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Relatório Experimental de Física SEMICONDUTORES (LED) Atividade Experimental III – Fenômenos Eletromagnéticos Destinado: Física e Engenharias Autor: Mateus Afonso Barbosa Discente de Eng. Física Porteirinha - MG 2021 1- Introdução Para que a corrente elétrica fornecida por uma fonte possa percorrer um circuito elétrico é importante analisar a capacidade de condução que o material oferece. Essa característica é chamada de resistência elétrica, a mesma possui diferentes valores para materiais distintos. Os materiais com baixa resistência são denominados condutores, já os materiais com grande dificuldade movimentação dos elétrons é denominado isolante. Figura 1 – Condutor de cobre utilizado nos fios elétricos Os semicondutores são materiais que possuem uma resistência intermediaria entre os materiais condutores e os isolantes. Os melhores materiais condutores utilizado frequentemente são cobre, prata, alumínio. Os isolantes são vidro, borracha, porcelana, etc. Já os semicondutores em destaque na eletrônica são o silício e o germânio, ambos possuem quatro elétrons na camada de valência, o que lhes permitem esta classificação. Figura 2 – Representação esquemática dos átomos de Germânio (Ge) e Silício (Si) Os materiais isolantes são aqueles que oferecem grande oposição à passagem de cargas elétricas. Nesses materiais, os elétrons encontram-se, de modo geral, fortemente ligados aos núcleos atômicos e, por isso, não são facilmente conduzidos. Materiais como borracha, silicone, vidro e cerâmica são bons exemplos de isolantes. Já os semicondutores necessitam de uma energia um pouco menor para liberar alguns elétrons. Os LEDs são dispositivos capazes de emitir luz de forma eficiente e econômica, muito utilizado na produção de eletrônicos e recentemente invadindo as residências por conta do baixo consumo de energia. Os LEDs são feitos de materiais semicondutores, por isso apresenta algumas características, como: Baixo consumo de energia, alto rendimento, menos impacto na natureza e vida útil maior. Figura 3 – Diodo Emissor de Luz (LED) A estrutura do LED é uma transição elétron-buraco, por isso, os mecanismos de passagem da corrente através de um diodo de semicondutor e de um LED são iguais. Os materiais da transição elétron-buraco da estrutura do LED são escolhidos de forma que os elétrons livres na região-n (emissor) possuem menor energia que na regiãop (base). Na ausência de um campo elétrico externo, a difusão dos principais portadores de carga através da transição p-n (dos elétrons da região-n para a regiãop e dos buracos em direção contrária) é impedida pelo campo elétrico interno denominado campo de contato. Figura 4 – Estrutura detalhada de um LED 2- Objetivos Os objetivos da prática foram: Compreender o funcionamento dos semicondutores. Determinar a curva característica do Diodo Emissor de Luz (LED). Realizar o experimento utilizando recursos disponíveis na plataforma Tinkercad. Determinar a resistência do LED 3- Procedimento Experimental Durante a execução da prática foram utilizados uma fonte de tensão, um amperímetro, um voltímetro e um resistor de 1KΩ e um LED, ambos disponíveis na plataforma Tinkercad. A execução do experimento seguiu os seguintes passos: Foi acessada a plataforma Tinkercad em: https://www.tinkercad.com nessa simulação foi possível variar a tensão aplicada pela fonte, medir a tensão nos termais do LED e a corrente no circuito. Foi montado o circuito baseado no esquema solicitado Figura 5 - Laboratório virtual Tinkercad A fonte foi configurada inicialmente para fornecer –3 V Foi medido o valor de corrente no circuito e tensão nos terminais do LED. https://www.tinkercad.com/ Posteriormente as tensões foram aumentadas em passos de 0,20 V até a tensão de 3 V. Todos os valores de corrente no circuito e tensão nos terminais foram adicionados em uma tabela Com os dados da tabela foi plotado um gráfico da relação Tensão (V) x Corrente (I) Posteriormente foi feita a regressão linear do gráfico anterior. Por último, realizou-se uma análise e discussão dos resultados obtidos 4- Apresentação dos Resultados A partir da prática realizada foram obtidos diversos valores de tensão nos terminais do led bem como valores de corrente do circuito, os dados foram adicionados em uma tabela. Tabela 1 – Dados obtidos de Corrente (i) e Tensão dos Terminais do LED (V) A Tabela 1 mostra os valores de Tensão, medidos em volts e corrente, medidos em Ampere. É possível observar que enquanto a tensão fornecida pela fonte era negativa não havia tensão nos terminais do LED, nem corrente no circuito. Posteriormente, quando a tensão chegou a valores positivos os terminais do Led apresentaram essa mesma tensão. Para visualizar melhor os dados obtidos na Tabela 1 foi plotado um gráfico da relação Tensão da Fonte x Corrente, através deste gráfico foi possível analisar a curva característica do diodo emissor de luz. Gráfico 1 – Curva da relação Tensão da Fonte (V) e Corrente (I) O Gráfico apresenta a relação entre Tensão dos terminais do LED, medido em volts e Corrente do circuito, medido em Ampere. É possível ver claramente o comportamento da curva ao longo de dois momentos da prática, o primeiro quando o a tensão dos terminais do LED é negativa, o segundo momento, quando a bateria fornece valores positivos de tensão ao circuito. É possível observar com auxílio do Gráfico 1 que enquanto não se atinge um determinado valor de tensão, não se inicia a circulação de corrente. Posteriormente, quando a corrente ultrapassa o “cotovelo” da curva, a corrente aumenta rapidamente de valor. Com esse aumento, o LED começa a brilhar de acordo com a intensidade de corrente direta. -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 Gráfico Tensão x Corrente Tensão C o rr e n te Gráfico 2 – Curva característica Tensão do LED x Corrente, a partir da fonte de tensão positiva. Foi identificado que entre os pontos 1.8 e 3, o LED apresentou comportamento linear, porém, não é um comportamento Ôhmico, já que a resistência nos pontos são diferentes. Entretanto, como se trata de uma relação linear, foi feita a regressão desta região que abrangeu 7 pontos. A regressão linear fornece a melhor reta que passa por todos os pontos do gráfico. Foi utilizado o Excel como ferramenta pois fornece de forma rápida os valores. Para que isso fosse possível, foi necessário eliminar todos os outros pontos entre –3 e 1,6. Gráfico 3 - Regressão Linear da curva do LED (pontos 1.8 a 3) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 Gráfico Tensão x Corrente Tensão C o rr e n te A partir da regressão linear foi possível obter os valores R-quadrado, também chamado de coeficiente de determinação, que é uma medida estatística de quão próximos os dados estão da linha de regressão ajustada, sendo limitado ao valor 1. O valor encontrado foi de R2 = 0,90 Através da reta linear obtida anteriormente foi possível também obter o valor da resistência interna do LED: R = ΔV / i = 102,56 Ω 5- Discussão No Gráfico 1, observou-se que, apesar de aumentar a tensão fornecida pela fonte, que começou em -3 Volts, a corrente permaneceu nula. Isso ocorre porque o diodo não permite a passagem de corrente na polarização inversa (tensão negativa), e porque só há corrente quando existe energia suficiente para os elétrons da banda de valência saltarem para a banda de condução. Para o LED utilizado na prática este valor foi de aproximadamente 1,8 Volts. Após isso, a corrente cresce exponencialmente. O LED é um dispositivo frágil, qualquer corrente acima do permitido pode facilmente destruí-lo, por esse motivo a utilização de um LED é exclusivamente acompanhado por um resistor, para que haja um controle sobre a corrente que lhepercorre. Nessa prática em questão foi utilizado um resistor de 1KΩ. De acordo com a Lei de Ohm, em um condutor ôhmico, mantido à temperatura constante, a intensidade de corrente elétrica é proporcional à diferença de potencial aplicada entre suas extremidades, ou seja, sua resistência elétrica é constante. No Gráfico 2 é possível identificar que na região entre os pontos 1.8 e 3 o LED apresentou um crescimento linear, mas e resistência não era constante, pois o LED não possui um comportamento modelado na Lei de Ohm. Para o cálculo da Resistência do LED, foi feita uma simplificação da Lei de Ohm, onde o valor da resistência passou a ser definida como: R = ΔV / i, onde ΔV é a diferença entre o ponto da tensão, quando a corrente é máxima e o ponto onde a reta linear cruza o eixo X do gráfico. I é a corrente máxima da curva do LED. Com o auxílio do Gráfico 3 é possível observar que ΔV é (1,82 – 1,70) = 0,12V. A corrente máxima I é 0,00117A, logo: R = 0,12 / 0,00117A = 102,564 Ω O valor do coeficiente de determinação encontrado: R2 = 0,90 está em total conformidade com a teoria, já que o LED não possui uma relação linear entre a corrente e a voltagem. 6- Conclusão Diante dos objetivos propostos para a prática em questão, conclui-se que foi possível compreender o funcionamento dos semicondutores, em destaque para o silício e germânio. Foi possível também determinar a curva característica do Diodo Emissor de Luz (LED), e posteriormente determinar a sua resistência. Foi possível trabalhar com a plataforma Tinkercad de forma eficiente e sem prejuízos no aprendizado prático dos Fenômenos Eletromagnéticos. 7- Referências [1] HELERBROCK, Rafael. "O que é LED?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-led.htm. Acesso em 26 de agosto de 2021. [2] HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J.. Fundamentos de Física 3 - Eletromagnetismo, 9a ed., LTC. 2013.
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