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02 - Materiais Anelásticos - Godiva

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Introdução 
Os materiais anelásticos são os materiais rígidos. 
Tratam-se de materiais que possuem deformação mínima, 
sendo endurecido ao toque. Por se tratar de materiais 
rígidos, tendem a fraturar caso sejam derrubados. 
Além de demandar um certo cuidado, esses 
materiais precisam passar por um tratamento para que 
possam ser utilizados, pois não podem ser utilizados em 
sua forma rígida. 
 
Uso Limitado 
 
Esses materiais possuem utilizações bastante 
limitadas, pois possuem indicações clínicas muito 
específicas para o seu uso. 
Na odontologia, os materiais que são classificados 
como rígidos (anelásticos) são os seguintes: 
 Gesso paris – Foi utilizado antes de aparecer no 
mercado qualquer tipo de material de moldagem, 
sendo o primeiro material utilizado para esse fim 
(embora hoje não se deva moldar com gesso de 
forma alguma). Esse material possui uma 
resistência muito baixa e, obviamente, foi utilizado 
por muito pouco tempo, pois fica rígido assim que 
toma presa, além de ser de difícil remoção. 
 Godivas. 
 Pasta Zinco- Enólica. 
Atualmente, os materiais mais utilizados para 
moldagem são os flexíveis, mas é preciso conhecer os 
materiais rígidos, pois além de fazerem moldagens 
eficientes e com bastante detalhamento, são materiais de 
melhor custo-benefício. 
 
Godiva 
 
Características 
A godiva é um material plástico em sua 
composição. No entanto, ao pegar nesse material se 
observa que ele é bastante rígido. 
Portanto, não é possível que se coloque um 
material rígido para se fazer a moldagem do paciente. 
Primeiro é preciso submeter essa godiva ao calor, visto que 
ela é um material termoplástico, fazendo com que ela fique 
flexível o suficiente para que seja aplicada na cavidade oral. 
A godiva já é comprada pronta para uso, sem que 
seja necessário fazer nenhum tipo de manipulação. No 
entanto, como foi dito, é preciso submetê-la a uma fonte 
de calor. 
Por ser um material termoplástico, a godiva possui 
a característica da reversibilidade. Isso significa dizer que, 
após perder o calor para o ambiente, a godiva volta a 
apresentar a sua rigidez. 
 
Composição 
Entre os componentes básicos da godiva temos: 
 Ceras – Por isso que se trata de um material 
termoplástico. 
 Resinas termoplásticas – Também são materiais 
que permitem o amolecimento quando 
submetidos ao calor. 
 Carga – Possibilita a consistência mais rígida do 
material. 
 Agentes corantes – Auxilia na identificação dos 
tipos de godiva. 
 
Propriedades 
Propriedade Térmica 
O amolecimento pelo calor é um pré-requisito para 
o uso da godiva. Na odontologia existe um equipamento 
para que seja feito esse processo de amolecimento, que é 
o plastificador de godiva, mas também existem outras 
formas de proporcionar o amolecimento. 
 
Plasticidade (Amolecimento) da Godiva 
Como foi dito, o amolecimento da godiva pode ser 
obtido por várias formas, como: 
 Forno – Coloca-se a godiva (placa) em um tipo de 
forninho a uma temperatura específica e em um 
tempo específico, fazendo com que ela chegue ao 
ponto de plasticidade que torna viável para colocá-
la na moldeira. 
 
A godiva pode ser encontrada em placa ou em 
bastão. A godiva em placa é utilizada para a moldagem da 
hemiarcada, já a godiva em bastão é utilizada para 
pequenas correções, como para evitar que a matriz 
metálica utilizada no porta matriz machuque o paciente. 
 
 
 
 
 Sob calor de uma chama – Deve-se tomar muito 
cuidado ao aquecer, pois se acontecer de aquecer 
demais a godiva (especialmente se tratando da 
Materiais Anelásticos 
Godiva 
mais flácida, ou seja, em bastão) e ela ferver ou 
entrar em ebulição, ocorrerá a eliminação de 
substâncias voláteis que irão alterar a sua 
composição e, consequentemente, suas 
propriedades. Portanto, a godiva jamais deverá 
entrar em ebulição ou ficar líquida, ela só precisa 
amolecer para ser utilizada. 
Quando se tem grandes quantidades de godiva, 
como nos casos de moldagem de uma arcada completa, é 
preciso ter uma panela termostática, forno micro ondas, 
recipiente com água quente, forno convencional ou 
plastificadora de godiva. A chama só é utilizada para 
aquecer pequenas quantidades de godiva. 
É importante entender que após a godiva perder 
calor para o ambiente ela vai se tornar rígida novamente. 
Ao se tornar rígida, assumindo o formato de molde o gesso 
colocado para a confecção do modelo fica aderido à godiva. 
Por conta disso é preciso aquecer a godiva com água 
quente para remover o modelo de gesso. 
A seguir observamos uma panela termostática, que 
é semelhante a uma plastificadora de godiva. 
 
 
 
Ponto de Fusão 
Para que se possa saber a temperatura ideal para 
plastificar ou o quanto a godiva tem que ter de fluidez para 
que se possa utilizá-la é preciso conhecer o ponto de fusão 
da godiva. 
Esse ponto de fusão é exatamente o ponto no qual, 
abaixo dele, se inicia a redução da plasticidade da godiva, 
ou seja, é quando ela começa a ceder calor para o 
ambiente/quando começa a esfriar. 
Acima de uma determinada temperatura a godiva 
permanece plastificada, o que permite a obtenção de um 
melhor detalhamento. Já abaixo de uma determinada 
temperatura a godiva vai perdendo plasticidade, ou seja, 
vai endurecendo. 
 
Escoamento 
O escoamento/plastificação ideal da godiva para a 
compressão do material na boca do paciente para a 
obtenção do melhor detalhamento da cavidade bucal é de 
85%. Se o escoamento fosse de 100%, a godiva ficaria 
líquida e não é possível colocar um líquido na moldeira e 
levar à boca do paciente, visto que obviamente ele iria 
escoar. 
Esse escoamento ou plastificação deve ser 
exatamente de 85% para que a godiva tenha um melhor 
detalhamento e isso ocorre quando esse material está em 
uma temperatura de 45°C. 
Tanto a panela termostática (plastificadora) 
quanto a plastificadora de godiva ou o termômetro devem 
pedir a temperatura de 45°C para que a godiva fique em 
sua condição ideal para ser posta na moldeira pré-
selecionada (aquela do tamanho ideal para a arcada do 
paciente e que não o machuque). 
Se a godiva estiver um pouco acima de 45°C ela 
ainda estará plastificada, ou seja, vai ter detalhamento. 
Mas se ela estiver numa temperatura mais alta, como de 
50°C, o paciente irá sentir um pouco mais de desconforto, 
além de que a moldagem apresentará distorção em virtude 
das alterações ocorridas nos componentes do material. 
Também se a godiva estiver abaixo de 45°C irá 
ocorrer complicações na moldagem, pois o material não irá 
moldar corretamente os detalhes. 
 
A godiva é um material que tanto demora para 
ganhar calor quanto para perder calor. Por conta disso, 
assim que o material é posto e comprimido na arcada do 
paciente, utiliza-se água gelada para resfria-lo. 
 
Condutividade Térmica 
A condutividade térmica da godiva é baixa, ou seja, 
ela demora para ser aquecida e para ser resfriada. Com 
isso, o procedimento de colocar a godiva na moldeira e 
leva-la à boca do paciente pode ser feito com uma certa 
calma. 
É importante que o aquecimento e o resfriamento 
ocorram de maneira uniforme. Por exemplo, se não ocorrer 
a aplicação da água fria em toda a região da moldeira, e 
algum ponto ainda esteja esfriando durante a retirada da 
moldeira, pode ocorrer distorções no molde referente ao 
local em questão. 
 
Indicação Principal 
 
Como material de moldagem, a principal indicação 
da godiva é para a moldagem de arcadas edêntulas. Isso se 
dá por a godiva ser um material rígido que após ser 
plastificado volta a ser rígido. Assim, caso ocorra a 
moldagem de uma arcada dentada fazendo uso da godiva, 
esse material irá se reter aos dentes, impossibilitando a sua 
retirada. 
 
 
A godiva também possui uma indicação 
secundária, que é em uma condição específica: a 
moldagem unitária. 
Na imagem a seguir é possível observar que 
existem preparos protéticos que são expulsivos e 
apresentam paredes axiais convergentes para oclusal, 
como é o caso dos preparos para coroa total. Nesses casos,a moldagem pode ser executada por meio de materiais 
anelásticos, desde que a moldagem seja apenas do dente 
preparado. 
 
 
 
Além das 
indicações para 
moldagem, a godiva 
também é indicada 
para estabilização de 
tira de matriz 
individual, fixação de 
bandas, grampos etc. 
 
Técnica Básica Para Moldagem 
 
Primeiro é preciso fazer a plastificação, que é o 
amolecimento da godiva através de uma fonte de calor. 
Caso o uso seja mais pontual, utiliza-se a godiva em bastão 
e o aquecimento é feito na lamparina. Caso o uso seja para 
a moldagem de uma arcada, utiliza-se a godiva em placa e 
a plastificação é feita por meio de micro ondas, panela 
termostática, plastificadora de godiva etc. 
A plastificação sempre deve ser feita atenta à 
temperatura ideal, que é de 45°C e resulta no escoamento 
de 85% do material (escoamento perfeito para comprimir 
a godiva e obter o molde). 
Em seguida, a godiva plastificada é então colocada 
na moldeira pré-selecionada para que seja levada à boca do 
paciente. Imediatamente após comprimir o material na 
boca do paciente, aplica-se jatos de água fria em toda a 
região da moldeira para que se diminua a temperatura 
mais rapidamente e o material fique rígido. 
Com o seu resfriamento, o material fica rígido na 
cavidade oral a uma temperatura de 37,5°C. Na 
temperatura de 37°C a godiva é então retirada da boca do 
paciente e o molde obtido se encontra com o seu devido 
detalhamento. 
 
Moldagem – Prótese Total 
 
A godiva utilizada na moldeira é um material mais 
viscoso, tendo uma textura semelhante a massinha de 
modelar. Com ela é possível fazer dois tipos de moldagem: 
 Moldagem Preliminar (anatômica) dos tecidos; 
 Moldagem secundária (funcional). 
A moldagem preliminar é feita em uma placa mais 
espessa. É preciso lembrar que não é habitual que um 
paciente remova todos os dentes de uma só vez, havendo 
uma cronologia das exodontias do paciente. Por conta 
disso o rebordo alveolar do paciente fica bem irregular e é 
preciso se obter esse detalhamento na moldagem. 
Mas existem casos de pacientes com rebordos 
muito irregulares onde se obtém a moldagem anatômica 
com detalhamento abaixo do necessário, mesmo tendo 
sido feita em condições adequadas. 
Como uma prótese total precisa ficar bem 
adaptada aos tecidos remanescentes, normalmente 
realiza-se a chamada moldagem secundária, que é feita 
com uma plaquinha bem mais fina de godiva sobre a 
primeira moldagem e levada novamente à boca do 
paciente. 
 
 
 
Nas imagens acima é possível observar que a placa 
de godiva para moldagem primária é bem mais espessa do 
que a placa para moldagem secundária, que tem entorno 
de 1 mm de espessura. 
As 
moldeiras utilizadas 
para pacientes 
edêntulos são bem 
mais baixas, visto 
que a dimensão 
vertical desses 
pacientes é bem 
reduzida. 
A seguir se observa os moldes obtidos das 
moldagens anatômicas das arcadas superior e inferior de 
um paciente edêntulo. 
 
 
 
Na imagem ao lado observa-se a placa de godiva 
mais fina (de 
1 mm de 
espessura) e 
a moldagem 
obtida com 
ela. 
 
 
Questão de prova: 
Indicação Primária e 
secundária da godiva 
para moldagem. 
 
Moldagem – Cavidade Unitária 
 
A moldagem de cavidades unitárias é uma 
indicação secundária da godiva. Para isso se utiliza um anel 
de cobre (matriz cilíndrica), que é como um canudo de 
milkshake com o dobro do tamanho da coroa de um dente. 
Com isso, aplica-se a godiva já plastificada e 
comprime-a no espaço em questão. Após o resfriamento o 
molde é removido e então é vazado com gesso para a 
confecção do troquel ou modelo individual. 
 
 
 
Godiva em Placa 
 
A placa de godiva é colocada na plastificadora. Esse 
equipamento possui um termostato que permite a 
regulação da temperatura para os 45°C. 
 
 
 
 
 
Ao retirar a godiva da plastificadora se observa que 
ela fica amolecida, podendo inclusive fazer um certo ajuste 
com as mãos para que ela possa se adequar melhor ao 
espaço da moldeira. 
Resumindo as formas como podemos encontrar a 
godiva tradicional, temos a godiva em placa para arcada 
completa ou hemiarcada, a placa para moldagem 
secundária e a godiva em bastão.

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