Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ao Juízo da 25ª Vara Cível da Comarca de São Paulo -capital Processo nº: 98765432-1/19 Ricardo, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio do seu advogado que ao final subscreve, tributando o máximo respeito e acatamento à insigne presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 335, 336 e 343 do Código de Processo Civil, apresentar e requerer CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO em face de Ação Condenatória, movida por Jorge, já qualificado na peça prefacial, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, abaixo estipuladas. I- DA TEMPESTIVIDADE O para apresentação da contestação é de 15 dias úteis, a partir da juntada do AR relativo à carta de citação, que se deu no dia 11/03/2019, ou seja, o prazo fatal para apresentação da contestação com reconvenção seria o dia 01 de abril de 2019. Código de Processo Civil, in verbis: “Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais”. “Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio.” “Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: (...) III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos”. Portanto, a presente os requisitos ensejadores da tempestividade processual. II- DO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS DO PEDIDO RECONVENCIONAL Na oportunidade, o Réu/reconvinte faz juntada do comprovante das custas processual devidamente paga, sob o valor pretendido como indenização que monta em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), nos termos do artigo 292 do Código de Processo Civil, vejamos: “Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231 V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido.” Desta forma, resta cumprido por parte do Réu/Reconvinte o recolhimento das custas iniciais. III- PRELIMINAR 0.1)- Incorreção do Valor da Causa O autor estipulou como valor da causa R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), quando na verdade, deveria ter atribuído o valor do dano que entende ter sofrido, conforme consta na petição inicial de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Vejamos o que disciplina o Código de Processo Civil, in verbis: “Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...) V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido.” “Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (...) III - incorreção do valor da causa”. Portanto, fica impugnado o valor atribuído a causa, devendo o douto juiz abrir vista dos autos, para que o autor regulariza sua inicial, sob pena de indeferimento. IV - SÍNTESE DA INICIAL. O autor dirigia seu veículo na Rua Augusta, na cidade de São Paulo, quando sofreu uma batida, na qual também se envolveu o veículo do Réu. O acidente lhe gerou danos materiais estimados em R$ 8.000,00 (oito mil reais), equivalentes ao conserto de seu automóvel. Contudo, o Réu, também teve parte de seu carro destruído, gastando R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para o conserto. Diante do ocorrido, o autor pagou as custas pertinentes e ajuizou ação condenatória em face de Réu, autuada sob o nº 98765432-1/19 e distribuída para a 25ª Vara Cível da Comarca de São Paulo -capital, com o objetivo de obter indenização pelo valor equivalente ao conserto de seu automóvel, alegando que Réu teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. O autor informou, em sua petição inicial, que não tinha interesse na designação de audiência de conciliação, inclusive porque já havia feito contato extrajudicial com Réu, sem obter êxito nas negociações. O autor deu à causa o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Para sua surpresa, o Réu recebeu a carta de citação do processo pelo correio, no qual fora dispensada a audiência inicial de conciliação. Inconformado, o Réu procurou este causídico para representar seus interesses, dado que entende que a responsabilidade pelo acidente foi de Autor, que estava dirigindo embriagado, como atestou o boletim de ocorrência, e que ultrapassou o sinal vermelho. Entende que, no pior cenário, ambos concorreram para o acidente, porque, apesar de estar 5% acima do limite de velocidade, o autor teve maior responsabilidade, pelos motivos expostos. Aproveitando a oportunidade, o Réu pretende obter do Autor indenização em valor equivalente ao que dispendeu pelo conserto do veículo. O Réu não tem interesse na realização de conciliação. IV- DO DIREITO De acordo com os fatos supracitados, cabe salientar que não existe responsabilidade civil por parte do Réu, no caso concreto, de acordo com o que prevê o art. 186 do Código Civil, vejamos: “Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206”. Não havendo, também, que se falar em ato ilícito cometido pelo Réu que tivesse proporcionado dano ao Autor, tampouco o dever de indenizar, conforme previsto no artigo 927, do Código Civil, in verbis: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Cabe ressaltar que, diferentemente do que expôs em sua exordial, deve ser atribuída a culpa exclusiva do acidente ao autor, posto que, estava dirigindo embriagado e avançou o sinal vermelho, o que foi devidamente comprovado pela ocorrência policial. Ora, não resta dúvidas de que a capacidade psicomotora do autor estava alterada devido ao uso de bebida alcoólica no momento do acidente. Registra-se, o autor estava pondo pedestres e outros motoristas em risco eminentes, desrespeitando e avançando sinais vermelhos, incorrendo em infração e crime perante o Código de Trânsito Brasileiro, vejamos: “Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência. Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor”. “Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória, exceto onde houver sinalização que permita a livre conversão à direita prevista no art. 44-A deste Código: Infração - gravíssima; Penalidade – multa”. A jurisprudência já pacificou entendimento de que o processo mental de pensar, sentir, raciocinar, planejar e agir fica marcantemente alterado sob o efeito do álcool, acarretando a constatação de que a atividade de dirigir veículo automotor, que já oferece riscos em situação de normalidade, se torna ainda mais arriscada e perigosa quando o condutor está sob o efeito do álcool, aumentando enormemente a probabilidade de acidentes graves, encerrando a inequívoca inferência de que o simples fato de o condutor conduzir veículo sob influência de álcool, por si só, já aumenta de forma considerável o risco de acidente, já que os reflexos mentais são toscos e as reações são afetadas, CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE SEGURO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. SEGURADA.ÓBITO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CONDUTORA E SEGURADA. DIREÇÃO SOB INFLUÊNCIA DE ÁLCOOL. FATO COMPROVADO. PERÍCIA TÉCNICA. AGRAVAMENTO DO RISCO DE SINISTRO. FATO DETERMINANTE PARA O SINISTRO. COBERTURA. EXCLUSÃO DA INDENIZAÇÃO SEGURITÁRIA. LEGITIMIDADE. PREVISÃO LEGAL CONSOANTE O OBJETO DO NEGÓCIO JURÍDICO (CC, ART. 768). COLISÃO FRONTAL CONTRA ÁRVORE. CAUSA DETERMINANTE. EMBRIAGUEZ DA CONDUTORA. PROVA DE CAUSAS DIVERSAS. AUSÊNCIA. DANO MORAL DECORRENTE DA NEGATIVA DE COBERTURA. INOCORRÊNCIA. ATO ILÍCITO. INEXISTÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO COM BASE NO VALOR DA CAUSA. ADEQUAÇÃO. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. APELAÇÃO DESPROVIDA. HONORÁRIOS RECURSAIS. MAJORAÇÃO DA VERBA ORIGINALMENTE FIXADA. SENTENÇA E APELO FORMULADOS SOB A ÉGIDE DA NOVA CODIFICAÇÃO PROCESSUAL CIVIL (NCPC, ART. 85, §§ 2º E 11). SENTENÇA MANTIDA. 1. A disposição contratual que pauta a exclusão de cobertura decorrente do agravamento do risco acobertado pelo seguro decorrente do estado de embriaguez do segurado, guardando conformidade com a regulação casuística que pauta o contrato de seguro ante sua natureza aleatória, ficando patente que não encerra abusividade, implica a exclusão da cobertura securitária se apreendido que o condutor do automotor e segurado estava sob a influência de álcool no momento do evento danoso que o vitimara e o estado etílico em que se encontrava fora determinante para a produção do evento danoso, legitimando que a seguradora, valendo-se da previsão avençada e legalmente pontuada, se recuse a suportar a indenização convencionada (CC, arts. 757 e 768). 2. Como cediço, o processo mental de pensar, sentir, raciocinar, planejar e agir fica marcantemente alterado sob o efeito do álcool, acarretando a constatação de que a atividade de dirigir veículo automotor, que já oferece riscos em situação de normalidade, se torna ainda mais arriscada e perigosa quando o condutor está sob o efeito do álcool, aumentando enormemente a probabilidade de acidentes graves, encerrando a inequívoca inferência de que o simples fato de o condutor conduzir veículo sob influência de álcool, por si só, já aumenta de forma considerável o risco de acidente, já que os reflexos mentais são toscos e as reações são afetadas. 3. Apurado que o segurado e condutor do veículo estava sob efeito de álcool no momento do acidente e que não sobejava nenhum outro fator externo passível de afetar a condução que imprimia ao veículo, concorrendo para o sinistro em que se envolvera ao colidir frontalmente contra uma árvore, denotando que perdera o controle do automóvel, induzindo que seu estado mental fora determinante para o sinistro, resta patenteado que o estado de alcoolemia, afetando sua destreza e discernimento, fora a causa determinante do acidente em que se envolvera, legitimando que a seguradora, sob essa moldura, se recuse a suportar a cobertura avençada por ter havido o agravamento proposital dos riscos acobertados. 4. Consubstancia verdadeiro truísmo que os pressupostos da responsabilidade civil, de acordo com o estampado nos artigos 186 e 927 do Código Civil, são (i) ato ilícito proveniente de ação ou omissão do agente; (ii) a culpa do agente; (iii) o resultado danoso originário do ato; (iv) e o nexo de causalidade enlaçando a conduta ao efeito danoso, derivando dessas premissas a apreensão de que, desqualificado o fato lesivo invocado com indutor da ofensa moral aventada, resta infirmado o fato gerador do dever de indenizar, ensejando que a pretensão indenizatória formulada reste desguarnecida de suporte material por não ter se aperfeiçoado o silogismo indispensável à germinação da obrigação indenizatória. 5. Rejeitado o pedido, ensejando a sujeição da parte autora ao pagamento de honorários advocatícios, afastada a possibilidade de fixação da verba com parâmetro no proveito econômico obtido e apreendido que o valor da causa fora mensurado de conformidade com o pedido formulado e o proveito econômico almejado, a verba honorária imputável à parte autora, de conformidade com a gradação legalmente estabelecida e não se emoldurando a situação na regra de exceção contemplada, deve ser fixada com base no valor atribuído a causa, devidamente atualizado (CPC, art. 85, §§ 2º e 8º). 6. Desprovido o recurso, os honorários advocatícios originalmente imputados à parte vencida devem ser majorados, porquanto o novo estatuto processual contemplara o instituto dos honorários recursais, devendo a majoração ser levada a efeito mediante ponderação dos serviços executados na fase recursal pelos patronos da parte exitosa e guardar observância à limitação da verba honorária estabelecida para a fase de conhecimento (NCPC, arts. 85, §§ 2º e 11). 7. Apelação conhecida e desprovida. Majorados os honorários advocatícios impostos ao apelante. Unânime. (Acórdão 1359109, 07179779120208070001, Relator: TEÓFILO CAETANO, 1ª Turma Cível, data de julgamento: 28/7/2021, publicado no PJe: 17/8/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.) Portanto, fica claro que não há nexo de causalidade capaz de ensejar responsabilidade civil ao Réu. V- DA RECONVENÇÃO Nos termos do artigo 343 do CPC, ao réu é lícito propor RECONVENÇÃO, manifestando pretensão própria, se conexa com a ação principal ou com fundamento de defesa, vejamos: “Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”. Decorrente do mesmo fato, pleiteia o réu, ora RECONVINTE, indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), montante utilizado para o conserto do seu veículo avariado pelo acidente. Restou claro o dever de indenizar do Reconvindo, ante a prática ilícita pela sua negligencia ao dirigir embriagado, atravessando sinais vermelhos, nos termos dos artigos 186, 927 ambos do Código Civil, in verbis: https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1359109 “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Desta forma, o Reconvinte roga pela reparação dos danos causados pelo Reconvindo no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por ser de direito e Lídima Justiça. VI - DOS PEDIDOS. Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: a- Requer o acolhimento da preliminar arguida, intimando a parte autora à regularizar o valor atribuído a inicial, recolhendo as custas complementares, sob pena de indeferimento.; b- No mérito, requer a total improcedência dos pedido autorais; c- A condenação do autor nas custas e honorários advocatícios; d- Quanto à RECONVENÇÃO, requer a procedência do pedido reconvencional, para condenação do autor- reconvindo ao pagamento da indenização do valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). e- Ao final, requer a condenação da parte autora em custa e honorário advocatícios. VII – DAS PROVAS Pleiteia provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, em especial documental, testemunhal e pericial. Dar-se o valor da reconvenção em R$20.000,00 (vinte mil reais) Termos em que, Pede e espera deferimento. São Paulo- Capital, ... de ... de... Advogado OAB/UF
Compartilhar