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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO - MODELO
Capítulo 1 – Caracterização
1.1. Identificação do Estagiário
Nome: Victória Tedesco Viegas Becke
Nº de Matrícula: 20160193 Curso: Psicologia
Estágio: II
1.2 Identificação do Estágio
Área: Dependência química 
Duração: Início Agosto 2021 Término dezembro 2021
Total de horas: 96 horas
1.3 Identificação da Organização (para cada local observado)
Nome: Comunidade Terapêutica Bom Samaritano
Endereço: rua são Joaquim, 55 / aparecida 
Cidade: Alvorada UF:RS
CEP: 94838-200Telefone: 51 992754485 Fax: 
E-mail: 
Site: https://comunidadeterapeuticabom.negocio.site/?utm_source=gmb&utm_medium=referral
1.4 – Identificação do Supervisor (para cada local observado)
Nome: Camila Nunes Cabral
CRP: 07/26174
Contato (telefone, email ou outro) 51997124604
Capítulo 2 – Dados da Instituição
2.1 Nome Comunidade terapêutica bom samaritano
2.2 Localização rua são Joaquim, 55 / aparecida 
2.3 Breve descrição do local (espaço físico) observado;
A comunidade terapêutica é uma chácara, logo na entrada tem uma sala arejada estilo galpão para dinâmicas de grupo e para fins de orações e grupos terapêuticos, depois desse espaço tem uma sala ampla para fins burocráticos, administrativos e para realização de atendimentos clínicos psicológicos.
Conta também com uma cozinha que eles preparam seu alimento e se reúnem com as famílias em dia de visitas, também tem os quartos alojamentos conjugados com beliches muito higienizados alem do banheiro amplo separado, tem uma churrasqueira feita por um dos internos. O espaço externo tem uma área verde, um gramado bem cuidado, onde eles plantam e cuidam de algumas aves além de arvores frutíferas.
Capítulo 3 – Apresentação das atividades desenvolvidas para coleta de dados durante o estágio
3.1 Atividades observadas (descrição, nomear quais, duração, recursos utilizados); 
A comunidade atende de modo voluntário pessoas com dependência química tanto as lícitas quanto as ilícitas. Contam com uma equipe capacitada e acolhedora, observamos uma dinâmica de grupo que abordou o tema higiene do sono onde a psicóloga conduziu e os internos foram contribuindo rendendo bastante curiosidade e levou em média duas horas após a dinâmica foi feito o atendimento individual, a psicóloga atua com a abordagem tcc de forma gentil e numa postura formal com todos, ela tem um prontuário organizado do qual se mantem informações dos internos importantes como o PIA ( plano individual de atendimento), o primeiro estava a pouco tempo no local foi feito uma anámnese para nortear a terapia, o paciente estava desorientado e resistente então foi sugerido interromper a sessão, o outro que observamos estava aberto e disposto a engajar no tratamento, durou em média trinta minutos pois o paciente contou seu contexto familiar e suas queixas principais, a comunidade conta com sete internos no momento, e foi gratificante observar o atendimento de um rapaz que está completando seu tratamento e com recursos emocionais para enfrentar os desafios na rua, ele se mostrou confiante e falou bastante. Os atendimentos são feitos conforme a prioridade de recém chegados e todos recebem um suporte de grupos, orações com o pastor e gestor do local que incentiva eles á palestras e dinâmicas de manejo da fissura como conhecimento e projetos que incentivem eles.
3.2 Impressões (gostei, não gostei)
Eu fiquei encantada com a chácara e o gramado do local, me surpreendi com a receptividade do gestor e pastor do local e com a disposição da psicóloga de nos permitir ter essa experiência, senti um enorme acolhimento humanizado da postura deles com os internos, sabendo dosar amor com limite e nos mostraram todo espaço e como é fundamental para eles terem uma rotina e regras. O tratamento é de 9 a 12 meses, eles fazem uma abordagem psicoeducativa excelente.
3.3 Análise crítica (articulação da teoria com a prática); 
Durante as escutas realizadas com os internos pude perceber que são vários fatores que influenciam a entrada nas drogas muitos não identificam a raiz da motivação, outros acabam se sentindo numa posição de vitima no inicio por não se sentirem digno de uma vida melhor. Nas fazendas de recuperação, os dependentes químicos tanto trabalham como realizam atividades domésticas, diferentemente do que ocorre nos hospitais, onde passam a maior parte do tempo sem ocupações, por falta de projetos terapêuticos. Isso cria um contorno e regras para eles favorecendo na utilidade e preparando ferramentas internas para lidarem com limite e regras.
Foi importante observar em qual estágio o individuo está para sintonizar e poder usar a entrevista motivacional como recurso a casos ambivalentes como a balança decisória um método de grande importância da abordagem cognitivo comportamental, observamos uma entrevista inicial com um sujeito que chegou recentemente mostrando se bastante resistente para o tratamento, apresentava uma desorganização no seu discurso, foi feito um anamnese acolhedora e empática porem o sujeito estava com muitos mecanismos e foi sugerido interromper a sessão.
Foi fundamental saber da importancia da familia no tratamento, alguns familiares dos internos acabam sendo um fator de risco como outros de proteção e suporte social que visitam eles e motivam para o tratamento, apesar da dependencia quimica ter muitos fatores que levaram a obter a fuga na droga, a familia exerce um papel de base como refugio para necessidades internas e o apoio favorece no engajamento, os tres casos que observamos até o presente momento foi visto que os sujeitos que tem um contato mais saudavel no nucleo familiar conseguem resistir menos, por outro lado é compreensivel que as familias estejam receosas e desacreditadas da mudança do sujeito devido as suas recaídas e atritos gerados em função do uso, então é essencial um suporte e incentivo a buscar grupos de apoio para que possa elucidas e trazer esperança aos membros.
O grupo que a psicóloga conduziu sobre higiene do sono foi colaborativo para os internos que rendeu bastante duvidas e curiosidades, foi interessante observar a eficácia de um suporte de trocas, do qual eles se sentem acolhidos e com voz no grupo, e o quanto a psicoeducação estimula a participação ativa do paciente na recuperação, foi abordado um tema que ajuda no cotidiano a implantar novas percepções, tais como preparação para durmir, evitar elaborar poblemas a noite mas tirar um tempo durante o dia para organizar os pensamentos e lucidar soluções, foi uma oportunidade agregadora ver o quanto alguns estavam motivados e instigados pelo assunto, como outros recém chegados estavam ansiosos e dispersos.
A terapia cognitivo comportamental é composta por técnicas que auxiliam a modificação de crenças e pensamentos que acarretam sofrimento psicolóigico para o individuo, no entanto é possível ensinar técnicas para o paciente utilizar entre as sessões, como também as formas e o momento de usá-las, promovendo os ganhos terapêuticos e incentivando-o a utilizá-las em situações futuras (LARANJEIRA; ZENLATO, 2018)
Tais estratégias devem levar em conta ainda dois agravantes, a baixa adesão e a falta de motivação para o tratamento, os quais acarretam frequentes recaídas. Segundo Magrinelli e Oliveira (2006), é consenso na literatura mundial o alto índice de recaídas dos indivíduos dependentes, independentemente da modalidade e do número de tratamentos a que eles se submetem ao no de suas vidas. Nesse sentido, a motivação mostra-se um fator de relevância em relação à adesão ao tratamento.
Por outro lado, de acordo com Guimarães etal. (2009), o uso de drogas, sobretudo por adolescentes, pode indicar falta de apoio ou orientação por parte da família. Outros autores acreditam que a forma de funcionamento da família pode ser protetiva ou de risco para desenvolvimento de dependência química entre seus membros (Mckay et al., 1991). Assim, é importante que o tratamento do dependente químico envolva a família, uma vez que o sujeito pode estar representando um sintoma do sistema familiar (Tissot, 2006). Essa ideia é complementada por Orth e Moré(2008, p. 296), ao afirmarem que “dificilmente é possível sustentar a melhora de um paciente sem que atuemos em seu meio familiar”.
O conhecimento e a experiência dos profissionais envolvidos no processo e nos desdobramentos deste auxiliam os pacientes dependentes na construção de um caminho de compreensão do problema na dependência que os leve a um estilo de vida mais saudável sem o uso de drogas. (Laranjeira, 2013, p.10)
Para o efetivo tratamento de um caso, é necessária uma formulação cognitiva abrangente, isto é, a coleta, integração e síntese de dados sobre o paciente, que permita fazer hipóteses sobre a etiologia de suas crenças disfuncionais e de seus principais sintomas, bem como planejar o tratamento dessas crenças disfuncionais e sintomas do paciente. 
Durante as entrevistas iniciais, deve ser realizado o exame do estado mental do paciente para que seja formulado uma hipótese diagnóstica e avaliados os riscos que tal paciente está oferecendo para si e para outrem com seu comportamento (Dalgarrondo, 200)
É importante a escuta terapêutica como uma forma de simbolizar aflições mal elaboradas, e pensamentos disfuncionais gerado por interpretações de rejeição, abandono e etc.
O grupo que a psicóloga conduziu sobre higiene do sono foi colaborativa para os internos solicitando dúvidas e abrangendo curiosidade, é interesse perceber a eficácia de um suporte de livre trocas e o quanto a psicoeducação favorece o tratamento. . A psicoeducação acerca da psicopatologia, além de aumentar a motivação para a mudança, estimula a participação pró-ativa do paciente na recuperação (Knapp, 2004). Esta técnica também está associada a maior satisfação com o tratamento psicológico, maior aderência e redução de recaídas (Burlingame, Ridge, Matasuno, Hwang&Ernshaw, 2006), podendo ser feita através de atribuição de tarefas a serem feitas em casa, encontros individuais ou sessões de grupo (Daele, Hermans, Audenhove&Bergh, 2012).
Nesse sentido, Macedo et al. (2014, p. 44) vão além. Para eles, a droga ocupa uma função de mascarar o desamparo e a dificuldade de simbolizar, ambos gerados pela precariedade de relações que os autores nomeiam como “primordiais” para referir-se a “figuras parentais”. Nessa modalidade de relação, a droga ocupa o lugar de objeto absoluto e “parece servir para dar lugar de valor no mundo, na possibilidade de não se deparar com frustrações próprias da vida” (Macedo et al., 2014, p. 49). Dito de outro modo, as questões afetivas que não são traduzidas pelas palavras, engendrando um sentido, são mitigadas com a droga. Diante disso, no que diz respeito à clínica psicanalítica, trata-se não de um dependente químico, mas “de um sujeito que sofre com a toxicomania” (Romanini & Roso, 2012, p. 358). Por essa via, a toxicomania deixa de ser abordada como uma doença e assume o caráter de sintoma. Assim, rompe-se com a identificação que pode existir ao afirmarmos que um indivíduo é um toxicômano.
4.1 Análise crítica geral (englobando todos os locais observados);
Eu achei o ambiente acolhedor e organizado além de higiênico, ficou evidente que cada interno tem suas tarefas cotidianas e grupos de dinâmicas para fortalecer o tratamento. Eles cuidam de aves, como também preparam seus alimentos, exercendo um papel ativo na comunidade. A chacára que abriga os internos é tranquila, onde eles podem circularem cumprindo horários estabelecidos e o conograma do dia a dia para ser seguido, o empenho da equipe para manter em ordem é nitído, é recebido também doações alimenticias e vestimentas para eles, poderia ter mais recursos do CAPS do município para dar um suporte mais amplo, mas mesmos sem esses amparos é evidente o ambiente acolhedor e a disposição de fazer uma psicoeducação com eles, sempre flexiveís a sugestões e dinâmicas que auxiliam na adaptação.
4.2 Auto-avaliação (entendimento da aprendizagem do aluno, comprometimento com a tarefa); 
A experiência de estagiar em uma comunidade de dependencia quimica, foi enriquecedora, pois nos proporcionou grande aprendizado, me permitiu observar os atendimentos e como a forma do manejo da anamnese de forma empática e acolhedora é importante, alem de participar das dinâmicas das quais trás uma participação ativa dos internos, esses grupos favorece o processo de engajamento. Aprendi que além de uma boa escuta é fundamental inserir hábitos funcionais no cotidiano, pois isso gera uma mudança significativa no tratamento. Achei fascinante a ténica cognitiva comportamental e sua eficácia na manutenção da fissura e crenças disfuncionais, me proporcionou bastante conhecimento e apesar de ser uma área que é fundamental adquirir tolerancia a frustração, também é gratificante perceber o quanto a terapia e um boa relação transferencial gera efeito positivo nos sujeitos.
Referências 
https://www.scielo.br/j/pusp/a/7zyGyDjyvbP6KvYzzvVCJpr/?lang=pt
Lima, A. F. (2008). Dependência de drogas e psicologia social: um estudo sobre o sentido das oficinas terapêuticas e o uso de drogas a partir da teoria de identidade. Psicologia & Sociedade, 20(1), 91-101. doi: 10.1590/S0102-71822008000100010
https://revista.unifagoc.edu.br › ...PDF
Graduação - Revista Científica UNIFAGOCGraduação - Revista Científica UNIFAGOC
1. Andretta, I., & Oliveira, M. S. (2011). A Entrevista motivacional em adolescentes usuários de droga que cometeram ato infracional. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24(2), 218-226. doi: 10.1590/S0102-79722011000200002
» https://doi.org/10.1590/S0102-79722011000200002
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/1290/entrevista_psiquiatrica_e_exame_psiquico.htm&ved=2ahUKEwi_toet55D0AhVjrpUCHbfcDycQFnoECAUQAQ&usg=AOvVaw0dL4XsrrmHrT_nP5p-pY9y
Alonso-Fernandez F. Compendio de psiquiatria. Madrid: Oteo; Mackinnon RA, Yudofsky SC. A avaliação psiquiátrica na prática clínica. Porto Alegre: Artmed; 1988.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942013000300015
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.scielo.br/j/epsic/a/hSfRJVTrXD3Jrt7nP9ZkRGw/%3Fformat%3Dpdf%26lang%3Dpt&ved=2ahUKEwivn63z55D0AhVRq5UCHbGsBuAQFnoECAwQAQ&usg=AOvVaw3vWLuyEhkFStq1bffYUiqP

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