Buscar

Maria Firmina dos Reis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Firmina dos Reis
Trabalho de Literatura 
Maria Firmina dos Reis (1822-1917) nasceu em São Luís, no Maranhão, e, ainda criança, mudou-se para a cidade de Guimarães, no interior do estado. Além de escritora – colaborando frequentemente com a imprensa maranhense –, foi professora e fundadora da primeira escola gratuita do Maranhão, na década de 1880.
Úrsula (1859) foi o primeiro romance escrito e publicado por uma mulher no Brasil, além de ter sido o primeiro romance lançado por uma mulher negra em toda a América Latina. Na primeira edição, a obra foi assinada apenas com os dizeres Uma maranhense.
Úrsula (1859), o único romance escrito por Maria Firmina dos Reis, narra uma complexa história de amor. Inicialmente, conta a história do jovem Tancredo, cujo pai o separara de sua noiva, Adelaide, uma moça que tinha como objetivo ascender socialmente. O jovem, então, conhece a personagem que dá título ao livro e um novo romance se inicia. Entretanto, o casal é perseguido por Comendador Fernando, tio de Úrsula, que pretende se casar com a própria sobrinha. Aos moldes românticos, a narrativa é repleta de reviravoltas e revelações surpreendentes.
O Brasil foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão, em 1888. A estética romântica brasileira, portanto, se desenvolveu sob um regime econômico baseado na exploração do trabalho forçado de africanos e afrodescendentes. Isso, porém, não aconteceu sem que houvesse resistência. Ao longo do século XIX, a luta contra a escravização dos povos de origem africana tornou-se cada vez mais intensa. Embora Castro Alves seja um dos abolicionistas mais citados e celebrados da época, vale ressaltar que a participação de brasileiros negros foi fundamental para o movimento. Entre eles, destacam-se jornalistas, ativistas e escritores, como Luiz Gama (1830-1882) e José do Patrocínio (1853-1905).
Romantismo e escravidão
A abolição da escravidão no Brasil ocorreu no dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. Embora essa data histórica seja importante para o país, muitos estudiosos contemporâneos defendem que o processo que levou à abolição foi mais longo e complexo, com líderes e intelectuais negros de grande protagonismo. Ainda hoje, esse tema compreende grande importância, ao qual se voltam diversos autores afro-brasileiros.
Assim, ao invés de optarem pela data da assinatura da Lei Áurea como referência, os movimentos negros brasileiros preferem focar a memória de figuras históricas afro-brasileiras que foram ativas no combate ao sistema escravocrata. Entre esses personagens históricos, destaca-se a figura de Zumbi dos Palmares (1655-1695), cuja data de morte – 20 de novembro – foi escolhida como o Dia Nacional da Consciência Negra.
A história de Zumbi e do quilombo de Palmares é contada por Marcelo D’Salete no quadrinho Angola Janga, publicado em 2017. Essa e outras obras de D’Salete investigam e recontam, por meio da arte gráfica e da narrativa, as histórias de resistência dos povos negros no território brasileiro. O autor foi vencedor de prêmios como Will Eisner (um dos mais importantes do mundo no que concerne às histórias em quadrinhos) e Jabuti (o prêmio literário brasileiro de maior destaque).
A história de Zumbi 
Formada no fim do século XVI, em Pernambuco, a partir dos mocambos criados por fugitivos da escravidão, Angola Janga cresceu, organizou-se e resistiu aos ataques dos militares holandeses e das forças coloniais portuguesas. Tornou-se o grande alvo do ódio dos colonizadores e um símbolo de liberdade para os escravizados.
Embora o abolicionismo tenha dado a tônica da poesia e da prosa de Castro Alves e de Maria Firmina dos Reis, a defesa da escravidão também esteve presente na obra de vários escritores do período. O caso mais significativo dessa defesa é o do romancista que estudamos neste capítulo: José de Alencar.
Alencar atuou como senador antiabolicionista, defendendo uma visão segundo a qual a escravidão era necessária para a formação e o desenvolvimento do Brasil. Nesse sentido, havia uma profunda contradição entre a atuação pública desse escritor e os ideais românticos aos quais ele se filiava. Afinal, a defesa da escravidão é absolutamente incompatível com uma sociedade baseada nas noções de direitos humanos e de igualdade, que assegura a liberdade para todos.
Como discutimos anteriormente, não devemos confundir o narrador de um romance ou o eu lírico de um poema com seu autor. Entretanto, as obras de arte, como qualquer texto, expressam uma visão de mundo. Para ilustrar essa noção, leremos, a seguir, um trecho do romance Senhora, de José de Alencar, em que o narrador se refere a um escravizado. Em seguida, examinaremos um excerto de Úrsula em que se refere a Túlio, ainda sob o julgo da escravidão. Compare o tratamento conferido pelos distintos narradores.
O rendimento da caderneta da Caixa Econômica e dos escravos de aluguel andava em 1:500$000 ou 125$000 mensais. Como, porém, a despesa da família subia a 150$000; as três senhoras supriam o resto com seus trabalhos de agulha e engomado, no que as ajudavam as duas pretas do serviço doméstico.
E o mísero sofria; porque era escravo, e a escravidão não lhe embrutecera a alma; porque os sentimentos generosos, que Deus lhe implantou no coração, permaneciam intactos e puros como a sua alma. Era infeliz, mas era virtuoso; e por isso seu coração enterneceu-se em presença da dolorosa cena, que se lhe ofereceu à vista.

Continue navegando