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Turismo de Base Comunitária- Comunidade Quilombola São José

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30
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO
DENILSON CARLOS DOS REIS
DIANE BEZERRA DO NASCIMENTO
OS DESAFIOS QUE O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA ENCONTRA EM UMA SOCIEDADE GLOBALIZADA 
DUQUE DE CAXIAS-RJ
2020
Denilson Carlos dos Reis
Diane Bezerra do Nascimento
OS DESAFIOS QUE O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA ENCONTRA EM UMA SOCIEDADE GLOBALIZADA 
Artigo Científico apresentado como parte dos requisitos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Turismo.
Prof. Orientador: Professor Me. Fabiano Farias de Souza 
DUQUE DE CAXIAS
2020
Somos seres humanos como os demais, com diversas visões políticas e ideológicas. Eu, por exemplo, entre a esquerda e direita, continuo sendo preta.
Sueli Carneiro
AGRADECIMENTOS
Nós agradecemos primeiramente a Deus, que mesmo em toda diversidade que passamos, nunca nos deixou perder a fé e a força para continuar buscando nossos objetivos e a amigos, familiares e principalmente nosso filho, que apesar de pequeno sempre nos permitiu e incentivou a continuar buscando o melhor para nós. 
A todos os profissionais do Consórcio CEDERJ/CEFET, do Pólo Duque de Caxias, que deram o seu melhor, mesmo diante de tantas dificuldades estruturais.
 
E ao nosso orientador Fabiano Farias, que mesmo em tempos difíceis, aceitou nos ajudar a concluir este trabalho acadêmico.
RESUMO
O turismo de base comunitária (TBC), como em qualquer ramo do turismo, surge como uma forma de prover trabalho e renda e expandir a visibilidade cultural e do modo de vida dos povos tradicionais. Com ele surge a oportunidade para que homem moderno possa interagir e absorver novos conceitos sobre a cultura desses povos. No caso da nossa pesquisa, a Comunidade do Quilombo São José da Serra, através do TBC, vem nos trazer sua origem e sua história de lutas, desde a África, chegando ao Brasil colonial até os dias de hoje, passados de geração em geração, não deixando morrer sua identidade cultural, e deixando um legado importante para as gerações futuras. Através do turismo comunitário, esta comunidade vislumbrou a oportunidade de captar recursos econômicos para a manutenção e conservação de seu patrimônio histórico cultural, além de completar a renda obtida através de outras atividades laborais, como agricultura familiar e o artesanato. Porém, garantir a continuidade da atividade turística, vem encontrando vários obstáculos, uma vez que, o poder público e o terceiro setor, não se fazem presentes de maneira eficiente, visto a falta de infraestrutura básica local, além da falta de cursos de formação de mão de obra qualificada e apoio financeiro. Detectadas as dificuldades, fica claro que a solução mais viável é firmar parcerias com organizações do terceiro setor, para que juntos possam planejar o turismo, sem que nenhuma das partes, perca sua identidade. 
Palavras-chave: turismo; comunitário; quilombo; renda; cultural.
.
ABSTRACT
Community-based tourism (CBT), as in any branch of tourism, emerges as a way of providing work and income and expanding the cultural and lifestyle visibility of traditional peoples. With it comes the opportunity for modern man to interact and absorb new concepts about the culture of these peoples. In the case of our research, the Quilombo São José da Serra Community, through the CBT, brings us its origin and its history of struggles, from Africa, reaching colonial Brazil until today, passed from generation to generation, not letting its cultural identity die, and leaving an important legacy for future generations. Through community tourism, this community saw the opportunity to raise economic resources for the maintenance and conservation of its historical cultural heritage, in addition to supplementing the income obtained through other work activities, such as family farming and handicrafts. However, guaranteeing the continuity of the tourist activity, has been encountering several obstacles, since the government and the third sector are not present efficiently, given the lack of local basic infrastructure, in addition to the lack of training courses for qualified labor and financial support. Once the difficulties are detected, it is clear that the most viable solution is to establish partnerships with third sector organizations, so that together they can plan tourism, without any of the parties losing their identity.
.
Sumário
INTRODUÇÃO	8
1 AS comunidades tradicionais	11
1.1 Comunidades Quilombolas	13
1.2 O Quilombo de São José da Serra	14
1.3. A Identidade e o Patrimônio Cultural dos Quilombolas	16
2. O TURISMO	19
2.1 O Turismo no Brasil	19
2.2 O Turismo de Base Comunitária	21
3 O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E A COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SÃO JOSÉ DA SERRA	24
3.1 Análise do panorama turístico	25
3.2 Análise SWOT	28
4 CONCLUSÃO	30
REFERÊNCIAS	32
 INTRODUÇÃO
A ideia de realizar uma pesquisa sobre o turismo, como ferramenta de inclusão social e também de transformação de comunidades tradicionais, originou-se no estudo das disciplinas de Turismo e Inclusão social e Turismo Étnico. Lembramos de quando visitamos em maio de 2017, a Comunidade Quilombola de São José da Serra, em meio a feijoada de 13 de maio, no contraste entre a beleza de suas tradições e as condições precárias em que viviam. Então como gestores, surge o pensamento, de como o turismo pode contribuir para que essas comunidades, em sua maioria marginalizadas, sejam vistas e recebam o apoio adequado aos seus cidadãos e seus projetos, que em sua maioria não são visualizados pelos órgãos oficiais do Estado.
As Comunidades tradicionais caiçaras, indígenas e quilombolas, infelizmente ainda são abstraídas da sociedade, os indivíduos destas comunidades, ainda vivem em precárias condições de saúde, saneamento e educacionais, fazendo com que, o desenvolvimento de suas atividades econômicas, não tenham o mesmo êxito, dos realizados por indivíduos com uma condição econômica favorável. Nesse momento, entra em cena os projetos sociais do terceiro setor, que buscam atenuar a desigualdade de social, o que deveria ser preocupação do Estado, mas infelizmente fica a encargo da solidariedade de todos, tentar garantir os direitos básicos, e levar alguma informação, saúde e ajuda técnica para atender esse público.
Dessa conjuntura econômica e social, o turismo, se apresenta como uma nova ferramenta, que além de fomentar emprego e renda, ainda permite que suas crenças e costumes sejam mostradas ao mundo, em meio a interação social de povos e gerações. O turismo comunitário é uma notável inovação social, segundo Lima (2011) se distanciando dos princípios industriais e buscando uma autoafirmação histórica, é uma forma de organização empresarial, sustentada na autogestão de recursos patrimoniais comunitários, de acordo com práticas de cooperação e equidade no trabalho e na distribuição de benefícios gerados pela prestação de serviços turísticos. Sua característica marcante é a dimensão humana e cultural, incentivando diálogo e intercâmbio de valores entre o turista e anfitrião, em conhecer suas tradições e seu modo de vida. (Maldonado, O turismo comunitário na América Latina, 2009). 
Porém o turismo de base comunitária, é um segmento do turismo, que está suscetível a problemas críticos, no tocante a sustentabilidade do ambiente em que vivem, na demanda se tornar de massa e a preocupação de como o turismo de base comunitária, poderá viabilizar renda e trabalho para uma comunidade, inteira e ser capaz de continuar mantendo suas crenças e costumes. Quando se fala em estruturação de turismo de base comunitária, onde deve haver o cuidado com o patrimônio histórico, temos a necessidade de uma estrutura educacional eficiente, para que haja um trabalho de conscientização dos anfitriões, sobre os cuidados que serão necessáriospara manutenção do seu patrimônio e também na busca de soluções, diante do surgimento de problemas.
Figura 1- Diane Bezerra. Quilombo S. José. 2017.
O objetivo geral do nosso trabalho é identificar as principais dificuldades, que a comunidade quilombola – Comunidade de São Jose da Serra –, tem que enfrentar para desenvolver o turismo de base comunitária, com resultados satisfatórios. 
	Os objetivos específicos da pesquisa é relacionar o contexto histórico do povo negro e a influência nos projetos das comunidades quilombolas até os dias de hoje, fazendo um levantamento de fatores conjunturais e projetos existentes na Comunidade Quilombola de São José da Serra e seus resultados. E ainda analisar o SWOT[footnoteRef:1] da atividade turística deste, apontando os pontos fortes e fracos dos serviços oferecidas aos visitantes e o que o Turismo de Base Comunitária, pode produzir como fomento econômico e fortalecimento cultural e de autoestima. [1: Análise SWOT, refere-se à abreviação das palavras em inglês Strengths, Weaknessses, Opportunities e Threats, que significam respectivamente Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. Seu principal objetivo é analisar os pontos fortes e fracos que os atrativos turísticos apresentam e de que forma podem se desdobrar em oportunidades e ameaças ao desenvolvimento da atividade turística nessa localidade (Braga,2017).] 
	O nosso trabalho acadêmico de pesquisa tem relevância não somente sob o ponto de vista econômico, mas também, uma forma de preservação do conjunto cultural destas comunidades, o turismo é uma fonte de renda para estas comunidades, podendo essa pesquisa, servir como base para instigar outras comunidades a se organizarem, para o desenvolvimento da atividade do turismo de base comunitária. E com isso ajudar na conquista da autossuficiência e de viver suas tradições. 
	A metodologia utilizada se baseou no método dedutivo. A partir da observação do desenvolvimento do turismo, como uma atividade que se reinventa, de acordo com as novas tendências, investigamos como as comunidades quilombolas, praticam o turismo de base comunitária e quais as suas deficiências. Após a análise dos dados sobre o TBC da Comunidade Quilombola São José da Serra, sugerimos possíveis soluções. Os dados serão levantados através de pesquisa bibliográfica e documental.
	No primeiro capítulo, abordaremos as comunidades tradicionais, em especial as comunidades quilombolas, sua história e seu patrimônio cultural. Como se deu a chegada dos negros no Brasil, o racismo, a intolerância religiosa E de que maneira isso influenciou o atraso socioeconômico e a falta de oportunidades. Além disso, quais as atividades econômicas realizadas pelos quilombolas, após a libertação dos escravos, para a sobrevivência das suas famílias e como e quais foram as outras atividades exercidas por estes.
	No capítulo dois, trataremos do turismo de base comunitária, como surgiu esse seguimento do turismo, quem trabalha neste segmento e como ajudam as comunidades mais carentes a se revelar para mundo, permitindo que cada vez mais, que sua cultura se torne conhecida, traçando novos rumos econômicos e colaborando com a propagação de novos conceitos de agregação de valores, diminuindo a ação discriminatória de etnias e de religião. 
	No terceiro capítulo, veremos como o turismo de base comunitário é desenvolvido pelas comunidades quilombolas: como acontece o planejamento, o marketing, a hospitalidade, a estrutura básica de saneamento e de saúde, para atender tanto os habitantes da região, quanto aos visitantes e de que forma o terceiro setor, tem contribuído neste processo. 
	Na conclusão, elencaremos nossas impressões, do que o turismo de base comunitário representa cultural e economicamente e o que pode ser o próximo passo. O que há para corrigir e que ainda impede o alcance pleno dos objetivos dessa atividade
1 AS comunidades tradicionais
	Os povos tradicionais são grupos de pessoas que buscam proteger seus costumes e suas crenças. As comunidades tradicionais, como o próprio nome já diz, prezam em primeiro lugar sua tradição, seus valores ancestrais e religiosos e possuem costumes e maneiras próprias, que são passadas de geração em geração, para manutenção de sua identidade cultural. Lutam por seu espaço territorial, onde fazem uso dos recursos naturais, de forma a suprir suas necessidades.
	Dentre estas comunidades, as que se destacam são quilombolas e as indígenas, por serem remanescentes, respectivamente, dos negros escravos trazidos da África, para trabalhar nas lavouras e dos primeiros habitantes aqui encontrados no descobrimento do Brasil. Esses povos são parte integrante da memória viva da evolução histórica do nosso povo, marcada por lutas, de vida e morte, de apropriação de seus recursos, de suas terras, de escravidão, de exploração e de abandono. 
	Existem várias outras comunidades, como dos pescadores, de cultivo e extração de flores, sementes, cocos, os seringueiros, que também possuem um modo de vida bastante peculiar, cultura própria e a peculiaridade de trabalhar os recursos naturais de maneira simples, sem grandes impactos a natureza. 
	A Constituição de 1988, já sinalizava a preocupação de proteger as comunidades tradicionais, através dos artigos 215 e 216, que tratam da proteção e incentivo a manifestação cultural e popular, de cidadãos brasileiros, cuja cultura, faz parte do patrimônio material e imaterial da cultura brasileira. A partir de 2004, o Brasil começou a delinear ações de políticas públicas voltadas para estas comunidades, com a instituição da primeira Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais[footnoteRef:2], junto com o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Cultura. Estudos realizados apontariam que, estas comunidades estariam mais fragilizadas pela ação de grileiros e grandes latifundiários, pela exploração de mão de obra barata e pela disputa dos espaços utilizados por esses povos. [2: Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Comunidades Tradicionais (Decreto nº 10408 de 27/12/2004).] 
	Por muito tempo, as comunidades tradicionais ficaram sem defesa dos seus direitos, uma vez que não tinham acesso a informação, nem aos serviços da sociedade vigente. Muitos desses povos, eram descendentes de escravos, índios, e de grupos de pessoas muitos pobres, que não habitavam nas cidades grandes, tornando difícil o acesso à educação e o trabalho em indústrias e comércios locais. O sustento das famílias das comunidades tradicionais, vem das atividades exercidas dentro do seu espaço territorial, que é a agricultura de subsistência, a criação de animais para o próprio consumo, o artesanato e o escambo entre eles. 
 	Após estudos de Almeida (2004), o estado percebe que as comunidades tradicionais, ainda vivem na invisibilidade, mesmo tendo contribuído de maneira consistente para a história do Brasil e ainda contribui com novos saberes, inclusive quanto aos conceitos de sustentabilidade. Então, dá-se início a debates pela luta de direitos sociais, que darão origem ao Decreto 6040/2007 de Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, visando a ação libertadora da opressão, e avanços no que for necessário ao acolhimento dos povos tradicionais, quanto as diferenças, protocolos comunitários, e a releitura da cartografia social. E que cabe ao Estado garantir produção cultural e os movimentos sociais deles provenientes e seus envolvidos. A compreensão da comunidade tradicional agora é:
Comunidade tradicional constitui-se como um grupo social local que desenvolve: a) dinâmicas temporais de vinculação a um espaço físico que se torna território coletivo pela transformação da natureza por meio do trabalho de seus fundadores que nele se instalaram; b) saber peculiar, resultante das múltiplas formas de relações integradas à natureza, constituído por conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição ou pela interface com as dinâmicas da sociedade envolvente; c) uma relativa autonomia para a reprodução de seus membros e da coletividade comouma totalidade social articulada com o “mundo de fora”, ainda que quase invisíveis; d) o reconhecimento de si como uma comunidade presente herdeira de nomes, tradições, lugares socializados, direitos de posse e proveito de um território ancestral; e) a atualização pela memória da historicidade de lutas e de resistências no passado e no presente para permanecerem no território ancestral; f) a experiência da vida em um território cercado e/ou ameaçado; g) estratégias atuais de acesso a direitos, a mercados de bens menos periféricos e à conservação ambiental. (BRANDÃO, 2010, p. 37) (RODRIGUES, GUIMARÃES, COSTA, 2011).[footnoteRef:3] [3: BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A comunidade tradicional. In Cerrado, Gerais, Sertão: Comunidades Tradicionais dos Sertões Roseanos. Montes Claros: 2010 (Relatório de pesquisa).] 
1.1 Comunidades Quilombolas
	As Comunidades Quilombolas, tem sua origem na Diáspora Africana, nome que é dado ao fenômeno histórico sociocultural de imigração forçada dos negros africanos, rumo a outros lugares do mundo na condição de escravos. (Catão, 2014).
	O mercado escravagista era um processo lucrativo tanto para burgueses da Europa, que mantinham negócios nas Américas e precisavam de mão de obra barata, quanto para uma certa casta privilegiada da África, onde o poder político e local dos senhores comerciantes, era medido pela quantidade de escravos para venda, que poderia ser inclusive, para pagamento de qualquer dívida. 
	Segundo Prandi (2000), mais de 5 milhões de africanos em sua maioria das etnias bantos e sudaneses, foram trazidos para o Brasil e esse número, não incluem os milhares que morreram durante as capturas na África e nem durante as longas viagens nos barcos negreiros, em condições sub-humanas e que foram jogados no oceano. 
	Os negros escravos, em meados do século XVIII, chegavam através dos portos do Rio de janeiro e eram distribuídos de acordo com a necessidade econômica regional, primeiramente para os estados de Pernambuco e Bahia, para o plantio e colheita de cana de açúcar, depois para as fazendas de café e a extração de ouro em Minas Gerais. O Rio de Janeiro também dependia do trabalho escravo, em Campos dos Goytacazes, nas fazendas de cana de açúcar e no Vale do Paraíba, nas fazendas de café, sendo este contingente escravo, em sua maioria era da etnia Banto. (Karash, 2006).
	Com o fim do tráfico negreiro no século XIX e o declínio do ciclo açucareiro e do ciclo do ouro, grande parte dos fazendeiros da Bahia e de Minas Gerais, foram obrigados a vender seu contingente escravo, para as fazendas localizadas no Vale do Paraíba, em Valença, pois nesta região o ciclo do café ainda estava a pleno vapor. O Vale do paraíba é até hoje, conhecido como Vale do Café.
	As fugas eram frequentes, pois os negros sempre tentavam escapar da triste realidade da escravidão e de dentro das senzalas[footnoteRef:4], sem dignidade, apenas com uma refeição diária, impedidos de cultuar o sincretismo de seus ancestrais, os negros, que falavam diferentes dialetos, mas oriundos e culturas parecidas, conseguiam se comunicar, interagir entre eles, arquitetando planos para conseguir sair dali e chegar até os quilombos mais próximos, dentro da mata. [4: Senzalas eram grandes alojamentos que serviam de moradia aos escravos, locais insalubres, onde homens armados ficavam do lado de fora para impedir a fuga e rebeliões.] 
	Os quilombos eram locais escondidos dentro das matas, onde os negros fugitivos encontravam abrigo, comida e liberdade. Lá eram organizadas novas incursões, para permitir que mais grupos conseguissem fugir, funcionavam como foco de resistência, dando esperança aos escravos das fazendas e fortalecendo a autoestima dos descendentes. 
	A história registra a existência de vários quilombos, o mais famoso foi o dos Palmares, em Alagoas, que teve Zumbi, como líder por 19 anos. No Rio de Janeiro, são reconhecidos e certificados 42 comunidades quilombolas, pela Fundação Cultural Palmares, onde apenas 5 estão na parte metropolitana, os outros espalhados no interior do estado[footnoteRef:5]. O Quilombo de São José da Serra, será nosso objeto de estudo e está localizado na Serra da Beleza a 15 km do distrito de Santa Isabel do Rio Preto, em Valença. [5: Dados obtidos do relatório das comunidades quilombolas certificados pelo FCP.] 
1.2 O Quilombo de São José da Serra
	A história do Quilombo de São José da Serra tem início em 1850, com os casais Tertuliano, Miquelina, Pedro e Militana. Tertuliano e Miquelina já eram escravizados pelo Português José Gonçalves Roxo e tiveram 5 filhos dentro da Fazenda Cafeeira de São José da Serra: Dionísio, Geraldo, João, Maria e Vitalina. Já o casal Pedro e Militana, eram escravos das fazendas cafeeiras da Bahia, que foram vendidos a Fazenda Izabel do Rio Preto, juntamente com seu filho Manoel e de lá fugiram para a Fazenda São José, também conhecida como Fazenda Quilombo. Segundo Mattos (2004), a “comunidade de São José da Serra”, é formada por netos, bisnetos e tataranetos desse grupo, que reconstrói a herança imaterial de seus ancestrais, bem como, a relação com o território que ocupa há mais de cem anos, a partir da memória do cativeiro na Fazenda São José da Serra e da abolição da escravidão. 
	Um dos mais antigos moradores, Sr. Manoel Seabra conta que, após a morte de José Gonçalves Roxo em 1877, os bens foram para inventário e enquanto o processo ocorria, a família que ainda continuou nas terras. Ás vésperas da abolição, com ajuda de jovens republicanos, muitos negros fugidos de outras fazendas, ficaram escondidos neste quilombo abolicionista. Após a abolição, em 13 de maio de 1888, muitos destes permaneceram ali, até mesmo depois da venda da Fazenda, em 1895, comprada pelo médico e político republicano Fernando Antônio Ferraz. Todos que se encontravam lá, se tornaram agregados de Ferraz.
	“De hoje em diante, vocês são senhores do seu destino, vocês não precisam trabalhar para mim. Trabalhem para quem vocês quiserem”, lembra Dona Zeferina descendente do velho Dionísio, a fala de um fazendeiro as lágrimas, sobre o fim da escravidão no Brasil. E diante da nova realidade, os negros, agora livres, teriam que decidir o que fazer de suas vidas, e conseguir seu próprio sustento, para isso realizavam os serviços nos cafezais ou batendo pasto. 
	A Fazenda passou da administração de Doutor Ferraz, para o seu filho Armandinho e depois de seu genro Bernardino, que os maltratavam, obrigando-os a trabalhar de forma abusiva, ameaçando queimar suas casas, se não fizessem o que ele mandava. Foram tempos difíceis, até que Sr. Ferraz antes de morrer, pediu para que não expulsasse, nem maltratassem os quilombolas e com isso o genro de Ferraz separou cerca de 85 hectares, para que eles vivessem ao seu modo e pudessem fazer suas roças de arroz, feijão e milho e criar porcos e galinhas, já que não lhes era permitido a criar animais de grande porte. 
	Em meados de 1920, a cultura de café entrava em declínio, então os quilombolas, que ficaram na região, além de suas roças, também batiam pastos, em fazendas da redondeza, e os que deixaram a comunidade, foram em busca de trabalho nas plantações de laranja da Baixada Fluminense.
	Na década de 1940, a crise do café se agrava e várias fazendas foram vendidas, acirrando a disputa por terras, inclusive as de uso tradicional da Fazenda São José, foi quando o último herdeiro, que respeitava o uso tradicional dos territórios quilombolas, Sr. Suintila, morre, dando oportunidade a seus herdeiros de vender as terras sem consultar as famílias quilombolas. Com esta nova realidade, essas famílias perdem o direito ao uso das terras e suas condições de trabalho pioram, mas com muita união, o apoio de parentes que haviam conseguido melhores condições e do padre Medório, construíram uma escola e uma igreja. Mas para continuar plantando, o representante mais velho da comunidade, teve que pedir permissão e com isso os quilombolas tiveram que assinar um documento com várias cláusulas, como a entrega da terça parte das plantações como pagamentodo uso da terra e também a expulsão a todo aquele que se embriagasse. 
	Mas essa situação nunca foi cômoda e moradores passaram a se articular para não perder mais direitos e garantir o seu espaço para trabalhar, para praticar sua crença religiosa na umbanda e no catolicismo, o jongo, o artesanato e seus saberes de benzeduras. Segundo, Marco (2012), depois da abolição dos escravos, em 1888, essa luta teve seu primeiro grande marco, em 05 de abril 1999, através do processo aberto junto ao INCRA[footnoteRef:6], onde houve o reconhecimento da comunidade como “remanescente de quilombo”[footnoteRef:7] e no ano seguinte, houve a criação da Associação da Comunidade Negra Remanescente de Quilombo da Fazenda São José da Serra. E em 2015, foi entregue os Certificados de Concessão de Uso de 476 hectares ás famílias quilombolas. [6: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – autarquia federal responsável por cadastro e intitulação de territórios de comunidades tradicionais.] [7: Consideram-se remanescentes das comunidades de quilombo, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais segundo critérios de auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.(INCRA, Legislação Referente à Política Pública de Regularização de Territórios Quilombolas, 1998). ] 
	A comunidade nunca perdeu a fé e conseguiu buscar seus direitos, em meio as adversidades, através de políticas públicas do Estado, conseguiram se organizar para diversificar as atividades laborais para o sustento de suas famílias, que antes eram apenas agricultura de subsistência de milho, arroz, feijão e criação de galinha e porcos, para agora incluem mandioca, goiaba, laranja, banana, maracujá, coco, pêssego, tomate, cenoura e bucha, para comércio nos locais próximos, como a cidade de Conservatória. O artesanato de palha também outra fonte de renda.
1.3. A Identidade e o Patrimônio Cultural dos Quilombolas
	A Associação da Comunidade Negra Remanescente de Quilombo da Fazenda São José da Serra, é uma instituição que serve como uma ferramenta de articulação para manutenção de garantias de direitos territoriais, parcerias, projetos sociais, a ampliação da agricultura familiar, divulgação do seu artesanato e do seu patrimônio histórico e cultural, através das festas tradicionais das rodas de jongo e a feijoada do dia 13 de maio.
A herança ancestral e religiosa do Quilombo São José vem dos bantos e é representado principalmente pelo jongo. Segundo os próprios moradores e nas palavras da matriarca Zeferina, falecida em 2003, ali todos eram católicos e espíritas, no caso, umbandistas, tanto que antes de serem batizados na igreja católica, todos tinham que ser batizados na roda de jongo. A sabedoria dos bantos ou bantu, as benzeduras, o conhecimento das ervas, as lendas, as culinárias, o jogo de pau, o terço de São Gonçalo, o calango, as histórias que atravessaram o Atlântico, a fé na força das palavras, nos elementos da natureza e Orixás da Umbanda, é passada de geração em geração, de forma a fortalecer a raízes ancestrais, pois a cultura dos negros, recebeu inúmeras interferências culturais dos colonizadores, o que resultou em festas onde se percebe o culto tanto aos santos católicos quanto as entidades afro-brasileiras, mas sempre com a alegria do jongo, que é a representação máxima de sua identidade.Figura 2-Nilva Cardoso. Feijoada do Quilombo S. José - 2018
O que é o jongo? Pela definição do dicionário Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa[footnoteRef:8], jongo é uma dança de roda de origem africana, realizada em sentido anti-horário, em que a parte cantada tem papel muito importante e que é acompanhada por atabaques, puítas, cuícas, guaiás e chocalhos; o canto, em que se realiza uma espécie de desafio versificado, segue o modelo de estrofe e refrão, e a dança tem função rítmica de orientar e facilitar os movimentos. [ caxambu, corimá, tambu]. Os tambores do jongo, são sagrados e são feitos pelos próprios membros quilombolas, os refrãos são chamados pontos, que são dizeres ritmados, para saudação, festejo, ou intenção de algo sobrenatural. [8: Dicionário Michaelis no formato digital - http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=jongo] 
	O jongo do Quilombo de São José da Serra é uma manifestação cultural pesquisada pelo departamento de pesquisa cultural da UFF, desde 1990, mas somente em 2005, foi proclamado Patrimônio Cultural Brasileiro, pelo IPHAN e registrado no Livro das Formas de Expressão, após o Inventário Nacional de Referências Culturais, solicitado pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNCP).
	E é esta roda de jongo, que mais atrai milhares de visitantes, para vivenciar os costumes da comunidade e também ouvir as histórias do mais antigos. A festa dura 24 horas, e tem comida boa, benção da fogueira pelos mais antigos, e os quilombolas assim, vendem seu artesanato e pratos típicos da sua culinária, assim praticando o turismo de base comunitária.
2. O TURISMO 
	O turismo é uma atividade que pela sua interdisciplinaridade sofre transformações até hoje. Surgiu da necessidade do homem viajar de um lugar para outro, com objetivo de trabalhar, fechar negócios e até mesmo realizar tratamentos de saúde. O “viajar por lazer”, acontece após a revolução industrial, onde o operário após longos períodos de árdua rotina de trabalho, sente a necessidade de descansar, gastar o tempo livre com atividades prazerosas, o que inclui as viagens. O turismo possui vários segmentos, que contextualizam as relações com várias matérias, que contribuíram, para que o turismo, se potencializasse como segmento econômico.
2.1 O Turismo no Brasil
	Como atividade econômica o turismo no Brasil, é algo novo, no que tange a parte de ampliação e regulamentação. O Brasil ainda é um país em desenvolvimento e por isso ainda passa por muitos momentos de instabilidade econômica, em virtude de grandes transformações políticas que, desde seu descobrimento, passando pela monarquia, pela república, por uma ditadura militar e sua posterior abertura, não permite o pleno desenvolvimento conjuntural. Com o advento da globalização, o Brasil se vê diante de mais um fator importantíssimo para transformação de uma série de aspectos, inclusive o do turismo.
	O turismo começou a ser vivenciado no Brasil durante período ditatorial, começando no governo Getúlio Vagas (1937-1945), neste período, o turismo é tido como uma importante ferramenta de veiculação de uma imagem positiva, tanto para os brasileiros, quanto no exterior, dando ênfase as belas paisagens, mulheres e a diversidade do povo. Durante a ditadura militar, são criadas várias instituições, para fomento do turismo, em 1966, o EMBRATUR, responsável pela divulgação do Brasil no exterior, em 1967, o Sistema Nacional do Turismo[footnoteRef:9], em 1969 a CNTur, que institui as indicações do PLANTUR, instrumento básico para a alavancagem das Política Nacional de Turismo, que infelizmente não foi a frente, o que não impediu novas tentativas do fomento de regulamentação do turismo. [9: Órgão constituído pelo CNTur, pela Embratur e pelo Ministério das Relações Exteriores.] 
	Em 1971, é criado o FUNGETUR[footnoteRef:10], que foi o primeiro fundo, que tem por objeto o fomento do turismo no país. Outros marcos importantes para o turismo, durante este período, foram a autorização dos voos domésticos com fins turísticos, mais baratos em 1976, e ainda a regulamentação do turismo doméstico rodoviário em 1977 e por fim em 1982 a implantação de terminais de turismo social e o programa para que sindicatos pudessem organizar viagens turísticas direcionadas a seus associados. [10: O Fungetur, era parte do Plano de Metas e Bases para a Ação do Governo Médici, que foi o primeiro plano econômico governamental a contemplar o turismo.] 
	Depois de 1985, o Brasil passou por longos períodos de recessão, com vários planos econômicos, para combateà inflação e o desemprego que, eram problemas gritantes. O turismo nesse período voltou a ocupar o segundo plano. 
	O Plano Real em 1994 representou uma transição que trouxe tempos melhores e que permitiu a estabilização econômica no mercado interno e trouxe certa confiabilidade do mercado externo. Em meados dos anos 90, o mundo vivia a globalização, isto é, a transformação de diversos conceitos nas relações de trabalho, na preparação tecnicista para o mercado, no uso da tecnologia e concepção do homem, como um ser global. 
	A disseminação de informações se faz em alta velocidade, através de tecnologia, umas das principais mudanças na globalização. E o Brasil precisava se preparar para esta nova realidade, com formação de blocos econômicos e acordos internacionais com os interesses econômicos. A União Europeia, NAFTA, Mercosul são blocos econômicos que existem ainda hoje, que por meio de convenções e acordos de cooperação comercial, promovem entre si, flexibilização de ações protecionistas de mercado e também das fronteiras, promovendo o turismo regional do Mercosul.
Sendo assim, a associação entre turismo e política vai além dos governos vigentes. Hoje, mais do que propaganda política, o incentivo ao turismo pelo poder público tem o objetivo de viabilizar um desenvolvimento para o setor, considerado fonte de divisas e gerador de empregos no mundo. Assim as políticas de turismo podem ser consideradas um conjunto de diretrizes básicas que “determinam as prioridades da ação executiva, supletiva ou assistencial do Estado, e facilitam o planejamento das empresas do setor quanto aos empreendimentos e atividades mais suscetíveis de receberem apoio estatal” (BENI, 2001).
	Em 2003, o turismo é desvinculado do Ministério do Esporte e o Mtur[footnoteRef:11] é criado, e no mesmo ano o PNT[footnoteRef:12], pois o turismo é uma atividade que requer uma atenção especial e novos estudos são realizados para saber como essa atividade, pode ser um minimizador de desigualdade social e como o Estado pode garantir recursos para tal. Segundo relatório do IBGE (2010), no período de 2003 a 2007, que é a primeira etapa do PNT, com ênfase o desenvolvimento local e a inclusão social, o turismo não só retomou seu crescimento, como apontou resultados significativos, principalmente nos setores de alimentação, transporte rodoviário e atividades voltadas para recreação, desportivas e culturais. [11: MTUR – Ministério do Turismo] [12: Plano Nacional de Turismo, criado com objetivo de estruturar, diversificar e dar qualidade ao produto turístico brasileiro, dando enfoque não somente as belezas naturais, mas também a divulgação da diversidade cultural. O primeiro plano era, portanto, de 2003 a 2007 (Diretrizes, Metas e Programas), o segundo, de 2007 a 2010 (Uma Viagem de Inclusão), o terceiro, de 2013 a 2016 (O Turismo Fazendo Muito Mais pelo Brasil) e, por fim, o quarto, de 2018 a 2022 (Mais Emprego e Renda para o Brasil). ] 
	Em 2007, o PNT, passa para sua segunda fase, com enfoque na regionalização do turismo e desburocratização, amparado em programas, diretrizes e utilizando recursos do governo federal, as ações agora visam fomento da economia e redução da desigualdade social e inclusão social, mas desta vez, deixa a encargo de cada Estado e munícipio, a responsabilidade de estruturar estratégias, viabilizar projetos e investir na divulgação da sua região. 
2.2 O Turismo de Base Comunitária
	A evolução humana está intrinsecamente ligada as novas tendências do turismo, no Brasil e no mundo. O turismo de massa, começa a dar sinais de desgaste, assim como o planeta. Os temas sobre renovação de recursos naturais e respeito ao meio ambiente, nos fazem observar e refletir sobre “como desacelerar”, como as comunidades mais simples, vivem. Além disso, atualmente o homem tem necessidade de buscar em ambientes rústicos e de profundo contato com natureza, as forças para retornar a rotinas de trabalho estressantes, apesar de toda a evolução tecnológica.
	E o turismo, que é caracterizado pela pluralidade de saberes, tende a se reinventar, em vista das novas necessidades do homem moderno. E com isso, turismo de base comunitária, se fortalece, no momento, em que precisamos nos reencontrar com a natureza e com nós mesmos, promovendo o encontro com antigas tradições e experimentar formas de viver mais simples.
	Economicamente, o TBC, como é chamado, além de promover essa troca de vivências, privilegia pessoas, inclusive no fomento de trabalho e renda, já que essas comunidades mais simples, agora dispõe de uma certa visibilidade, para promover seu produto turístico: sua hospitalidade, seus eventos tradicionais e suas manufaturas artesanais, garantindo uma renda maior para os cidadãos dessas regiões.
	No Brasil, com tanta desigualdade social, o turismo se faz presente em um momento, em que a maiorias das comunidades tradicionais, estão finalmente tendo seus territórios reconhecidos e suas culturas, estudadas, catalogadas e principalmente protegidas pelos órgãos pertinentes. Assim, através de políticas públicas, como o programa de regionalização do Turismo Roteiros do Brasil, pretende identificar essas comunidades com potencial para recepção do turismo e ainda promover a proteção ao patrimônio histórico e cultural das mesmas. Como importante difusor de inclusão social, o turismo fortalece a autoestima desses povos, porém deve haver cautela, para que não haja descontrole do fluxo de turistas, o que pode contribuir para a má qualidade de vida dos anfitriões e enfraquecendo suas tradições e costumes, transformando estas, apenas em um show ou em produto turístico artificial. Assim, como toda atividade mal planejada, está fadada ao fracasso, o turismo por ser uma importante ferramenta de ascensão econômica, mas lidando com produtos tão sensíveis, pode trazer impactos econômicos, sociais e culturais seríssimos.
	Para que a atividade turística comunitária se desenvolva bem, precisa da participação de todos, isto é, dos incentivos e fiscalização de órgãos públicos, da contribuição da iniciativa privada e da sensibilização da população dentro e fora da comunidade, para que as oportunidades geradas pela cooperação entre os agentes participantes, não seja apenas uma forma de aquisição de mão de obra barata, ou de mal-uso do espaço por empreendedores maliciosos. 
	Segundo Coriolano (2006), outro importante componente da elaboração destes arranjos produtivos locais, é a criatividade, pois, diante das realidades locais de carência de recursos, de informações e outras mais, se fazem necessárias adaptações. Em alguns casos, as comunidades alocam-se próximos a corredores turísticos e se beneficiam por estes fluxos, em outros casos são oferecidos produtos alternativos, e em casos mais específicos, atraem demanda diferenciada com interesse apenas em apreciar modos de vida, culturas tradicionais, aprendizagens e valores éticos, que consumir.
	O turismo comunitário, o turismo ecológico e turismo cultural, possuem produtos turísticos únicos, perecíveis e que exigem planejamento e cuidado compartilhados com todos os envolvidos neste processo, para que o seu desenvolvimento não descontrua o conhecimento e valoração do conjunto patrimonial material e imaterial pertencente aquele povo por gerações.
	O TBC se originou das ideias de inclusão, e dentro desse pensamento há o cuidado e a preservação não só da cultura de um povo, mas do seu território e principalmente das pessoas, já tão sofridas pela ação discriminatória da sociedade capitalista global.
3 O TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E A COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SÃO JOSÉ DA SERRA
	O turismo de base comunitário, é a uma atividade relativamente nova para o Quilombo de São José da Serra hoje. Depois que o INCRA reconheceu a posse tradicional do território da Fazenda São José, as atividades ali desenvolvidas, se ampliaram, como a agricultura, artesanato com palha e por fim a introdução turismo de forma planejada. As terras do Quilombo de São José da Serra, ficam na Serra da Beleza, na região turísticado Vale do Café, que sempre recebe uma grande demanda de turistas em busca de natureza e um pouco de história. Pensando nisso, a Associação da Comunidade Negra Remanescente de Quilombo da Fazenda São José da Serra, se faz presente na articulação dos primeiros passos da comunidade, de participar do processo turístico na região, aumentando a divulgação de seus eventos e com isso aumentando a visibilidade de produtos artesanais.
 	Quem chega a Conservatória, sempre acha os cestos de palha e a buchas naturais, que os comerciantes sempre comentam que, vem do Quilombo de São José e indicam o evento da feijoada do 13 de maio, o que denota a cooperação existente entre as comerciantes de cidades circunvizinhas e a comunidade tradicional. Além da propaganda boca a boca, ainda há a divulgação da Comunidade em sites como Mapa de Cultura do RJ[footnoteRef:13], Portal Vale do café[footnoteRef:14]. Outra instituição que colaborava com a realização da festa, era o Pontão da Cultura do Jongo/Caxambu[footnoteRef:15] – Universidade Federal da UFF, mas infelizmente, o site não permite mais o acesso ao público. As visitas escolares, também são pequenos eventos que ajudam a divulgar a comunidade.	O Quilombo de São José da Serra, através do jongo, principal manifestação cultural apresentada na festividade realizada em memória do cativeiro e da afirmação da identidade quilombola, entra para inventário da oferta turístico da região, depois de estudos realizados pela UFF, para o cumprimento das metas do programa de regionalização do turismo e com isso passa ter maior visibilidade de seus eventos. 	 [13: http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/festa-do-quilombo-de-sao-jose] [14: https://www.portalvalencarj.com.br/quilombo-sao-jose-da-serra] [15: Pontão da Cultura do Jongo/Caxambu, foi citado no trabalho acadêmico de Catão, 2014.] 
A festa é acontece todos os anos no terreiro do Quilombo, planejada com um mês de antecedência. Os anfitriões preparam o espaço para o acampamento, para servir as refeições, os materiais para preparo das comidas, a montagem das barracas e a divulgação do evento. No final de semana da festividade, os visitantes chegam no sábado e passam mais de 24 horas de imersão no mundo afro. 
	A hospitalidade é outra característica marcante da comunidade. A festa do Quilombo de São José da Serra, reúne em média, 3 mil pessoas, que ficam acampadas nos arredores, em barracas de camping. A multidão é bem diversificada, pessoas de todas as idades, gêneros e profissões que buscam nesse dia, viver várias experiências como, por exemplo, participar das rodas de histórias dos anciãos, assistir ou participar da roda de jongo, receber a benção da fogueira e viver intensamente essa troca cultural.	O que não interfere nos ritos da herança ancestral dos quilombolas, mas nessa troca de experiências, acontecem adequações para se receber bem o convidado, que se sente acolhido, pelo povo sofrido e a mesmo tempo alegre. Um exemplo, é a comida diversificada, oferecida em várias barraquinhas, como salgados, caldos, churrasquinho e bebidas, inclusive o frango com farofa, arroz e salada, que passou a ser oferecido as pessoas que não comem feijoada, desde a festa de 2013. 
A característica distinta do turismo comunitário é sua dimensão humana e cultural, vale dizer antropológica, com objetivo de incentivar o diálogo entre iguais e encontros interculturais de qualidade com nossos visitantes, na perspectiva de conhecer e aprender com seus respectivos modos de vida (MALDONADO, 2009, p. 31).
3.1 Análise do panorama turístico 
	
	Em nossa visita em 2017, e pela literatura que tivemos acesso, percebemos que as 150 famílias que ainda vivem no quilombo, residem em casas rústicas, e o sistema de saneamento ainda é precário. Há apenas uma escola e uma igreja dentro da comunidade. O Turismo é desenvolvido de forma bem simples, depois da festa de 13 de maio, os outros eventos com jongo e capoeira tem menor divulgação. Já houve uma exposição de fotos na Associação, sob a iniciativa do SESC Madureira, com entrada gratuitas, mas houve venda refeições.
	A festa do 13 de maio, é um megaevento para a Comunidade Quilombola de São José da Serra e as cidades vizinhas. Isso por que algumas pessoas, optam por não acampar e preferem buscar hospedagem em cidades próximas, como a de Conservatória, o que aumenta seu fluxo turístico, que vê os frutificar a cooperação da divulgação da festa. Outra instituição que colaborava com a realização da festa, era o Pontal da Cultura do Jongo/Caxambu, juntamente com a professora Hebe Mattos responsável pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) da UFF. (Catão, 2014). No dia que participamos, haviam pesquisadores da UFRJ.Figura 3-Diane Bezerra. Chegada ao Acampamento do Quilombo S. José. 2017.
	O Quilombo, costuma receber vários grupos de escolas e universidades, para visitação da Associação e também conhecer algumas partes do quilombo. Os anciãos contam as histórias de seus antepassados, da escravidão a abolição. 
	 As mulheres quilombolas, garantem parte da renda com a venda de artesanato, cestos e bonecas de palha. Os cestos são mais vendidos, inclusive nas cidades vizinhas, mas as bonecas são mais vendidas durante a festividade de maio, o que segundo relatos, as entristece, por que são bonecas feitas com muito carinho. São representativo da cultura desse povo e feitos com material disponível no seu território, que é a palha de milho. Denota se que ainda não há sensibilidade suficiente, por parte do terceiro setor e de políticas públicas. Essa inércia, perpetua ainda muitas dificuldades. Figura 4- Katia Carvalho Bonecas de palha. Mapa de Cultura RJ -2013
	A Fundação Palmares, que é a principal instituição de proteção da cultura dos quilombolas de todo o Brasil, passou a sofrer com a falta de verbas e de pessoal para cumprir metas e projetos. Assim aconteceu também com os setores de meio ambiente e do INCRA. O governo federal afirma não ter verbas para amparar, todos os setores e fez cortes nos setores de educação, saúde. A cultura também teve perdas financeiras, em meio à crise. 
	Mas a pior notícia, foi a de que o próprio presidente da fundação, empossado em fevereiro, após derrubar uma liminar, Sérgio Camargo, não acredita que houve escravidão no Brasil, e que entre outras coisas Zumbi, era um falso herói e que o negro deve ficar dependente da ajuda financeira estatal. Segundo, o mesmo, as festividades da Consciência Negra devem ser extintas do calendário, por causar grandes perdas econômicas ao país. Sendo assim, fica claro, que serão tempos mais difíceis para a comunidade quilombola de São José da Serra, pois o órgão criado para proteger, tem agora um discurso de negação de toda história de luta para libertação do povo negro, o que dificulta ainda mais a sensibilização sobre a cultura afrodescendente e põe em risco a manutenção de certos direitos e ações compensatórias adquiridas recentemente.
	Em tempos sombrios, chega a pandemia de covid-19. Em março de 2020, são adotadas as medidas de isolamento social, que segundo a OMS[footnoteRef:16], é a única forma de impedir a propagação do contágio. Essas medidas, causaram grandes perdas para a economia mundial, com o fechamento compulsório de vários estabelecimentos comerciais. Para o turismo em geral, foi desastroso financeiramente, uma vez que, teve uma queda de quase 100% de ocupação. Para a Comunidade Quilombola de São José, chega na mesma época da maior festividade, a que garantia maior parte da renda advinda do turismo. A pandemia se torna mais um obstáculo forte, que causa mais preocupações e privações, mas para quem lutou pela libertação e esperou mais de 100 anos para receber os certificados de uso tradicional de suas terras, a covid-19, vem como um momento reflexivo, de tentar outras soluções para momentos como esse, sem precedentes. [16: Organização Mundial de Saúde] 
	
3.2 Análise SWOT 
	A análise SWOT, revela que o turismo na Comunidade Quilombola São José da Serra revela que suas forças estão concentradas, em seu patrimônio históricoe na sua vontade de crescer como comunidade. E suas fraquezas estão nas poucas parcerias e também na pouca ação do terceiro setor, que quase não se faz presente.
	A infraestrutura que deveria ser dada pela máquina estatal, como manutenção das vias rodoviárias até o quilombo, sinalização indicadora de um ponto de interesse turístico eficiente, além de estruturas educacionais mais próximas, e saneamento básico não são visualizadas.
	 O que permite visualizar que as atividades que são realizadas no âmbito turístico, apesar de organizadas pela Associação, em grande parte, não existe um planejamento, nos detalhes, com visão de futuro. Nenhum dos anfitriões, participou de algum curso de formação, para que eles pudessem autogerir seu turismo e todas as futuras implicações inerentes a este.
	O futuro do turismo na comunidade é incerto, diante da multidisciplinaridade da atividade turística, da atual crise política e econômica nacional, da urgência sanitária mundial e do isolamento social, que causa prejuízos enormes a atividade turística. 
	Após o término da pandemia, o ideal é a buscar articulação com os outros agentes do ciclo turístico da região e firmar parcerias, pois no cenário econômico atual, as empresas e as pessoas, estão cada vez mais buscando troca de experiências e dividindo responsabilidades, buscando crescimento junto, sem qualquer das partes, perder sua essência.
4 CONCLUSÃO
	O turismo é uma atividade diversificada e multidisciplinar e o turismo de base comunitária, é a atividade que abrange aspectos humano, o cultural e de inclusão social, um tema bem atual, pois a humanidade passa pela transição pós globalização, que está adoecendo com o estresse causado pelo excesso de trabalho, de tecnologia e de falta de empatia. 
	Com o advento da globalização, muitas comunidades que não se interessaram ou não puderam acompanhar as transformações da sociedade moderna, ficaram a sua margem, sem visibilidade e por sua vez, sem investimentos. Essas comunidades ficaram cada vez mais pobres e isoladas. As comunidades quilombolas ainda se veem diante do atraso, ocasionado pela escravidão, exploração de sua mão de obra e discriminação em função da sua cor e da sua diferente forma de ver o mundo. O sincretismo religioso afro, também gerou muitos embates por muito tempo, isso por que o homem repele tudo que é desconhecido.
	E por mais 130 anos ocorreram lutas e discussões no Brasil, pela igualdade de direitos entre os povos brancos e afrodescendentes. O turismo, que é uma atividade que aproxima lugares e pessoas e que promove a troca de experiências, não podia deixar de contribuir para esse processo, de encontro de culturas e fazendo com que cada vez mais pessoas se sensibilizem com a cultura e a história desse povo.
	O turismo de base comunitária, surge da necessidade do homem buscar outros valores, experimentar outras rotinas, de abrir o pensamento para outras realidades. O TBC possui 2 objetivos claros que são, fortalecer o patrimônio histórico das comunidades tradicionais e minimizar a pobreza produzida por esse isolamento. 
	A Comunidade Quilombola São José da Serra, tem no turismo de base comunitária a forma de cada vez mais pessoas, venham conhecer suas histórias, e um pouco de sua cultura, assim fortalecendo sua autoestima e completar a renda obtida através de outras atividades como artesanato e a agricultura familiar. 
	O evento turístico mais esperado do ano é a feijoada de 13 maio e a tão conhecida roda de jongo, anunciada em cooperação com comerciantes das cidades próximas e portais de jongo e redes sociais dos pesquisadores amigos. O turismo comunitário se faz através da cooperação de empresas e terceiro setor, juntamente com o incentivo e a fiscalização do Estado, porém pouco se vê do Estado e do terceiro setor naquela região, pelo menos não o suficiente para fazer deslanchar o turismo. Pela análise SWOT, a Comunidade Quilombola São José da Serra, tem pontos fortes, mas que precisa da ação de outros agentes, para o seu desenvolvimento e essa inércia representa a maior ameaça ao seu turismo. A falta de infraestrutura, como sinalização rodoviária, indicando o quilombo, falta de saneamento básico e a ausência de projetos voltados a melhoria da qualidade de vida ou formação de mão de obra na parte turística, representam um espaço vazio, que pode colocar em risco a continuidade do turismo de forma eficiente. 
	Com crise política e financeira do Estado e o surgimento da pandemia de covid-19, fazem com que a situação da comunidade fique pior, pois com isolamento, a festa deste ano de 2020, não aconteceu e muitas visitas tiveram que ser canceladas e não tivemos acesso a nenhum documento que comprove se estão recebendo o auxílio emergencial. Em resumo a renda da venda de artesanato e principalmente de refeições durante os eventos, este ano não aconteceram. O que faz refletir, que diante desta realidade, o ajuste de soluções pós-pandêmicas, serão mais difíceis ainda, pois sua conjuntura antes da pandemia, já não apresentava tantos recursos para absorver os prejuízos originados deste período de urgência sanitária não prevista.
	Fica então evidente, que deverão ser traçados novas estratégias, para que esta comunidade não perca sua fonte de recursos com a atividade do turismo e nem sua identidade cultural, atraindo parcerias com o terceiro setor, para surgimento de novos eventos, a partir do contexto cultural arraigado na comunidade. 
	
	 
 
REFERÊNCIAS
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