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Metabolismo de Carboidratos ESTRUTURA E FUNÇÃO As principais rotas metabólicas que a glicose pode seguir são: • Glicólise à Formação de ATP no ciclo de Krebs. Caso haja desequilíbrio na relação ATP/ADP, com excesso de ATP, essa via desacelera e a glicose segue outros caminhos. • Glicogênese à Formação de glicogênio: glicose pode ser armazenada, principalmente por hepatócitos e músculos na forma de grânulos intracelulares, até certo limite. • Lipogênese à Formação de triglicerídeos: não possui retroalimentação, podendo acumular valores extremamente altos. O metabolismo dos carboidratos é regulado por diversos hormônios: • Insulina • Glucagón • Cortisol • GH • Adrenalina Jejum à nova glicose deve ser sintetizada. • Estimulação da gliconeogênese à alanina (aminoácido), lactato e glicerol. o A conversão destes produtos depende da necessidade e do estado metabólico do organismo. o Triglicerídeos quando quebrados podem gerar glicerol à utilizado na formação de glicose. § Ác. Graxo formado à transformado em acetil-CoA à Beta-Oxidação. Funções: o Reserva energética: amido e glicogênio. o Sustentação: celulose, quitina. o Defesa: imunoglobulinas. o Outros: heparina CLASSIFICAÇÃO o Glicose à 6 carbonos à Hexose o Apresentam forma aberta e forma cíclica à glicose entra no metabolismo na forma cíclica, o forma aberta da glicose à sorbitol – derivado da glicose e álcool. o Açúcares são compostos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio (carboidratos), sendo os carbonos hidroxilados (compostos poli-hidroxilados) e muitas vezes quirais. o Os açúcares são divididos em duas classes: o Aldose (aldeídos) o cetose (cetonas). o Cetonas à compostos com uma carbonila no meio da cadeia (C dupla O entre carbonos), o Aldeídos à Uma carbonila no final da cadeia (C dupla O e simples H). o Forma fechada à a função aldeído no carbono 1, o função cetona no carbono 2. o A quantidade de carbonos é variável, sendo no mínimo três. MONOSSACARÍDEOS – ASPECTOS E STRUTURAIS o Principal combustível para a maioria dos seres vivos. o São açúcares não hidrolisáveis à não possuem ligações glicosídeas para serem rompidas), p o 3 a 7 carbonos à configuração aberta D ou L. D ou L à – a partir da cetona ou do aldeído se conta os carboidratos, e no último que for quiral analisa-se a posição do OH, D à Hidroxila localizada à direita do carbono quiral L à Hidroxila localizada a esquerda do carbono quiral o Nosso metabolismo à Usamos apenas D carboidratos o Na cadeia fechada a posição altera a arquitetura. Monossacarídeos com 5/+ átomos de carbono à forma aberta ou fechada não modifica sua fórmula o Glicose à OH do carbono quiral 5 atrai o carbono 1 fazendo. o Dupla ligação em C1 com oxigênio se rompe. o OH do C5 libera H+, o Oxigênio se liga ao C1. o O H+ que saiu de (OH-) 5 se liga ao oxigênio do C1 e assim mantém o número de (OH-) constantes na molécula. Ciclização intramolecular à monossacarídeos mais estáveis. o O carbono carbonila cíclico à carbono anomérico, o Nova hidroxila formada à Hidroxila anomérica. o OH abaixo do plano à anômero alfa § ex: alfa glicose o OH acima do plano à anômero beta § ex: beta glicose. o Esta posição é capaz de diferir a função entre um composto e outro, como função energética do amido (alfa) e estrutural da celulose (beta). OB: substituição de OH por um grupo diferente à ex: substituição por amino à monossacarídeo substituído ex: aminoaçúcares DIABETES Aspectos clínico-laboratoriais -à diagnóstico por HbA1C, hemoglobina glicada/ o gLICOSE se liga aos Aa. valina ou lisina à cadeias laterais da hemoglobina. o ligação associada a formação de produtos de glicação avançada. o Vida útil de 120 dias à Análise da Hb glicada permite avaliar o estado do paciente a médio prazo, o exame menos utilizado à mais caro que a glicemia em jejum. o Para diagnóstico de DM: o maior ou igual a 6,5% de HbA1C. o Para controle de DM: o 7%, que corresponde a uma medida de glicemia de 154. Efeito Somogiy à hipoglicemia seguida de hiperglicemia. o Resposta do indivíduo a hipoglicemia devido à alta dose de insulina à paciente acorda de madrugada. o Liberação de hormônios contrarreguladores à adrenalina, cortisol e GH (em ordem de atuação à Aumentam a glicemia. o É necessário ajustar a dose. LIGAÇÕES GLICOSÍDICAS Ligação glicosídica à um carbono libera OH e o outro libera H. o O carbono que perdeu o H se liga ao carbono que perdeu OH, liberando água à Reação de desidratação Ex: glicose + glicose = maltose (ligação carbono alfa 1 e carbono 4) Açúcar redutor à todo composto que possui uma hidroxila anomérica livre pode sofrer oxidação e causar redução ao receber íons H+. o Exame de urina: diabetes descontrolada o glicosúria → pesquisa de açúcares redutores positiva. o A controlada ou mais branda (acima de 126 e abaixo de 180 que é o limiar renal) não será detectada na pesquisa de açúcares redutores § por isso não é um exame diagnóstico para esse problema. Açúcar não redutor à Carbonos anoméricos envolvidos em ligações glicosídicas. o Maltose (glicose + glicose) – ligação carbono alfa (para baixo) 1 e carbono 4. Ligação quebrada pela maltase. o Isomaltose à ligação alfa 1 6 – redutora. Ligação quebrada pela isomaltase. o Celubiose à ligação beta (para cima) 1 4 – redutora. Não se tem enzimas para quebrar a ligação, não há ganho energético. o Lactose (glicose + galactose) à ligação beta 1 4 – redutora. Ligação quebrada pela lactase. o Sacarose (glicose + frutose) à alfa 1 beta 2 – não redutora. No caso da frutose a hidroxila anomérica ocorre no carbono 2 e não no 1 como na glicose porque é uma cetona. Ligação quebrada pela sacarase. o Glicogênio à polissacarídeo não redutor porque a grande maioria das hidroxilas estão envolvidas nas ligações. OB: Epímeros –-> compostos isômeros que diferenciam muito pouco. o Ex: glicose e galactose à divergentes apenas na direção direita/esquerda da hidroxila no carbono 4. o Existem doenças nas enzimas epimerases. DISSACARÍDEOS E OLIGOSSACARÍDEOS Dissacarídeos à são glicosídeos compostos por dois monossacarídeos para formar maltose, lactose e sacarose. o Maltose à duas unidades de glicose, dissacarídeo redutor. o Sacarose à uma unidade de glicose e uma de frutose, não redutor. o Lactose à uma unidade de glicose e uma de galactose, dissacarídeo redutor. Oligossacarídeos à polímeros relativamente pequenos que consistem em dois a dez monossacarídeos. POLISSACARÍDEOS Polissacarídeos (glicanos) à Formados por longas cadeias de monossacarídeos unidas entre si por ligações glicosídicas. o Não tem sabor doce à característico de monossacarídeos o São não-redutores e insolúveis em água. Classificação o Homopolissacarídeos à mesmo tipo de monossacarídeo o Heteropolissacarídeos à tipos diferentes. Homopolissacarídeos o amido, celulose, glicogênio e quitina o Amido à ligação alfa 1-4, e alfa 1-6 para ramificação a fim de ocupar menos espaço. o fonte de reserva energética. o Região mais linear à amilose o Região Mais ramificada à amilopeptina. o Amilase age apenas em alfa 1-4. Celulose à ligação beta 1-4, serve para sustentação o o ser humano não possui enzimas que atuem na ligação beta 1-4. Glicogênio à mais importante polissacarídeo de reserva da o Grande número de ramificações. o Estrutura altamente ramificada torna as unidades de glicose facilmente mobilizáveis em períodos de necessidade metabólica. Heteropolissacarídeos o Heparina, Ácido hialurônico. o Glicosaminoglicanos à heparina e condroitina de sulfato. o Conferem às soluções em que se encontram alta viscosidade e elasticidade. o Constituem matriz gelatinosa nos espaços extracelulares à artilagens, tendões, etc.o Formados por açúcar e amina. o Peptideoglicanos o participam da constituição de paredes celulares de bactérias à influenciando na virulência e formação dos antígenos destes microrganismos. o Formados por açúcar e peptídeo. o Usados como alvo de fármacos DIGESTÃO DE AÇÚCARES o Ocorre na boca pela amilase salivar (ptialina) o Cessa no estômago devido à pH baixo , o Duodeno à ocorre novamente pela amilase pancreática, promovendo o Amilase Pancreática à digestão parcial do amido § especificidade para romper ligações alfa- 1-4. § A digestão do amido pela amilase gera: maltose, maltotriose e dextrina. o Membrana dos Enterócitos à Dissacaridades/trissacaridades (maltase, sacarase, lactase) o digestão final das ligações que a amilase não foi capaz de agir, como alfa-1-6 e ligações betas. o Componentes não digeridos pela amilase são digeridos na membrana do enterócito e geram glicose. o Absorção à apenas monossacarídeos. o Por ação das dissacaridades a digestão se completa, formando monossacarídeos. o GLUT5 à transporta frutose (transporte facilitado). o Frutose não é sintetizada pelo organismo, pois não é utilizada, apenas seus metabólitos. o Existe apenas via de degradação para esta molécula. o SGLT 1 à transporte ativo de glicose e galactose através do gradiente do sódio Obs1: Lactose também não é sintetizada normalmente, só em momentos de lactação. Obs2: Ácido Glicurônico que conjuga a bilirrubina à é um derivado da glicose. INTOLERÃNCIA A LACTOSE o Primária (lactase não persistente à por volta dos 14 anos o Organismo começa a reduzir ou inibir a expressão gênica da lactase o Secundária à outro fator como lesão de enterócito prejudica a absorção; o Congênita à indivíduo já nasce intolerante. Obs: Intolerância à lactose é diferente de alergia à proteínas presentes no leite Obs 2: Metade da população tem algum grau de intolerância. o Fisiopatologia à Não digestão da glicose leva a fermentação. o Sintomas: o dor abdominal o Diarreia o Náusea o Flatulência o distensão abdominal o cólica. o Diagnóstico: anamnese e exames adicionais: o pH fecal diminuído o Teste de tolerância a ingestão de lactose o Teste de hidrogênio expirado. o Tratamento: somente quando diagnóstico estiver bem definido para evitar perdas nutritivas e não confundir diagnósticos de outras doenças o Orientação nutricional: farmacológico com lactase. METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Normoglicemia à entre 60 e 99 mg/dL o Sua manutenção é essencial à tecidos glicose- dependentes, como hemácia, SNC, retina. o Glicose quando convertida em glicose-6-fosfato (com gasto de ATP) entra no metabolismo. o Os carboidratos podem seguir diversas vias de metabolismo!! o Caminho a ser seguido é determinado pela situação do organismo e os estímulos a que a célula está sujeita. o Caminhos possíveis da glicose: § Glicólise § via das pentoses § glicogênese, § glicogenólise § gliconeogênese, § interconversão de monossacarídeos. Glicólise à utilizada quando a célula necessita de energia, o Transformação da glicose em piruvato. o Na presença de oxigênio à Piruvato segue para o ciclo de Krebs o Na ausência de oxigênio à Piruvato sofre fermentação e forma lactato. Via das pentoses à Utilizada para formação de riboses e NADPH. o Formação de nucleotídeos o Formação de NADPH essenciais para síntese de ácidos além de agentes anti-oxidantes. o É uma rota alternativa que ao final pode retornar a glicólise. Gliconeogênese à Ocorre quando há excesso de ATP o Glicose-6-fosfato formada na célula é transformada em glicose-1-fosfato que será mobilizada para armazenamento sob a forma de glicogênio. o Essa transformação do fosfato de 6 para 1 é importante para formar ligações como 1-4, 1-6. Em Gligogenólise à Ocorre em de necessidade de glicose o Quebra do glicogênio para formação de glicose Síntese de lipídeos à Ocorre em excessos ainda maiores de ATP o permite que a glicose siga também a via de síntese de lipídeos o Armazenamento sob a forma de triglicerídeos. Gliconeogênese à Produção de glicose a partir de outros compostos bioquímicos o Glicerol, Lactato e Alanina o Fígado e Rins são os principais atuantes desse processo. Controle da Hipoglicemia o Hipoglicemia é evitada devido a atuação da glicogenólise e da gliconeogênese. o Em caso de hipoglicemia à Liberação de hormônios ontrarreguladores como adrenalina, glucagon, cortisol e GH. o Transformam glicogênio em glicose-6-fosfato; o Fígado pela glicose-6-fosfatase forma glicose livre que é encaminhada para o sangue e distribuída para os tecidos periféricos o Musculatura esquelética à não expressa essa enzima § Usa a glicose-6-fosfato para o próprio metabolismo o Pode ocorrer também formação de glicose através de lactato da hemácia e músculos esqueléticos. GLICÓLISE Compreende dois estágios: o Fase Preparatória à Glicose é fosforilada por duas moléculas de ATP e convertida em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (3-fosfogliceraldeído). o Fase de Pagamento à as duas moléculas de gliceraldeído- 3-fosfato são oxidadas pelo NAD+ e fosforiladas formando 4 ATPS. No final dos dois estágios, o resultado líquido de uma molécula de glicose é: 2 piruvatos + 2 NADH + 2 H+ + 2 ATP + 2 H2O. Em situações de baixo oxigênio, ou em células sem mitocôndria, após a glicólise gera-se pelo processo de fermentação: 2 lactato + 2 ATP + 2 H2O. Em condições aeróbias, forma-se 2 acetil-CoA que seguem no ciclo de Krebs, liberando CO2 e água. o A glicose, ao formar piruvato, garante que haverá formação de energia, independente da via que o piruvato seguir. Reações da Glicólise 1) Fosforilação da glicose –à reação catalisada pela enzima hexoquinase para formação de glicose-6-fosfato: o ocorre quebra de ATP o Necessita de Mg+2 para estabilizar o ATP/ADP. Glicose + ATP → Glicose-6-Fosfato + ADP o Reação Irreversível o Via regulada pela quantidade de produto o Grandes valores de glicose-6-fosfato à inibem a conversão. o Fígado à hexoquinase IV § Não é inibida por teores elevados de glicose-6-fosfato à fígado atua como tampão de glicose sanguínea, captando o excesso circulante. • armazenando como glicogênio e ácidos graxos. • A insulina ativa a hexoquinase IV, à indivíduos desnutridos ou com DM sua atividade é deficiente. OB: a glicose livre formada pelo fígado para manutenção da glicemia é convertida através da enzima exclusiva fosfatase- hepática, por isso apenas ele consegue retirar glicose de dentro da célula, exportando para o sangue. Glicose-6-fosfato (fosfatase hepática)→ glicose. 2) Conversão da glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato. à Isomerização pela fosfoexoisomerase, o necessidade de magnésio. 3) Frutose-6-fosfato → Frutose-1-6-bifosfato. o Fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose 1,6 bifosfato pela fosfofrutoquinase (PPK). o Ocorre quebra de ATP à necessita magnésio. o PPK é uma enzima alostérica à Regulação da glicólise o Ativada por baixos níveis de ATP e altos níveis de ADP e AMP. o Inibida por altos níveis de ATP, ácido cítrico, ácidos graxos. o No final da via é consumido ADP e formado ATP. o Reação Irreversível 4) Clivagem da frutose-1,6-bifosfato pela aldolase, o Transformação de um composto de 6 carbonos em dois de três carbonos o Frutose-1-6-bifosfato → 3-fosfogliceraldeído + fosfodiidroxiacetona. o Fosfodiidroxiacetona é convertida, logo após, em 3- fosfogliceraldeido. Desse modo: o Frutose-1-6-bifosfato → 2 3-fosfogliceraldeído (por isso multiplica-se os produtos após por 2). 5) Oxidação do gliceraldeido-3-fosfato em ácido 1,3- bifosfoglicérico/1,3-difosfoglicerato pela 3-fosfodesidrogenase o 1ª reação de oxi-redução da via à oxidação fornece energia para o processo. o NAD+ forma NADH +H+ à precisa ser reoxidado para continuar na via glicolítica o oxidação pela cadeia mitocondrial transportadora de elétrons o oxidação pela transformação de piruvato em lactato. 6) Formação de ATP pela fosfoglicerilquinase à transferência do fosfato do 1,3-bifosfoglicerato para o ADP o Gera o primeiro ATP da glicólise junto do 3-fosfoglicerato. o 2 compostos de 3 carbonos entram na reação à cada um forma 1 ATP à Saldo: 2 ATPs o Nesta etapa são gerados dois ATPs por molécula de glicose 7) Conversão do ácido 3-fosfoglicérico em ácido 2- fosfoglicérico/2-fosfoglicerato o Fosfato muda de carbono. 8) Desidratação do ácido 2-fosfoglicérico/2-fosfoglicerato pela enolase o Forma composto rico em energia. o Formação do fosfoenolpiruvato 9) Formação de ATP pela enzima piruvato-quinase (PK) na presença de Mg2+. o Ocorre fosforilação ao nível do substrato. o Transferência do grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP à Formação de 2 piruvatos e 2 ATPs. o Reação irreversível Como a glicólise produz um pequeno saldo de energia à a presença de glicose a todo tempo é necessária para que ocorra sempre essa reação. Glicólise e câncer à Célula tumoral não possui oxigênio em quantidades adequadas, pois sua multiplicação é maior até que a angiogênese. o Realiza muita fermentação. o Expressão do HIF-1 à fator de transcrição induzível por hipóxia. o Determina a expressão gênica de enzimas da via glicolítica, o que contribui para sobrevivência das células tumorais. Glicólise e DM1 à fornecimento energético glicolítico inibido pela ausência de insulina. o Compensação via lipólise, formação de ácidos graxos, acetil- CoA e energia ou à corpos cetônicos dispondo a cetoacidose. Glicólise e fermentação lática à Nos tecidos que funcionam sob condições anaeróbicas, como o músculo esquelético durante atividade física intensa, o piruvato é reduzido a lactato para gerar novamente NAD+, o que permite a continuação da glicólise com baixa produção de ATP. o Assim, o NADH produzido na conversão de gliceraldeído-3- fosfato a gliceraldeido-1,3-bifosfato é oxidado quando o piruvato é convertido em lactato. o Esta reação é importante para reoxidação do NADH, e consequentemente, para que a célula possa continuar produzindo ATP pela glicólise. o O lactato formado é difundido para o sangue, de onde chega ao fígado e é utilizado para formação de glicose pela gliconeogênese. Oxidação completa da glicose o 3-fosfogliceraldeído → 1,3-difosfoglicerato: gera 2 NADH → 5 ATPs. o 1,3-difosfoglicerato → 3-fosfoglicerato: são gerados 2 ATPs. o Fosfoenolpiruvato → Piruvato: são gerados 2 ATPs. o Piruvato → acetil-CoA: são gerados 2 NADH, um para cada molécula de piruvato → 5 ATPs o •Acetil-CoA → Ciclo de Krebs: cada acetil-CoA gera 10 ATPs → 20 ATPs. Ou seja, ao final são gerados 34 ATPs, entretanto, 2 são consumidos no processo, tendo um saldo líquido de 32 ATPs por molécula de glicose. Regulação da via glicolítica à regulação alostérica das enzimas 1. A hexoquinase é inibida pela glicose-6-fosfato, seu próprio produto. 2. A PPK é o principal tipo de regulação da glicólise: o Inibição à altos valores de ATP, citrato o Estimulação à AMP e frutose-2,6-bifosfato. 3. A PK (Piruvato Cinase) a. Estimulação à Frutose 1,6-bifosfato b. Inibição à Alanina (jejum) o Após uma refeição rica em carboidratos, a insulina promove aumento na síntese das três enzimas, incentivando a glicólise e a captação de glicose pelas células. o Paralelamente, o glucagon reduz a síntese destas enzimas, situação que ocorre em jejum e no diabetes mellitus. Metabolismo do Piruvato à o destino do piruvato depende das condições do organismo, os principais são: o Síntese de lactato (glicólise anaeróbia) o Formação de acetil-CoA e oxaloacetato à geração de energia do ciclo de Krebs o Formação de alanina para síntese de proteínas e gliconeogênese. OB: Piruvato → Acetil-CoA + CO2: reação irreversível. Impede conversão de gorduras em açúcares. VIAS DAS PENTOSE-FOSFATO Via metabólica de oxidação da glicose alternativa à glicólise à não requer e não produz ATP. o sendo a combustão total da glicose independente do ciclo de Krebs. o Ocorre no citosol em duas etapas: o Etapa oxidativa à glicose-6-fosfato é convertida em ribulose-5-fosfato + 2 NADPH o Etapa não oxidativa à condensação e isomerização de diferentes moléculas de açúcar. NADPH à importante agente redutor o utilizado em processos anabólicos o Biossíntese de lipídeos) o Mecanismos anti-oxidantes à para proteção das células com risco de lesão oxidativa. GSSG → 2 GSH (glutationa o Para proteção das células com risco de lesão oxidativa. o A ação anti-oxidante ocorre pela glutationa fornecendo hidrogênio o Transformação da substância oxidada em reduzida, efeito importante por exemplo nas hemácias para evitar hemólise. Falta de glicose à ocorre hemólise, o não há via das pentoses em caso de hipoglicemia, há falta de NADPH. Ingestão de álcool à Falta de NADPH + H que tende a metabolizar o álcool e não entrar na via das pentoses. Reação: NADPH+H+ + GSSG → NADP+ + GSH → GSH na presença de espécie reativa de oxigênio → GSSG Ribose-5-fosfato: componente estrutural de nucleotídeos e ácidos nucléicos. Na primeira reação da etapa oxidativa: o Glicose-6-fosfato-desidrogenase à catalisa a oxidação da glicose-6-fosfato, formando 6-fosfoglicona-gama-lactona e NADPH. o A deficiência nesta enzima pode provocar anemia, uma vez que ocasiona baixa produção de NADPH e, concomitantemente, deixa de reduzir o GSSG à GSH, deixando a hemácia sensível a eventos oxidativos. O resultado líquido da via à produção de frutose-6-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato, o podem entrar na via glicolítica e serem oxidados na mitocôndria quando as pentoses não forem necessárias para reações de biossíntese. GLIGOGÊNESE Síntese intracelular de glicogênio o polissacarídeo formado por unidades repetidas de D-glicose o Unidades unidas por por ligações glicosídicas alfa-1,4 o Grande número de ramificações nas ligações alfa-1,6. Sintetizado na maioria dos tecidos o maiores depósitos à fígado e músculo esquelético. Funções diferentes de acordo com seu local de armazenamento o Hepático à Reservatório de glicose para corrente sanguínea com posterior distribuição para outros tecidos, o Quantidade armazenada varia de acordo com a ingestão de alimentos § Acumula após as refeições § Degradado quando necessário para manter a glicemia entre as refeições). o A síntese de glicogênio hepático a partir da glicose- 6-fosfato derivada da glicose livre necessita da enzima glicocinase o Muscular à serve como combustível para gerar ATP durante atividade aumentada. o A síntese de glicogênio muscular a partir da glicose- 6-fosfato necessita da enzima hexocinase. Glicemia aumentada à glicose da dieta → molécula C3 (lactato e alanina) → glicogênio hepático. Transformação de G6P em G1P pela fosfoglicomutase. o Para adição de glicose a uma molécula de glicogênio, é necessária participação da molécula UTP o UTP libera fosfato e UDP e forma UDP-glicose. o Glicogênio-sintetase à enzima que a partir de um primer de glicogênio adiciona UDP-glicose quando estimulada pela insulina. o Existe também uma enzima ramificador o Glicogênese à custo de duas moléculas de ATP para incorporação de uma molécula de glicose. Glicose + UTP → UDP glicose + P Primer de glicogênio + UDP glicose + 2ATP à glicogênio- sintetase + insulina → glicogênio GLICONEOGÊNESE Formação de novas moléculas de glicose a partir de precursores não-carboidratos que ocorre principalmente no fígado (80%) e nos rins (15%)à em situações de inanição ou acidose metabólica. Os principais precursores não-glicídicos são: o lactato à hemácias e músculo em exercícios o alanina à proteínamuscular o glicerol à triglicerídeos Período entre as refeições à o organismo utiliza da hidrólise do glicogênio hepático para manter os níveis de glicose no sangue adequados. o Esgotamento deste suprimento à gliconeogênese que fornece a quantidade apropriada de glicose ao organismo. Obs: algumas células como neurônios e eritrócitos utilizam glicose como fonte primária de energia. Circunstâncias especiais à cérebro utiliza corpos cetônicos derivados de ácidos graxos. Piruvato à ponto inicial da gliconeogênese o Dele seguem praticamente as mesmas reações da via glicolítica, porém em sentido contrário. o Via glicolítica à temos três reações irreversíveis que devem ser contornadas por outras enzimas o Piruvato-cinase (PK), o Fosfofruto-cinase (PPK-1) o Hexocinase, o Em suma, a gliconeogênese conta com as mesmas enzimas da glicólise, com excessão das três citadas acima. 1º Contorno Na via glicolítica à utilizamos a piruvato cinase, Via gliconeogênica, à reação contornada através das enzimas piruvato-carboxilase e fosfoenolpiruvato carboxiquinase. o Piruvato Carboxilase: oxaloacetato à piruvato o Fosfoenolpiruvato carboxiquinase: Piruvato à fosfoenolpiruvato . o Acetil-CoA elevado à necessidade de mais oxaloacetato e gliconeogênese o ATP elevado à oxaloacetato será utilizado na gliconeogênese, o ATP reduzido à se houver falta de ATP, o oxaloacetato entrará no ciclo de Krebs. OB: cortisol estimula a gliconeogênese a longo prazo. 2º Contorno Na glicólise à enzima fosfofrutocinase 1 Na gliconeogênese à enzima frutose 1,6-bifosfatase o Converte frutose-1,6-bifosfato em frutose-6-fosfato, que é então transformada em glicose-6-fosfato. 3º contorno Na glicólise à Enxima hexocinase Na gliconeogênese à enzima glicose-6-fosfatase que catalisa a hidrólise de glicose-6-fosfato para formar glicose que será liberada no sangue. o Presente apenas no fígado e rins!! Gliconeogênese a partir de 2 moléculas de piruvato à custo de , no mínimo, seis ATPS o sendo um processo bastante caro. o Gliconeogênese em alta velocidade à e consumo de mais de 60% do ATP do fígado, o ATP proveniente principalmente da oxidação de ácidos graxos. o Condições fisiológicas que necessitam de síntese de glicose à geralmente as mesmas que apresentam disponibilidade de ácidos graxos no sangue. o Nessas situações os ácidos graxos são oxidados nas mitocôndrias a corpos cetônicos com a produção de ATP. Precursores da gliconeogênese 1) Reciclagem do lactato à Liberado pelos eritrócitos e outras células sem mitocôndrias e, também, pelos músculos esqueléticos durante alta atividade muscular. o Conduzido ao fígado à Reconversão a piruvato pela lactato−desidrogenase o Após, segue para formar glicose via gliconeogênese o Os dois processos acima formam o Ciclo de Cori do lactato. o Ciclo de Cori à transfere a energia potencial química na forma de glicose do fígado para os tecidos periféricos o Glicose resultante à Difusão para a circulação e captação pelas células do músculo esquelético para repor os estoques de glicogênio. 2) Alanina à mais importante aminoácido convertido a intermediários glicolíticos para a gliconeogênese. o Jejum prolongado/inanição à Alanina e outros Aa. são liberados a partir de proteínas presentes nos músculos esqueléticos. o A alanina é transportada para o fígado para gerar piruvato. o Piruvato – via gliconeogênese - forma glicose que pode retornar aos músculos ou ser degrada pela via glicolítica. o Ciclo da glicose−alanina à também transporta o NH4+ ao fígado para a síntese da uréia. o Os aminoácidos são as principais fontes de carbono para a gliconeogênese durante o jejum, quando os suprimentos de glicogênio estão esgotados. OB: aminoácidos convertidos em 2 tipos, alanina e glutamina (participa da excreção de N pela urina) 3. Glicerol à É um produto da hidrólise enzimática dos triacilgliceróis no tecido adiposo. o Transportado até o fígado pelo sangue à fosforilação à glicerol−3−fosfato pela glicerol−cinase. o O glicerol−3−fosfato participa da gliconeogênese (ou da glicólise) através de um intermediário comum. o Complexo glicerol−3−fosfato−desidrogenase à Transforma o glicerol−3−fosfato em diidroxiacetona−fosfato (DHAP) o Ocorre quando o teor de NAD+ citoplasmático está relativamente alto. Inibição da gliconeogênese pelo etanol o consumo de álcool (etanol), especialmente por indivíduos subalimentados à causa hipoglicemia o Efeitos inibidores do álcool sobre a gliconeogênese hepática à excesso de NADH produzido durante o metabolismo do álcool desloca o equilíbrio das reações catalisadas pela lactato−desidrogenase e malato−desidrogenase nas direções de formação do lactato e malato, respectivamente Piruvato + NADH + H+ → lactato + NAD+ Os NADH deveriam ser transportados para a mitocôndria pelo circuito malato−aspartato, mas o fígado não consegue fazê-lo na velocidade suficiente para evitar distúrbios metabólicos. o O NADH excedente bloqueia a conversão do lactato a glicose. Ocorre: o Hipoglicemia o Conversão da alanina em lactato, resultando em acúmulo desse último no sangue (acidose lática). Hipoglicemia em prematuros e recém-nascidos: o Razão cérebro/corpo maior que em indivíduos adultos, à células nervosas com maior gasto energético proporcional. o Cetogênese é ainda ineficaz à fonte alternativa de e nergia do cérebro o Fígado não está totalmente pronto metabolicamente, o Suprimento energético cerebral totalmente dependente da glicose à Tendência a hipoglicemia. Hipoglicemia em jejum: fosfoenolpiruvato quinase em baixos níveis nas primeiras horas, o que dificulta a formação de glicose a partir do piruvato. ASEPCTOS MOLECULARES DAS DOENÇAS ASSOCIADAS AOS CARBOIDRATOS OBS: Doenças humanas - aspecto molecular: o Deficiências de moléculas como aminoácidos e vitaminas em casos de desnutrição o Impedimento ou defeito na biossíntese em defeitos genéticos devido a qualidade ou quantidade de enzimas o Excessiva exposição ou ingestão a álcool e outras toxinas Diabetes melitus I à queda na produção de insulina o estado hiperglicêmico o tendência a acidose metabólica Diabetes melitus II à resistência à insulina associada a queda gradual na sua produção Frutose –-> a partir da frutose pode-se formar 2 compostos gliceraldeído-3-fosfato e entrar na via glicolitica, e defeitos nessa via alternativa podem causar frutosemias, o Frutosúria essencial à Defeito na frutoquinase detectado pelo exame de açúcares redutores na urina o Benigna o Intolerância hereditária à frutose à Defeito na frutose-1- fosfato-aldolase. o Tendência a hipoglicemia grave à Acúmulo maior de frutose-1-fosfato que atua como inibidor da quebra do glicogênio o Consumo de frutose por muito tempo pode gerar lesão renal, morte o Deficiência hereditária de frutose – hipoglicemia de jejum, deficiência de frutose-1,6-difosfatase, deficiência de enzima gera menor gliconeogênese. Galactosemias o Branda à problema na galactoquinase, o Acúmulo de galactose à galactosemia e galactosúria o Pode causar catarata por acumular água e lesar o cristalino) o Grave à Deficiência na galactose-1-fosfato uridil- transferase o Acúmulo tanto de galactose quanto galactose-1- fosfato o Consequências: § Catarata § Hepatomegalia § Retardo mental § Impede a amamentação o Mecanismos não bem elucidados o Não é suficiente diminuir a lactose mas sim isentá- la da dieta. Glicogenoses • Favismo: Deficiência na enzima G6P desidrogenase à Primeira na via das pentoses o Pode causar hemólise. o Maioria dos pacientes é assintomático à fatores ambientais como alimentação e tabagismo desencadeiam a hemólise. o Hemólise 24-48h após a ingestão, causando icterícia. Deficiências de enzimas glicolíticas- Doença de Von Gierke à Quadro clínico-laboratorial o Hipoglicemia à deficiência da glicose-6-fosfatase. o No fígado à interfere na conversão de glicose-6- fosfato em glicose o Fígado não dispõe glicose em quantidades adequadas para o sangue, gerando hipoglicemia. o Sangue se acumula glicose-6-fosfato, contrabalanceado pela célula convertendo glicose- 6-fosfato em glicogênio, causando hepatomegalia. o Acidose lática à Inibição do ciclo de Cori o Acúmulo de glicose-6-fosfato à Organismo desvia as reações para o lado em que não ocorre formação de glicose-6-fosfato como formação de lactato o Liberação de lactato na circulação à acidose lática. o Hiperurecemia à queda da depuração e aumento da produção de ácido úrico. o Hiperlipedemia à aumento dos precursores de lipídeos. o Hipofosfatemia à deficiência da glicose-6-fosfatase. o Complicações renais: o Gota o cálculos renais o Nefropatia. o Neoplasias hepáticas METABOLISMO E TERAPÊUTICA Agentes antidiabéticos (tipo II): Secretagogos ou hipoglicemiantes à aumentam a secreção de insulina. o Baixo custo o Efeito colateral de hipoglicemia. • Sulfonilureia à inibe transportador de potássio • Glinidas Anti-hiperglicemiantes –à não aumentam a secreção de insulina. o Inibidor de glicosidase à enzima que atua na digestão de carboidratos. o Absorve-se menos glicose o Causa fermentação e desconforto intestinal o Auxilia outras classes o Não usado como monoterapia. o Biquanida à Metformina, estimula enzima ANPK. Tiazo ou glitazona à sensibilizadores, tentam diminuir a resistência à insulina. o Modificam expressão gênica e a produção indireta de AMPK o síntese de triglicerídeos a partir de piruvato evita acúmulo de ácido graxo. Inibidores da degradação do GLP-1 ou incretinomiméticos • Aumentam secreção de glicose dependente • Diminui secreção de glucagon; alto custo • Risco de hipoglicemia se associado com secretagogo. • Análogos de GLP-1 à estimula secreção de insulina na presença de glicose o Retardam esvaziamento gástrico o Aumentam tempo de ação da insulina. • Inibidores de DDP-4 ou gliptinas à (enzima que degrada GLP) Medicamentos que aumentam a glicosúria inibindo a reabsorção renal tubular de glicose, sem relação com a insulina. • Inibidores de SGLT-2 (co-transportador glicose-sódio) – impede reabsorção de glicose; efeitos como desidratação e assim risco de infecções.
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