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ASPECTOS GERAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Características dos Resíduos Prof. DSc. André G. C. Ribeiro Físicas Químicas Biológicas CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Geração per capita; Composição gravimétrica; Peso específico aparente; Umidade; Compressividade Poder calorífico; Potencial hidrogeniônico (pH); Composição química; Relação carbono/nitrogênio (C:N). 2 Prof. André G. C. Ribeiro População microbiana 2 Características Físicas 3 Prof. André G. C. Ribeiro 3 GERAÇÃO PER CAPITA 4 Faixa populacional Resíduos domiciliares + resíduos de limpeza urbana Resíduos domiciliares kg hab-1 d-1 < 30.000 0,75 0,54 30.001 a 100.000 0,75 0,55 100.001 a 250.000 0,79 0,60 250.001 a 1.000.000 0,90 0,71 1.000.001 a 3.000.001 1,01 0,76 > 3.000.001 1,26 0,87 Média 0,98 0,75 Massa de resíduos coletada per capita em relação à população urbana, segundo porte dos municípios. Fonte: SNIS (2010). Prof. André G. C. Ribeiro Importância: Fundamental para projetar as quantidades de resíduos a coletar e a dispor. Importante no dimensionamento de veículos. Elemento básico para a determinação da taxa de coleta, bem como para o correto dimensionamento de todas as unidades que compõem o Sistema de Limpeza Urbana. 4 COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA Traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de "lixo" analisada. A escolha dos componentes da composição gravimétrica é função direta do tipo de estudo que se pretende realizar e deve ser cuidadosamente feita para não acarretar distorções. Importância: Indica a possibilidade de aproveitamento das frações recicláveis para comercialização e da matéria orgânica para a produção de composto orgânico. Quando realizada por regiões da cidade, ajuda a se efetuar um cálculo mais justo da tarifa de coleta e destinação final. 5 Prof. André G. C. Ribeiro 5 COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA Composição Gravimétrica dos RSU no Brasil 6 Prof. André G. C. Ribeiro 6 PESO ESPECÍFICO APARENTE É o peso do resíduo solto em função do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m³. Na ausência de dados mais precisos utiliza-se os seguintes valores: 230 kg/m3 para o resíduo domiciliar; 250 kg/m³ para os resíduos sólidos urbanos; 280 kg/m3 para o os resíduos de serviços de saúde; 1.300 kg/m3 para o entulho de obras. Importância: Fundamental para o correto dimensionamento de equipamentos e instalações e da frota de coleta, assim como de contêineres e caçambas estacionárias. 7 Prof. André G. C. Ribeiro 7 UMIDADE Representa a quantidade de água presente nos resíduos, medida em percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações do ano e da incidência de chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno de 40 a 60%. Importância: Afeta diretamente a velocidade de decomposição da matéria orgânica no processo de compostagem. Influencia diretamente o poder calorífico e o peso específico aparente do resíduo, concorrendo de forma indireta para o correto dimensionamento de incineradores e usinas de compostagem. Influencia diretamente no cálculo da produção de chorume e no correto dimensionamento do sistema de coleta de percolados. 8 Prof. André G. C. Ribeiro 8 COMPRESSIVIDADE É o grau de compactação ou a redução do volume que uma massa de resíduos pode sofrer quando compactada. Submetido a uma pressão de 4 kg/cm², o volume do "lixo" pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original. Analogamente à compressão, a massa de "lixo" tende a se expandir quando é extinta a pressão que a compacta, sem, no entanto, voltar ao volume anterior. Esse fenômeno chama-se empolação e deve ser considerado nas operações de aterros sanitários. Importância: Fundamental para o dimensionamento de veículos coletores, estações de transferência com compactação e caçambas compactadoras estacionárias. 9 Prof. André G. C. Ribeiro 9 Características Químicas 10 Prof. André G. C. Ribeiro 10 PODER CALORÍFICO Indica a capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima, ou seja, é a quantidade de energia em calorias produzida pela combustão de 1 kg de material. O poder calorífico médio do resíduo domiciliar se situa na faixa de 2.000 a 5.000 kcal/kg. Importância: Influencia o dimensionamento das instalações de todos os processos de tratamento térmico (incineração, pirólise e outros). 11 Prof. André G. C. Ribeiro 11 PODER CALORÍFICO Poder calorífico de alguns resíduos sólidos. 12 Material Poder calorífico (kcal kg-1) Bagaço de cana (50% de umidade) 1.800 (a) Casca de eucalipto 3.750 (a) Carvão vegetal 7.500 (a) Álcool 5.500 (a) Casca de arroz 3.300 (a) Casca de coco 4.000 (a) Casca de soja 3.300 (a) Casca de algodão 3.000 (a) Madeira de pinho (seca ao ar) 3.500 (a) Papel 4.200 (a) Borracha 4.000 (a) RSU (25% de umidade) 3.600 (b) RSU 2.431 (c) Fonte: (a) Aalborg (2011); (b) Cançado et al. (2007); (c) Paro et al. (2008). Prof. André G. C. Ribeiro 12 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH) Com a degradação da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos há produção de ácidos orgânicos que reduzem o valor do pH do meio, logo o potencial hidrogeniônico indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em geral, situa-se na faixa de 5 a 7. Importância: Indica o grau de corrosividade dos resíduos coletados, servindo para estabelecer o tipo de proteção contra a corrosão a ser usado em veículos, equipamentos, contêineres e caçambas metálicas. 13 Prof. André G. C. Ribeiro 13 COMPOSIÇÃO QUÍMICA Consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras. Importância: Ajuda a indicar a forma mais adequada de tratamento para os resíduos coletados. 14 Prof. André G. C. Ribeiro 14 RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO (C:N) A relação carbono/nitrogênio indica o grau de decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos durante os processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se na ordem de 35/1 a 20/1. Importância: Fundamental para se estabelecer a qualidade do composto produzido no processo de compostagem. 15 Prof. André G. C. Ribeiro 15 Características biológicas 16 Prof. André G. C. Ribeiro 16 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS São aquelas determinadas pela população microbiana entre os quais os agentes patogênicos presentes nos resíduos que, ao lado das suas características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento e disposição final mais adequados. Importância: Fundamentais na fabricação de inibidores de cheiro e de aceleradores e retardadores da decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos, normalmente aplicados no interior de veículos de coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos veículos. Desenvolvimento de processos de destinação final e de recuperação de áreas degradadas com base nas características biológicas dos resíduos. 17 Prof. André G. C. Ribeiro 17 18 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Características Importância Geração per capita Projetar as quantidades de resíduos a coletar e a dispor, bem como as etapas envolvidas no processo (usinas, aterros, veículos, etc.). Composição gravimétrica Aproveitamento das frações recicláveis para comercialização e da matéria orgânica para a produção de composto. Peso específico aparente Dimensionamento da frota de coleta. Teor de umidade Velocidade de decomposição da matéria orgânica no processo de compostagem, influencia o poder calorífico e o peso específico dos resíduos e para quantificação da produção de chorume. Compressividade Dimensionamento de veículos coletores e fundamental para projetos de aterros. Poder calorífico Dimensionamento e capacidade de aproveitamento por processos de tratamento térmico (incineração). pH Proteção contra a corrosão a ser usado em veículos,equipamentos, contêineres e caçambas metálicas. Composição química Ajuda a indicar a forma mais adequada de tratamento para os resíduos coletados. Relação C:N Estabelece a qualidade do composto produzido no processo de compostagem Características biológicas Inibidores de cheiro e de aceleradores e retardadores da decomposição da matéria orgânica presente no resíduo. Formas de tratamento e disposição final. RESUMO Prof. André G. C. Ribeiro 18 19 Fatores Influência Climáticos Chuvas Aumento do teor de umidade. Outono Aumento do teor de folhas. Verão Aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticos rígidos). Épocas especiais Carnaval Aumento do teor de embalagens de bebidas (latas, vidros e plásticos rígidos). Natal/Ano Novo/ Páscoa Aumento de embalagens (papel/papelão, plásticos maleáveis e metais) e aumento de matéria orgânica. Dia dos Pais/Mães Aumento de embalagens (papel/papelão e plásticos maleáveis e metais) e aumento de matéria orgânica. Férias escolares Esvaziamento de áreas da cidade em locais não turísticos e aumento populacional em locais turísticos. Demográficos População urbana Quanto maior a população urbana, maior a geração per capita. Socioeconômicos Nível cultural Quanto maior o nível cultural, maior a incidência de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica. Nível educacional Quanto maior o nível educacional, menor a incidência de matéria orgânica. Poder aquisitivo Quanto maior o poder aquisitivo, maior a incidência de materiais recicláveis e menor a incidência de matéria orgânica. Desenvolvimento tecnológico Introdução de materiais cada vez mais leves, reduzindo o valor do peso específico aparente dos resíduos. Lançamento de novos produtos Aumento de embalagens. Promoções de lojas comerciais Aumento de embalagens. Campanhas ambientais Redução de materiais não-biodegradáveis (plásticos) e aumento de materiais recicláveis e, ou, biodegradáveis (papéis, metais e vidros). FATORES QUE INFLUENCIAM AS CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Prof. André G. C. Ribeiro 19