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Hermenêutica - Aspectos Históricos

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01/09/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/4
Hermenêutica – Aspectos Históricos¹
De origem grega, a Hermenêutica (hermeneuein) é tida como filosofia da
interpretação, sendo associada ao deus grego Hermes, que traduzia tudo o que a
mente humana não compreendesse, sendo chamado de deus-intérprete. 
Hermes traduzia as mensagens do mundo dos deuses para o mundo humano. Sua
figura era tão marcante que foi atribuído a ele a descoberta da linguagem e da
escrita, e sua função de mensageiro sugere, na origem da palavra hermenêutica,
o processo de trazer para a compreensão algo que estivesse incompreensível. 
O deus grego Hermes era respeitado pelos demais como sendo aquele que
descobriu o meio de compreensão humana no sentido de alcançar o significado
das coisas e para transmiti-lo aos demais seres. Assim, Hermes seria um deus
intérprete, considerado a entidade sobrenatural dotada de capacidade de traduzir,
decifrar o incompreensível, ou seja, vinculava-se a sua figura a função de
transmutação, de transformação de tudo aquilo que a compreensão humana não
alcançava em algo que esta conseguisse compreender.
O termo hermenêutica possui alguns significados diferentes de acordo com o
tempo, passando de “compreender o significado do mundo” até chegar “ a teoria
científica da arte de interpretar”. 
Podemos considerar que a expressão latina ars interpretandi (a arte da
interpretação), foi substituída na teologia protestante, pelo termo hermenêutica.
Na Antiguidade grega, a hermenêutica relacionava-se com à gramática, à retórica
e à dialética e sobretudo com o método alegórico, para permitir a conciliação da
tradição (os mitos) com a consciência filosoficamente esclarecida. Estava voltada
para a transmissão de uma mensagem, entendida muito mais como uma técnica,
com a função de anunciar, esclarecer, traduzir algo que não estava claro. 
A exemplo de Platão, a hermenêutica estava em segundo plano, tendo em vista
que as palavras estavam abaixo daó plano das ideias, sendo que apenas por
intermédio destas é que se podia entender e conhecer a realidade. 
Já Aristóteles desenvolveu pensamento diferente e, em sua obra Peri hermeneias
(da interpretação), fez relação entre os conceitos e a realidade, pois entendia que
o processo do conhecimento se faz por meio de abstrações mentais daquilo que é
adquirido por meio da experiência sensível. No entanto, em Aristóteles, a
hermenêutica é apenas uma derivação da lógica, preocupada com a relação entre
a linguagem e o pensamento.
Mais tarde, a arte da interpretação foi assumida por teólogos judeus, cristãos e
islâmicos, além de ser aplicada a interpretação do Corpus iuris canonici na
tradição da jurisprudência. Isso mostra que a hermenêutica, enquanto arte da
interpretação, se tornava presente cada vez que a tradição entrava em crise,
sobretudo na época da Reforma Protestante. Tanto que, inicialmente relacionada
aos oráculos, a hermenêutica mantém sua estrita ligação com a interpretação de
textos religiosos ao se relacionar com a Bíblia, sendo aplicada desde a época dos
patriarcas do judaísmo, passando pela teologia medieval e a Reforma, até a
teologia moderna. 
01/09/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/4
Se a palavra hermenêutica provém do âmbito teológico, também o problema
objetivo da hermenêutica começou com as questões da interpretação da Escritura,
havendo, inclusive, várias escolas e correntes da exegese bíblica no antigo
judaísmo.
É certo que a hermenêutica é um tema essencial para a teria do conhecimento.
Tudo que é apreendido e representando pelo sujeito cognoscente depende de
práticas interpretativas. Como o mundo vem à consciência pela palavra, e a
linguagem é já a primeira interpretação, a hermenêutica torna-se inseparável da
própria vida humana.²
Por sua vez, os romanos passaram do conceito de hermenêutica para a
interpretatio, principalmente devido ao trabalho dos prudentes, que não se
contentavam em entender o texto da lei, mas buscavam compreender o seu
significado nos efeitos práticos produzidos na vida das pessoas, formando a
jurisprudência (juris prudente). 
No campo jurídico ela é usada para a interpretação fidedigna da ideia do autor
para que seja adequada a norma ao fato ocorrido e assim proporcione uma
responsável aplicação do Direito. Tendo em vista que a Hermenêutica Jurídica em
lato sensu divide-se em interpretação, integração e aplicação do Direito. Dessa
forma é imensurável a importância da Hermenêutica para todos os campos de
atuação ressaltando o campo jurídico, para que possamos entender melhor o
Direito e sua aplicação.
A forma de pensar tipicamente romana retorna ao centro dos estudos jurídicos a
partir do resgate do Corpus Iuris Civilis interpretando-o de maneira analítica.
Davam explicações sobre cada parágrafo dos textos clássicos, mas sem
preocupar-se em relacioná-los com outras partes da obra. 
Com o surgimento dos Comentadores, estudiosos que passaram a interpretar o
Direito Romano de forma mais livre, passou-se a buscar soluções para casos
concretos alicerçados no conjunto da obra, e não apenas em partes específicas do
texto romano. 
Faziam uma interpretação com base filosófica, associando o Direito à Ética e
buscando integrá-lo a um valor fundamental, a Justiça. 
Mais tarde surgiu um o movimento de nome humanista que, baseado na
racionalidade, que se iniciou com os Comentadores, foi reforçado não só pelo
humanismo, mas também pelo iluminismo, com foco de estudo na razão. Essa
concepção acabou por dar origem à hermenêutica contemporânea, de base
essencialmente filosófica, cujo expoente primeiro foi o teólogo protestante
Friedrich Schleiermacher, seguido por outros importantes filósofos, como Wilhelm
Dilthey, Martin Heidegger e, principalmente, Hans-Georg Gadamer cuja obra
Verdade e Método é referência no entendimento da hermenêutica como filosofia,
que serão abordados no próximo módulo de estudo. 
 
1. Texto adaptado da publicação História da Hermenêutica Jurídica de Maciel, José F. R. Carta Forense. 2008
2. Soares, M. Freire. Hermenêutica Jurídica. Coleção Saberes do Direito. São Paulo. Saraiva, 2013.
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Exercício 1:
Qual o conceito de Hermenêutica?
A)
Hermenêutica relaciona-se à questão da lógica.
B)
Hermenêutica é a ciência que estuda a finalidade social da norma.
C)
Podemos dizer que a hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da interpretação da linguagem jurídica,
a qual tem por objetivos sistematizar princípios e regras.
D)
Hermenêutica é a ciência que estuda a anomia, ou seja, ausência de norma.
E)
n.d.a.
Exercício 2:
Podemos dizer que a hermenêutica, enquanto ciência da interpretação se ocupa de:
A)
conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais.
B)
estender o sentido da norma às relações novas.
C)
dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades sociais.
D)
garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido a um significado
objetivamente válido.
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https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/4
E)
todas estão corretas.
Exercício 3:
Podemos dizer que na obra "da interpretação" (tradução) faz-se uma relação
entre os conceitos e a realidade, uma vez que o processo do conhecimento se faz
por meio de abstrações mentais daquilo que é adquirido por meio da experiência
sensível. Estamos falando da obra:
A)
Hermeneuein do deus grego Hermes.
B)
Ars Interpretandi de Platão.
C)
Peri Hermeneias de Aristóteles.
D)
Corpus Iuris Civilis de Justiniano.
E)
Juris prudente do Direito Romano.
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Hermenêutica – Aspectos Técnicos 
Podemos dizer que a hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da
interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por objetivos sistematizar
princípios e regras. Por sua vez a interpretação é um processo de definição do
sentido e alcance das normas jurídicas. A interpretação ocorre com a subsunção
do fato à norma de forma harmoniosa. 
 
Interpretar é dar o verdadeiro significado da norma, é buscar o seu sentido e
alcance. 
 
De acordo com o artigo 5º da LINDB “Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. 
 
Toda norma necessita ser interpretada, mesmo que seu conteúdo seja claro, não
se aplicando, portanto, o princípio in claris cessat interpretatio, ou seja, quando a
norma for clara prescinde-se de interpretação. Não se trata aqui de mera análise
literal-gramatical. 
 
A interpretação se ocupa de: 
a) conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais. 
b) estender o sentido da norma às relações novas. 
c) dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades
sociais. 
d) garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido
a um significado objetivamente válido. 
 
A função do intérprete está em determinar o sentido exato e a extensão da forma
normativa. 
 
Espécies de Interpretação – a) quanto ao agente; b) quanto à natureza; c) quanto
aos efeitos. 
 
No que toca ao agente que interpreta a lei temos as seguintes formas de
interpretação:
→ Pública : a) autêntica; b) judicial; c) administrativa; d) Casuística 
→ Privada: a) Jurisperito.
No que toca à natureza temos as seguintes formas de interpretação:
→ a) gramatical; 
→ b) lógica 
→c) histórica 
→d) sistemática
No que toca aos efeitos temos as seguintes formas de interpretação:
→ a) extensão: extensiva, declarativa e restritiva. 
→ b) interpretação modificativa 
→ c) interpretação ab-rogante 
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Interpretação Pública Autêntica
Podemos dizer que a interpretação pública autêntica diz respeito a uma
interpretação legislativa ou legal, ou seja, é aquela interpretação em que a própria
lei tem o condão de revelar o significado de outra norma jurídica. este tipo de
interpretação provém do próprio legislador, onde a norma interpretadora tem a
mesma legitimação e o mesmo poder de incidência da norma interpretada.
Por ter força obrigatória este tipo de interpretação garante uma maior exatidão e
incidência já que satisfaz a exigência formal da certeza do direito e garante uma
uniformidade no tratamento jurídico das espécies de fato idênticas.
Pode ocorrer que até a entrada em vigência da nova lei interpretadora, a lei a ser
interpretada gere efeitos discrepantes à orientaçãoainda não vigente.
Interpretação Pública Judicial
Podemos dizer que a interpretação pública judicial é aquela realizada pelos
próprios órgãos do Poder Judiciário, ou seja, pelos magistrados e Tribunais. De
acordo com o artigo 92 da CF/88, São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal. 
I A - o Conselho Nacional de Justiça. 
II - o Superior Tribunal de Justiça. 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais. 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho. 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais. 
VI - os Tribunais e Juízes Militares. 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
O resultado deste tipo de interpretação são as orientações jurisprudenciais, que
direcionam a interpretação da lei. Qualquer julgado, mesmo que não reiterado,
constitui uma forma de interpretação judicial, já que a autoridade judicial
interpretou a fonte do direito (lei) de uma determinada maneira.
Em sendo assim, surgem algumas questões: 
a) a obscuridade, indecisão ou silência da lei não eximem a autoridade judiciária
de decidir. 
b) de acordo com o artigo 5 da CF/88, inciso XXXV " a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaçoa a direito. 
c) via de regra a interpretação judicial vincula as partes da lide, salvo ações
coletivas e súmulas vinculantes. 
d) este tipo de interpretação pode seguir outro caminho que não o científico e/ou
doutrinário.
Interpretação Pública Administrativa
Podemos dizer que a interpretação pública administrativa é aquela realizada pelos
membros do Poder Executivo, ou ainda, pelos membros da Administração Pública.
Como sabemos, o Poder Executivo desempenha funções típicas e atípicas, tendo
como funções típicas a prática de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e
atos de administração.
A interpretação pública administrativa divide-se em duas categorias: 
a) regulamentar - a interpretação está a cargo do administrador que o faz através
da edição de decretos, portarias etc. 
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b) casuística - se dá pela resolução pelo administrador de determinada pendência
administrativa ou determinado caso concreto.
Interpretação Pública Casuística
Podemos dizer que a interpretação pública casuística é aquela proveniente do
direito consuetudinário, ou seja, a prática reiterada e constante de costumes tem
o condão de estabelecer uma orientação interpretativa de uma determinada
norma. 
 
Interpretação Privada (jusperito)
Podemos dizer que a interpretação privada (jusperito) é também conhecida como
interpretação doutrinária ou doutrinal, estando ligada ao direito científico.
Materializa-se por meio de tratados, comentários, pareceres, preleções de todas
as autoridades cultas do direito. Assim, a força de uma obra doutrinária não está
vinculada à sua autoridade, mas sim ao seu conteúdo científico, especulativo e
lógico envolvido na interpretação do direito.
É o que chamamos de communis opinio doctorum (opinião comum dos doutores).
Este tipo de interpretação não tem a força obrigatória da interpretação pública
autêntica, porém tem grande força na persuasão. 
Interpretação Gramatical
Podemos dizer que a interpretação gramatical ou técnica gramatical (literal,
semântica ou filológica) é aquela que busca o sentido literal do texto normativo. O
intérprete busca primeiramente verificar o sentido dos vocábulos e a sua
correspondência com a realidade que eles indicam ou designam.
São pressupostos da interpretação gramatical: 
a) as palavras não podem ser examinadas isoladamente, sob pena de se romper
com o contexto em que as mesmas se encontram. devem ser vistas como partes
integrantes de um mesmo texto. 
b) se a palavra analisada tiver um sentido comum distinto do sentido técnico, a
que se priorizar o sentido técnico na medida em que o direito tem linguagem
própria. 
c) se houver incompatibilidade entre o sentido puramente gramatical e o sentido
lógico na intrepretação, deve-se priorizar o sentido lógico e/ou contextual. 
d) tendo o legislador aplicado à palavra um sentido comum e não técnico, este
deve ser aplicado para adaptá-lo à realidade social. 
e) o uso impróprio ou não preciso de palavras comuns ou técnicas deve conduzir o
intérprete a reconstruir o preceito segundo a natureza da relação jurídica
contemplada. 
f) este tipo de interpretação diz respeito apenas a um primeiro momento do
processo de interpretação e integração da norma ao caso concreto.
Segue jurisprudência selecionada sobre o assunto: 
"Impossibilidade, na espécie, de se dar interpretação conforme à Constituição, pois essa técnica só é utilizável
quando a norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a compatibilize com a
Carta Magna, e não quando o sentido da norma é unívoco, como sucede no caso presente. Quando, pela
redação do texto no qual se inclui a parte da norma que é atacada como inconstitucional, não é possível
suprimirdele qualquer expressão para alcançar essa parte, impõe-se a utilização da técnica de concessão da
liminar para a suspensão da eficácia parcial do texto impugnado sem a redução de sua expressão literal,
técnica essa que se inspira na razão de ser da declaração de inconstitucionalidade 'sem redução do texto' em
decorrência de este imprimir 'interpretação conforme à Constituição'." (ADI 1.344-MC, Rel. Min. Moreira
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Alves, julgamento em 18-12-95, DJ de 19-4-96). 
"Competência originária por prerrogativa de função: cancelamento da Súmula 394: inclusão, no seu alcance,
do foro privilegiado dos Prefeitos: nulidade do acórdão que, posteriormente ao cancelamento da Súmula 394,
julgou originariamente processo penal contra ex-Prefeito, sem prejuízo da validade dos atos anteriores. O
Supremo Tribunal, em 25-8-99, no Inq 687, cancelou a Súmula 394, preservada, contudo, a validade de atos
praticados e decisões proferidas com base na orientação nela anteriormente consagrada (DJ9-9-99). À
aplicação ao caso de nova orientação do Tribunal, não importa que a Súm. 394 não incluísse entre as suas
referências normativas o art. 29, X, da Constituição, mas - conforme o ordenamento vigente ao tempo de sua
edição - os preceitos da Carta Magna de 1946 e de leis ordinárias que então continham regras de outorga de
competência penal originária por prerrogativa de função: a Súm. 394 jamais pretendeu interpretação literal
das referidas normas de competência, que todas elas tinham por objeto o processamento e julgamento dos
titulares dos cargos ou mandatos aludidos; a extensão ao ex-titular do foro pro prerrogativa da função já
exercida, quando no exercício dela praticado o crime, sempre se justificou, na vig~encia mais que centenária
da jurisprudência nela afirmada, à base de uma interpretação teleológica dos preceitos, correspondente (cf.
voto vencido do relator, cópia anexa). Por isso, promulgada a Constituição de 1988 - que conferiu ao Tribunal
de Justiça dos Estados a competência originária para julgar os Prefeitos (art. 27, X, originariamente, 27, VIII)
- nada mais foi necessário a que se estendesse a orientação da Súm. 394 aos ex-Prefeitos, desde que o
objeto da imputação fosse crime praticado no curso do madato. Se a Súmula 394, enquanto durou - e em
razão da identidade dos fundamentos dos precedentes em que alicerçada - se aplicou à hipótese dos ex-
Prefeitos, alcança-os igualmente o seu cancelamento, assim como a qualquer outro ex-titular de cargo ou
mandato a que correspondesse o foto especial". (RE de 2-2-01). No mesmo sentido: HC 87.656, rel. Min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-3-06, DJ de 31-3-06.
Exercício 1:
A interpretação pública judicial consiste na interpretação realizada pelos órgãos
do Poder Judiciário
PORQUE
Na interpretação pública judicial as orientações jurisprudenciais é que direcionam
a a interpretação da lei.
Assinale a alternativa correta:
A)
as duas assertivas são falsas.
B)
a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira.
C)
a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa.
D)
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as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
E)
as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
Exercício 2:
Na interpretação pública administrativa a interpretação é realizada pelos membros
do Poder Executivo
PORQUE
A interpretação pública administrativa é aquela decorrente do direito
consuetudinário, ou seja, da prática reiterada dos costumes.
Assinale a alternativa correta:
 
A)
as duas assertivas são falsas.
B)
a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira.
C)
a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa.
D)
as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
E)
as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
Exercício 3:
Podemos dizer que a interpretação decorrente do direito consuetudinário, ou seja,
da prática reiterada dos costumes configura a:
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A)
interpretação pública casuística.
B)
interpretação pública judicial.
C)
interpretação pública administrativa regulamentar.
D)
interpretação privada
E)
n.d.a.
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Hermenêutica – Aspectos Técnicos 
Interpretação Lógica
Podemos dizer que na interpretação lógica o que se pretende realizar é uma
interpretação que busque o sentido e o alcance da norma dentro do seu contexto,
com base em três procedimentos diferentes: 
a) Lógico-analítico. 
b) Lógico-sistemático. 
c) Lógico-jurídico.
Lógico-analítico - Ligado à apreensão de conceitos, produzindo um juízo
(afirmação ou negação), por meio de uma proposição. Com base nisso inicia-se
um raciocínio no sentido da combinação de dois ou mais juízos, para dar origem a
um silogismo. Busca-se a verdade das proposições, o seu real sentido dentro do
contexto, com atribuição de um real significado à conjugação das proporsições.
Lógico-sistemático - Configura-se como um processo comparativo, ou seja,
introduz no texto elementos que podemos considerar estranhos, confrontando-se
desta forma um texto com outro texto da própria lei em que está em exame, ou
várias leis entre si do mesmo ramo do ordenamento, a fim de se estabelecer um
entendimento. 
Lógico-jurídico - Este tipo de procedimento para análise e interpretação é aquele
que investiga a razão da norma, ou seja, a ratio legis, levando-se em
consideração seu contexo, tal como: o momento histórico em que foi criada, bem
como a idéia de virtude normativa da norma (efetividade da norma). 
 
Interpretação Histórica
A interpretação que faz uso da técnica histórica tem por fim esclarecer e
interpretar a norma mediante uma verdadeira reconstrução do seu conteúdo
significativo de origem no momento em que a foi criada. Podemos dizer que é
uma continuação dos processos de interpretação gramatical e lógica com
possibilidade de dar um conhecimento mais contundente da ciência jurídica. 
A interpretação histórica divide-se em: 
a) Próxima; 
b) Remota.
Histórica próxima - Faz menção ao momento em que a norma foi elaborada, as
circunstâncias que precederam a elaboração da lei. Ex: Anteprojetos de lei etc.
Histórica remota - Pauta-se pela reconstrução do significado original da norma, ou
seja, o momento em que o instituto surgiu no direito, analisando dados filosóficos,
éticos, religiosos, sociológicos etc. 
Abaixo jurisprudência seleconada sobre o tema:
"O direito constitucional positivo brasileiro, ao longo de sua evolução histórica, jamais autorizou - como a
nova Constituição promulgada em 1988 também não o admite - o sistema de controle jurisdicional preventivo
de constitucionalidade, em abstrato. Inexiste, desse modo, em nosso em nosso sistema jurídico, a
possibilidade de fiscalização abstrata preventiva da legitimidade constitucional de meras proposições
normativas pelo Supremo Tribunal Federal." (ADI 466, Rel. Min. celso de Mello, julgamento em 3-4-91, DJ de
10-5-91). 
01/09/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/6
"No estado de direito democrático devem ser intrasigentemente respeitados os princípios que garantem a
prevalência dos direitos humanos. (...) A ausência de prescrição nos crimes de racismo justifica-se como
alerta grave para as gerações de hoje e de amanhã, para que se impeça a reinstauração de velhos e
ultrapassados conceitos que a ciência jurídica e histórica não mais admitem."(HC 82.424, Rel. p/ p ac. Min.
Maurício Correa, julgamento em 17-9-03, DJ de 19-3-04). 
"A comunidade internacional , em 28 de julho de 1951, imbuída do propósito de consolidar e de valorizar o
processo de afirmação histórica dos direitos fundamentais da pessoa humana, celebrou, no âmbito do Direito
das Gentes, um pacto de alta significação ético-jurídica, destinado a conferir proteção real e efetiva àqueles,
que, arbitrariamente perseguidos por razões de gênero, de orientação sexual e de ordem étnica, cultural,
confessional ou ideológica, buscam, no Estado de refúgio, acesso ao amparo que lhes é negado, de modo
abusivo e excludente, em seu Estado de origem. na verdade, a celebração da Convenção relativa ao Estatuto
dos Refugiados - a que o Brasil aderiu em 1952 - resultou da necessidade de reafirmar o princípio de que
todas as pessoas, sem qualquer distinção, devem gozar dos direitos básicos reconhecidos na Carta das
Nações Unidas e proclamados na Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana. Esse estatuto
internacional representou um notável esforço dos Povos e das Nações na busca solidária de soluções
consensuais destinadas a superar antagonismos históricos e a neutralizar realidades opressivas que nagavam,
muitas vezes, ao refugiado - vítima de preconceitos, da discriminação, do arbítrio e da intolerância - o acesso
a uma prerrogativa básica, consistente no reconhecimento, em seu favor, do direito a ter direitos." (Ext 783-
QO-QO, Rel. p/ o ac. Min. Ellen Gracie, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 28-11-01, DJ de 14-11-
03).
Interpretação Sistemática
Podemos dizer que o nosso ordenamento jurídico é composto por um complexo de
normas e diplomas legais que convivem harmonicamente. Há a supremacia das
normas constitucionais em relação às demais normas (infraconstitucionais).
Assim, a interpretação sistemática é aquela que procura examinar a norma, não
mais no seu aspecto intrínseco, ou seja, interno, mas sim, a sua relação com as
demais normas do ordenamento jurídico que compõe um sistema de normas
positivas.
Exemplos: 
Medida Provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída pela doutrina consensual - da
interpretação sistemática da Constituição - , não compreende a de normas penais benéficas, assim, as que
abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção
de pena ou de extinção de punibilidade. (RE 254.818, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 8-11-00, Dj de 19-12-
02). (g.n) 
Configura constrangimento ilegal a continuidade da persecução penal militar por fato já julgado pelo Juizado
Especial de Pequenas Causas, com decisão penal definitiva. A decisão que declarou extinta a punibilidade em
favor do Paciente, ainda que prolatada com suposto vício de incompetência de juízo, é susceptível de trânsito
em julgado e produz efeitos. A adoção do princípio do ne bis in idem pelo ordenamento jurídico penal
complementa os direitos e as garantias individuais previstos pela Constituição da República, cuja
interpretação sistemática leva à conclusão de que o direito à liberdade, com apoio em coisa julgada material,
prevalece sobre o dever estatal de acusar. Precedentes. (HC 86.606, Rel. Min. Carmen Lúcia, j. 22-5-07, Dj
de 3-8-07). (g.n).
Interpretação Teleológica 
 
Devido à importância, cabe-nos destinar um módulo à interpretação teleológica e
à interpretação sociológica, quanto aos meios (natureza) de interpretação. A
interpretação teleológica, também conhecida como finalística é auela
interpretação que busca alcançar a finalidade para a qual a norma foi criada.
Portanto, busca-se com a interpretação uma destinação que atenda à obtenção do
bem comum, respeitando-se os valores sociais a que se destina a norma.
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O intérprete deverá ficar atento ao texto constitucional, no qual estão indicadas as
finalidades precípuas do Estado Democrático de Direito, da ordem jurídica, social e
política.
Exemplos: 
"Procuradoria-Geral da República - Audição. O preceito inserto no § 1o do artigo 103 da Constituição Federal
há de merecer interpretação teleológica. Visa ao conhecimento da matéria pelo Ministério Público, não
implicando, necessariamente, seja-lhe enviado automaticamente todo e qualquer processo. O
pronunciamento do Órgão pode ocorrer na assentada em que apreciado o recurso. Precedente: recurso
extraordinário n. 177.137-2/RS, relatado pelo Ministro Carlos Velloso perante o Pleno, em 24 de maio de
1995." (AI 158.725 - AgR-ED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18-12-95, DJ de 8-3-96). 
"Registro de candidatura ao Cargo de Prefeito. Eleições de 2004. Art. 14, § 7o da CF. Candidato separado de
fato da filha do então prefeito. Sentença de divórcio proferida no curso do mandato do ex-sogro.
Reconhecimento judicial da separação de fato antes do período vedado. Interpretação teleológica da regra de
inelegibilidade. A regra estabelecida no art. 14, § 7o da CF, iluminada pelos mais basilares princípios
republicanos, visa obstar o monopólio do poder político por grupos hegemônicos ligados por laços familiares.
Precedente. Havendo a sentença reconhecido a ocorrência da separação de fato em momento anterior ao
início do mandato do ex-sogro do recorrente, não há se falar em perenização no poder da mesma família
(...)." (RE 446.999, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-6-05, DJ de 9-9-05).
Interpretação Sociológica
Podemos dizer que a interpretação sociológica é aquela interpretação na visão do
homem moderno, ou seja, é aquela que decorre do aprimoramento das ciências
sociais, de modo que a regra pode ser compreendida nos contextos de sua
aplicação, quais sejam o das relações sociais, de modo que o intérprete terá um
elemento necessário a mais para considerar quando da apreciação dos casos
concretos à aplicação da norma jurídica.
Exemplos: 
"Fundamento do núcleo do pensamento do nacional-socialismo de que os judeus e os arianos formam raças
distintas. os primeiros seriam raça inferior, nafasta e infecta, características suficientes para justificar a
segregação e o extermínio: inconciabilidade com os padrões éticos e morais definidos na Carta Política do
Brasil e do mundo contemporâneo, sob os quais se ergue e se harmoniza o estado democrático. Estigmas que
por si só evidenciam crime de racismo. Concepção atentatória dos princípios nos quais se erige e se organiza
a sociedade humana, baseada na respeitabilidade e dignidade do ser humano e de sua pacífica convivência no
meio social. Condutas e evocações aéticas e imorais que implicam repulsiva ação estatal por se revestirem de
densa intolerabilidade, de sorte a afrontar o ordenamento infraconstitucional e constitucional do País." (HC
82.424-QO, Rel. p/o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-9-03, DJ de 19-3-04). 
"Lei n. 8.624/93, que dispõe sobre o plebiscito destinado a definir a forma e o sistema de governo -
Regulamentação do art. 2o do ADCT/88, alterado pela EC 02/92 - Impugnação a diversos artigos (arts. 4o, 5o
e 6o) da referida Lei n. 8.624/93 - Organização de frentes parlamentares, sob a forma de sociedade civil,
destinadas a representar o parlamentarismo com Monarquia - Necessidade de registro dessas frentes
parlamentares, perante a Mesa Diretora do Congresso Nacional, para efeito de acesso gratuito às emissoras
de rádio e de televisão, para divulgação de suas mensagens doutrinárias ('direito de antena') - Alegação de
que os preceitos legais impugnados teriam transgredido os postulados constitucionais do plurarismo político,
da soberania popular, do sistema partidário, do direito de antena e da liberdade de associação - Suposta
usurpação, pelo Congresso Nacional, da competência regulamentar outorgada ao Tribunal Superior Eleitoral -
Considerações, feitas pelo relator originário (ministro Néri da Silveira), em torno de conceitos e de valores
fundamentais, tais como a democracia, o direito de sufrágio, a participaçãopolítica dos cidadãos, a
essencialidade dos partidos políticos e a importância de seu papel no contexto do processo institucional, a
relevância da comunicação de idéias e da propaganda doutrinária no contexto da sociedade democrática -
Entendimento majoritário do Supremo Tribunal Federal no sentido da inocorrência das alegadas ofensas ao
texto da Constituição da República". (ADI 839-MC, Rel. p/o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 17-2-93,
DJ de 24-11-06). 
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"O processo de reforma agrária, em uma sociedade estruturada em bases democráticas, não pode ser
implementado pelo uso arbitrário da força e pela prática de atos ilícitos de violação possessória, ainda que se
cuide de imóveis alegadamente improdutivos, notadamente porque a Constituição da República - ao amparar
o proprietário com a cláusula de garantia do direito de propriedade (CF, art. 5o, XXII) - proclama que
'ninguém será privado (...) de seus bens, sem o devido processo legal' (art. 5o, LIV).". (ADI 2.213 - MC, Rel.
Min. Celso de Mello, julgamento em 4-4-02, DJ de 23-4-04).
OBSERVAÇÃO: Para muitos autores a interpretação teleológica e/ou sociológica
são vistas como uma única forma de interpretação, aquela que adapta a norma à
sua realidade social, buscando os fins sociais e o bem comum.
Quanto aos efeitos temos as seguintes interpretações: 
a) extensão: extensiva, restritiva e declarativa. 
b) modificativa 
c) ab-rogante 
 
Interpretação Extensiva
Na interpretação extensiva o intérprete passa a concluir que a norma sob análise
disse menos do que deveria dizer, ou seja, ele estende a sua aplicação para outras
situações não mencionadas na norma em análise. 
 
Interpretação Restritiva 
Na interpretação restritiva o intérprete passa atribuir à norma sob análise um
alcance menor do que aquele previsto originariamente no texto. 
 
Interpretação Declarativa
Na interpretação declarativa o intérprete dá à norma uma interpretação
coincidente exatamente com o seu texto, nem ampliando e nem reduzindo a sua
aplicação. 
 
Interpretação Modificativa
No que toca à interpretação modificativa, pode esta ser de duas espécies:
modificativa atualizadora ou modificativa corretiva: 
 
Interpretação Modificativa Atualizadora 
Na interpretação modificativa atualizadorapodemos dizer que ela é um resultado
da interpretação sociológica ou teleológica. Ocorre quando o intérprete se vê na
necessidade de atualizar a norma diante de uma nova realidade que não foi
prevista pelo legislador, quando da edição da norma. 
 
Interpretação Modificativa Corretiva 
Na interpretação modificativa corretiva podemos dizer que ela é resultado da
interpretação sistemática. Ocorre quando duas normas estiverem em antinomia
no ordenamento jurídico, a fim de evitar a exclusão de uma e aplicação de outra
pela autoridade. O sentido de uma das normas é alterado a fim de que ela possa
compatibilizar-se no ordenamento jurídico. 
 
Interpretação Ab-Rogante
Na interpretação ab-rogante podemos dizer que é aquela que se aplica quando o
preceito normativo é mau construído e não se consegue aludir com clareza
mínima as hipóteses que se pretende alcançar com a norma. Aplicável quando
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houver entre duas disposições legais uma contradição insanável, podendo-se
eliminar uma das regras e aplicar a outra (ab-rogação simples), ou eliminar as
duas e aplicar uma terceira (dupla ab-rogação). 
Exercício 1:
Por que dizemos que a interpretação histórica é uma continuação dos processos de interpretação gramatical e
lógica com possibilidade de dar um conhecimento mais contundente da ciência jurídica?
 
A)
Porque a interpretação histórica é utilizada nos Cursos de Direito na disciplina História do Direito.
 
B)
Porque baseia-se exclusivamente nos costumes, princípios gerais do direito e analogia.
 
C)
Porque a interpretação que faz uso da técnica histórica tem por fim esclarecer e interpretar a norma
mediante uma verdadeira reconstrução do seu conteúdo significativo de origem no momento em que ela foi
criada.
 
D)
Porque faz uso de outra norma mais recente para dar suporte comparativo entre normas.
 
E)
n.d.a
Exercício 2:
A interpretação que faz menção ao momento em que a norma foi elaborada, as circunstâncias que
precederam a elaboração da lei, como por exemplo, anteprojetos de lei diz respeito à:
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A)
interpretação histórica (remota).
 
B)
interpretação lógica-gramatical.
 
C)
interpretação lógica-sistemática.
 
D)
interpretação histórica (próxima).
 
E)
interpretação privada.
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Hermenêutica: Aspecto Filosófico
Friedrich Schleiermacher
No Século XIX verificamos uma generalização do uso de hermenêutica no quadro
dos saberes humanos. Schleiermacher foi considerado o pai da moderna
hermenêutica com seu projeto de conceber uma hermenêutica geral como uma
verdadeira arte de compreensão. Tomou seus estudos com base nas obras de Ast
e Wolf, filólogos que se limitaram a desenvolver a metodologia hermenêutica, ou
seja, processo de reconstrução do pensamento. Schleiermacher procurou a partir
desta base sistematizar a hermenêutica, resgatando a filosofia transcendental, a
ponto de preocupar-se com o seu caráter epistemológico. 
Schleiermacher formulou um sistema de Cânones interpretativos que permitem
uma prática de desenvolvimento que proveio do afastamento gradual de um ponto
de partida dogmático. Entre outras palavras, permitiu ao intérprete ignorar o
conteúdo específico de uma obra em apreço, inserindo-o em um contexto para
sua interpretação. 
A hermenêutica se relaciona com o agente social concreto e atuante no processo
dialógico da compreensão, o que a torna uma arte da compreensão, que engloba
todos os setores da expressão da cultura humana. Por força disto, a interpretação
se orienta não somente para o texto, mas, sobretudo, para o diálogo com o seu
autor, a fim de que o hermeneuta possa reencontrar a sua intenção originária.¹ 
Desta forma podemos depreender que para Schleiermacher, seria necessário
abandonar a literalidade da interpretação gramatical, uma vez que o intérprete
deve considerar as circunstâncias concretas que influenciaram a elaboração do
texto, recriando assim a mente do autor de acordo com os influxos sociais que
marcaram a sua existência.
Wilhelm Dilthey
Após a morte de Schleiermacher, a proposta de desenvolver uma hermenêutica
geral um pouco se perdeu, quando o Filósofo Dilthey vislumbrou na hermenêutica
o fundamento para as ciências humanas. A experiência concreta, histórica e viva
passa a ser o ponto de partida e o ponto de chegada do conhecimento humano. 
Os meios necessários à compreensão do mundo histórico-social podem ser, dessa
maneira, tirados da própria experiência psicológica, e a psicologia, deste ponto de
vista, é a primeira e mais elementar das ciências do espírito. A experiência
imediata e vivida na qualidade de realidade unitária (Erlebnis - Vivência;
Experiência) seria o meio a permitir a apreensão da realidade histórica e humana
sob suas formas concreta e viva.
Dilthey submete a uma análise rigorosa o conceito de Erlebnis. Dilthey propõe
uma filosofia histórica e relativa que analise os comportamentos humanos e
esclareça as estruturas do mundo no qual vive o homem contrapondo-se a uma
metafísica que se pretende colocar como imagem compreensiva da realidade e a
reduzir todos os aspetos da realidade a um único princípio absoluto.
Neste particular a historicidade é essencial ou constitutiva do homeme, em geral,
do mundo humano. Em segundo lugar, na concepção de Dilthey, o mundo histórico
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é constituído por indivíduos que, enquanto "unidades psicofísicas vivas", são os
elementos fundamentais da sociedade: é por isso que o objetivo das ciências do
espírito é "o de reunir o singular e o individual na realidade histórico-social, de
observar como as concordâncias (sociais) agem na formação do singular". Por
isso, no domínio das ciências do espírito, a historiografia tem um carácter
individualizante e tende a ver o universal no particular 
A Filosofia se torna uma das estruturas que constituem uma civilização e o
trabalho do historiador seria precisamente captar as relações que, em uma
sociedade, ligam as diferentes manifestações do mundo cultural. É sobre este
postulado que se apoiam as principais obras históricas de Dilthey. 
Martin Heidegger
Para Heidegger eram considerados o seu método fenomenológico e hermenêutico.
Ambos os conceitos estão relacionados a intenção de dirigir a atenção para o
trazer à luz daquilo que na maior parte das vezes se oculta naquilo que se mostra,
mas que é precisamente o que se manifesta nisso que se mostra. 
Desta forma, o trabalho hermenêutico visa a interpretar o que se mostra pondo a
lume isso que se manifesta aí mas que, no início e na maioria das vezes, não se
deixava ver.
O método vai diretamente ao fenômeno, procedendo à sua análise, pondo a claro
o modo como da sua manifestação. Neste sentido, a sua metodologia operava
uma inflexão do ponto de vista, na medida em que o foco deveria ser desviado do
dasein (ser-no-mundo) para o ser. Esta inflexão focaliza os modos de ser do ente,
correspondendo a uma inversão da ontologia tradicional.
Além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger foi
igualmente importante para o existencialismo e desconstrucionismo. 
De acordo com Martin Heidegger, a hermenêutica não estaria inserida no quadro
gnosiológico, como um problema de metodologia das ciências humanas. Não se
trataria, como em Dilthey, de opor o ato de compreensão, próprio das ciências
humanas, ao caminho da explicação, via metodológica das ciências naturais. A
compreensão passa a ser visualizada não como um ato cognitivo de um sujeito
dissociado do mundo, mas, isto sim, como um prolongamento essencial da
existência humana. Compreender é um modo de estar, antes de configurar-se
como um método científico.²
Hans-Georg Gadamer
Para Gadamer, a hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o contexto
histórico presente é sempre algo determinante na atividade interpretativa do
objeto.
Na filosofia contemporânea, a hermenêutica é um dos temas polêmicos, uma vez
que tradicionalmente a filosofia se ocupa com a descoberta das essências,
entendendo-se aqui essência como verdade, como aquilo que pode ser
cognoscível. Podemos dizer que Gadamer, em sua obra Verdade e Método,
assegura que a hermenêutica não é um método para se chegar à verdade e que o
problema hermenêutico não é, por sua vez, um problema de método. A
hermenêutica não seria uma metodologia das ciências humanas, mas uma
tentativa de compreender as ciências humanas.
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Gadamer afirma que a compreensão das coisas e a correta interpretação não se
restringe à ciência, mas à experiência humana, principalmente no que se refere ao
fenômeno da linguagem como experiência humana de mundo. 
Assim, no que se refere à hermenêutica jurídica, Gadamer procurou descobrir a
diferença entre o comportamento do historiador jurídico e do jurista diante de um
texto, por exemplo. Seu interesse estava em saber se a diferença entre o
interesse dogmático e o interesse histórico se constituía numa diferença unívoca. 
Conclui que há a seguinte diferença:
"O jurista toma o sentido da lei a partir de e em virtude de um determinado caso
dado. O historiador jurídico, pelo contrário, não tem nenhum caso de que partir,
mas procura determinar o sentido da lei na medida em que coloca
construtivamente a totalidade do âmbito de aplicação da lei diante dos olhos.
Somente no conjunto dessas aplicações torna-se concreto o sentido de uma lei".
Exercício 1:
"formulou um sistema de Cânones interpretativos que permitem uma prática de
desenvolvimento que proveio do afastamento gradual de um ponto de partida
dogmático. Entre outras palavras, permitiu ao intérprete ignorar o conteúdo
específico de uma obra em apreço, inserindo-o em um contexto para sua
interpretação".
Com base no texto acima identifique seu autor:
A)
Wilhelm Dilthey.
B)
Martin Heidegger.
C)
Hans-Georg Gadamer.
D)
Friedrich Schleiermacher.
E)
n.d.a
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Exercício 2:
"propõe uma filosofia histórica e relativa que analise os comportamentos humanos
e esclareça as estruturas do mundo no qual vive o homem contrapondo-se a uma
metafísica que se pretende colocar como imagem compreensiva da realidade e a
reduzir todos os aspectos da realidade a um único princípio absoluto". 
Com base no texto acima estamos falando do autor:
A)
Wilhelm Dilthey.
B)
Friedrich Schleiermacher.
C)
Hans-Georg Gadamer.
D)
Martin Heidegger.
E)
n.d.a
Exercício 3:
Analise as assertivas abaixo:
I - Podemos dizer que além da sua relação com a fenomenologia, a influência de
Gadamer foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrucionismo.
II - Para Heidegger a hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o
contexto histórico presente é sempre algo determinante na atividade
interpretativa do objeto.
Assinale a alternativa correta: 
A)
I e II são falsas.
B)
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somente I é veraddeira.
C)
somente II é verdadeira.
D)
I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
E)
I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
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Ciência da Hermenêutica Jurídica, Teoria Geral da Hermenêutica e
Sistema Jurídico
A Interpretação Jurídica enquanto Atividade de Compreensão
Podemos dizer que a interpretação das normas jurídicas diante do caso concreto
tem como intérpretes os operadores do direito, dentre os quais estão os
advogados doutrinadores e juízes, cabendo a estes últimos a concretização da
jurisdição.
Jurisdição tem por definição o poder de dizer o direito, pois iuris = direito e dictio
= dizer. Dessa forma, pode-se afirmar que a jurisdição é um meio de traduzir a
norma aos interlocutores (jurisdicionados) diante dos fatos concretos. É aqui que
a interpretação jurídica ocorre com maior relevância, como dito, no âmbito da
jurisprudência.
Essa importância da interpretação jurisdicional decorre do princípio da
inafastabilidade da jurisdição previsto no artigo 5, XXXV da CF/88. Trata-se de
regra cogente direcionada ao Poder Judiciário, na busca por uma solução a todas
as demandas, mesmo aquelas não regulamentadas pelo legislador. Daí porque,
diz-se que a jurisdição, além de “dizer o direito”, “cria o direito”, tudo para não
fugir do seu dever legal de sempre dar uma resposta às demandas e solucionando
o caso concreto.
Por exemplo, tem-se as relações jurídicas entre homoafetivos no Brasil. A
ausência de normas que regulamentem os direitos e deveres dos casais
homossexuais, demandou do Judiciário, quando provocado, a se manifestar sobre
o tema, interpretando o Direito e aplicando os métodos jurídicos disponíveis. É a
jurisprudência brasileira quem hoje regulamenta as situaçõesjurídicas dessas
pessoas, de modo que as regulamentações sobre os direitos dos homossexuais
decorrem do chamado “direito judicial”.
Assim sendo, se por um lado, é vedado ao Judiciário deixar sem resposta o caso
concreto, por outro, onde não houver regulamentação legal, é dado aos juízes o
poder de criar a regra jurídica para o caso concreto. Trata-se de um paradoxo,
sem dúvidas. Mas tudo é resolvido por meio da hermenêutica jurídica. 
Os tribunais criam além das normas individuais, como acima explicado, normas
gerais quando as decisões do caso concreto tenham força vinculante. Neste
sentido, a atividade se assemelha a atividade legiferante do Poder Legislativo e
reforça o princípio da segurança jurídica. Hans Kelsen compartilha dessa idéia:
“A função criadora de Direito dos tribunais, que existe em todas as circunstâncias,
surge com particular evidência quando um tribunal recebe competência para
produzir também normas gerais através de decisões com força de precedentes”.
Assim sendo, o papel da jurisdição ao interpretar o Direito é mais relevante que o
papel dos outros intérpretes justamente porque é capaz de preencher os “espaços
vazios” deixados pelo legislador. Como será demonstrado abaixo, o papel dos
outros intérpretes é fundamental para auxiliar a jurisdição a solucionar os casos
concretos, como é o caso da interpretação doutrinária do direito. 
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Doutrina vem do latim doctrina, que por sua vez decorre do verbo docere que
significa lecionar ou ensinar. Para o direito, a doutrina significa fonte forma e não
estatal (como é a lei) que se forma por um conjunto de obras (livros, artigos,
resenhas, comentários etc) e pareceres (opinião fundamentada), que são
produzidos por conceituados juristas. Não tem a doutrina força vinculante e
obrigatória, mas contribui para a evolução dos sistemas jurídicos contemporâneos.
Certo é que tanto o legislador quanto o juiz encontram nas mais diversas obras
jurídicas elementos teóricos indispensáveis para o aperfeiçoamento da legislação e
da jurisprudência. Neste particular, a doutrina oferece o que chamamos de
argumento de autoridade.
Já a jurisprudência, é considerada uma fonte formal e estatal do direito.
Concebemos jurisprudência como decisões reiteradas num mesmo sentido,
capazes de criar um padrão normativo tendente a influenciar futuras decisões
judiciais. 
Podemos citar exemplos de mudança jurisprudencial que demonstram o papel
construtivo dos juízes brasileiros: reconhecimento do furto famélico, relativização
da autonomia da vontade pela adoção da teoria da imprevisão, reconhecimento da
sociedade de fato antes mesmo da regulamentação legislativa da união estável,
guarda compartilhada, abandono afetivo antes mesmo da positivação no direito de
família.
Texto adaptado da publicação A hermenêutica jurídica de Hans Kelsen em cotejo com a hermenêutica de Karl Larenz: a
busca pela resposta correta de Roberto M dos Santos. Âmbito Jurídico. 
Exercício 1:
De acordo com o artigo 5o, XXXV da CF/88, a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Neste caso podemos dizer que a
jurisdição (poder de dizer o direito) "cria o direito" para não fugir do seu dever
legal de sempre dar uma resposta às demandas que lhe são submetidas,
solucionando o caso concreto. Com referência ao dispositivo constitucional acima
previsto podemos dizer que trata-se do princípio:
A)
da inércia da jurisdição.
B)
da inafastabilidade da jurisdição.
C)
da territorialidade da jurisdição.
D)
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da investidura da jurisdição.
E)
da analogia.
Exercício 2:
A interpretação doutrinária do direito:
A)
tem força vinculante e obrigatória condicionando as decisões judiciais. 
B)
é obrigatória mas não tem força vinculante nas decisões judiciais. 
C)
não tem força vinculante e obrigatória, mas contribui para a evolução dos
sistemas jurídicos contemporâneos.
D)
significa dizer o direito ao caso concreto.
E)
é um princípio geral do direito.
Exercício 3:
A interpretação doutrinária é chamada de:
A)
argumento de autoridade.
B)
argumento por causa e consequência.
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C)
argumento de exemplificação ou ilustração.
D)
argumento de senso comum.
E)
argumento de fuga.
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Metodologia da Ciência da Hermenêutica Jurídica
Dogmática x Zetética 
 
Podemos dizer que a dogmática jurídica é o método de observar, de analisar e de
atuar perante o Direito segundo orientações por casos concretos ocorridos
anteriormente. Há, ainda, a possibilidade de a orientação ser fundamentada em
valores e princípios gerais do Direito. 
 
Preocupa-se, portanto, a dogmática, em orientar a ação e possibilitar uma
decisão, sempre fundada em premissas previamente estabelecidas, pressupostos
válidos conforme a lógica, a experiência concreta ou os valores fundamentais do
Direito. 
A dogmática pretende instaurar uma sociedade juridicamente segura, retirando
parte da área de decisão do operador do Direito, que deve agir de maneira a
respeitar os limites do que foi imposto pela legislação. A interpretação do jurista,
desta maneira, se submete à norma em vigor, sem questioná-la. 
Na concepção de Miguel Reale, a interpretação dogmática do jurista é o momento
máximo de aplicação da Ciência do Direito, é “quando o jurista se eleva ao plano
teórico dos princípios e conceitos gerais indispensáveis à interpretação, construção
e sistematização dos preceitos e institutos de que se compõe". 
 
A dogmática jurídica adota uma postura não-problemática em face a seus
pressupostos e a adoção de uma função voltada para a decidibilidade dos casos
concretos. Desta forma, o saber jurídico-dogmático pretende alcançar a
estabilidade social, conferindo segurança jurídica, pois condiciona a solução dos
conflitos de forma a causar a menor perturbação social possível. 
 
Na dogmática há certa padronização da resposta jurídica ao ocorrer determinado
fato jurídico. Desta forma o estado-juiz transmite confiança à sociedade de que
existe resposta e de que maneira ela ocorre após determinado fato jurídico. 
 
A dogmática indica ao operador do Direito algumas soluções possíveis para
determinado conflito, desta forma, orienta a ação dentro dos limites estabelecidos
pela norma em vigor para a interpretação do operante. 
 
Podemos falar que existe uma “legitimação” das decisões através da
institucionalização dos poderes do Estado, que criam e aplicam a legislação, sem
retirar a interpretação necessária para cada caso concreto, servindo como guia do
jurista perante o litígio. 
 
Já a a Teoria Zetética do Direito pode ser entendida pela oposição à Teoria
dogmática do Direito, onde determinados conceitos e fatos são simplesmente
aceitos como dogmas. Em oposição, a zetética coloca o questionamento como
posição fundamental, o que significa que qualquer paradigma pode ser investigado
e indagado. Qualquer premissa tida como certa pela dogmática pode ser
reavaliada, alterada e até desconstituída pelo ponto de vista zetético.
A palavra "zetética" possui sua origem no grego zetein que significa perquirir,
enquanto "dogmática" origina também do grego dokein, ou seja, doutrinar. No
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Brasil, a teoria zetética foi postulada por Tércio Sampaio Ferraz Júnior, com base
na obra do jusfilósofo alemão Theodor Viehweg.
Outra distinção entre as teoriasdogmática e zetética pode ser encontrada em sua
função desempenhada, enquanto a visão dogmática busca a formação de
opiniões, a zetética procura se relacionar com a investigação e com a dissolução,
através do questionamento, das opiniões já formadas.
É também característica da teoria zetética a extrapolação das fontes usualmente
reconhecidas do direito, as formais (leis, jurisprudência, súmulas), utilizando
fontes secundárias como Sociologia, História, Geopolítica, etc Desta forma, muitos
consideram esta visão como mais ampla e completa do que as teorias tradicionais,
entendendo como origem das normas e como perpétua fonte de seu conteúdo a
sociedade que as mesmas visam regular. 
A teoria zetética do Direito tem como fundamento o questionamento de
pressupostos, a dúvida, o processo de fundamentação, justificação e
questionamento, promovendo a quebra de dogmas. O zetético é a dissolução das
opiniões, a especulação explícita e infinita. Preocupa-se com o questionamento
dos significados, perquirindo o que é e não o que deve ser. 
 
Assim, para facilitar o entendimento da correlação funcional entre a dogmática
jurídica e a teoria zetética do Direito, é necessário que se explicite as
diferenciações básicas. 
 
A dogmática procura a ação, enquanto à zetética importa a especulação. A
zetética não tem reserva em perquirir, sentir dúvida, já a dogmática almeja
respostas. A zetética se faz de questionamentos infinitos, a dogmática tem
finitude. A zetética é informativa; a dogmática, por sua vez, além de informativa,
é diretiva. 
 
Assim sendo, o que deve fazer o intérprete é descobrir quais são os valores
protegidos no texto que traduz o comando legal, explorando as possibilidades
gramaticais, bem como o que pode haver nas entrelinhas, conhecendo bem,
primeiramente, a lei antes de aplicá-la ao caso concreto. 
O sentido do mais zetético, menos dogmático é no sentido de que os operadores
do direito abram espaço a pensar nas situações sociais aonde cada assunto, cada
norma, cada conceito irá se encaixar.
-------------------------------------------------
Schiefler G. H. C. Breve introdução ao estudo da dogmática jurídica.
Duarte, Ícaro de Souza. Mais zetética, menos dogmática. A Hermenêutica como pressuposto para uma melhor formação dos
alunos. 
Exercício 1:
Quanto ao modo de sua elaboração, a Constituição sistematizada em ideias e
princípios fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento de
confecção, denomina-se: 
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A)
flexível. 
 
B)
formal. 
 
C)
outorgada. 
 
D)
dogmática.
E)
n.d.a
Exercício 2:
Ao método de observar, de analisar e de atuar perante o Direito segundo
orientações por casos concretos ocorridos anteriormente, chamamos:
A)
zetética.
B)
dogmática.
C)
jurisprudência.
D)
analogia.
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E)
costumes.
Exercício 3:
Analise as assertivas abaixo:
I - A zetética procura instaurar uma sociedade juridicamente segura, retirando
parte da área de decisão do operador do direito, que deve agir de maneira a
respeitar os limites do que foi imposto pela legislação.
II - A dogmática coloca o questionamento como posição fundamental, o que
significa que qualquer paradigma pode ser investigado.
Assinale a alternativa correta:
A)
I e II são falsas.
B)
somente I é correta.
C)
somenet II é correta.
D)
I e II são corretas e a segunda justifica a primeira.
E)
I e II são corretas e a segunda não justifica a primeira.
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A Hermenêutica e a Interpretação do Direito
1. Interpretação do Direito e as Cláusulas Gerais
Podemos observar um corrente uso de cláusulas geral como técnica legislativa
para a conformação dos princípios aplicados ao processo e a tutela de direitos dos
cidadãos. 
Segundo Soares, citando Alberto Jorge Junior (2004, p. 123) pode-se dizer que as
cláusulas gerais funcionam no interior dos sistemas jurídicos, mormente os
codificados como elementos de conexão entre as normas rígidas e a necessidade
de mudança de conteúdo de determinados valores, em meio a um ambiente social
em transformação, operando, dentro de certos limites, a adaptação do sistema
jurídico às novas exigências na interpretação desses valores.
Desta forma podemos dizer que, a técnica legislativa das cláusulas gerais vem
abrindo a possibilidade da inserção no diploma legal de pautas de valoração
oriundas do substrato social, possibilitando aos juízes e à doutrina, com
frequência se socorrer de conceitos integradores como ética, boa-fé, dignidade,
solidariedade, razoabilidade, probidade, equidade, interesse público, bem comum
entre outros.
2. Interpretação do Direito e as Máximas da Experiência
Trata-se de recurso tradicional de controle da atividade jurisdicional, prevista no
NCPC no artigo 375 que dispõe: O juiz aplicará as regras de experiência comum
subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as
regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 
Claramente esta experiência deve levar em consideração o homem médio, que
está inserido em determinada cultura e momento histórico. Nestes casos o juiz
poderá socorrer-se do senso comum, valendo-se de conhecimentos que devem
estar fundados naquilo que comumente ocorre na sociedade, sendo fruto do
comumente acontece. 
Cabe lembrar que as regras de experiência não se confundem com os fatos
notórios que independem de prova, conforme previsto no artigo 374 do NCPC que
dispõe:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios; 
[...]
Tal entendimento se dá porque as máximas de experiência resultam de
observações de um indivíduo sobre vários fatos que tiveram a mesma relação de
causa e efeito, enquanto que o fato notório não é uma repetição de vários fatos,
mas sim, a certeza de um acontecimento.
Segundo Soares “O hermeneuta não pode assim, desprezar as regras /máximas
de experiência ao proferir uma dada decisão, devendo, ao valorizar a apreciar as
provas dos autos, servir-se daquilo que comumente acontece na vida social”.
3. Interpretação do Direito e o fenômeno da Discricionariedade
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Podemos dizer que discricionário está ligado ao poder que as autoridades
constituídas possuem de agir com certa liberdade. Por exemplo, no campo do
Direito Administrativo, o ato discricionário comportaria um juízo subjetivo, situado
no campo da conveniência e oportunidade do administrador, alcançando os
motivos e o objeto da providência administrativa (Soares, 2010, p. 116).
No tocante ao campo jurisdicional, há renomados doutrinadores que entendem
que o ato de julgar será sempre vinculado e nunca discricionário, já que existe
apena uma solução jurídica para determinado caso concreto. Não obstante este
entendimento, nos parece mais plausível a corrente que entende quer o ato de
julgar não deixa de ser uma atividade discricionária.
“Ao magistrado cabe optar pela melhor interpretação do texto legal, tendo em
vista a realização de seus valores e fins, figurando tal opção hermenêutica como o
resultado do exercício de um poder discricionário”. (Soares, 2010, p. 119).
Certamente o legislador não poderia antever todos os fatos para discipliná-los à
luz das normas jurídicas, sendo certo que a previsão abstrata da lei tem a
intenção clara de que seja aplicada a melhor, mais justa e adequada interpretação
ao caso concreto, dando margem à discricionariedade que não se pode confundir
com arbitrariedade.
4. Interpretação do Direito e a Jurisprudência
Podemos entender otermo jurisprudência como sendo uma fonte do Direito por
intermédio da reiteração de julgados num mesmo sentido, capazes de criar um
padrão normativo que poderá influenciar futuras decisões. 
Tem importante papel a jurisprudência porque comporta o preenchimento de
lacunas do ordenamento jurídico. 
Conforme preceitua Soares citando Eros Grau “... a norma jurídica é produzida
para ser aplicada a um caso concreto. Essa aplicação se dá mediante a formulação
de uma decisão judicial, uma sentença, que expressa a norma de decisão. Este,
que está autorizado a ir além da interpretação tão somente como produção das
normas jurídicas, para delas extrair normas de decisão, é aquele que Kelsen
chama de intérprete autêntico: o juiz”. (2010, p. 122-123).
Desta forma podemos observar a consagração do poder normativo da Justiça do
Trabalho, a uniformização da jurisprudência, súmulas comuns dos Tribunais
Superiores, inclusive do STF, bem como a positivação constitucional da súmula
vinculante. Aqui um particular sobre a súmula vinculante que além de dirimir uma
controvérsia, estabelece um precedente com força vinculante, a fim de assegura
que casos futuros análogos sejam decididos da mesma forma.
Para Soares “O juiz, quando interpreta o Direito, jamais é neutro. Ele está
revelando o seu conjunto de valores, que serve de inspiração na descoberta da
regra ou princípio jurídico adequado ao caso concreto. “ (2010, p. 125). 
 
Soares, Ricardo M. F. Hermenêutica e inteerpretação jurídica.São Paulo: Saraiva, 2010.
Exercício 1:
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De acordo com o artigo 375 do NCPC o juiz aplicará as regras de experiência
comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda,
as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.
Tal dispositivo legal refere-se: 
A)
às cláusulas gerais.
B)
ao fenômeno da discricionariedade.
C)
à jurisprudência.
D)
às máximas da experiência.
E)
aos princípios gerais do direito.
Exercício 2:
Analise as assertivas abaixo:
As máximas da experiência se confundem com os fatos notórios
PORQUE
As máximas da experiência resultam de observações de um indivíduo sobre vários
fatos que tiveram a mesma relação causa e efeito, enquanto que o fato notório
não é uma repetição de vários fatos, mas sim, a certeza de um acontecimento.
Assinale a alternativa correta:
A)
as duas assertivas são falsas.
B)
a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira.
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C)
a primeira assertiva é veraddeira e a segunda é falsa.
D)
as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
E)
as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
Exercício 3:
Analise as assertivas abaixo:
O poder discricionário está ligado ao poder que as autoridades judiciárias
constituídas possuem de agir em estrita e literal observância da lei
PORQUE
Ao magistrado cabe optar pela melhor interpretação do texto legal, tendo em
vista a realização de seus valores e fins, figurando tal opção hermenêutica como o
resultado do exercício de um poder discricionário. 
Assinale a alternativa correta:
 
A)
as duas assertivas são falsas.
B)
a primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira.
C)
a primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa.
D)
as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
E)
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as duas assertivas são veraddeiras e a segunda não justifica a primeira.
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Modos de Integração do Direito
Podemos dizer que a integração do direito é um processo de preenchimento das
lacunas das leis, a fim de que se possa dar sempre uma resposta jurídica aquele
que procura o judiciário (jurisdicionado). Quando ocorre uma auto-integração,
podemos dizer que é o aproveitamento de elementos do próprio ordenamento
jurídico. Já a heterointegração é a aplicação das normas que não participam da
legislação, como as regras estrangeiras.
No Brasil, de acordo com o artigo 4º da LINDB temos:
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
O referido artigo de lei nos traz as formas de integração, quais sejam: a analogia,
os costumes e os princípios gerais do direito. 
Vamos ver cada um:
1. Analogia 
É o processo no qual o julgador aplica a um caso não previsto aquilo que o
legislador prévio definiu para outro semelhante em igualdade de razões –
Paradigma.
Espécies de Analogia
Analogia legis: consiste na aplicação de uma regra jurídica existente a caso
semelhante, não previsto pelo legislador. 
Analogia juris: sugere um processo mais amplo, porque não encontrando regra
jurídica que regulamente caso semelhante, ao julgador se permite com suporte
em diversas regras jurídicas, disciplinadoras de um instituto semelhante, descobrir
o preceito aplicável ao caso não previsto, pela combinação de muitos outros. 
Fundamentos da Analogia
- A necessidade de o legislador dar harmonia e coerência ao sistema jurídico; 
- Os princípios do direito natural também dão fundamento a analogia, pois
estabelecem que deve ser dado igual tratamento para as situações semelhantes
impedindo a injustiça. 
2. Princípios Gerais do Direito
São postulados que norteiam o ordenamento jurídico. São enunciações normativas
de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento
jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas
normas. Representam a manifestação do próprio espírito de uma legislação.
Funções dos Princípios Gerais do Direito
- Informadora, ou seja, servem de inspiração ao legislador e de fundamento para
o ordenamento jurídico; 
- Normativa, atuando como fonte supletiva, na ausência da lei, nesse caso
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constituindo meio de integração do direito. Os princípios gerais de direito têm
grande importância no preenchimento das lacunas da lei, em face de seu caráter
normativo à falta de lei ou costume aplicável ao caso concreto; 
- Interpretadora, para orientar o intérprete ou o julgador.
3. Costumes
Enquanto fontes do direito, os costumes tratam de comportamentos reiterados
dos quais podemos extrair normas. Essas normas podem ser secundum legem,
praeter legem e contra legem. No segundo caso, quando o costume não é previsto
pela lei nem por ela proibido, pode ser utilizado enquanto mecanismo de
preenchimento da lacuna, permitindo ao juiz redigir uma sentença em
conformidade com ele.
Na ausência de lei, assim, o juiz pode constatar que a própria sociedade
estabeleceu um critério para regular o fato, repetindo-o ao longo do tempo e
tomando consciência de sua obrigatoriedade. Utilizará tal critério para julgar o
caso.
Exercício 1:
Com base no que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
julgue os itens que se seguem.
I - Integração normativa consiste na obrigatoriedade de o juiz furtar-se à decisão
quando a lei for omissa.
II - A atividade através da qual se preenchem as lacunas verificadas na lei,
mediante a pesquisa e a formulação da regra jurídica pertinente à situação
concreta não prevista pelo legislador é chamada de integração.
Assinale a alternativa correta:
A)
I e II são falsas.
B)
somente I é verdadeira.
C)
somente II é verdadeira.
D)
I e II são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
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E)
I e II são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
Exercício 2:
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso com o emprego da:
 
A)
analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito.
B)
equidade em quaisquer casos, dos costumes e dos princípios gerais do direito.
C)
analogia, da equidade e dos costumes, apenas.
D)
interpretação, dos costumes, da equidade e dos princípios gerais do direito.
E)
interpretação, da analogia e dos princípios gerais do direito.
Exercício 3:
Desempenhando diferentes funções, classifica-se o costume, conforme seu
conteúdo, do seguinte modo: 
I. praeter legem. 
II. secundum legem. 
III. contra legem. 
Sobre eles, é correto afirmar que o primeiro:
 
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A)
exerce função supletiva; o segundo é interpretativo; e o terceiro não é admitido
pelo sistema, embora possa induzir o legislador a modificar leis anacrônicas ou
injustas.
B)
não é admitido pelo sistema, embora possa induzir o legislador a modificar leis
anacrônicas ou injustas; o segundo é interpretativo; e o terceiro exerce função
supletiva.
C)
é interpretativo; o segundo exerce função supletiva; e o terceiro não é admitido
pelo sistema, todavia pode induzir o legislador a modificar leis anacrônicas ou
injustas.
D)
não é admitido pelo sistema, embora possa induzir o legislador a modificar leis
anacrônicas ou injustas; o segundo exerce função supletiva; e o terceiro é
interpretativo.
E)
é interpretativo; o segundo não é admitido pelo sistema, embora possa induzir o
legislador a modificar leis anacrônicas ou injustas; e o terceiro exerce função
supletiva.

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