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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS ECO03320 – METODOLOGIA BÁSICA DE CUSTOS PROFESSORAS CAROLINA EDOM PICCOLI E CASSIANE OLIVEIRA VELHO TRABALHO AVALIADO Grupo 11 Lucas Augusto Sartori Mônica Pereira Victorino Porto Alegre, 08 de maio de 2021 Etapa 1 e 2 Para o trabalho final da disciplina de Metodologia Básica de Custos, os integrantes Lucas Augusto Sartori e Mônica Pereira Victorino criaram uma empresa fictícia, do ramo de utensílios para cozinha em aço inox. A empresa produz quatro produtos: talheres, facas de cozinha, utensílios (espátulas, conchas, amassador de batata, escorredor de massa, etc) e panelas. Na segunda etapa do trabalho, foi apresentado o processo produtivo de cada um dos itens produzidos. Talheres Aço inox + madeira Facas de cozinha Aço inox + madeira Utensílios Aço inox + silicone Panelas Aço inox + madeira Tabela 1 - matéria-prima por produto Etapa 3 A terceira etapa consiste no relatório de gastos da empresa, em um período de dois meses. Aqui, organizamos os gastos entre custos e despesas, além de os classificar quanto à variabilidade e facilidade de alocação. Valor Classificação Variabilidade Classificação Facilidade de AlocaçãoMês 1 Mês 2 CUSTOS DIRETOS Aço Inox R$50.000,00 R$ 55.000,00 Variável Direto Silicone R$10.000,00 R$ 11.000,00 Variável Direto Madeira R$25.000,00 R$ 27.500,00 Variável Direto Cola R$5.000,00 R$ 5.500,00 Variável Direto CUSTOS INDIRETOS Energia Elétrica R$80.000,00 R$ 82.000,00 Variável Indireto Aluguel R$ R$ Fixo Indireto 15.000,00 15.000,00 Depreciação R$5.000,00 R$ 6.000,00 Variável Indireto Limpeza R$2.000,00 R$ 2.000,00 Fixo Indireto Segurança R$2.500,00 R$ 2.500,00 Fixo Indireto Seguro R$2.500,00 R$ 2.500,00 Fixo Indireto Tabela 2 - relatório de gastos da empresa Utilizamos pesquisas de mercado para definir os custos, por se tratar de uma empresa fictícia da qual não tínhamos informações reais. Segundo Padoveze (2004), custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente identificados sob consideração a um segmento particular. Se o que está em consideração é uma linha de produtos, então, o material e a mão-de-obra envolvidos em sua manufatura seriam ambos custos diretos. No caso da empresa analisada, alocamos as matérias-primas como custo direto. De acordo com Santos, Marion e Segatti (2009, p. 43), “custos indiretos são aqueles necessários à produção, mas alocáveis arbitrariamente, através de um sistema de rateio, estimativas e outros meios”. Dessa forma, nos custos indiretos da empresa analisada, estão alocados os gastos necessários para o funcionamento da fábrica, e, como consequência, do produto, como energia elétrica, aluguel, depreciação, limpeza, segurança e seguro. Segundo Brewer (2004), os custos variáveis estão diretamente relacionados com a quantidade de produtos comercializados, ou seja, conforme o total a quantidade aumenta ou diminui em função do volume, sendo que independente da quantidade os valores por unidade comercializada são constantes. Assim, as matérias-primas foram classificadas como custos variáveis. Além disso, a energia elétrica e a depreciação foram também classificadas como variáveis, visto que ambas variam de acordo com a quantidade produzida. Os custos fixos são custos invariáveis ao nível de produção. Bornia (2002, p. 42) define os custos fixos como “aqueles que independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alteração no volume de produção”. Dessa forma, os custos fixos da empresa são o aluguel, limpeza, segurança e seguro, pois independente da quantidade produzida, esses custos serão os mesmos. Etapa 4 Nesta etapa, a proposta era apresentar as fichas de estoques das matérias-primas de dois meses utilizando o método do custo médio para controle de estoques. O custo médio é um dos métodos de estoque mais utilizados, não somente por ser mais fácil de ser calculado, mas porque se encaixa perfeitamente nas exigências presentes na legislação do imposto de renda e também permite analisar a flutuação de preços e equilibrar os valores para evitar perdas no faturamento e outros prejuízos. Conforme conceitua Slack, Chambers e Johnston (2009), “estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação, ou também pode ser usado para descrever qualquer recurso armazenado”. No caso da empresa analisada, os itens estocados são aço inox, silicone, madeira e cola. Ficha de Estoque Aço Inox Entradas Saídas Saldo Final Data Q CM Valor Q CM Valor Q CM Valor Mês 1 100.000 R$ 0,50 R$ 50.000,00 0 R$ - R$ - 100.00 0 R$ 0,50 R$ 50.000,00 0 0 0 96.000 R$ 0,50 R$ 48.000,00 4.000 R$ 0,50 R$ 2.000,00 Mês 2 100.00 0 0,55 R$ 55.000,00 0 R$ - R$ - 104.00 0 R$ 0,55 R$ 57.000,00 0 0 0 101.98 2 R$ 0,55 R$ 55.893,98 2.018 R$ 0,55 R$ 1.106,02 Silicone Entradas Saídas Saldo Final Data Q CM Valor Q CM Valor Q CM Valor Mês 1 100.000 R$ 0,30 R$ 30.000,00 0 R$ - R$ - 100.00 0 R$ 0,30 R$ 30.000,00 0 0 0 96.000 R$ 0,30 R$ 28.800,00 4.000 R$ 0,30 R$ 1.200,00 Mês 2 98.000 0,36 R$ 35.280,00 0 R$ - R$ - 102.00 0 R$ 0,36 R$ 36.480,00 0 0 0 101.98 0 R$ 0,36 R$ 36.472,85 20 R$ 0,36 R$ 7,15 Madeira Entradas Saídas Saldo Final Data Q CM Valor Q CM Valor Q CM Valor Mês 1 50 R$500,00 R$ 25.000,00 0 R$ - R$ - 50 R$ 500,00 R$ 25.000,00 0 0 0 45 R$ 500,00 R$ 22.500,00 5 R$ 500,00 R$ 2.500,00 Mês 2 54 510 R$ 27.540,00 0 R$ - R$ - 59 R$ 509,15 R$ 30.040,00 0 0 0 52 R$ 509,15 R$ 26.475,93 7 R$ 509,15 R$ 3.564,07 Cola Entradas Saídas Saldo Final Data Q CM Valor Q CM Valor Q CM Valor Mês 1 800 R$ 6,25 R$ 5.000,00 0 R$ - R$ - 800 R$ 6,25 R$ 5.000,00 0 0 0 795 R$ 6,25 R$ 4.968,75 5 R$ 6,25 R$ 31,25 Mês 2 880 6,25 R$ 5.500,00 0 R$ - R$ - 885 R$ 6,25 R$ 5.531,25 0 0 0 882 R$ 6,25 R$ 5.512,50 3 R$ 6,25 R$ 18,75 Tabela 3 - ficha de estoque Etapa 5 A etapa 5 consiste na apresentação da folha de pagamento, com atribuição de valores de mão de obra direta e mão de obra indireta. Segundo Oliveira (2001, p.65), os principais proventos existentes na folha de pagamento são: salário, horas extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional noturno, salário-família, diárias para viagem e ajuda de custo; e os principais descontos são: quota de previdência, imposto de renda, contribuição sindical, seguros, adiantamentos, faltas e atrasos, vale-transporte. A empresa analisada possui 10 operadores, com 220h mensais previstas de trabalho. O valor por hora trabalhada é de R$11,00. Em casos de hora extra, a remuneração é 100%, ou seja, o dobro do valor da hora normal. A empresa arca com parte dos custos de impostos e benefícios, como INSS, IRRF, seguro de vida e vale transporte. Porém, o colaborador terá uma porcentagem específica para cada um deles descontada do seu salário, exceto pelo seguro de vida, que é cobrado um valor fixo todo mês. INSS 11% IRRF 7,5% Vale transporte 6% Seguro de vida R$8,00 Tabela 4 - tabela de descontos salarais A empresa oferece férias remuneradas, adiantamento de férias e décimo terceiro salário. O custo/hora médio dos operadores para a empresa é de R$11,19, totalizando R$295.487,80 de custo anual com remunerações dos 10 operadores. Tabela 5 - folha de pagamento Etapa 6 Na etapa 6, a proposta era realizar a distribuição dos custos indiretos através do princípio do custeio por absorção. O custeio por absorção, conforme MARTINS (1998, pg.41-42) descreve, é o método derivado da aplicação dos princípios contábeis e consiste na apropriação de todos os custos, somente os de produção, aos bens elaborados; sendo todos os gastos relativos ao esforço de fabricação distribuídos a todos os produtos. Os resultados dessa etapa nos mostram que o custo total de produção, no mês 1, foi de R$197.000,00, enquanto que no mês 2 foi de R$215.727,27. O custo total representa o somatório dos custos de todasas unidades produzidas, fornecidas, serviços prestados, etc. (transacionadas) dentro de determinado período de tempo. Já o custo unitário do produto ou serviço representa o custo de cada unidade produzida (fornecida) (SANTOS et al., 2015). Talheres Facas Utensílios Panelas Mês 1 R$1,31 R$1,51 R$1,82 R$5,51 Mês 2 R$1,31 R$1,52 R$1,83 R$5,55 Tabela 6 - custos unitários Na tabela resumo, podemos verificar as principais informações referentes aos custos fixos e variáveis de produção. Tabela 7 - tabela resumo Etapa 7 Nesta etapa, realizamos a análise custo x volume x lucro da empresa. De acordo com Wernke (2008, p.41) a análise de custo, volume e lucro é uma “expressão que abrange os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança, cujo conhecimento é de fundamental importância para gestores de custos em virtude do número de benefícios informativos que proporcionam”. Margem de contribuição é uma ferramenta de gestão que permite aos gestores tomar suas decisões de maneira fundamentada em relação à formação do preço de venda e à rentabilidade dos produtos vendidos. Segundo Padoveze (2003, p. 278), “margem de contribuição, é a diferença entre o preço de venda unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade de produto ou serviço”. Talheres Facas Utensílios Panelas Mês 1 R$ 1,69 R$1,49 R$2,68 R$74,49 Mês 2 R$ 1,69 R$1,48 R$2,67 R$74,45 Tabela 8 - Margem de contribuição por produto O ponto de equilíbrio demonstra aos gestores o quanto a empresa precisa ter de faturamento no mês para cobrir os custos. Nesse ponto, a empresa não terá lucro, mas não terá nenhuma dívida, pois será possível pagar todos os custos fixos e variáveis. Segundo Silva (2008, p.162):” o ponto de equilíbrio representa as receitas, que a empresa precisa produzir e vender para pagar os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis em que ela incorre para fabricar e vender o produto. No ponto de equilíbrio, não existe lucro nem prejuízo; o lucro é zero”. Assim, para que a empresa tenha lucro, é preciso que o resultado esteja acima do ponto de equilíbrio. Existem três tipos de ponto de equilíbrio. De acordo com Bruni e Famá (2003, p. 246): ● Ponto de Equilíbrio Contábil, é o ponto em que a análise dos gastos variáveis e fixos torna possível obter a representação do volume de vendas necessários para cobrir todos os custos e no qual o lucro é nulo. ● Ponto de Equilíbrio Econômico apresenta a quantidade de vendas (ou do faturamento) que a empresa deveria obter para poder cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela investido – considerando valores de mercado. Neste caso, o lucro obtido deveria ser igual à remuneração do capital próprio. ● Ponto de Equilíbrio Financeiro corresponde à quantidade que iguala a receita total com a soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa. Tabela 9 - pontos de equilíbrio dos produtos Analisando os resultados dos pontos de equilíbrio, é perceptível que a empresa está conseguindo não só pagar seus custos fixos e variáveis, como também gerar lucro.
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