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Julia Ribeiro Prata Medicina IX de Julho Papilomavirus humano HPV Vírus oncogênicos Vírus com capacidade de modificar o acido nucleico, formando associação estável com o genoma da célula hospedeira, mudando sua estrutura e função no organismo Os oncogenes virais são fragmentos de DNA de vírus tumorais que induzem a divisão descontrolada da célula hospedeira A maioria dos vírus oncogênicos codifica a informação para divisões ilimitadas. Essas mutações alteram o material codificado por estes genes, iniciando o processo de carcinogênese HPV Família: Papillomaviridae Gênero: Alphapapillomavirus, Betapapillomavirus, Gammapapillomavirus Altamente espécie-específico Estrutura: capsídeo icosaedrico (L1 e L2), DNA dupla fita circular epissomal (8Kb) HPV -> genes e suas funções Uma região precoce E que codifica as proteínas oncogênicas Uma região tardia que codifica 2 proteínas do capsídeo viral L1 e L2 Uma região regulatória responsável pela replicação viral Genótipos 200 genotipos de HPV podem causar infecção no homem, sendo 45 envolvidos em ISTs 32 genotipos de baixo risco (não oncogênicos) -> verrugas genitais HPV 6, 11, 42, 43 e 44 13 genotipos de alto risco (oncogênicos), não causam verrugas genitais -> HPV 16, 18, 31, 33, 35, 45 e 45 Manutenção viral – tropismo A infecção pelo HPV é bastante comum e geralmente de pouca significância clinica (80% a 90% resolução espontânea no primeiro ano) Mecanismos da transmissão e aquisição do HPV Contato direto Contato sexual -> por intermédio de intercurso sexual (genital- genital, oral-genital, manual- genital) O uso do preservativo pode reduzir o risco, mas não é totalmente seguro Rotas não sexuais -> transmissão vertical (rara), objetos (roupas intimas, luvas cirúrgicas, fórceps para biopsias, etc) Tipos oncogênicos de HPV 99% dos casos associados à infecção pelo HPV (etiologia 70% HPV 16, 18) 4° causa de morte por câncer em mulheres Brasil : 16710 casos por ano; 6525 mortes por ano (INCA, 2019) Doença totalmente prevenível -> detecção precoce possibilita 100% de cura Ciclo de replicação do HPV Ligado ao ciclo de vida do ceratinócito e da célula epitelial da pele e mucosa Adsorção -> L1 do HPV: proteoglicanos de heparina ou integrina α6 da célula hospedeira Infecção pelo HPV -> promove o crescimento da camada basal, aumentando o número de células espinhosas (acantose) Essas alterações tornam a pele mais espessa e promovem a produção de ceratina (hiperceratose), formando assim projeções epiteliais (papilomatose) A mais grave manifestação do vírus é o câncer cervical À medida em que a célula da pele infectada amadurece e se direciona para a superfície ocorre a liberação viral com as células mortas da camada superior Replicação acompanha diferenciação celular Epitélio estratificado pavimentoso Integração do genoma viral Papilomavírus de alto risco -> integração do genoma viral ao DNA celular Ruptura próxima ao gene E2 -> perda da função Mecanismo molecular de ação dos oncogenes virais O gene E2 regula a expressão dos oncogenes virais E6 e E7 Interação de oncoproteínas virais com proteínas supressoras de tumor do hospedeiro -> E6 – p53; E7 – pRb Proteínas do HPV – E6 HPV E6 se fixa e degrada o produto proteico do p53, livrando a célula da regulação negativa da p53 -> ubiquitinição P53 em células em G1 e a indução apoptótica do p53 pós mutação -> inativo por E6 Estudos em pacientes com neoplasias HPV+ mostram que essas neoplasias raramente contêm p53 mutado Proteínas do HPV – E7 A função principal do gene E7 dos HPV de alto risco é desregular a maquinaria do ciclo celular da célula infectada A proteína E7 liga-se as proteínas da família pRb mimetizando uma fosforilação Essa interação permite que a E2F atue na ativação constitutiva dos fatores transcricionais, o que levaria à progressão celular História natural da infecção pelo HPV de alto risco e sua potencial progressão para o câncer cervical Rastreamento das lesões pré-malignas: triagem clínica O diagnóstico baseia-se no teste papanicolau, colposcopia, histopatologia e biologia molecular (única maneira de identificar qual agente etiológico. PCR, genotipagem, captura hibrida; são métodos complementares não usados na rotina) Citopatologia ou teste Papanicolau Coleta-se as células no colo do útero, faz esfregaço na lamina e aplica a coloração de Papanicolau Legenda imagem a: coilcocitose (vacúolos de proteínas virais, a coloração fica mais clara); b: binucleação; c: disceratose (aumento da produção de queratina, manchas escuras na célula) -> indícios de que o tecido está sendo infectado por um vírus Colposcopia Visualização através de uma lupa, diretamente, o colo uterino Possível visualizar a presença de lesões ASCUS -> resultados do exame citopatológico Quando solicitar métodos moleculares ? Laudos inconclusivos, lesões persistentes, pacientes com recidivas e histórico familiar São exames caros; não recomendado pelo MS; teste DNA-HPV não deve ser utilizado como screening em mulheres < 30 anos; pode ser utilizado no manejo No homem é feito na região da glande peniana de pacientes com ASCUS; o screening para HPV de baixo risco não tem nenhuma utilidade Não pedir na rotina! Causa uma preocupação/desespero, além de grande impacto psicossocial para a mulher (em casos positivos para HPV alto risco) Se detectado HPV de alto risco -> tranquilizar o paciente, acompanhamento de 6 em 6 meses, iniciar tratamento e triagem do parceiro sexual PCR Identifica a sequência de DNA viral a partir de uma sequência conhecida – primer (detecção do DNA viral e expressão do RNAm de E6 e E7) Captura hibrida Mais barato Hibridização entre o DNA do vírus e sondas para vírus de baixo e alto risco presentes em um coquetel de reagentes Prevenção Preservativo previne 100% dos casos de câncer cervical e 80% a 90% dos casos de condiloma Mudança do comportamento sexual Eliminação dos fatores de risco Diagnostico precoce Vacinação Vacinas Já presentes no Plano Nacional de Imunização Vacinas proteinas L1 de capsídeo: Gardasil (tetravalente: 06, 11, 16 e 18) e Cervarix (bivalente: 16-18) Vacina recombinante: administração por via intramuscular IM
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