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Alice Iris MedUfma TXV EIXO II Caso 4: Terapia renal substitutiva 1. Consequências da não adesão ao tratamento de HAS e diabetes. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada um problema crônico, sendo seu controle um desafio para os profissionais de saúde. 40 a 60% das pessoas adultas não fazem uso da medicação anti-hipertensiva. Adesão: utilização dos medicamentos prescritos em pelo menos 80% do seu total enfatizando desde os horários, doses e tempo de tratamento. De acordo com OMS a adesão ao tratamento, de maneira geral, é “a extensão em que o comportamento do paciente – tomar medicação, executar mudanças de estilo de vida- corresponde às recomendações dos profissionais de saúde. OMS pontua que países desenvolvidos apresentam taxa de não adesão ao tratamento em torno de 50%, considerando-se diferentes doenças crônicas, e que países em desenvolvimento podem apresentar valor maior em razão das dificuldades de recursos e de aceso ao sistema de saúde CONSEQUÊNCIAS: Absenteísmo: por ser crônica e muitas vezes assintomática, acaba comprometendo a qualidade de vida do trabalhador tendo como consequências internações e procedimentos técnicos de alta complexidade levam ao absenteísmo no trabalho, a óbitos e aposentadoras precoces. Custos para empresas Piora na evolução da doença Redução das capacidades funcionais Menor qualidade de vida Aumento do uso de recursos médicos Desperdício da medicação Visitas hospitalares e reinternações frequentes HÁ é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal Já no diabetes, podem acontecer inúmeras complicações: lesões na retina com perda da acuidade visual, endurecimento e espessamento das paredes das artérias, redução progressiva da função dos rins, o conhecido “pé diabético”, com desenvolvimento de úlceras que podem complicar e levar à amputação do membro, infarto do miocárdio, AVC, infecções e hipertensão. Hipertensos que interromperam o tratamento apresentaram risco de infarto três vezes maior do que aqueles que continuaram. A pesquisa “Quando o diabetes toca o coração” mostrou que para muitas pessoas as doenças crônicas parecem ser pouco perigosas, diferentemente de problemas como câncer e acidente vascular cerebral, que são considerados muito graves Questionados se receberam informações sobre problemas do coração na última consulta para controle do diabetes, 44% dos pacientes disseram que não, e 16% responderam que sim, mas as informações foram insatisfatórias. Sobre a orientação nas consultas regulares de user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV maneira geral, 36% dos pacientes não consideram que o médico os orienta bem COMPLICAÇÕES DA DIABETES CETOACIDOSE: emergência endocrinológica decorrente da deficiência absoluta ou relativa de insulina, potencialmente leta, com mortalidade em torno de 5%. Ocorre principalmente em pacientes com DM tipo 1. A pessoa com DM tipo 2, que mantém uma reserva pancreática de insulina, raramente desenvolve essa complicação. A má aderência ao tratamento é um dos principais fatores para sua ocorrência. Principais sintomas: hálito cetônico, fadiga, visão turva, náuseas, dor abdominal, vômitos, desidratação, hiperventilação e alterações do estado mental. Diagnóstico realizado por hiperglicemia (maior que 250), cetonemia e acidose metabólica. Pode levar a insuficiência renal, pneumonia de aspiração, edema cerebral em crianças, síndrome de angústia. SÍNDROME HIPEROSMOLAR HIPERFLICÊMICA NÃO CETÓTICA: estado de hiperglicemia grave (superior a 600 a 800mg/dL) acompanhada de desidratação e alteração do estado mental, na ausência de cetose. Ocorre apenas no diabetes tipo 2, em que um mínimo de ação insulínica preservada pode prevenir a cetogênese. A mortalidade é mais elevada que nos casos de cetoacidose diabética devido à idade mais elevada dos pacientes e à gravidade dos fatores precipitantes. Prevenção e manejo das complicações crônicas do diabetes Algumas complicações crônicas são específicas da diabetes, como: Retinopatia Nefropatia Neuropatia diabética Outras, ditas macrovasculares, mesmo sendo específicas do diabetes, são mais graves nos indivíduos acometidos, sendo a principal causa da morbimortalidade associada ao diabetes O risco de desenvolver complicações crônicas graves é muito superior ao de pessoas sem diabetes – 30 vezes para cegueira, 40 vezes para amputações de membro inferiores, 2 a 3 vezes para AVC. Retinopatia Diabética Primeira causa de cegueira adquirida após a puberdade. Embora a cegueira seja um evento raro (20/100.000/ano) em pacientes com diabetes, a perda de acuidade visual é comum após dez anos de diagnóstico, acontecendo em 20% a 40% dos pacientes mais idosos. - É assintomática nas duas fases iniciais, não sendo possível detectá0la sem a realização de fundoscopia. - Os vasos sanguíneos na retina podem deixar escapar líquido e sangue - Podem surgir novos vasos sanguíneos, algumas vezes levando a sangramentos, formação de cicatrizes ou descolamento da retina - O diagnóstico é baseado no exame do olho depois da dilatação da pupila com colírio Repetidas exposições a níveis elevados de açúcar no sangue fazem com que as paredes dos vasos sanguíneos pequenos, mesmo os da retina, fiquem debilitados e faz com que estes vasos sejam mais propensos a lesões; Geralmente, surge após 5 anos que a pessoa apresenta diabetes tipo 1. - Retinopatia diabética não proliferativa: Ocorre primeiro; os vasos sanguíneos pequenos da retina extravasam fluido ou sangue e podem surgir pequenas saliências. Áreas da retina afetadas pelo derrame podem inchar, causando danos a áreas do campo de visão. Se houver vazamento próximo à mácula, área central da retina, que contém alta densidade de células fotossensíveis, a visão central pode ficar user Destacar user Destacar user Sublinhar user Sublinhar user Destacar user Sublinhar user Sublinhar user Sublinhar user Destacar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV embaçada. O edema da mácula (edema macular), devido a derrame de líquido dos vasos sanguíneos, pode levar a uma perda significativa da visão. No entanto, pode não haver perda de visão mesmo com a retinopatia avançada. - Retinopatia diabética proliferativa: Ocorre depois da retinopatia diabética não proliferativa e é mais grave. A lesão na retina estimula o crescimento de novos vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos crescem de forma anômala, provocando algumas vezes sangramento (hemorragia) ou cicatrizes. Cicatrizes significativas podem causar o descolamento da retina. A retinopatia diabética proliferativa leva a maior perda de visão do que a retinopatia diabética não proliferativa. Pode resultar em cegueira total ou quase total, devido a uma extensa hemorragia no humor vítreo ou ao deslocamento da retina. O crescimento de novos vasos sanguíneos também pode levar a um tipo dolorido de glaucoma (glaucoma neovascular). No glaucoma neovascular, vasos sanguíneos anormais que se formam na íris fecham o espaço entre a íris e a córnea, obstruindo a drenagem de fluido do olho e causando o acúmulo de pressão no olho (glaucoma). As pessoas com diabetes devem realizar um exame oftalmológico anual, na qual a pupila é dilatada com colírio, para que a retinopatia possa ser detectada e qualquer tratamento necessário possa ser iniciado o mais cedo possível. Mulheres grávidas com diabetes devem fazer exames oftalmológicos uma vez a cada 3 meses. NeuropatiaDiabética - É uma das principais complicações da diabetes, caracterizada pela degeneração progressiva dos nervos, que pode diminuir a sensibilidade ou causar o aparecimento de dor em várias partes do corpo, sendo mais comum nas extremidades como as mãos ou os pés. Geralmente, a neuropatia diabética é mais frequente em pessoas que não fazem o tratamento adequado da diabetes, apresentando frequentemente níveis de açúcar altos no sangue, que geram danos progressivos nos nervos. O desenvolvimento da neuropatia periférica pode ser lento, não apresentando sintomas nas fases iniciais, mas que com o tempo podem surgir dor, formigamento, sensação de queimação ou perda de sensibilidade da região afetada. A neuropatia diabética não tem cura, mas a sua evolução pode ser controlada com o uso de remédios para reduzir os níveis de açúcar no sangue e para aliviar a dor neuropática. Ela se desenvolve lentamente e pode c=passar despercebida até que sintomas mais graves surjam. Os sintomas variam de acordo com o tipo de neuropatia: - Neuropatia periférica: caracterizada pelo acometimento dos nervos periféricos, é o tipo mais comum de neuropatia diabética. Geralmente inicia-se nos pés e nas pernas, seguido pelas mãos e braços - Neuropatia autonômica: afeta o sistema nervoso autônomo que controla vários órgãos que funcionam independentemente da vontade. Alguns sintomas: sintomas de hipoglicemia, prisão de ventre ou diarreia, secura vaginal, dificuldade no ajustamento visual da luz em ambiente escuro. - Neuropatia proximal: mais comum em idosos e pode afetar os nervos das coxas, dos quadris, das nádegas ou das pernas, além do abdômen e tórax. Pode apresentar pé caído ou flácido - Neuropatia focal: acometimento de um nervo específico das mãos, dos pés, das pernas, do tronco ou da cabeça. Sintomas: paralisia de um lado do rosto, fraqueza na mão afetada, formigamento ou dormência nas mãos ou dedos devido a compressão do nervo ulnar user Destacar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Sublinhar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV Retinopatia Hipertensiva - Lesão vascular da retina causada por hipertensão. Os sintomas geralmente se desenvolvem no final da doença. Exame de fundo de olho mostra constrição arteriolar, entalhes arteriovenosos, alterações da parede vascular, hemorragias em forma de chama de vela. O tratamento é dirigido para controlar a pressão arterial e, quando ocorre a perda de visão, o tratamento da retina. Elevação da pressão arterial aguda geralmente provoca vasoconstrição reversível nos vasos sanguíneos da retina, e crise hipertensiva pode causar edema do disco óptico. 2. Discutir o que deveria ser uma coberta abordagem de saúde desde o diagnóstico de HAS/diabetes até o diagnóstico de problema renal (evolução cronológica do acompanhamento do paciente + relação médico-paciente e como conseguir atingir o paciente para adesão do tratamento). Estratégias direcionadas ao paciente, ao tratamento anti-hipertensivo e a equipe multidisciplinar, sendo de grande relevância em prol do bem estar do indivíduo a atuação direta e indireta do profissional enfermeiro e sua equipe de saúde, através da educação em saúde, no processo de mudança do hábito de vida, do conhecimento das crenças em saúde e a comunicação interpessoal com o paciente hipertenso. Por meio da educação continuada é possível a redução do índice de absenteísmo ao trabalho e reduz o custo para as empresas em relação a internações, afastamentos e aposentadorias. Estudos realizados no Brasil evidenciam que 19 a 42% dos pacientes não apresentam ciência do caráter crônico da hipertensão, 58% relatam a interrupção da medicação por efeitos adversos e 48% se esquecem com frequência de tomar a medicação. Além disso, 20% dos hipertensos idosos não sabem que a hipertensão aumenta o risco de morbimortalidade cardiovascular Antecedentes da adesão: - Relacionados ao paciente: variáveis sociodemográficas, conhecimento e crenças sobre HÁ, apoio familiar - Relacionados à terapêutica: farmacológica e não farmacológica - Relacionados ao sistema de saúde: estrutura dos serviços de saúde e processo de atendimento. Teste de Morisky e Green: avalia a aderência ao tratamento medicamentoso. Consiste em colocar as atitudes do trabalhador frente a tomada dos remédios e outros conhecimentos em relação a doença e tratamento. As questões utilizadas são: você alguma vez esqueceu-se de tomar o seu remédio? Você é descuidado quanto ao horário de tomar seu remédio? Quando você se sente mal com o remédio às vezes deixa de toma-lo? É considerado aderente o trabalhador que tem pontuação de 4 e não aderente o que obtiver a pontuação menor de 3, sendo que cada pergunta tem 1 de pontuação. - Instrumento com validade clínica, utilizado há mais de 25 anos em estudo, composto por perguntas que visam a avaliar o comportamento aderente do paciente, e tem sido utilizado user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Sublinhar user Sublinhar user Sublinhar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV extensivamente como forma de avaliação de adesão em diversos ensaios clínicos Métodos de medida da aderência do trabalhador que são direto e indireto: - Direto é realizado através da análise biológica e composto traçador. Procuram confirmar se o paciente realmente administrou a medicação, como os métodos para detecção do fármaco e/ou seu metabólito na urina, além do uso de marcadores. Os equipamentos e técnicas utilizadas para esse fim são muito dispendiosas, tendo pouca aplicabilidade no cenário clínico. - Indireta: conta com o relatório do trabalhador, opinião do médico, diário do trabalhador, contagem de comprimidos, reabastecimento de comprimidos, resposta clínica e monitorização eletrônica de medicação. São de baixo custo, porém não tão acuradas, pois não confirmam diretamente a administração da medicação Fatores associados a não adesão ao tratamento da HÁ: - Fatores relacionados à doença: Cronicidade da doença Ausência de sintomas Consequências tardias Não há comprometimento com o tratamento porque a HÁ dificilmente manifesta sintomas ou mesmo desconforto físico já que consideram doentes somente quando são impossibilitados de trabalhar, dormir, comer ou realizarem atividades do cotidiano. - Fatores relacionados ao trabalhador: Sexo, idade, étnica, estado civil, crenças Hábitos de vida e culturais Trabalhadores casados recebem incentivos para tomarem a medicação e irem às consultas o que fazem com que passem a entender as complicações da doença e a necessidade da mudança nos hábitos de vida para evita-las. - Fatores relacionados à terapêutica Custo dos medicamentos Efeitos indesejáveis Esquemas medicamentosos complexos user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV - Fatores socioeconômicos Quanto menor o nível social menor será a adesão ao tratamento, pois é escasso o acesso à educação e consequentemente há redução sobre a informação da doença e mais difícil o acesso ao serviço de saúde Adaptação social do trabalhador hipertenso exige energia, criatividade e persistência, o que torna um pouco limitada seu espaço a atividades cotidianas, necessitando de mudanças no estilo de vida, como o hábito alimentar, atividades de lazer e prazer devido a cronicidade dadoença. - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Os fatores relacionados à adesão são a política de saúde, acesso ao serviço de saúde, distância da instituição, tempo de espera pela consulta, tempo de atendimento, envolvimento da equipe com o trabalhador e o relacionamento inadequado. A comunicação médico-paciente é citada como primeira causa de não adesão, por ser inadequada e contendo informações insuficientes em relação à doença e às suas consequências do abandono do tratamento Acompanhamento pela equipe multiprofissional, devendo envolver o trabalhador, a família e a comunidade em prol de um nível melhor de saúde Ações educativas em saúde, com temas diversificados e propostos pelos trabalhadores criam novos conhecimentos através da socialização das experiências individuais ESTRATÉGIAS DE ADESÃO Envolver os pacientes e a família na tomada de decisões a respeito de seus medicamentos para que eles sejam parceiros no plano de tratamento Utilizar regimes terapêuticos simplificados (reduzir a frequência de administração e o número de medicamentos e substituir com produtos de combinação) Orientar o paciente sobre qual o efeito esperado do medicamento Explicar as principais informações ao dispensar um medicamento Educar os pacientes sobre os efeitos colaterais comuns dos medicamentos que estão tomando Criar métodos que evitem o esquecimento do uso dos medicamentos tais como: bilhetes, mensagens no celular, alarmes user Destacar user Destacar user Sublinhar user Destacar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV ESTRATÉGIAS PARA FACILITAR A ADESÃO: 3. Entender a terapia renal substitutiva. Funções dos rins: Filtrar as substâncias tóxicas retidas no organismo Eliminar o excesso de água, através da urina Metaboliza e elimina os líquidos e alimentos ingeridos pelo organismo Produz grande variedade hormônios que ajudam a fabricar células vermelhas do sangue Produz vitamina D na sua forma ativa Controla a PA Doença Renal Quando a taxa de filtração glomerular cai abaixo de 15-10 é necessária uma terapia renal substitutiva. Os tipos de tratamento podem ser: transplante renal, diálise peritoneal e hemodiálise. Sendo que o transplante renal será abordado em outra unidade. aqui falaremos sobre diálise peritoneal e hemodiálise. As duas modalidades têm eficácia semelhante no paciente com coença renal crônica. A doença renal é silenciosa, começa muito antes da falência total e crônica dos rins, sendo suas principais causas o Diabetes Mellitus e a Hipertensão Arterial. Alguns sinais e sintomas clínicos, tais como: cansaço, redução de apetite, edema e alterações da pressão arterial, podem sinalizar uma perda progressiva da função renal. Para o tratamento da doença renal crônica em fase terminal é necessário optar por algum tipo de Terapia Renal Substitutiva (TRS) Exerce funções dos rins que, quando doentes, não conseguem mais executar Perda da função renal não deve em hipótese alguma ser vista como um problema intransponível ou confundida com uma situação terminal de vida porque, uma vez diagnosticada, você pode optar por vários tratamentos - Transplante Renal (TXR) Doador vivo Doador falecido - Diálise Peritoneal (DP) DPAC – Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua DPA – Diálise Peritoneal Automatizada user Sublinhar user Destacar user Destacar user Sublinhar Alice Iris MedUfma TXV - Hemodiálise - DIÁLISE PERITONEAL Mesma efetividade da hemodiálise, no conforto de casa Torna viajar mais prático e seguro Diferença: na diálise é utilizado o peritônio do paciente e na hemodiálise é uma membrana superficial, utiliza cateter para levar o sangue até a máquina. Na diálise peritoneal, utilizamos um “filtro” que já existe no nosso próprio organismo. Esse filtro é o peritônio, uma membrana que naturalmente recobre os órgãos abdominais e também a parede abdominal. diferente da hemodiálise, em que o sangue do paciente é retirado do corpo e passado por uma máquina, na diálise peritoneal o sangue é filtrado dentro do próprio corpo do paciente. O processo é feito em três etapa: Como a solução de diálise é colocada dentro do abdome Antes de iniciar a diálise peritoneal, é necessário implantar no abdome do paciente um tubo flexível chamado cateter peritoneal. O implante é realizado por um médico cirurgião ou pelo nefrologista. através desse cateter, a solução de diálise pode ser infundida e drenada. O cateter peritoneal é permanente e não dói. Tem cerca de 0,6 cm de diâmetro e comprimento de 10 a 15 cm para fora do corpo, geralmente localizado 2 cm abaixo e ao lado do umbigo. É flexível e quando não está sendo utilizado ele é fixado com ajuda de esparadrapo micropore junto ao corpo e fica escondido por baixo da roupa do paciente. Como a solução de diálise consegue depurar as toxinas As toxinas estão muito concentradas no sangue do paciente, enquanto estão ausentes na solução de diálise. O que separa o sangue do paciente da solução de diálise é uma membrana semipermeável, que permite a passagem de pequenas partículas. assim, as toxinas saem do sangue do paciente, atravessam a membrana peritoneal e caem na solução de diálise que está na cavidade abdominal. isso ocorre até que as duas soluções entrem em equilíbrio, tendo a mesma quantidade de partículas (dauGiRdaS & BLaKe, 2007). Esse processo é chamado difusão. Além da difusão, ocorre o processo de convecção que remove soluto de arrasto com o líquido. O líquido então é drenado da cavidade abdominal e leva com ele as impurezas. na sequência, uma nova solução de diálise preenche user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV a cavidade e o processo se repete. Repare que o líquido não entra em nenhum órgão, ele banha os órgãos, estando separado deles pelo peritônio, que é uma membrana semipermeável E o excesso de líquido acumulado no organismo do paciente? Como ele sai? Na solução de diálise, temos glicose. assim, para que as duas soluções (o sangue e a solução de diálise) entrem em equilíbrio, ocorre a passagem de água do sangue para a solução de diálise através da membrana peritoneal. esse processo é chamado osmose. É assim que a água cai na cavidade abdominal, e quando o abdome é drenado, retiramos o excesso de líquido que havia no paciente. na diálise peritoneal, chamamos a retirada de líquido de ultrafiltração, portanto, o ideal é que saia mais líquido do que a quantidade que entrou no abdome A difusão e convecção que removem soluto e a osmose que remove excesso de líquido ocorrem juntas durante o tempo de permanência da solução de diálise na cavidade abdominal. Permanência é o período em que o líquido de diálise fica em contato com o peritônio para que ocorra a passagem de líquido e soluto através da membrana peritoneal. Quantas trocas são necessárias? - Depende; há duas modalidades de diálise peritoneal ambulatorial: a) diálise peritoneal ambulatorial contínua (dPaC), também chamada de troca manual; b) diálise peritoneal automatizada (dPa), também chamada de troca na cicladora DIÁLISE PERITONEAL AMBULATORIAL CONTÍNUA - Na diálise manual, o paciente faz quatro trocas de solução de diálise num período de 24 horas. um pequeno número de pacientes tem necessidade de cinco trocas - O paciente e sua família recebem um treinamento para realizar as trocas em casa, no trabalho ou durante uma viagem - O material para troca consiste basicamente em um equipo em “Y” que: em uma ponta, temos uma bolsa de plástico cheia de solução de diálise;na extremidade oposta, temos uma bolsa de plástico vazia que vai receber o líquido drenado; e uma terceira extremidade, que vai ser ligada ao cateter que foi implantado no paciente DIÁLISE PERITONEAL AUTOMATIZADA - Nessa modalidade, temos o auxílio de uma máquina cicladora. O paciente conecta seu cateter peritoneal a essa cicladora a noite. a máquina vai infundir e drenar o líquido de 3 a 5 vezes enquanto o paciente dorme. - A programação da máquina: a prescrição é feita pela equipe de saúde e então programa-se user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV a máquina para que realize as trocas automaticamente na casa do paciente. - Na manhã seguinte, o paciente se desconecta da máquina, fecha seu cateter peritoneal, fixa-o com micropore próximo ao corpo sob a roupa e pode realizar suas atividades habituais durante o dia Qualquer paciente pode fazer diálise peritoneal? Contraindicações: Impossibilidade cirúrgica para implante de cateter (múltiplas aderências por cirurgias anteriores, por exemplos) Doença inflamatória ou isquêmica intestinal Malformação de parede abdominal Início de diálise no terceiro trimestre de gravidez Indicações: Crianças até cinco anos de idade Portadores de insuficiência cardíaca congestiva grave e portadores de próteses valvares Pacientes que residem longe do centro de hemodiálise Pacientes com dificuldade de acesso vascular para hemodiálise Pacientes com necessidade de autonomia/independência por motivos pessoais ou profissionais BENEFÍCIOS Ocorre menos instabilidade cardíaca, por ser um método contínuo e lento Menor variação da pressão e melhor controle da anemia Permite maior liberdade na dieta Maior flexibilidade nos horários das trocas Maior liberdade para viajar Preserva por mais tempo a função renal residual do paciente Possibilidade de retorno ao trabalho e à escola LIMITAÇÕES Risco de infecção Necessidade de um cuidador Necessidade de um espaço em casa para estocar o material de diálise HEMODIÁLISE O sangue do paciente é retirado do corpo e passado por uma máquina que filtra esse sangue. A máquina de diálise bombeia o sangue através de linhas até o filtro. O filtro de hemodiálise é o dialisador. O dialisador é composto de dois compartimentos separados por uma membrana semipermeável. Em um compartimento, flui o sangue e em outro flui o Dialisato, que é a solução de diálise + água tratada purificada. Portanto, o sangue do paciente é retirado, filtrado fora do corpo e depois devolvido para o paciente Como o sangue é retirado do paciente Para o paciente fazer hemodiálise, é necessário um acesso vascular que pode ser uma fístula arteriovenosa ou um cateter venoso central O melhor acesso para hemodiálise é a fístula arteriovenosa (FAV), que é conseguida através de uma cirurgia realizada, preferencialmente, no membro superior do paciente, juntando uma veia com uma artéria. user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV A fístula passa por um período de “maturação”, no qual não pode ser usada por cerca de 40 dias. Em cada sessão, a fístula é puncionada por duas agulhas; por uma o sangue é retirado e pela outra o sangue é devolvido após ter sido filtrado pela máquina de hemodiálise. A prótese vascular de politetrafluoretileno (PTFE) é um enxerto artificial que é pouco utilizado. Tem menor sobrevida que a FaV, por maior risco de trombose e estenose, e tem maior morbidade pelo risco de infecção A outra possibilidade de acesso para hemodiálise é através de um cateter venoso central. Esses cateteres podem ser de curta permanência ou de longa permanência (tunelizado). São inseridos em uma veia calibrosa do pescoço (veia jugular interna) ou dentro de uma veia que fica abaixo da clavícula. Há também a possibilidade de implante dos cateteres na veia femoral. Geralmente, o catete venoso central é um acesso temporário porque é grande o risco de infecção. Quando o sangue está fora do corpo, a tendência é coagular. Para que isso não ocorra durante a hemodiálise, é administrado anticoagulante ao paciente Como a solução de diálise consegue depurar as toxinas É o mesmo processo da diálise peritoneal, mas aqui a diferença é que o processo é realizado fora do corpo do paciente, utilizando uma membrana semipermeável artificia Na hemodiálise, a água tratada e purificada através de um sistema especial é misturada à solução de diálise. essa mistura é chamada dialisato. Na máquina de hemodiálise existe um dialisador, que é um cilindro com dois compartimentos separados por uma membrana semipermeável; em um dos compartimentos flui o sangue e no outro compartimento flui o dialisato em direção oposta. Como esses dois compartimentos estão separados por uma membrana semipermeável, é possível que a água e pequenas partículas atravessem a membrana. assim, ocorrem as trocas entre o dialisato e o sangue através da membrana semipermeável. user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV Qual a frequência da hemodiálise São três vezes por semana. O procedimento é realizado em um hospital ou clínica de hemodiálise e durante a sessão, que dura cerca de quatro horas, o paciente fica ligado à máquina Contraindicações: Falência de acesso vascular (paciente não dispõe de vasos sanguíneos para implante de um cateter temporário) Quadros psiquiátricos graves Instabilidade hemodinâmica Síndrome coronariana sintomática Portadores de próteses valvares Limitações: Comprometimento dos vasos dos membros superiores, levando à maior dificuldade de acesso venoso periférico Horários fixos para as sessões dificulta viagens, trabalho e frequentar escola Perda mais rápida da função renal residual do paciente Falta sangue na extremidade do membro superior porque esse sangue é desviado pela fístula, chama-se isso de “roubo” Esquema de Vacinação para esses pacientes Para paciente com doença renal crônica, deve ser administrada vacina antipneumocócica, vacina para gripe, vacina para hepatite B e vacina para hepatite A Implicações financeiras] Segundo a Portaria 389 do Ministério da Saúde, de 13 de março de 2014, todo paciente renal crônico tem direito de realizar gratuitamente seu tratamento de diálise ou transplante renal e de receber medicamentos básicos e essenciais para o tratamento de doenças que normalmente acompanham a insuficiência renal. O paciente que precisa afastar- se do trabalho pode pleitear aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença. Quando o paciente se recusa a fazer diálise Orientações estabelecidas pelo MS através das Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao Paciente com Doença Renal Crônica no SUS. O tratamento conservador pode ser considerado uma opção para o paciente que escolha não fazer TRS, devendo ser criado um programa de suporte para estes casos. Plano de suporte avançado de vida deve incluir protocolos para o manuseio de sintomas dolorosos, atenção psicológica, cuidados espirituais e preparo para o paciente e familiares sobre morte em domicílio ou hospitalar com a provisão de todo o suporte humano e cultural apropriado. Caso haja a opção pela manutenção do paciente em tratamento conservador, ele deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLe), que deve ser anexado ao seu prontuário user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Sublinhar
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