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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 8ª VARA CIVIL DA COMARCA DE RIO DE JANEIRO Processo: 11111111111 MARCOS, brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG nº xxx, CPF nº xx, com endereço na Rua: xx, nº xx, Bairro: xx, na cidade de XX, com CEP: xx, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio do seu advogado, que ao final assina (procuração em anexo), com escritório em endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo xx, do CPC, apresentar CONTESTAÇÃO com Reconvenção à ação movida por JULIA, já qualificada nos presentes autos, pelos fatos e fundamentos que a seguir serão expostos. 1. RESUMO DOS FATOS A Requerente alega que dirigia seu carro quando sofreu uma batida, na qual também se envolveu o veículo do requerido. Relata que em decorrência precisou levar seu carro ao conserto e que o valor do dano ficou orçado em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), tais motivos pleiteia uma indenização no valor. Argumenta que o réu teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. A autora manifestou ainda o desinteresse na designação de audiência de conciliação, atribuindo à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais). É a síntese necessária. 2. DA TEMPESTIVIDADE O prazo para apresentação da Contestação é de 15 dias, contados a partir da juntada do AR (art. 231, I, CPC). No caso em tela, o AR foi juntado aos autos em 04/02/2019, assim, tempestiva é a presente contestação. 3. DAS CUSTAS DO PEDIDO RECONVENCIONAL Nos termos do art. 292, V, do CPC o réu-reconvinte junta a Guia de Recolhimento N. xxxx, alusiva às custas processuais e a taxa judiciária referente à reconvenção. 4. DAS PRELIMINARES Da incorreção no valor da causa A autora pleiteia a condenação do réu ao pagamento de uma indenização por danos materiais no valor de R$ 40.000,00. Todavia atribui à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). Nos termos do art. 337, do CPC, incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I – inexistência ou nulidade da citação; II – incompetência absoluta e relativa; III – incorreção do valor da causa; Assim, o réu afirma/alega que esse valor não cumpre o que determina o artigo 292, inciso V do CPC, vejamos: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido. O valor atribuído à causa não corresponde ao conteúdo patrimonial ou proveito econômico pretendido pela aparte autora, contrariando o disposto o dispositivo normativo. Diante do exposto, requer-se a retificação do valor da causa para incluir-se o montante cujo pagamento a autora, realmente pretende, que é de R$ 40.000,00, devendo, nos termos do art. 293 do CPC, ser determinada por este juízo a complementação das custas processuais, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, III e IV do CPC. 5. DO MÉRITO Não merecem prosperar as alegações da requerente. O réu não praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que causasse danos a parte autora e, consequentemente, gerasse o dever indenizatório. Vejamos o que determinam os artigos 186 c/c 927 do Código Civil, os quais respaldam a responsabilidade civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Por outro lado, conforme documentos apresentados – boletim de ocorrência, a autora estava completamente embriagada no momento do acidente, ultrapassando o sinal vermelho e colocando em risco além da sua vida, a de pedestres e outros motoristas. Não obstante, caso o magistrado não entenda de tal forma, é necessário considerar a responsabilidade concorrente entre as partes. Nesse sentindo, a culpa deve ser considerada fator determinante no momento de se determinar o valor indenizatório, nos termos do artigo 944 do CPC. Assim, em que pese o requerido estar trafegando 5% acima do limite permitido para aquela via, esse valor é ínfimo, não sendo o motivo preponderante para o acontecimento do acidente. Diante do exposto, requer-se a total improcedência dos pedidos elencados na inicial. E, na hipótese de ser configurada a responsabilidade civil, é necessário que mesma seja concorrente. 6. DA RECONVENÇÃO Nos termos do artigo 343 do CPC: Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Considerando os fatos narrados na exordial e o evidente prejuízo injustamente suportado pelo reconvinte em razão de conduta lesiva reconvinda, este apresenta, neste momento, a sua reconvenção. 6.1. Da qualificação das partes As partes, reconvinda e reconvinte, encontram-se devidamente qualificados nos autos, bem como os fatos foram narradas na petição inicial da ação principal e complementados na contestação. 6.2.Dos fundamentos jurídicos da reconvenção O reconvinte, estava trafegando apenas a 5% do limite permitido para aquela via. Por outro lado, a reconvinda, segundo atestado pelo boletim de ocorrência e presente no anexo xx, estava conduzindo veículo sob influência de álcool e avançou o sinal vermelho, praticando, nos termos dos artigos 165 e 208 do Código de Trânsito Brasileiro, 02 (duas) infrações de natureza gravíssima. Neste contexto, resta evidente que a colisão entre os veículos se deu por culpa exclusiva da reconvinda, atravessando sinais vermelhos. Assim, nos termos do artigo 186, 927 do CC/2002: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Pelo exposto, restando claro o dever indenizatório da Reconvinda, ante a prática de ato ilícito, pela sua negligência ao dirigir embriagada, pleiteia o réu, ora Reconvinte, indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais), montante utilizado para o conserto do veículo avariado pelo acidente (Doc anexo). Dá-se ao valor da causa em R$30.000,00 (trinta mil reais) 7. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Nos termos do art. 98 do CPC, a gratuidade de justiça deve ser concedida à pessoa natural ou jurídica com insuficiência de recursos para pagar as custas do processo, as despesas processuais e os honorários de advogado. O reconvinte, neste ato, requer a concessão de tais benefícios, por ser pessoa pobre, na acepção jurídica do termo, conforme declaração de hipossuficiência, firmada sob as penas da lei, que acompanha a presente peça, isentando-o, assim, do recolhimento das custas relativas à reconvenção e demais despesas decorrentes das ações. 8. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Diante do exposto, requer-se: a) O acolhimento da preliminar de incorreção do valor da causa, para constar o conteúdo econômico efetivamente perseguido pela autora; b) No mérito, a improcedência do pedido formulado pela parte autora, na ação principal, por ausência de culpa do réu; Caso o nobre juízo não entenda assim, requer-se, subsidiariamente, a procedência parcial em razão da responsabilidade concorrente; c) Quanto à RECONVENÇÃO, requer a procedência do pedido reconvencional, para condenação da autora-reconvinda ao pagamento da indenização do valor de R$30.000,00; d) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser o reconvinte pessoa pobre na acepção jurídica do termo, conforme declaração anexa; f) No final, requer a condenação da parte autora em custas e honorários advocatícios. Protestaprovar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial com a juntada de notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$30.000,00 e juntada do boletim de ocorrência. Local e data Advogado OAB/UF nº