que possível.
devemos buscar estabelecer estratégias para minimizar este confronto e não negar a sua existência.
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‘A questão não é se os animais podem falar ou raciocinar, mas se podem sofrer.’
 
Jeremy Bentham (1748 – 1832), filósofo.
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A ETICIDADE DE UMA AÇÃO É DADA 
PELO SENTIDO DE RESPONSABILIDADE 
QUE ELA ASSUME FRENTE AO SOFRIMENTO DO OUTRO – 
O SENTIDO DE MITIGAR O SOFRIMENTO TANTO QUANTO POSSÍVEL.
Ricardo Timm de Souza, 2010.
In: FEIJÓ, A.G.S.; BRAGA, L.M.G.M.; PITREZ, P. M. C. 
Animais na pesquisa e no ensino: aspectos éticos e técnicos. 
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. 
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William M. S. Russel (1925 – 2006)
Rex L. Burch (1926 – 1996)
Em 1959:
Regra dos três ‘Rs’
Reduce (reduzir)
Refine (refinar)
Replace (substituir)
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Para justificar o uso de animais em experimentos:
O pesquisador deve demonstrar que este é o meio mais apropriado de estudar a situação proposta, senão o único. 
A caracterização da necessidade deve demonstrar que a pesquisa é indispensável, imperativa ou requerida
Goldim, 1995.
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Council for International Organizations of Medical Sciences (CIOMS)
	International guiding principles for biomedical research involving animals (1985)
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Princípios éticos para o uso de animais de laboratório 
Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA, 1991 - 2008
ARTIGO I – Todas as pessoas que pratiquem a experimentação biológica devem tomar consciência de que o animal é dotado de sensibilidade, de memória e que sofre sem poder escapar a dor;
ARTIGO II – O experimentador é, moralmente responsável por suas escolhas e por seus atos na experimentação animal;
ARTIGO III – Procedimentos que envolvam animais devem prever e se desenvolver considerando-se sua relevância para a saúde humana o animal, a aquisição de conhecimentos ou o bem da sociedade;
ARTIGO IV – Os animais selecionados para um experimento devem ser de espécie e qualidade apropriadas a apresentar boas condições de saúde, utilizando-se o número mínimo necessário para se obter resultados válidos. Ter em mente a utilização de métodos alternativos tais como modelos matemáticos, simulação por computador e sistemas biológicos “In vitro”;
ARTIGO V – É imperativo que se utilizem os animais de maneira adequada, incluindo ai evitar o desconforto, angústia e dor. Os investigadores devem considerar que os processos determinantes de dor ou angústia em seres humanos causam o mesmo em outras espécies, a não ser que o contrário tenha se demonstrado;
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Princípios éticos para o uso de animais de laboratório 
 Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - COBEA, 1991 -2008
ARTIGO VI – Todos os procedimentos com animais, que possam causar dor ou angústia, precisam se desenvolver com sedação, analgesia ou anestesia adequadas. Atos cirúrgicos ou outros atos dolorosos não podem se realizados em animais não anestesiados e que estejam apenas paralisados por agentes químicos e/ou físicos;
ARTIGO VII – Os animais que sofram dor ou angústia intensa ou crônica, que não possam se aliviar e os que não serão utilizados devem ser sacrificados por método indolor e que não cause estresse;
ARTIGO VIII – O uso de animais em procedimentos didáticos e experimentais pressupõe a disponibilidade de alojamento que proporcione condições de vida adequada às espécies, contribuindo para sua saúde e conforto. O transporte, a acomodação, a alimentação e os cuidados com os animais criados ou usados para fins biomédicos devem ser dispensados por técnico qualificado;
ARTIGO IX – Os investigadores e funcionários devem ter qualificação e experiência adequadas para exercer procedimentos em animais vivos. Deve-se criar condições para seu treinamento no trabalho, incluindo aspectos de trato e uso humanitário dos animais de laboratório. 
 
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Métodos alternativos
Insulina 
 pâncreas bovino ou suíno: determinação da atividade em camundongos 
				OU
 microorganismos geneticamente modificados: produção de insulina idêntica à humana, cunja pureza pode ser avaliada por técnicas bioquímicas, sem uso de animais.
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Métodos alternativos
Vacina contra a raiva
multiplicação do vírus no cérebro de camundongos recém-nascidos
				AGORA
 multiplicação do vírus em células mantidas em cultura
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Leis referentes à experimentação animal no Brasil
Lei Nº 6.638 (08.05.1979)
Estabelece normas para a prática didático-científica da vivisseção de animais
Lei Procedimentos para o Uso Científico de Animais -  Lei No  11.794 (08.10.2008) -
Estabelece critérios para a criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, em todo o território nacional.
Aplica-se aos animais das espécies classificadas como filo Chordata, sub-filo Vertebrata.
Cria o o Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal (CONCEA) e Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUA).
Prevê penalidades (multas) para as instituições que transgredirem o disposto na lei.
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´sempre que possível, as práticas de ensino deverão ser fotografadas, filmadas ou gravadas, de forma a permitir sua reprodução para a ilustração de práticas futuras, evitando-se a repetição desnecessária de procedimentos didáticos com animais’
‘os projetos de pesquisa devem demonstrar a relevância de seus resultados para o progresso da ciência’
‘o número de animais a serem utilizados para a execução de um projeto e o tempo de duração de cada experimento será o mínimo indispensável para produzir o resultado conclusivo, poupando-se, ao máximo, o animal de sofrimento’
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Eutanásia
sem sinais de pânico, dor ou estresse
preferencialmente, com perda prévia de consciência
o método deve ser eficaz e rápido
mínimo de efeitos fisiológicos e psicológicos no animal
mínimo de estresse emocional sobre o experimentador
mínimo efeito sobre o meio-ambiente
equipamento simples e de baixo custo
em local separado e distante do animalário ou laboratório com experimentação em curso
o método escolhido deve levar em consideração os objetivos do estudo
(CNRS, 2000)
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Sistema CFMV/CRMVs
Resoluções/CFMV – Resolução Nº 714
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Anestesia, analgesia e sedação
Os mesmos procedimentos que causam dor em humanos, causam em animais.
Sinais de dor: vocalização, postura, imobilidade, aparência, comportamento ‘deprimido’.
Sedativos, ansiolíticos e bloqueadores neuromusculares não são analgésicos ou anestésicos. Podem ser auxiliares.
A escolha do analgésico e/ou anestésico depende da espécie animal, bem como dos objetivos e condições experimentais.
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Volumes máximos de administração
Fonte: LAROCHE, M.J. e ROUSSELET, F. Les animaux de laboratoire. Ethique et bonnes pratiques. Paris: Masson, 1990, 383 p.
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Na UFRGS
	Resolução Nº 02/2007 – Câmara de Pesquisa (CEPE) 
	‘Os projetos de pesquisa que envolvam modelos animais vertebrados devem ser avaliados pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-UFRGS), ou Comitê de Ética das Unidades Universitárias, quando existentes, ou outro Comitê de Ética devidamente credenciado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.’
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Comissão de Ética na Utilização de Animais CEUA (www.propesq.ufrgs.br)
Fundamentação da necessidade da pesquisa (estado da arte – revisão de literatura).
Qualificação do pesquisador.
Espécie (s) a ser utilizada, origem dos animais e condições de manutenção.
Local onde serão realizados os experimentos.
Justificativa do número de animais a serem utilizados (cálculo amostral ou apresentação de dados anteriores do grupo ou da literatura).
Justificativa dos regimes de tratamento com drogas-teste (doses, tempo, volumes de administração), com base em dados anteriores do grupo ou dados de literatura.
Vias e volumes de administração
Métodos e volumes de retirada de fluidos biológicos
Métodos de analgesia, sedação e anestesia, quando for o caso.
Cuidados pós-operatórios
Métodos de eutanásia.
Métodos de descarte das carcaças dos animais e outros resíduos biológicos.
Métodos de descarte de resíduos químicos.
Medidas de biossegurança, se for o caso.
Cronograma e fontes de financiamento.
Comprometimento (através de assinatura no formulário de encaminhamento) de TODOS os pesquisadores envolvidos no projeto.
Aprovação da Comissão de Pesquisa da Unidade e, se for o caso, da Comissão de Pós-Graduação.
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Área limpa
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Área limpa
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CNRS. Penser éthique. Éthique em sciences de la vie. Expérimentation animale. Guide pratique. Centre National de La Recherche Scientifique, 2000.
COLÉGIO BRASILEIRO DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL. (www.sbcal.org.br) 
CIOMS. Council for International Organization of Medical Sciences International guiding principles for biomedical research involving animals. Z. Bankowski & N. Howard-Jones, Eds, 1986. http://www.cioms.ch/
CANADIAN COUNCIL ON ANIMAL CARE. www.ccac.ca 
FEIJÓ, A.G.S.; BRAGA, L.M.G.M.; PITREZ, P. M. C. Animais na pesquisa e no ensino: aspectos éticos e técnicos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. 421 p.
GOLDIM, J.R. Pesquisa em saúde e direitos dos animais. Porto alegre: HCPA, 1995. 28 p.
HCPA – GPPG. Comissão de Pesquisa e Ética em Saúde. www.ufrgs.br/bioetica/diraber.htm
NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Manual sobre cuidados e usos de animais de laboratório.Goiás: AAALACC/COBEA, 2003. 162 p.

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