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Neurofisiologia Niterói, 21 de Dezembro de 2001 Sistema Motor � O único neurônio que chega no músculo é o neurônio cujo corpo está na coluna anterior da medula, o axônio sai pela raiz ventral e chega até o músculo. Para haver contração muscular, deve haver o neurônio chamado Via Final Comum que está na ponta anterior da medula. Esse motoneurônio faz sinapse com: 1-) Neurônio Aferente – cujo CC encontra-se no gânglio da raiz dorsal . 2-) Vias Descendentes Podemos considerar então que a motricidade se concentra na medula através desse motoneurônio alfa e em estruturas superiores como por ex. o córtex. 1-) Hierarquia no Sistema Motor Há uma hierarquia no Sistema motor. Existem áreas relacionadas a: Estratégia Por ex., temos um modo de escovar os dentes, modo esse, que decidimos como fazer. É o ”arquiteto”, isto é, a forma pela qual decidimos, planejamos um movimento. Não executa o movimento, está relacionada com a forma pela qual iremos nos movimentar. É muito individual. É feita pelas áreas de associação e Gânglios da Base Tática São as questões técnicas, isto é, quais grupamentos musculares utilizarei para efetuar determinada tarefa, a força a ser utilizada, forma do movimento. As áreas responsáveis são o Córtex Motor e o cerebelo (principalmente) Execução É o “Pião de Obra”, isto é, quem faz. São as áreas responsáveis em enviar neurônio que chegam ao Músculo, isto é, da coluna anterior da ME e em níveis superiores de onde saem os Nervos Cranianos (TE). 2-) Vias Descendentes Quando dizemos que o motoneurônio alfa é uma via final comum, consideramos que muitos neurônios estão fazendo sinapse com ele. Todas essas vias descendentes vão chegar na ponta anterior da medula. Podemos dividi-la em Vias laterais e Vias mediais ( lateral e medial em relação à linha média da medula). As Vias Laterais tendem a terminar diretamente sobre os motoneurônios enquanto as Mediais fazem sinapse com um interneurônio e este faz sinapse com um motoneurônio. A presença de interneurônio permite uma modulação do movimento e um retardo do mesmo, logo, as vias mediais são muito mais sensíveis à modulação. 2.1 Vias laterais 2.11 Tracto Córtico Espinhal Lateral e Anterior CC: Córtex Sinapse: Medula (ponta anterior) 2.12 Tracto Rubro Espinhal CC Núcleo Rubro Sinapse: ME 2.2 Vias Mediais 2.21 Tracto Medular Retículo Espinhal 2.22 Tracto Pontino Reticulo Espinhal 2.23 Tracto Vestibulo espinhal 2.24 tracto Tecto Espinhal Obs. Vias Piramidal e Extrapiramidal O Tracto Córtico Espinhal Lateral cruza nas pirâmides Bulbares. As Síndromes piramidais referem-se à doenças que afetam as vias piramidais, isto é, doenças que afetam a via córtico espinhal lateral. Enquanto que as Extra Piramidais podem acometer as outras vias. A Via Piramidal quando é acometida leva à hemiplegia contralateral por ex. AVE. Paciente apresenta dificuldade de se locomover. As Síndromes Extra piramidais não limitam os movimentos, mas criam movimentos acessórios, isto é, alterações dos movimento, mas não causa paralisia. As Síndromes Extrapiramidais levam problemas bilaterais Paciente c/ AVE: Algum movimento de tronco e da musculatura proximal. O que mais atrofia são as articulações distais, Isto ocorre porque a lesão está nas vias laterais, isto é, na via piramidal, e essa via direciona-se principalmente para a musculatura distal. O movimento do tronco é mantido porque as vias Extrapiramidais não são lesadas. Em qq lesão piramidal os movimentos das mão são os mais afetados. 3-) Tracto Córtico Espinhal Lateral É muito maior do que as fibras que não cruzam (Anterior). 3.1 Origem: . Giro pré Central (área 4) – Na frente do sulco central . Área 6 . Áreas Somatosensoriais do Lobo Parietal Suas Fibras cruzam nas pirâmide Bulbares e age principalmente sobre os Mm Flexores distais. 4-) Tracto Rubro Espinhal Sua função é mais desconhecida. Participa bastante dos movimentos das mãos. Sua mudança ocorreu dos primatas para os humanos, ou seja, até os primatas tinha o mesmo tamanho. Recebe informação do córtex. Obs. Lesão experimental produz lentidão dos movimentos voluntários, perda da acuidade. Matem a postura. 5-) Tracto Vestíbulo Espinhal Origina-se nos núcleos vestibulares bulbares. Responsável pela estabilidade da cabeça. 6-) Tracto Tecto Espinhal Origina-se no colículo superior do mesencéfalo. Orientação dos olhos e da cabeça em direção a um estímulo. 7-) Tracto Retículo Espinhal Pontino + Musculatura Antigravitacional Bulbar - Musculatura Antigravitacional Animal Espinhal : animal paralisado c/ posicionamento flexionado, além de responder c/ hiperatividade aos reflexos. Animal Descerebrado: Lesão entre os colículos superior Assume uma postura de hiperextensão Nos dois tipos de lesão a via piramidal está lesada, mas os sintomas são tão diferentes pq a formação reticular no TE mandava informações p/ a ME. A formação reticular é dividida em duas áreas: Pontina e Bulbar. A função dessas duas áreas é oposta: enquanto a pontina estimula a musculatura antigravitacional (Musculatura extensora) a bulbar a inibe. Quando não há lesão alguma, todas as vias mantém a nossa postura. Quando há interrupção da informação que vem do córtex para a formação reticular, esta passa a agir por si só, e quem predomina é a pontina. Não há ninguém estimulando, tendo ela essa estimulação própria, intrínseca. Antes o córtex modulava essa estimulação. Em um paciente espinhal, tira-se a influência cortical e a influência da formação reticular, e a medula trabalha sozinha. 8-) Córtex Motor Os nossos movimentos voluntários são atividades corticais. O córtex inicia a ação voluntária do movimento porém existem áreas relacionadas ao planejamento da ação que são áreas ditas inconsciente. Área 4 – Área Motora Principal Área 6 e pedaço do Córtex pré-frontal – tb são consideradas áreas motoras Essas áreas são consideradas motoras pq ao estimular eletricamente, movimentos vão ser gerados no lado contralateral. Obs. O córtex de associação não se sabe sua função o certo. Os axônios do Tracto Espino Talâmico Lateral saem do giro pré central e ao descerem pelo córtex, formam uma estrutura chamada Cápsula Interna, uma parede, que divide o hemisfério. A maioria dos AVE ocorre na Cápsula Interna, visto que é aí que ocorre a maior fragilidade capilar. Essa via passa ainda pelas pirâmides e vai até a ME fazer sinapse c/ um motoneurônio alfa. 8.1 Homúnculo Motor Ao estimular os CC dos neurônios do Giro Pós-Central observaríamos um mapeamento, exatamente como o Sistema Motor. No Giro pré-central existe o Homúnculo Motor O Homúnculo Sensorial apresentava áreas de representação no córtex proporcionais ao número de receptores sensoriais. O Homúnculo motor representa Unidades Motoras, isto é, grupamentos musculares com unidades motoras pequenas possuem maior representação cortical. Obs. Dor Fantasma = causa central, não tem influência da periferia pq mesmo anestesiada permanece. Parece ser uma disfunção da estimulação entre o tálamo e o córtex. O tratamento é psicológico c/ exercícios na frente do espelho. 8.2 Área 4 Possui Somatotopia, isto é, o mapa das unidades motoras. 8.3 Área 6 Sua estimulação provoca movimentos voluntários complexos. Planejamento da ação. Quando o giro pré-central é estimulado, tem-se movimentos simples: mexer um grupamento muscular, pq essa estimulação é pontual sobre determinada unidade motora Quando estimulamos a área 6, movimentos complexos são gerados, envolvendo vários grupamentos musculares, inclusive antagonistas. Logo, não há um mapa, não sendo considerada uma área motora pura Pode ser dividida em: Área Pré-Motora : Musculatura Proximal Área Motora Suplementar: Musculatura Distal Os movimentos realmente voluntários são os distais. Os movimentos axiais são posturas adquiridas reflexamente. Temos um tracto relacionado c/ os movimentos distais enquanto vários relacionados com a postura.8.4 Colunas Funcionais No Sistema Somatosensorial, tínhamos uma coluna para cada tipo de receptor. Cada coluna no Córtex motor se relaciona com um determinado músculo, e , os neurônios de uma mesma coluna tem aproximadamente a mesma direção. 9-) Outras áreas Corticais Contribuição do córtex frontal e córtex parietal posterior relacionam-se com a decisão de escolha. 10-) Núcleos da Base Não possuem comunicação com medula, porém , a informação que chega nos núcleo da base vêm do córtex pré-frontal, área 6, área 4 e todas as áreas do giro pós-central. Ou seja, os núcleos da base recebem todas as informações necessárias para lidar com os movimentos. Todas as lesões sensoriais acarretam problemas motores. Só me movimento baseado em uma sensação, seja ela propriocepção consciente, inconsciente ou a própria informação sensorial. Todas essas informações que aí chegam, são processadas no circuito intrínseco aos núcleos da base, vão para o núcleo ventro-lateral do tálamo e retornam para o córtex motor. A decisão do movimento, então, parece estar relacionada com essas estruturas mais inferiores. Os circuitos que envolvem os núcleos da base estão relacionados a atividade motora (seleção e iniciação de movimentos voluntários) e também a memória e função cognitiva. Doença de Parkinson Hipocinesia Dificuldade em iniciar os movimentos Aumento do tônus (rigidez em roda dentada) Tremor de repouso = Degeneração da Substância negra com conseqüente diminuição da Dopamina. Tratamento com L-Dopa. O paciente tem consciência que treme, mas não consegue controlar 11-) Cerebelo A lesão cerebelar é considerada como uma Síndrome Extrapiramidal. É quase que o contrário da lesão do Núcleo da Base. Leva a: Hipotonia: movimentos pendulares, não se opões ao movimento Dismetria: Erra o alvo Decomposição do Movimento: movimento não é único, não é retilíneo Tremor Intencional: Piora próximo ao alvo. Inicialmente não tem tremor, trema ao longo do movimento Aumento da Base de sustentação: Anda com as pernas mais abertas para se equilibrar – O paciente cai para o lado atingido- Fala Escandida: Assim como divide o movimento, tb divide as sílabas quando fala. Isso ocorre, pq p/ falar continuamente temos que ter seqüência de excitação muscular íntegra. O Circuito cerebelar é muito sensível ao etanol. Logo, o paciente bêbado, apresenta um quadro cerebelar. O Cerebelo recebe do córtex mais a informação sensorial, manda a informação p/ o tálamo e daí retornam para o córtex. O Cerebelo não está muito relacionado em decidir o movimento, visto que, recebe a informação do meio : como está a temperatura, textura... Enquanto que os núcleos da base recebem a informação do córtex frontal relacionada a decisão do movimento. Mas ambos recebem informação do córtex e não mandam a informação direto para a ME, mas sim p/ o tálamo e este retorna às áreas motoras. Logo, quando o córtex manda a informação para a execução do movimento, esta é uma decisão já resolvida pelos núcleos da base e pelo cerebelo. � � � � � Página � PAGE �1� Aula Prof. Tânia Transcrita por Renata Mendes
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