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PET 4 - 1º ANO - BIO

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48
PLANO DE ESTUDO TUTORADO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
SEMANAS 1 E 2
EIXO TEMÁTICO: 
Biodiversidade.
TEMA(S)/TÓPICO(S):
- História da vida na Terra.
- Origem da Vida.
HABILIDADES: 
- Identificar diferentes explicações sobre a origem dos seres vivos, confrontando concepções religiosas, 
mitológicas e científicas, elaboradas em diferentes momentos.
- Analisar experiências e argumentos utilizados por cientistas como F. Redi (1626-1697), L. Pasteur (1822-1895) 
para derrubar a teoria da geração espontânea.
- Avaliar as ideias de Oparin sobre a origem da vida na Terra.
- Associar o surgimento da vida como um processo lento e relacionado às condições físico-químicas da Terra 
há bilhões de anos.
TEMA: Origem da vida
A construção do conhecimento científico depende do contexto histórico e o quanto se é possível avan-
çar com essa construção. Dois grandes fatores limitantes para a construção do conhecimento são: cul-
tura e tecnologia (falta ou inadequação). Essas limitações resultam em observações limitadas, métodos 
de estudo limitados o que levam a conclusões precipitadas ou equivocadas. Assim, desde a antiguidade 
até o século XVII, predominava a ideia de que os seres vivos pudessem surgir de matéria sem vida, ou 
seja, predominada a ideia da ABIOGÊNESE, também conhecida como a teoria da geração espontânea. 
Essa teoria dizia, por exemplo, que uma pedra poderia, eventualmente, com uma determinada força 
vital (princípio ativo da vida) se transformar em um sapo. Hoje, sabemos que essa é uma ideia absurda! 
Porém, por muitos anos filósofos / cientistas procuraram provar essa ideia.
COMPONENTE CURRICULAR: BIOLOGIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO – EM
PET VOLUME: 04/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA:
BIMESTRE: 4º
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA:
TURNO:
TOTAL DE SEMANAS: 
NÚMERO DE AULAS POR MÊS: 
49
Aristóteles foi o filósofo grego que viveu entre 384 e 322 
antes de Cristo a propor a ideia da abiogênese. Apoia-
do pela igreja católica, essa ideia perdurou por séculos. 
Jan Baptist van Helmont (1580 – 1644) realizou um ex-
perimento muito simples – figura 1 – que teve como ob-
jetivo sustentar a teoria da abiogênese. O experimento 
consistiu em colocar dentro de uma caixa roupas sujas, 
suadas (o suor trazia o princípio ativo da vida, segundo 
ele), e gérmen de trigo. Ele aguardou por 21 dias e ob-
servou ao final que surgiram ratos. A conclusão de van 
Helmont foi que os ratos surgiram a partir da matéria 
inanimada presente dentro da caixa, ou seja, sustentou 
a teoria da abiogênese. Observe, caro aluno, que esse 
experimento não apresentava nenhum rigor científico, 
ou seja, era cheio de falhas.
Figura 1 – Experimento realizado por van Helmont que 
sustentou a abiogênese. Disponível em: <https://encryp-
ted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTweemM-
gRyn93ocwji58MKx9sVOfSKU4CmZIA&usqp=CAU>. 
Acesso em: 06 ago. 2021.
O considerado primeiro pesquisador a questionar a teoria da abiogênese foi Francesco Redi (1626 – 
1698). Ele realizou um experimento – figura 2 – que consistiu em colocar em frascos de vidro pedaços de 
carne. Um dos fracos ele tampou hermeticamente; no outro, ele colocou uma gaze para fechar a aber-
tura; em um terceiro frasco, ele deixou aberto. Após alguns dias, observou larvas de moscas no frasco 
mantido aberto; moscas voando em torno do frasco fechado com gaze; e não observou moscas próxi-
mas ao frasco hermeticamente fechado. A conclusão foi que as larvas de moscas só surgiram porque 
moscas adultas haviam colocado seus ovos na carne, assim, a vida surge de outra vida pré-existente: 
surge a BIOGÊNESE. 
 
Figura 2 – Experimento realizado por Francesco Redi que sustentou a biogênese. Disponível em: <https://image.slidesharecdn.com/
biologia-130913105415-phpapp02/95/biologia-6-638.jpg?cb=1379069958>. Acesso em 28/09/2021.
Os cientistas da época acreditaram nas conclusões de Redi, porém, entrou nessa cena história Anton 
van Leeuwenhoek (1632 – 1723), cientista e comerciante de tecidos holandês que conseguiu desen-
volver um instrumento capaz de abrir os olhos dos cientistas para um mundo até então desconhecido: 
o mundo dos microrganismos. E o instrumento em questão foi o primeiro microscópio. O descobri-
mento de microrganismos levantou a ideia de que eles, sim, poderiam surgir por meio da abiogênese. 
Até então, com relação à vida macroscópica, incluindo os “vermes” de Redi, a teoria da biogênese era 
a mais aceita. 
O debate sobre a teoria da abiogênese X biogênese para explicar o surgimento dos microrganismos se 
manteve até, mais ou menos, a metade do século XVIII, quando John Needham (1713 – 1781) e Lazaro 
Spalanzani (1729 – 1799) realizaram e defenderam experimentos muito semelhantes, mas com conclu-
sões opostas. 
50
Needham colocou em vários frascos caldos nutri-
tivos. Esses frascos foram aquecidos e deixados 
ao ar durante alguns dias. Ele observou o surgi-
mento de microrganismos nesses caldos e con-
cluiu que esses seres vivos surgiram por geração 
espontânea – sustentando a teoria da abiogêne-
se. Spalanzani repetiu os experimentos de Nee-
dham, mas, uma parte dos frascos foi tampada 
hermeticamente e os caldos foram fervidos por 
muito mais tempo. Ele só observou o surgimento 
de microrganismos nos caldos dos frascos aber-
tos, assim, sustentou a teoria da biogênese. No 
debate, Needham afirmou que Spalanzani, ao fer-
ver muito o caldo nos frascos, retirou o princípio 
ativo da vida, a força vital. Essa polêmica foi man-
tida por, mais ou menos, um século! Veja na figura 
3 a seguir as ilustrações e comparações entre os 
experimentos de Needham e Spalanzani. 
Figura 3 – Experimentos de Needham e Spalanzani. Disponível 
em: https://www.proenem.com.br/enem/biologia/evidencias-
da-evolucao/. Acesso em: 06 ago. 2021.
O debate sobre a origem da vida entre as teorias da biogênese e abiogênese, finalmente terminou com 
o cientista francês Louis Pasteur (1822 – 1895) que, em 1862, realizou experimentos destinados da 
derrubar a abiogênese, terminar com a ideia de que a vida surge por geração espontânea – figura 4. 
Pasteur colocou em frascos, com formato de balão, líquidos nutritivos em contato com o ar. Usando 
uma chama, ele alongou os pescoços dos balões, de modo a que fizessem várias curvas. Ferveu os 
líquidos até que o vapor saísse livremente das extremidades estreitas dos balões. Gotinhas de água 
condensadas se formaram no interior do gargalo alongado, o que acabou impedindo que microrganis-
mos do ar invadissem os caldos nutritivos. Ele verificou que, após o resfriamento dos líquidos, estes 
permaneciam inalterados, tanto em odor como em sabor e não se apresentavam contaminados por 
microrganismos. Para eliminar o argumento de Needham, quebrou alguns pescoços de balões, verifi-
cando que imediatamente proliferação de microrganismos dentro dos frascos. Assim, concluiu que os 
microrganismos eram transportados pelo ar, derrubando, definitivamente, a teoria da abiogênese e 
sustentando que os microrganismos só surgem a partir de outros pré-existentes, ou seja, sustentou 
a teoria da BIOGÊNESE. 
Figura 4 – Experimentos de Louis Pasteur. Disponível em: https://www.infoescola.com/evolucao/abiogenese-biogenese/. 
Acesso em: 06 ago. 2021.
51
Síntese - histórico desenvolvimento das teorias da biogênese e abiogênese
Filósofo / 
Cientista Teoria defendida Quando? Experimento / Conclusão
Aristóteles 
(384 – 322 a.C.)
1º a propor a 
abiogênese
Entre 384 e 322 
a.C. Abiogênese
Jan Baptist van 
Helmont 
(1644 – 1580)
Abiogênese Século XVII
Roupa suja e gérmen de trigo – 
surgimento de ratos. 
Abiogênese
Francesco Redi 
(1626 – 1698) Biogênese Século XVII
Frascos com carne – surgimento de 
“larvas” na carne com frasco aberto.
Biogênese
John Needham 
(1713 – 1781) Abiogênese Século XVIII
Caldo nutritivo aquecido – surgimento 
de microrganismos.
Abiogênese
Lazaro Spalanzani 
(1729 – 1799) Biogênese Século XVIII
Caldo nutritivo fervido – permanece 
estéril.
Biogênese
Louis Pasteur 
(1822 – 1895) Biogênese SéculoXIX
Caldo nutritivo fervido em frascos com 
pescoço curvado – permanece estéril.
Biogênese
Até então, caro aluno, tenho falado sobre a origem dos seres vivos, quando a vida já existia na Terra. 
E quanto a origem do primeiro ser vivo? O primeiro dos primeiros? Existem algumas hipóteses / 
teorias que tentam explicar a origem do primeiro dos primeiros seres vivos, são elas: criacionismo, 
panspermia e a evolução química.
O criacionismo é a forma como as religiões tradicionais explicam que, segundo essa hipótese, a origem 
da vida se deu através da criação de toda ela por um ser divino, como por exemplo, Deus (do cristia-
nismo). O pensamento criacionista defende, além disso, que as espécies criadas permanecem fixas, ou 
seja, não sofrem evolução, portanto, da maneira como o homem e os animais foram criados pelos seres 
divinos, assim eles permanecem. 
Em contrapondo à teoria do criacionismo a ciência e os cientistas defendem outras hipóteses / teo-
rias para a origem dos primeiros seres vivos: panspermia e a evolução química, também conhecida 
como hipótese de Oparin-Haldane.
A panspermia é uma hipótese antiga na história da ciência que defende que o universo está repleto de 
vida e que essas formas de vida podem ter chegado à Terra viajando para cá junto com asteroides ou 
meteoros que atingiram há milhões de anos a superfície do nosso planeta. Essa hipótese ainda não foi 
comprovada, mas segue em investigação por astrônomos e outros cientistas ao redor do planeta.
Já a evolução química, também conhecida como hipótese de Oparin-Haldane, proposta entre 1920 e 
1930, defende que a Terra primitiva (bilhões de anos atrás) apresentou condições ambientais e com-
postos inorgânicos necessários par que pudessem ser formadas moléculas orgânicas. 
52
A Terra primitiva apresentava altas temperaturas, 
descargas elétricas frequentes, ausência de gás 
oxigênio e gás ozônio, alta incidência de radiação 
ultravioleta, quedas frequentes de meteoros e ati-
vidade vulcânica intensa. A atmosfera primitiva 
era composta por água no estado de vapor, gás hi-
drogênio, gás metano e gás amônia. Os compostos 
na atmosfera primitiva, submetidos às condições 
representadas por tempestades constantes e al-
tas temperaturas, segundo a hipótese de Oparin 
e Haldane, se combinaram formando os primeiros 
compostos orgânicos – figura 5. Essa formação 
deve ter ocorrido em ambientes aquosos, forman-
do os coacervados e os laboratórios de criação 
dessas moléculas devem ter sido os oceanos pri-
mitivos. Assim, esses oceanos formaram verda-
deiras sopas orgânicas, condição necessária para 
a formação das primeiras células. 
Figura 5 – Hipótese de Oparin-Haldane. Disponível em: http://
aprendendoevolucao.blogspot.com/2013/10/evolucao-
quimica-gradual.html. Acesso em: 06 Ago. 2021.
A hipótese de Oparin-Haldane só foi testada no início de 1950, quando foram realizados experimentos 
por Stanley Miller (1930 – 2007) e Harold Clayton Urey (1893 – 1981). O experimento conhecido como expe-
rimento de Miller-Urey – figura 6 – consistiu em simular as condições da Terra primitiva postuladas por 
Oparin e Haldane. Para isso, foi criado um sistema fechado, sem oxigênio gasoso, onde foram inseridos 
os principais gases que estariam presentes na atmosfera primitiva - tais como hidrogênio, amônia, me-
tano, além de vapor d’água. Através de descargas elétricas, e ciclos de aquecimento e condensação de 
água, eles obtiveram, após algum tempo, diversas moléculas orgânicas (aminoácidos). Assim, Miller e 
Urey conseguiram demonstrar que seria possível aparecerem moléculas orgânicas através de rea-
ções químicas na atmosfera utilizando compostos que poderiam estar nela presentes. Estas molécu-
las orgânicas são indispensáveis para o surgimento da vida.
Figura 6 – Experimento de Miller-Urey. Disponível em https://www.indagacao.com.br/2018/06/puc-sp-na-figura-abaixo-temos-
representado-um-aparelho-projetado-por-stanley-miller.html. Acesso em: 06 Ago. 2021.
PARA SABER MAIS:
- Assista ao vídeo: Experimento de Francesco Redi: Disponível em: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=yYOgxWGII30>. Acesso em: 06 ago. 2021. 
53
ATIVIDADES
1 - Diferencie as teorias da abiogênese e da biogênese.
2 - Explique no que consiste o experimento de Miller e de Urey.
3 - (UAM) Em 1668, Francisco Redi colocou, dentro de recipientes, substâncias orgânicas em 
decomposição. Alguns dos recipientes foram cobertos com gaze e outros deixados descobertos. 
Demonstrou que das larvas de carne podre se desenvolveram ovos de moscas e não da 
transformação da carne. Os resultados desse experimento fortaleceram a teoria sobre a origem 
da vida denominada de:
a) abiogênese.
b) hipótese heterotrófica.
c) biogênese.
d) hipótese autotrófica.
e) geração espontânea.
54
4 - (UPE) A teoria da abiogênese foi contestada por diversos cientistas, que, por meio de experimentos, 
validaram a teoria da biogênese, em que um ser vivo se origina, apenas, de outro ser vivo. Relacione o 
cientista ao seu experimento, assinalando o número nos parênteses correspondentes:
I. Jan Baptist van Helmont.
II. Francesco Redi.
III. John T. Needham.
IV. Lazaro Spalanzani.
V. Louis Pasteur.
( ) Surgimento de microrganismos – distribuiu caldo nutritivo em balões de vidro “pescoço de cisne”, 
submetendo-os à fervura e à esterilização. Após alguns dias, o caldo nutritivo estava livre de micró-
bios, mas, se o gargalo é quebrado, surgem microrganismos no caldo.
( ) Surgimento de microrganismos – distribuiu caldo nutritivo fervido por 30 minutos, em diversos fras-
cos, e os vedou com rolhas de cortiça. Após alguns dias, os caldos estavam cheios de micróbios.
( ) Aparecimento de vermes – depositou animais mortos em dois frascos de boca larga: um tampado 
com gaze e outro aberto. No frasco vedado, não surgiram vermes.
( ) Surgimento de microrganismos – distribuiu caldo nutritivo em balões de vidro, fechando-os herme-
ticamente e submetendo-os à fervura por 1 hora. Após alguns dias, ao se abrirem os frascos e se 
observar o caldo ao microscópio, não havia microrganismos.
( ) Produção de ratos – colocou camisa suja misturada com grãos de trigo em local sossegado e pouco 
iluminado. Em 21 dias, surgiram ratos.
5 - (CFT-CE) Dentre as teorias desenvolvidas para explicar a origem da vida, a teoria da abiogênese 
constituiu-se num verdadeiro entrave para o progresso da Biologia. São informações corretas sobre 
essa teoria:
a) Foi proposta por Pasteur e defendia que um ser vivo só pode se originar de outro ser vivo.
b) Foi amplamente divulgada por Aristóteles e defendia a possibilidade de os seres vivos surgi-
rem espontaneamente de matéria sem vida.
c) Foi defendida por Redi e Spalanzani, que provaram a sua veracidade por meio de experiências 
bem-sucedidas.
d) Foi contestada por Needham e Joblot por meio dos famosos caldos nutritivos preparados à 
base de carne.
e) Teve em Pasteur um grande defensor.
55
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO: 
Biodiversidade.
TEMA(S)/TÓPICO(S):
- Evidências e explicações sobre evolução dos seres vivos.
- Comparar as explicações utilizadas por Darwin e por Lamarck sobre as transformações dos seres vivos.
- Reconhecer que os seres vivos se transformam ao longo do tempo evolutivo.
HABILIDADE(S): 
- Identificar as semelhanças e diferenças entre as teorias evolucionistas.
- Identificar que a diversidade da vida e das paisagens da Terra mudou ao longo do tempo.
- Elaborar explicações sobre a evolução dos seres vivos a partir de evidências, tais como registros fósseis e 
características anatômicas, fisiológicas e embriológicas.
TEMA: Teorias evolucionistas
Por muitos séculos as ideias do criacionismo e fixismo predominavam. A partir do século XIX novas 
ideias foram surgindo, incluindo a de que as espécies poderiam sofrer transformações e ser substituí-
das lentamente uma pela outra, em função da adaptação em ambientes diversos. Tais ideias em opo-
sição ao criacionismo e fixismo originaram o evolucionismo. A evolução demonstra que as espécies 
habitantes do planetaTerra não foram criadas de forma independente, mas descendem umas das 
outras; partem de uma espécie ancestral que, ao longo dos anos, foi sofrendo transformações até dar 
origem às espécies conhecidas atualmente. 
Os principais evolucionistas da história da ciência foram 
Jean Baptiste Lamarck (1744 – 1829) e Charles Darwin (1809 
– 1882). A partir de agora, vamos compreender as ideias de 
cada um dos evolucionistas: os principais pontos similares 
e divergentes entre cada uma delas. Para começar, gosta-
ria, caro aluno, que você analisasse a imagem ao lado: que 
mostra uma girafa de pescoço curto e uma girafa de pes-
coço longo – figura 1. A questão que eu gostaria que vocês 
pensassem é a seguinte: Como Darwin e Lamarck explicam 
a existência apenas de girafas de pescoço longo, atual-
mente? Embora ambos apresentassem ideias transformis-
tas (em oposição ao fixismo) e evolucionistas, gostaria logo 
de adiantar: são explicações diferentes...
Figura 1 – Girafas. Disponível em: https://redes.
moderna.com.br/2011/08/01/lamarck-e-a-busca-
da-especie-perfeita/ Acesso em: 06 Ago. 2021
As ideias lamarckistas (propostas por Lamarck) defendiam alguns pontos, a saber: (1) os seres mais 
simples sempre evoluem de modo a se tornarem mais complexos, nunca ao contrário; (2) lei do uso e 
do desuso: as estruturas mais importantes para a sobrevivência eram bem desenvolvidas, enquanto as 
menos importantes e menos utilizadas ficam atrofiadas; (3) herança dos caracteres adquiridos: mo-
dificações ambientais causam necessidade de modificações morfológicas (anatômicas, por exemplo), 
fisiológicas (do funcionamento) e comportamentais das espécies. Essas modificações são herdadas 
pelas gerações seguintes. Partindo desses pressupostos do lamarckismo, caro aluno, como você expli-
caria o longo pescoço das girafas atuais? Calma, já te ajudo com essa resposta. Vamos compreender, 
primeiro, as ideias darwinistas.
56
As ideias darwinistas (propostas por Darwin) foram concebidas, principalmente, quando Charles Dar-
win realizou uma longa viagem a bordo do navio HMS Beagle entre 1831 e 1836. Ao longo dessa viagem, 
Darwin visitou diversos lugares no mundo, realizando observações, coletando amostras de espécies, 
fósseis, dentre outras atribuições. Sua parada nas Ilhas de Galápagos foi uma das mais importantes, 
pois lá, ele observou que diferentes espécies de aves viviam nas diversas ilhas do arquipélago e apre-
sentavam adaptações muito diferentes relacionadas ao modo como elas se alimentavam. A principal 
conclusão de Darwin foi a seguinte: não são os mais fortes que sobrevivem, são os que possuem maior 
capacidade de adaptação. Além disso, segundo Darwin, a diversidade biológica é o resultado de um 
processo de descendência com modificações, em que os organismos se adaptam gradualmente pela 
seleção natural. 
A seleção natural, é uma da mais importantes conclusão de Darwin. Mas, o que e como ocorre a seleção 
natural? Em primeiro lugar, é preciso entender que os indivíduos de uma mesma espécie são diferentes 
entre si e que os indivíduos que apresentam características mais adaptadas, tendem a sobreviver e se 
reproduzir, assim, seus descendentes tendem a ser mais adaptados também. Darwin defendeu que o 
predatismo e a competição são importantes fatores de seleção natural e que, variedades menos adap-
tadas tendem a ser eliminadas progressivamente. 
Vamos pensar sobre isso em termos práticos? Imagine 
um camaleão – figura 2. Ele se alimenta de pequenos in-
setos que vivem sobre folhas das árvores. Os insetos que 
apresentam cores nas suas carapaças mais semelhantes 
às folhas das árvores, são menos visualizados pelo cama-
leão, ou seja, conseguem se camuflar. Aqueles indivíduos 
que não se camuflam tão bem serão predados, assim, eli-
minados do ambiente – nesse exemplo, a predação é o fa-
tor de seleção natural.
Figura 2 – Camaleão e insetos. Disponível em: 
http://virginiasamor.blogspot.com/2020/08/tipos-
de-selecao-naural.html. Acesso em: 06 ago. 2021
Diante do que foi explicado sobre o lamarckismo e evolucionismo, volto à questão sobre as girafas: 
como Darwin e Lamarck explicam a existência apenas de girafas de pescoço longo, atualmente? 
• Lamarck diria: as girafas, por necessidade, alongaram seus pescoços para que pudessem alcan-
çar as folhas mais altas das árvores. 
• Já Darwin, diria: existiam dois tipos de girafas, as de pescoço longo e as de pescoço curto. As de 
pescoço curto não conseguiram se alimentar direito, por isso, não sobreviveram. As de pescoço 
longo conseguem se alimentar direito, por isso se adaptaram melhor. 
Darwin elaborou e publicou suas teorias numa época em que os conhecimentos sobre genética não 
estavam bem estabelecidos. Entre 1930 e 1940 houve grande avanço desses conhecimentos, surgindo 
o neodarwinismo, conhecido também como teoria sintética da evolução. A recombinação gênica e a 
mutação aumentam a variabilidade genética dos organismos, assim, aumenta as possibilidades de 
variação dentro das espécies, assim, o poder adaptativo. 
PARA SABER MAIS:
- Assista ao vídeo: Seleção Natural (ative as legendas). Disponível em: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=7VM9YxmULuo>. Acesso em: 06 ago. 2021.
- Realize a simulação sobre Seleção Natural. Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simula-
tion/natural-selection>. Acesso em: 06 ago. 2021.
57
ATIVIDADES
1 - (ENEM) Os anfíbios são animais que apresentam dependência de um ambiente úmido ou aquático. 
Nos anfíbios, a pele é importante para a maioria das atividades vitais, apresentando glândulas de 
muco para conservar-se úmida, de modo a favorecer as trocas gasosas, podendo apresentar também 
glândulas de veneno contra microrganismos e predadores. Segundo a teoria evolutiva de Darwin, essas 
características dos anfíbios representam a:
a) lei do uso e desuso.
b) atrofia do pulmão devido ao uso contínuo da pele.
c) transmissão de caracteres adquiridos aos descendentes.
d) futura extinção desses organismos, pois estão mal-adaptados.
e) seleção de adaptações em função do meio ambiente em que vivem.
2 - Olhos poucos desenvolvidos e ausência de pigmentação externa são algumas das características 
comuns a diversos organismos que habitam exclusivamente cavernas. Entre esses organismos, 
encontram-se espécies de peixes, anfíbios, crustáceos, aracnídeos, insetos e anelídeos. Como a teoria 
de Lamarck explicaria a presença de olhos poucos desenvolvidos em espécies que habitam cavernas?
3 - Nos últimos 100 anos, cientistas formularam diversas teorias para explicar porque o ser humano, ao 
contrário dos outros grandes primatas, tornou-se bípede em determinada fase de sua evolução. Uma 
pesquisa divulgada recentemente apresenta novos subsídios para explicar as origens do bipedismo. 
No entanto, cientistas de três universidades americanas mostram que um fato determinante para que 
o ser humano tenha passado a andar apenas com os pés foi a necessidade de gastar menos energia, 
dessa forma, tornando-se mais adaptado no meio ambiente em que vive. Identifique qual linha de 
pensamento o texto anterior segue.
58
4 - (PUC-PR) Examine as duas frases abaixo:
I. De tanto esticar o pescoço para comer as folhas das árvores, as girafas foram ficando com o pescoço 
mais longo.
II. Entre as girafas podemos notar uma variabilidade no tamanho do pescoço, o que permite a atuação 
da seleção natural.
Pode-se considerar:
a) as duas frases como lamarckianas.
b) as duas frases como darwinianas.
c) a primeira frase como lamarckiana e a segunda como darwiniana.
d) a primeira frase como darwiniana e a segunda como lamarckiana.
e) ambas as frases como neodarwinianas.
5 - (UFRN) A restrição à venda de antibióticos no Brasil foi uma medida tomada em função do aparecimento 
de bactérias super-resistentes. Atualmente, com os avanços na área da genética e da biologia molecular, 
uma das explicações aceitas para o surgimento dessas bactérias é a ocorrência de mutações, a partir das 
quais haveria uma mudança aleatória em um determinado gene,e, dessa forma, as bactérias passariam 
a apresentar resistência ao antibiótico. No passado, sem o conhecimento da genética e da biologia 
molecular, Lamarck e Darwin elaboraram explicações para o surgimento de novas variedades de seres 
vivos. Nesse contexto, como pode ser explicado o surgimento de bactérias super-resistentes:
a) com base na teoria da evolução de Lamarck?
b) com base na teoria da evolução de Darwin?
59
SEMANAS 4 E 5
EIXO TEMÁTICO: 
Biodiversidade.
TEMA(S)/TÓPICO(S):
Teoria celular: a célula como unidade constitutiva dos seres vivos.
HABILIDADE(S): 
- Reconhecer que todos os seres vivos são constituídos de células.
- Identificar na estrutura de diferentes seres vivos a organização celular como característica fundamental de 
todas as formas vivas.
- Reconhecer que diferentes células exercem funções diversas.
TEMA: Teoria celular e citologia
Há algumas semanas, caro, estudante, no volume 3 do Plano de Estudos Tutorados você teve a oportu-
nidade de estudar as principais características dos seres vivos. Uma das características mais funda-
mentais é aquela que responde à questão: do que os seres vivos são formados? A resposta é bem óbvia, 
mesmo: todos os seres vivos são formados por células. As células são, portanto, as menores unidades 
morfológicas e funcionais dos seres vivos. Esse conceito de célula começou a ser construído no século 
XVII e foi definitivamente estabelecido no século XIX e o uso dos microscópios foi fundamental para se 
desvendar a estrutura das células.
Existem organismos unicelulares: formados pelas por uma única célula (como as bactérias); e organis-
mos pluricelulares: formados por muitas células (como os animais e nós, seres humanos). 
Em organismos pluricelulares as células, geralmente, se especializam em diversas funções e podem 
apresentar diferentes tempos de vida, podendo ser classificadas em: células lábeis (tempo curto de 
vida, como glóbulos vermelhos do nosso sangue); células estáveis (tempo médio de vida, como as cé-
lulas do nosso fígado); e células permanentes (tempo muito longo de vida, que não se renovam com 
facilidade ou não são renováveis, como os nossos neurônios – por isso precisamos cuidar deles direito). 
Há, ainda, classificação das células do nosso organismo, quanto à quantidade de núcleos existentes: 
anucleadas (células sem núcleo, como as nossas hemácias); mononucleadas (com um único núcleo, 
como células da nossa pele); e multinucleadas (células com mais de um núcleo, como as células de 
alguns tipos de músculos).
Diferentes seres vivos apresentam diferentes tipos de células – figura 1. As bactérias, por exemplo, 
apresentam célula do tipo procarionte: são células que não apresentam carioteca, uma membrana 
que ajuda na organização do núcleo, por isso o DNA (material genético) fica imerso no citoplasma. 
Os animais, fungos, vegetais e protistas apresentam célula eucarionte: são células que apresen-
tam carioteca, portanto, núcleo organizado, dentro do qual se encontra o DNA que comanda a fun-
ção celular.
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Figura 1 – Diferença entre as células procarionte e eucarionte. Disponível em: https://blog.biologiatotal.com.br/citologia-tudo-o-que-
voce-precisa-saber/ Acesso em: 09 Ago. 2021.
As células eucariontes, como pode ser observado na figura anterior, é mais complexa que as células 
procariontes. Por exemplo, as células eucariontes apresentam várias estruturas no citoplasma (que 
preenche a célula) que estão ausentes nas procariontes. Essas estruturas são chamadas de organelas. 
Quando são comparados organismos eucariontes de diferentes reinos, é possível observar diferenças 
interessantes entre suas células. Os animais, por exemplo, são organismos heterotróficos, ou seja, não 
são capazes de produzir seu próprio alimento, assim, eles não apresentam cloroplastos no citoplasma 
das suas células. Os cloroplastos são organelas presentes nas células dos vegetais e são responsá-
veis pela realização da fotossíntese. A fotossíntese é o processo pelo qual o organismo vegetal produz 
seu próprio alimento, por isso eles são chamados de organismos autotróficos. Além disso, as células 
vegetais apresentam parede celular composta por uma substância chamada celulose. A parede celular 
está ausente nas células dos animais. Os vacúolos também estão presentes em células dos vegetais e 
ausentes nas células animais. A parede celular é um reforço para a célula vegetal e auxilia na sua prote-
ção. Já o vacúolo pode armazenar substâncias diversas, como amido e água. A figura 2 a seguir mostra 
outras diferenças entre as células dos organismos animal e vegetal. 
Figura 2 – Célula animal X Célula vegetal. Disponível em: http://www.nuepe.ufpr.br/portal/?page_id=6460. Acesso em: 09 ago. 2021.
Quando eu era estudante, com uns 15 anos de idade, recém entrada no ensino médio, uma das mais 
emocionantes aulas de Biologia para mim, foi quando meu professor trouxe um pouco de água de uma 
lagoa para o laboratório da escola. Eu coloquei uma gota dessa água numa lâmina de microscópio e 
pude observar algo incrível: organismos unicelulares! Era inacreditável que aquele ser unicelular es-
tava ali vivo, realizando diversas funções, como se alimentado. E imaginar que cada pessoa é feita por 
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bilhões de células parecidas (não iguais) às que eu vi, foi incrível! Essa aula estimulou minha curiosidade 
sobre como cada uma das células do meu corpo pluricelular funciona. E é sobre isso que eu quero falar 
com você, estudante. O que fazem as diferentes organelas presentes no citoplasma das nossas cé-
lulas, ou seja, quais são as funções que cada uma delas desempenha e que mantem as células vivas? 
Convido você para um passeio imaginário pelo interior de uma célula animal. 
Para começar o passeio, precisamos passar pela membrana plasmática. A membrana plasmática de-
limita o espaço intercelular e mantém a célula estável. Ela apresenta uma bicamada de fosfolipídios 
com proteínas formando um mosaico fluido (ou seja, as moléculas podem se deslocar no plano paralelo 
da membrana). Além disso, a membrana apresenta permeabilidade seletiva, isso significa que ela es-
colhe as substâncias que entram e saem da célula. Após atravessar a membrana plasmática, mergu-
lharemos num material gelatinoso chamado de citoplasma.
O citoplasma envolve as estruturas internas das células. Lá é que encontramos uma série de organe-
las (pequenos órgãos) que funcionam de maneira integrada, mantendo a célula viva. As organelas são 
sustentadas no citoplasma com ajuda do citoesqueleto – fibras de proteínas. Nadando pelo citoplas-
ma, encontraremos os ribossomos, são organelas presentes tanto em células eucariontes, quanto nas 
procariontes. Os ribossomos são fundamentais para a produção de proteínas, o que é extremamente 
importante para as células. As proteínas são produzidas a partir de instruções presentes no material 
genético das células (o DNA). Os ribossomos podem estar livres no citoplasma ou podem estar gruda-
dos à uma outra organela chamada de retículo endoplasmático rugoso. 
Já que eu comentei sobre material genético, vamos dar um pulo rápido para compreendermos a função 
do núcleo. O núcleo das células eucariontes é delimitado por uma membrana chamada de carioteca. 
A carioteca tem a composição semelhante à da membrana da plasmática e apresenta poros para que o 
interior do núcleo possa se comunicar com o citoplasma. O núcleo abriga o DNA, o material genético, 
que carrega instruções que determinam o funcionamento das células, além de ajudar a definir nossas 
características. Existem vários processos que precisam acontecer até que as instruções sejam lidas e 
colocadas em prática, mas, você já sabe, que envolve a função dos ribossomos – que produzem proteí-
nas. Dentro do núcleo há uma região chamada de nucléolo, onde os ribossomos são produzidos. 
Grudado à membrana do núcleo, na sua face externa, dentro do citoplasma, você pode encontrar o re-
tículo endoplasmático rugoso, que é uma rede de canais que transportam proteínas produzidas pelos 
ribossomosanexados a ele. Existe um outro tipo de retículo – o retículo endoplasmático liso – que não 
tem ribossomos grudados e realiza transporte de outras substâncias pelo citoplasma, e, em alguns 
casos, produzem colesterol ou auxiliam na desintoxicação das células, por isso as células do nosso 
fígado apresentam um monte dessas organelas. 
Vamos seguir em frente pelo nosso tour citoplasmático, visitando o complexo golgiense. Essa organela 
funciona como os correios – empacota substâncias que podem, ou não, ser exportadas da células. 
Quando não são exportadas, podem compor uma outra organela chamada de lisossomos, responsáveis 
pela digestão intracelular. Exemplos de substâncias que podem ser exportadas: enzimas que fazem a 
digestão do amido na nossa boca. Existem células nas glândulas salivares (dentro das nossas boche-
chas e embaixo da nossa língua) responsáveis por produzir saliva. Na saliva existe uma enzima, uma 
espécie de tesoura, responsável por picotar o amido em moléculas menores que serão absorvidas mais 
tarde em outro local. Fato é que as células das glândulas salivares possuem um monte de complexo 
golgiense responsável por empacotar essas enzimas para que possam ser secretadas pelas células.
Uma pergunta que você pode estar se fazendo nesse momento é: mas o que mantém tudo isso funcio-
nando? Existe uma organela responsável por gerar energia para as funções de toda a célula: a mito-
côndria! Funciona como uma usina que realiza a respiração celular e produz ATP (moeda de energia) a 
partir da glicose (que obtemos por meio da alimentação) e gás oxigênio. 
Lembra que falei que existem diferenças entre células animais e vegetais? Se estivermos mergulhados 
no citoplasma das células vegetais, ainda encontraríamos o cloroplasto e o vacúolo central, cujas fun-
ções já foram descritas anteriormente. Quero convidar você, querido(a) estudante, para completar o 
quadro a seguir:
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SÍNTESE DA FUNÇÃO DAS ESTRUTURAS DAS CÉLULAS
ESTRUTURA FUNÇÃO PRESENTE EM QUAIS CÉLULAS?
Membrana plasmática
Delimita o espaço intercelular e mantém a 
célula estável. Escolhe as substâncias que 
entram e saem da célula.
( x ) Animal
( x ) Vegetal
Citoesqueleto
( ) Animal
( ) Vegetal
Citoplasma
( ) Animal
( ) Vegetal
Ribossomo
( ) Animal
( ) Vegetal
Retículo endoplasmático rugoso
( ) Animal
( ) Vegetal
Retículo endoplasmático liso
( ) Animal
( ) Vegetal
Complexo golgiense
( ) Animal
( ) Vegetal
Mitocôndria
( ) Animal
( ) Vegetal
Cloroplasto
( ) Animal
( ) Vegetal
Vacúolo central
( ) Animal
( ) Vegetal
Núcleo
( ) Animal
( ) Vegetal
Uma habilidade importante a ser desenvolvida no estudo da citologia é a capacidade de identificar es-
truturas celulares a partir de representações. Faço um convite para que você colora a estrutura celular 
a seguir e identifique as organelas principais. 
 
Figuras 3 e 4 – Célula vegetal (à esquerda) e célula animal (à direita). Disponível em: https://www.istockphoto.com/br/
vetor/p%C3%A1gina-para-colorir-estrutura-celular-da-planta-gm1028226128-275636141 ; https://msbotticelli.weebly.com/
uploads/1/6/7/6/16766594/1.1-animal_cell.pdf. Acesso em: 09 Ago. 2021.
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PARA SABER MAIS:
- Assista ao vídeo: Estrutura celular. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Lj5EA1w-
gKNY>. Acesso em: 06 ago. 2021.
- Leia: Organelas citoplasmáticas: Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/science/6-ano/vida-
-e-evolucao-6-ano/estruturas-celulares/a/organelas-citoplasmaticas>. Acesso em: 06 ago. 2021.
ATIVIDADES
1 - Nomeie as células quanto ao seu tempo de vida e apresente exemplos. 
2 - Compare células procariontes com células eucariontes.
3 - (FGV) Todos os seres vivos são formados por células. De acordo com o tipo estrutural de células 
que os compõem, os organismos podem ser classificados em eucariontes ou procariontes. Assinale a 
alternativa correta:
a) Os protozoários e as bactérias possuem células eucarióticas.
b) Os fungos (bolores e leveduras) possuem células eucarióticas.
c) Os fungos e as bactérias possuem células procarióticas. 
d) As bactérias e as algas possuem células eucarióticas. 
e) As bactérias e os protozoários possuem células procarióticas.
4 - (FATEC) A invenção do microscópio possibilitou várias descobertas, e, graças ao surgimento dos 
microscópios eletrônicos, houve uma revolução no estudo das células. Esses equipamentos permitiram 
separar os seres vivos em procarióticos e eucarióticos, porque se descobriu que os primeiros, entre 
outras características:
a) possuem parede celular e cloroplastos.
b) possuem material genético disperso pelo citoplasma.
c) possuem núcleo organizado envolto por membrana nuclear.
d) não possuem núcleo e não têm material genético.
e) não possuem clorofila e não se reproduzem.
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5 - Explique quais são as características e funções relacionadas à membrana celular.
6 - Identifique a organela responsável por:
a) Produzir proteínas: 
b) Empacotar substâncias: 
c) Desintoxicar a célula: 
d) Produzir energia na forma de ATP: 
e) Realizar fotossíntese: 
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SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO: 
Biodiversidade.
TEMA(S)/ TÓPICO(S): 
- Reprodução assexuada, sexuada e variabilidade genética.
- Divisão celular.
HABILIDADE(S): 
- Reconhecer a reprodução sexuada como fonte de variabilidade genética.
- Reconhecer a reprodução assexuada como aquela que produz organismos idênticos entre si.
- Identificar a mitose como processo de produção de células idênticas.
- Identificar a meiose como processo de produção de gametas nos animais e esporos nos vegetais.
TEMA: Reprodução e divisão celular. 
Você já parou para pensar como você foi formado? Antes de você nascer, o que você era? Aposto que 
respondeu, mentalmente assim: ah, eu era um bebê (ou um feto) na barriga da minha mãe. Mas, e antes de 
você ser um bebê / feto? Essa é a pergunta central que será respondida a partir do desenvolvimento de 
dois conceitos fundamentais: mitose e meiose. Mitose e meiose são nomes parecidos, é verdade. Mas, 
representam dois diferentes processos de divisão celular que resultam na formação de novas células! Va-
mos compreender cada um deles, comparando-os, e, principalmente, verificando o objetivo de cada um.
Vou começar descrevendo o que conhecemos como 
ciclo celular – figura 1. Ciclo celular são “fases de vida” 
de uma célula e pode ser dividido em dois grandes 
momentos: interfase e divisão celular (que pode ser 
mitose ou meiose). A interfase é subdividida em três 
fases: 1ª fase, G1 – crescimento celular e execução das 
funções básicas (como produzir proteínas, por exem-
plo); 2ª fase, S – síntese de cópias das moléculas de 
DNA no núcleo (etapa fundamental para que essas mo-
léculas sejam divididas para células filhas na divisão 
celular); 3ª fase, G2 – que é uma preparação final para 
iniciar a divisão celular. 
Figura 1 – Ciclo celular. Disponível em: <https://www.
biologianet.com/biologia-celular/ciclo-celular.htm>. 
Acesso em: 11 ago. 2021.
Os processos de divisão celular têm como objetivo principal a produção de novas células, por isso, é 
fundamental que nas etapas anteriores novas moléculas de DNA sejam produzidas, para que elas sejam 
distribuídas para as células filhas. A quantidade de DNA a ser distribuída para as células filhas e o núme-
ro de células filhas é diferente, quando comparamos a mitose e meiose.
A mitose tem como objetivo principal formar células somáticas, que ficam distribuídas pelo corpo em 
geral, por exemplo, células do sangue, da pele, dos ossos, músculos, enfim, todas as células formadas 
fora das gônadas femininas e masculinas. Através da mitose, nosso organismo consegue: renovar te-
cidos, regenerar lesões, desenvolver o embrião após a fecundação, promover o crescimento do orga-
nismo pluricelular. As células somáticas ao longo do desenvolvimento na primeira infância, infância e 
adolescência funciona como blocos de construção do corpo. Conforme crescemos, é preciso aumen-
tar o número de blocos / células. Depois que o crescimento (em estatura) para de acontecer, o organis-mo passa a substituir os blocos mais “velhos” por outros e reparar danos sofridos. 
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Já a meiose apresenta objetivo de formar células sexuais, ou seja, células reprodutivas. Nos indiví-
duos do sexo feminino, essas células são conhecidas como óvulos (ovócito, em termos mais técnicos); 
e nos indivíduos do sexo masculino, essas células são conhecidas como espermatozoides. Esse pro-
cesso é restrito e ocorre somente nas gônadas femininas (ovários) e masculinas (testículos). O objetivo 
da formação dessas células é a realização da reprodução, ou seja, formar novos indivíduos quando es-
sas células se fundem num processo chamado fecundação. Após a fecundação, é formada uma célula 
ovo ou zigoto que começa a sofrer mitoses sucessivas (desenvolvimento embrionário) para formar o 
indivíduo pluricelular. 
Agora que já foram apresentados os objetivos da mitose e meiose, surge a seguinte questão: como 
ocorrem esses processos de divisão celular? Existem algumas etapas em cada uma das divisões, va-
mos analisar nos quadros a seguir.
FASES DA MITOSE
PRÓFASE
Compactação do DNA, desaparecimento da 
carioteca e produção de fusos acromáticos 
pelos centríolos.
METÁFASE
Cromossomos se alinham na placa equato-
rial da célula.
ANÁFASE
Ocorre a separação das cromátides ir-
mãs através do encurtamento dos fusos 
acromáticos.
TELÓFASE
Descompactação do DNA, formação de 
nova carioteca e desaparecimento dos fu-
sos acromáticos.
Após a telófase a célula animal sofre um estrangulamento citoplasmático, denominado citocinese, que 
finaliza quando, finalmente duas células idênticas à célula-mãe original são formadas. Vale ressaltar 
que a fase “S” do ciclo celular é responsável pela formação das cromátides-irmãs do DNA que são idên-
ticas entre si. A divisão de cada cromátide para uma célula, que ocorre na anáfase, determina que as 
células-filhas carregarão moléculas de DNA exatamente iguais, por isso, idênticas, ou, clones. 
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Em muitos aspectos a meiose é semelhante à mitose. A célula passa por etapas similares e usa estraté-
gias semelhantes para organizar e separar os cromossomos (formados quando o DNA fica condensado). 
Na meiose, porém, a tarefa é um pouco mais complexa e mais longa (ocorre em dois grandes momen-
tos, divididos em etapas). É na meiose, por exemplo, que ocorre aumento da variabilidade genética, 
quando os cromossomos homólogos trocam segmentos – crossing-over. 
FASES DA MEIOSE
PRÓFASE I
Compactação do DNA, 
desaparecimento da 
carioteca e produção 
de fusos acromáti-
cos pelos centríolos, 
crossing-over.
PRÓFASE II
Compactação do DNA, 
desaparecimento da ca-
rioteca e produção de 
fusos acromáticos pelos 
centríolos.
METÁFASE I
Cromossomos homólo-
gos se alinham na placa 
equatorial da célula.
METÁFASE II
Cromossomos se ali-
nham na placa equato-
rial da célula.
ANÁFASE I
Ocorre a separação dos 
cromossomos homó-
logos através do en-
curtamento dos fusos 
acromáticos.
ANÁFASE II
Ocorre a separação das 
cromátides irmãs atra-
vés do encurtamento 
dos fusos acromáticos.
TELÓFASE I
Descompactação do 
DNA, formação de nova 
carioteca e desapa-
recimento dos fusos 
acromáticos.
TELÓFASE II
Descompactação do 
DNA, formação de nova 
carioteca e desapa-
recimento dos fusos 
acromáticos.
Após a telófase I, são formadas duas células que iniciam a prófase II. Após a telófase II, as duas células 
sofrem citocinese, assim, formando quatro células-filhas, cada uma com a metade da carga genética 
da célula mãe, ou seja, com a metade do número de cromossomos da célula mãe. Essas quatro células, 
então, passam por algumas modificações para que se transformem nos gametas, propriamente ditos. 
PARA SABER MAIS:
- Leia, assista aos vídeos e faça os exercícios da trilha formativa: Divisão Celular. Disponível em: 
<https://pt.khanacademy.org/science/biology/cellular-molecular-biology>. Acesso em: 06 ago. 2021.
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ATIVIDADES
1 - Nos organismos de reprodução sexuada, em geral, acontecem dois tipos de divisão celular: a mitose 
e a meiose. Com relação ao tema, responda:
a) Indique a fase da mitose na qual ocorre a separação das cromátides-irmãs.
b) Na espécie humana, que possui 46 cromossomos nas células somáticas, quantos cromosso-
mos cada célula recebe ao final da mitose? E na meiose?
2 - Caracterize as três fases do ciclo celular.
3 - Mitose e meiose têm semelhanças, mas há, entre esses dois processos de divisão celular, diferenças 
importantes. Cite eventos que sejam exclusivos da meiose e da mitose e que estejam relacionados com:
a) o número de células resultantes.
Mitose -
Meiose -
b) os objetivos do processo de divisão celular.
Mitose -
Meiose -
REFERÊNCIAS
CAMPBELL, N.A.; REECE, J.B.; URRY, L.A.; CAIN, M.L. WASSERMAN, S.A.; MINORSKY, P.V. & Jack-
-son, R.B. Biologia.10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010, 1488 p.

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