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Humberto Biancardi Neto – RA: 8127235 Bacharelado em Educação Física Bioquímica e Farmacologia Portfólio 1 - Síndrome Metabólica Batatais 2021 https://mdm.claretiano.edu.br/biofar-g00282-2021-02-grad-ead javascript:carregaFerramenta('pDyUEHEU7HPHtIw7VFVwf','portfolio','tFgvTcnGQetPQ7PHlI7wIFhV') Portfólio 1 - Síndrome Metabólica A Síndrome Metabólica (SM) tem sido alvo de muitos estudos nos últimos anos. Ela pode ser definida como um grupo de fatores de risco interrelacionados, de origem metabólica, que diretamente contribuem para o desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) e/ou diabetes do tipo 2. São considerados como fatores de risco metabólicos: dislipidemia aterogênica (hipertrigliceridemia, níveis elevados de apolipoproteína B, partículas de LDL-colesterol pequenas e densas e níveis baixos de HDL-colesterol), hipertensão arterial, hiperglicemia e um estado pró- inflamatório e pró-trombótico. Ainda não se estabeleceu uma causa única ou múltiplas causas para o desenvolvimento da SM, mas sabe-se que a obesidade abdominal e a resistência à insulina parecem ter um papel fundamental na gênese desta síndrome. Fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome metabólica O excesso de peso é o principal fator de risco para o desenvolvimento da SM. Fatores de risco: – Grande quantidade de gordura abdominal: em homens, cintura com mais de 102 cm e nas mulheres, maior que 88 cm; – Baixo HDL (“bom colesterol”): em homens, menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl; –Triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou superior; – Pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão; – Glicose elevada: 110mg/dl ou superior. Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência insulínica. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a glicose em níveis normais. A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes. A obesidade contribui para a hipertensão, níveis elevados de colesterol total, baixos níveis de HDL-colesterol e hiperglicemia, que por si próprios estão associados a um risco elevado de doença cardiovascular. A obesidade abdominal se correlaciona com fatores de risco metabólicos, pois o excesso de tecido adiposo libera produtos que aparentemente exacerbam este risco. O Insulin Resistance Atherosclerosis Study (IRAS) mostrou que o melhor preditor para SM seria a circunferência abdominal elevada. Em homens, com a circunferência abdominal > 102 cm, a incidência de SM em 5 anos poderia chegar a 46%. Um outro fator de risco para a SM é a resistência à insulina, que geralmente acompanha a obesidade. Porém, em algumas populações, como os sul-asiáticos, por exemplo, existe um componente genético que pode levar à resistência à insulina mesmo em pessoas com peso normal ou sobrepeso, contribuindo para uma alta prevalência de diabetes e de doença cardiovascular prematura. A resistência à insulina nos músculos predispõe intolerância à glicose, que pode ser exacerbada pela gliconeogênese hepática, devido à resistência à insulina no fígado. A prevalência da SM aumenta com o avançar da idade, alcançando o pico na sexta década de vida para homens e na oitava década de vida para mulheres. A prevalência também é maior em pessoas de baixa renda (principalmente em mulheres), em tabagistas e em homens sedentários. javascript:carregaFerramenta('pDyUEHEU7HPHtIw7VFVwf','portfolio','tFgvTcnGQetPQ7PHlI7wIFhV') Tratamento Farmacológico Hiperglicemia Para diminuir a incidência de doença microvascular (retinopatia, neuropatia e nefropatia), o controle glicêmico deve ser rigoroso. O nível ideal de hemoglobina glicosilada (HbA1c) nesses pacientes é de 6,5% a 7%. Queda de 1% está associada a redução na taxa de complicações de 22%. Há evidências de que a incidência de complicações macrovasculares (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e amputação) também diminui por meio do controle glicêmico ideal.7 Em pacientes com síndrome metabólica, o anti-hiperglicemiante oral de primeira escolha é o metformin. Esse agente leva à diminuição na produção hepática de glicose e ao aumento da captação de glicose pelo músculo, reduzindo os valores da glicemia em jejum. Os níveis de triglicérides e colesterol LDL também podem baixar. Além disso, o metformin não leva ao ganho de peso nem à hipoglicemia. É o agente ideal para pacientes obesos, dislipidêmicos e com funções renal e hepática normais. As sulfoniluréias estimulam a liberação pancreática de insulina. Entretanto, levam ao ganho de peso e a episódios de hipoglicemia. As tiazolidinedionas ligam-se ao receptor ativador de proliferação de peroxissomo gama (PPAR-gama) nos tecidos muscular, adiposo e hepático, levando à diminuição na resistência à insulina. Os inibidores de alfa-glicosidase inibem enzimas intestinais que quebram carboidratos, retardando a absorção dos mesmos. Esses agentes apresentam custo elevado. A insulina também pode ser usada para controlar os níveis glicêmicos. É o hipoglicemiante usado na vigência da resistência aos hipoglicemiantes orais. A resistência a esses agentes ocorre em taxa de 10% a 20% ao ano. Efeitos indesejáveis do seu uso incluem ganho de peso e episódios de hipoglicemia (mais comuns do que com o uso de sulfoniluréias).17, 19 As drogas supracitadas podem e devem ser associadas, visando a melhor controle glicêmico. As sulfoniluréias e o metformin diminuem o valor de HbA1c em 1,5% a 2%; as tiazolidinedionas, em 1%, e a acarbose, em 0,8%. Hipertensão arterial sistêmica Como nesta síndrome estão presentes vários fatores de risco para doença cardiovascular, os níveis pressóricos devem ser idealmente mantidos abaixo de 130/85 mmHg. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) melhoram a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose. Os bloqueadores do canal de cálcio não interferem no metabolismo de carboidratos. Os diuréticos e os bloqueadores beta-adrenérgicos, apesar de diminuírem a tolerância à glicose, se associados a outras classes de drogas reduzem o risco de complicações vasculares. A relação risco/benefício mostra-se a favor do uso combinado desses agentes, se necessário. A redução do risco cardiovascular depende da redução da PA aos níveis desejados, se preciso em terapia combinada. Um IECA deve fazer parte do regime terapêutico, sempre que possível, especialmente na presença de microalbuminúria, pois estabiliza a nefropatia; além disso, melhora a disfunção endotelial. Comorbidades devem ser levadas em consideração ao se escolherem as drogas: os bloqueadores beta-adrenérgicos devem ser prescritos para pacientes pós-IAM ou em casos de insuficiência cardíaca compensada; IECA em altas doses devem ser indicados para falência cardíaca sistólica ou proteinúria significativa; bloqueadores alfa-adrenérgicos devem ser usados se houver prostatismo associado. Dislipidemia Nos pacientes portadores de síndrome metabólica, é indicada a redução dos níveis de colesterol LDL a valores inferiores a 100 mg/dl. Contudo, esta não é a principal alteração nos lípides. As alterações mais comuns são hipertrigliceridemia, partículas de LDL de densidade elevada e redução do colesterol HDL. As estatinas são indicadas no caso de hipercolesterolemia. Derivados do ácido fíbrico são as drogas de escolha para hipertrigliceridemia e dislipidemia mista. O ácido nicotínico é a droga de escolha na vigência de níveis baixos de HDL. Os níveis de triglicérides e de glicemia em jejum devem ser constantementemonitorizados, já que esse agente pode induzir a estados de hipertrigliceridemia e hiperglicemia. Alguns efeitos colaterais têm sido relatados com o seu uso, como reações cutâneas, cefaléia e intolerância gastrointestinal. Referências Bibliográficas Daniele Q. Fucciolo Penalva, Síndrome metabólica: diagnóstico e tratamento. file:///C:/Users/user1/Downloads/59086-Texto%20do%20artigo-75877-1-10-20130718.pdf. Acesso em: 24 set. 2021. ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA, Síndrome Metabólica.http://rmmg.org/artigo/detalhes/1563. Acesso em: 24 set. 2021. I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. https://www.scielo.br/j/abc/a/qWzJH647dkF7H5dML8x8Nym/?lang=pt. Acesso em: 24 set. 2021. Biblioteca Virtual em Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-metabolica/. Acesso em: 24 set. 2021. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.Sindrome Metabólica. https://www.endocrino.org.br/sindrome-metabolica/.Acesso em: 24 set. 2021. file:///C:/Users/user1/Downloads/59086-Texto%20do%20artigo-75877-1-10-20130718.pdf http://rmmg.org/artigo/detalhes/1563 https://www.scielo.br/j/abc/a/qWzJH647dkF7H5dML8x8Nym/?lang=pt https://bvsms.saude.gov.br/ https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-metabolica/ https://www.endocrino.org.br/sindrome-metabolica/
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