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Milena Lopes DEFINIÇÃO: • É uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração da micro-arquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade mecânica e consequente predisposição a fraturas, com trauma mínimo, e dor. FATORES DE RISCO: - Idade avançada; - Sexo feminino; - Etnia branca ou asiática; - Histórico pessoal - Histórico familiar - Baixa ingestão dietética de cálcio - Baixa DMO no colo do fêmur - Baixo IMC; - Uso de glicocorticóides/ corticosteróides; - Tabagismo; - Alcoolismo; - Sedentarismo; -Menopausa; - Diabetes. - Hiperparatireoidismo / hipertireoidismo; FISIOPATOLOGIA: É um desequilíbrio na remodelação óssea, entre formação e reabsorção óssea (por hiperatividade dos osteoclastos ou por disfunção dos osteoblastos) causando a perda massa óssea: - Deficiência de esteroides sexuais; - Fatores genéticos; - Fatores bioquímicos. • Intervenção do crescimento e desenvolvimento no pico de massa óssea: - Uso de corticoesteroides. • Perda de osso trabecular (vertebral): - A partir dos 30 anos (0,5% a 1%/ano); - Acelera na menopausa (até 10 vezes): aumento da reabsorção. E então gradualmente estabiliza-se a 1% a 3%/ano. Milena Lopes - As fraturas por osteoporose ocorrem mais frequentemente nas vértebras, no rádio distal e no fêmur proximal (nesta ordem de frequência). - A densitometria óssea deve ser solicitado para todas as mulheres após os 65 anos e homens a partir de 70 anos.; TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO • Dieta: - Para a absorção de vitamina D e magnésio, o organismo precisa de cálcio; - É encontrado em vários alimentos; • Exposição solar: - Para receber vitamina D; • Prevenção de quedas: - Retiradas de tapetes, escadas; • Atividades físicas: - Atividades de impacto/ musculação, para fortalecer músculos e ossos. • Higiene ambiental: - Colocar apoios e pisos antiderrapantes; FARMACOLÓGICO: • Cálcio (ingesta diária de 1200mg); - Suplementações de cálcio. Milena Lopes - Dose diária para um adulto: 800 a 1200 mg; **Observação: - Carbonato de cálcio: tem 40% de cálcio, então é necessário multiplicar por 2,5 se for 400 mg. - Prescrever: “tomar 1200 gramas de cálcio elementar”; • Vitamina D (manter >30); - Suplementação de vitamina D. • Específico: → É obrigatório para: - Mulheres após a menopausa; - Homens de 50 anos ou mais que tiveram fratura osteoporótica prévia; - Têm densidade mineral óssea 2,5 desvios padrão ou mais abaixo da de um adulto jovem; - Baixa massa óssea com alta probabilidade de fraturas futuras. - São classificados em: - Terapia antirreabsortiva; - Estimuladores da formação óssea (Terapia anabólica); - Terapia com dupla ação. TERAPIA ANTIRREABSORTIVA Milena Lopes Esta classe caracteriza-se como potentes inibidores da reabsorção óssea, sendo, por isso, denominados agentes antirreabsortivos; • Bisfosfonatos; • Moduladores seletivos do receptor de Estrógeno(SERM); • Calcitonina; • Biológicos: Denosumabe. TIBOLONA: reposição hormonal, indicada para climatério, mantem a massa óssea Terapia anabólica: ter cuidado, pode dar tumor BISFOSFONATOS (BF) • Função: - Inibem a reabsorção óssea e, de forma secundária, a formação óssea; - Reduzem o turnover ósseo e, assim, reduzem a perda óssea, aumentam a densidade do osso e reduzem o risco de fraturas no quadril, na coluna vertebral e em outros locais. • Mecanismo de ação: - As moléculas se aderem à superfície do osteoclasto, inibindo a síntese da enzima farnesil pirofosfato sintase (FPP), impedindo a formação do osteoclasto. Gerando apoptose. Inibe a reabsorção óssea → Apoptose de osteoclastos • Exemplos: - Alendronato* - Risedronato* - Ibandronato - Pamidronato - Zoledronato / Ácido Zoledrônico* • Padrão ouro no tratamento; - Injetáveis são mais caros; - Medicamentos de primeira linha para o tratamento da osteoporose na pós- menopausa; • Administração: - A absorção por administração oral é escassa: menos de 1% da dose é absorvida. Milena Lopes - Alimentos e outros medicamentos interferem significativamente na absorção oral dos bisfosfonatos. - Tomar em jejum: a absorção intestinal é baixa (cerca de 1%) e interage muito com os alimentos - alimentação só após pelo menos 30 minutos; **Obs: Alimentos e outros medicamentos inibem fortemente a absorção dos bisfosfonatos. - Ingeridos com um copo de água pela manhã (250mL); - Não deitar (ficar em pé): pois é corrosivo, pode causar ulceras no estomago, por isso tomar sempre com muita água. - Ibandronato e ácido zoledrônico, por via intravenosa (IV), são alternativas para pacientes incapazes de tolerar bisfosfonatos por via oral. - O risedronato elimina a necessidade de jejum; • Distribuição: - São rapidamente depurados do plasma, primariamente devido à avidez na ligação com a hidroxiapatita mineral do osso. Uma vez fixados no osso, a depuração ocorre em um período de horas a anos, até que o osso seja reabsorvido. - A medicação no osso dura muito tempo, até 10 anos; • Eliminação: - Eliminação se dá primariamente pelos rins, e os bisfosfonatos devem ser evitados em caso de insuficiência renal grave. - O médico deve fazer o acompanhamento da creatinina do paciente; - Não tomar os medicamentos por muito tempo; • Efeitos colaterais: - Intolerância gastresofágica; - Diminuição do cálcio sérico; - Reação de fase aguda (febre baixa, mialgia, cefaleia, artralgias e dores ósseas); - Raros casos de fraturas atípicas de fêmur; - Osteonecrose de mandíbula; - Risco aumentado para fibrilação atrial com o uso de ácido zoledrônico; - Inflamação de estruturas oculares (raro). - Esofagite química. Milena Lopes • Contraindicações: - Clearence Creatinina <30: Toxicidade renal pode ocorrer em virtude de administração intravenosa rápida, e o uso de BF não é recomendado para indivíduos com clearance de creatinina < 30 a 35 mℓ/min; - Pessoas que têm baixos níveis de cálcio no sangue; - Pessoas que têm doença renal grave; - Doenças esofágicas clinicamente significativas: intolerância oral/esofagite ou má absorção (considerar EV); Esofagite erosiva; - Utilizados com cautela em mulheres em idade fértil, visto que os efeitos no feto são desconhecidos. - Gestantes ou lactantes; - Paciente com Gastrite e refluxo não pode tomar; • Manejo: - Após 5 anos oral ou 3 anos EV: avaliar risco e benefícios; Fazer o Drug Holiday: suspensão do fármaco de 2 a 3 anos para o paciente. • Aspectos clínicos: - Alendronato é capaz de aumentar a DMO e diminuir o risco de fraturas vertebrais, não vertebrais e de quadril, efeitos também observados com o uso de Risedronato; - Menores taxas de fraturas vertebrais foram observadas em um ensaio com ibandronato em comparação a placebo, mas não houve prevenção de fraturas não vertebrais ao longo de 3 anos; - No estudo HORIZON, infusões anuais de 5 mg de ácido zoledrônico (Aclasta®) por 3 anos geraram reduções nos riscos de fraturas vertebrais, não vertebrais e de quadril; - O aumento da DMO observado nos protocolos clínicos BF foi desproporcionalmente menor que o alto índice de redução do risco de fraturas, ou seja, o aumento da massa óssea explica somente em parte a proteção contra fraturas; Milena Lopes - O risedronato sódico, é um bisfosfonato piridinil, que inibe a perda de material ósseo e preserva a mineralização deste osso. • Dosagens: - O alendronato e o risedronato podem ser administrados pela boca (por via oral); - O ibandronato pode ser tomado por via oral ou por via intravenosa; - O ácido zoledrônico pode ser administrado pela veia (por via intravenosa); • Afinidade de ligação ao osso(ordem): - Risedronato; - Ibandronato; - Alendronato; - Ácido zoledrônico • Capacidade de inibição da enzima farnesilpirofosfato: - Alendronato; - Ibandronato; - Risedronato;- Ácido zoledrônico. • Atividade antirreabsortiva: Milena Lopes ACIDO ZOLEDRONICO: aplicação anual • Efeitos: Diminui o cálcio sérico, as vezes precisa repor o cálcio; Fratura: as vezes aumenta a densidade mineral Osteonecrose mandíbula: Interferências cardiovasculares A meia vida do fármaco dura 10 anos Drug Holiday: suspensão do fármaco de 2 a 3 anos para o paciente MODULADORES SELETIVOS DO RECEPTOR DE ESTRÓGENO(SERM): • Mecanismo de ação: - Age diretamente no osso e na mama e no tecido endomentrial (atua como antagonista); Interagem com receptores de estrogênio como agonistas nos ossos ou antagonistas, nas mamas e no tecido endometrial. - Próprio para mulheres que não podem tomar hormônios → Semelhantes ao estrogênio, que evitam o risco aumentado de câncer de mama e de útero associado ao estrogênio, ao passo que mantêm o benefício para o osso; - Pequeno ganho de massa óssea em coluna lombar, mas significativo efeito protetor contra fraturas nesse sítio; - Redução no risco para neoplasia de mama e redução dos níveis séricos de colesterol total e LDL colesterol, sem efeito sobre o HDL-colesterol. • Efeitos colaterais: - Cãibras; - Sintomas climatéricos (fogachos e sudorese noturna); - Está associado a aumento na ocorrência de doenças tromboembólicas venosas; • Exemplo: - Raloxifeno. RALOXIFENO Milena Lopes - Único SERM com indicações para a prevenção e o tratamento da osteoporose no Brasil. - À semelhança do tamoxifeno, o raloxifeno reduz o risco de câncer de mama; - Protege contra fraturas da coluna/ vertebral, mas não contra fraturas do quadril – ao contrário dos bifosfonatos, do denosumabe e da teriparatida, que protegem contra ambos os tipos de fraturas; - Para contrabalancear o transporte intestinal reduzido do cálcio associado à osteoporose, utiliza-se com frequência a terapia com vitamina D, em associação com suplementos dietéticos de cálcio. Todavia, em vários estudos de grande porte, foi constatado que a suplementação de vitamina D (800 UI/dia) com cálcio melhora a densidade óssea, diminui as quedas e evita a ocorrência de fraturas. Foi também demonstrado que o calcitriol e seu análogo, a 1α(OH)D3, aumentam a massa óssea e reduzem as fraturas. O uso desses agentes no tratamento da osteoporose ainda não está aprovado pela FDA, embora sejam utilizados com esse propósito em outros países. - É utilizado em pessoas que não podem ou preferem não tomar bifosfonatos; - Os homens não se beneficiam de estrogênio, mas podem se beneficiar da terapia de reposição de testosterona se o seu nível de testosterona for baixo. HORMÔNIOS - Atuam por meio de seus receptores acoplados à proteína G; CALCITONINA: • Função: - Inibe a decomposição óssea, é outro medicamento que pode ser usado no tratamento, mas não é prescrito com frequência; Suprime a reabsorção óssea; - Foi constatado que ela aumenta a massa óssea e tem efeito protetor / redutor nas fraturas, porém apenas na coluna / vertebras; - Possui efeito analgésico, aliviando a dor relacionada a fraturas; - Esquemas intermitentes: - Uso deve ser semana sim e semana não; • Efeitos colaterais: - Náuseas, reações inflamatórias no local da aplicação e sintomas vasomotores (como sudorese e rubor facial) são efeitos colaterais observados com a calcitonina injetável; - A calcitonina nasal pode causar irritação da mucosa nasal e epistaxe; Milena Lopes - Seu uso pode diminuir os níveis sanguíneos de cálcio, assim, esses níveis devem ser monitorados; - Uso continuado favorece o aparecimento da taquifilaxia; • Formas: - Existem nas formas injetável (subcutânea ou intramuscular) e de aspersão nasal; - A calcitonina geralmente é administrada através de um spray nasal; - Não tem um efeito tão satisfatório quanto os bifosfonatos ou a teriparatida; ESTRÓGENO: - Disponível em diversas formulações (associadas ou não a progestógenos); Se tiver útero: pode associar a progesterona, pois só o estrógeno estimula muito a parede endometrial, causando hiperplasia endometrial; a progesterona protege o útero de dessa hiperplasia, para não causar câncer; • Função: - Eficaz no aumento de DMO (Densidade Mineral Óssea) e na diminuição do risco de fraturas vertebrais, não vertebrais e de quadril; - Uso restrito a pacientes com sintomas climatéricos; - Pode ser usada para prevenção ou tratamento. - Essa terapia é mais eficaz quando iniciada em até quatro a seis anos após a menopausa, mas iniciá-la posteriormente ainda pode desacelerar a perda óssea e reduzir o risco de fraturas. - No entanto, como os riscos da terapia hormonal podem exceder seus benefícios para muitas mulheres, em geral, a terapia hormonal não é a opção de tratamento utilizada. As decisões sobre o uso de terapia de reposição de estrogênio após a menopausa são complexas. • Efeitos colaterais: - Utilização de doses mais baixas para evitar os efeitos colaterais indesejáveis. - Cautela no tratamento da osteoporose por causa de seus efeitos negativos extraesqueléticos, aumento de risco de câncer de mama, de eventos tromboembólicos e de doença cardiovascular. - Estrogênio: interfere na coagulação plaquetária, pode causar trombos e câncer de mamas; **Obs: Mulheres com câncer de mama que não pode fazer reposição hormonal: usar raloxifeno; Milena Lopes BIOLÓGICO - INIBIDOR DO LIGANTE RANK (RANKL) DESUMABE - O denosumabe é mais seguro do que os bifosfonatos para pessoas com doença renal crônica; - MUITO caro; • Função: - Bloqueia a reabsorção óssea; - À semelhança dos bifosfonatos, o denosumabe suprime a reabsorção óssea e, secundariamente, a formação óssea - previne a perda óssea; - Diminui o risco de fraturas vertebrais e não vertebrais; • Mecanismo de ação: - É um anticorpo monoclonal humano contra o RANKL (receptor ativador do fator nuclear ligante kappa-B) nos osteoclastos; - Liga-se ao RANKL e impede que ele estimule a diferenciação e função dos osteoclastos; - Inibe a formação de osteoclastos e sua função e redução da função e sobrevida dos osteoclastos ativados, diminuindo a reabsorção óssea; • Administração: - É administrado por via subcutânea, a cada 6 meses em dose de 60 mg - Uso intermitente; - É administrado como uma injeção sob a pele em um consultório médico duas vezes ao ano; • Efeitos colaterais: - Possível aumento do risco de infecções; - A interrupção do tratamento a longo prazo com denosumabe pode levar ao surgimento de múltiplas fraturas vertebrais de rebote. Tal complicação poderia ser minimizada pela terapia preventiva com um bisfosfonato; - Raramente causa osteonecrose da mandíbula; - Pode aumentar o risco de desenvolver fraturas incomuns no osso da coxa; Milena Lopes - As pessoas que tomam denosumabe não devem tirar “férias terapêuticas”, pois parar esse medicamento pode causar perda da densidade óssea e pode aumentar o risco de fraturas vertebrais - A interrupção do tratamento determina rápida diminuição da DMO (Densidade Mineral Óssea), demonstrando que não há efeito residual após a suspensão do fármaco; ESTIMULADORES DA FORMAÇÃO ÓSSEA (TERAPIA ANABÓLICA) - Agentes anabólicos (teriparatida e abaloparatida) aumentam a formação de osso novo, aumentam a densidade óssea e diminuem a probabilidade de fraturas. - Teriparatida (uma forma sintética do hormônio da paratireoide) e abaloparatida (um medicamento semelhante ao hormônio da paratireoide); TERIPARATIDA: • Função: - A teriparatida estimula a formação / renovação de novo osso; entretanto, diferentemente do fluoreto, esse novo osso parece ter uma estrutura normal e está associado à redução substancial na incidência de fraturas; - A presença de PTH em níveis persistentemente elevados promove a reabsorção óssea; • Efeitos colaterais: - Pode causar hipercalcemia e hipercalciúria • Administração: - É administradaem uma pequena dose de 20 mcg por via subcutânea, diariamente; Aplicada por via subcutânea, é rapidamente metabolizada e eliminada pelo fígado e pelos rins, não sendo mais detectada após 3 horas de sua administração; - A administração intermitente de baixas doses do hormônio estimula a proliferação e a atividade dos osteoblastos com efeitos anabólicos sobre o esqueleto (20 μg/dia, por via subcutânea, durante um período máximo de 24 meses); • Indicado para: - Pacientes com alto risco de fraturas, como histórico de fraturas osteoporóticas, presença de múltiplos fatores de risco para fraturas e falha ou intolerância a outras formas de tratamento; Milena Lopes - Desenvolvem perda óssea significativa ou novas fraturas durante o tratamento com um bifosfonato; - Não podem tomar bifosfonatos; - Têm osteoporose excepcionalmente grave ou muitas fraturas (especialmente fraturas vertebrais) - Têm osteoporose causada devido ao uso de corticosteroides TERAPIA COM DUPLA AÇÃO RANELATO DE ESTRÔNCIO - O ranelato de estrôncio não foi aprovado nos Estados Unidos para o tratamento da osteoporose, porém está sendo usado na Europa, geralmente em uma dose de 2 g/dia • Mecanismo de ação: - Incorpora-se à estrutura cristalina do osso e tem o efeito de desacoplar a remodelação óssea, estimulando a formação e ao mesmo tempo inibindo a reabsorção óssea; • Função: - Eficaz em reduzir o risco de fraturas vertebrais, não vertebrais e, em mulheres com alto risco de fratura de quadril, também foi observada proteção nesse sítio; • Efeitos colaterais: - Devido ao aumento do risco de doenças cardiovasculares associado ao seu uso, somente deve ser usado para tratar osteoporose grave e na impossibilidade de tratamento com outros fármacos por contraindicação ou intolerância; • Contraindicado: - Pacientes com doença cardíaca isquêmica, doença arterial periférica ou doença cerebrovascular (atuais ou pregressas), tromboembolismo venoso, imobilização e hipertensão não controlada
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