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Sindrome metabolica

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FACULDADE CLARETIANO
Educação Física (Bacharelado)
 
 
 
 
 
 
SINDROME METABÓLICA
Bioquímica
 
Sorocaba – SP
2021
BEATRIZ DE GÓES
SINDROME METABÓLICA 
Bioquímica 
Pesquisa sobre Síndrome Metabólica desenvolvida para a disciplina de bioquímica do curso de Educação Física (Bacharelado) da faculdade Claretiano.
 
Sorocaba – SP
2021
SUMÁRIO
SINDROME METABÓLICA..................................................................4
GRUPO DE RISCO.........................................................................5
FATORES........................................................................................6
FISIOPATOLOGIA...........................................................................8
CASOS..........................................................................................10
TRATAMENTO..............................................................................11
REFERÊNCIAS..................................................................................15
1. SINDROME METABÓLICA
A síndrome metabólica (SM), também chamada de síndrome X ou síndrome de resistência à insulina, é caracterizada pela associação variável de fatores de risco cardiovasculares como resistência a insulina, obesidade visceral, central ou androgênica, dislipidemia aterogênica e hipertensão arterial sistêmica (HAS), permitindo, assim, identificar pacientes com alto risco de desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) e diabetes melito tipo 2. Mesmo entre os indivíduos com peso corpóreo dentro da faixa da normalidade, a obesidade central pode elevar o risco de HAS, diabetes melito, aterosclerose, elevação de citocinas inflamatórias (interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa) e de hormônios do tecido adiposo (lipase, estrogênio, adiponectina e insulina) e, entre as mulheres, o de câncer de mama. O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como base à resistência à ação da insulina, daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. 
1.1 GRUPO DE RISCO
 Segundo as pesquisas uma em cada cinco adultos nos Estados Unidos tem a Síndrome Metabólica. A Síndrome ocorre com mais frequência entre os africanos, hispânicos, asiáticos e americanos nativos.
Para a maioria das pessoas o desenvolvimento da síndrome aumenta com o envelhecimento. O risco aumenta se a pessoa tem uma vida sedentária, sem atividade física e se tem: Aumento do peso, principalmente na região abdominal (circunferência da cintura); histórico de diabetes na família; níveis elevados de gordura no sangue e pressão alta. A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes. Claro que qualquer um desses fatores de risco não fazem bem para a saúde. Porém, quando eles se juntam, podem apresentar um cenário ainda mais grave, como o aumento da chance de desenvolver doenças cardíacas, o que pode levar a ataques cardíacos e derrames. Além disso, também aumentam em cinco vezes o risco de diabetes tipo 2. A justificativa para esse acréscimo alarmante nas chances de desenvolver o diabetes tipo 2 é que todas as doenças que fazem parte da Síndrome Metabólica têm como base a resistência à ação da insulina.
Isto quer dizer que o hormônio passa a agir no organismo de maneira desordenada, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina, o que aumenta o seu nível no sangue. E a consequência desse acréscimo, como sabemos, é o desenvolvimento do diabetes tipo 2. 
 Estudos em diferentes populações revelam prevalência de 12,4 a 28,5% em homens e de 10,7 a 40,5% em mulheres. No Brasil, tem ocorrido aumento da prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares, especialmente em crianças e adolescentes, e a combinação de obesidade e diabetes é reconhecida como uma das maiores ameaças a saúde humana neste século. Estudo com homens e mulheres hipertensos mostrou que a presença de SM aumentou o risco de eventos cardiovasculares para cada fator de risco metabólico adicional.
1.2 FATORES
Alguns fatores contribuem para o aparecimento: os genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. O diagnóstico é dado quando três ou mais fatores de risco estiverem presentes numa mesma pessoa. Sendo eles: Grande quantidade de gordura abdominal - Em homens cintura com mais de 102cm e nas mulheres maior que 88cm.
Baixo HDL ("bom colesterol") - Em homens menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl.
Triglicerídeos elevado (nível de gordura no sangue) - 150mg/dl ou superior
Pressão sanguínea alta - 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão
Glicose elevada - 110mg/dl ou superior.
Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência insulínica, que é um hormônio produzido pelo pâncreas. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a glicose em níveis normais.
Figura 1: O aumento do número de fatores de risco metabólico é preditor do número de eventos cardiovasculares em indivíduos com hipertensão arterial sistêmica (HAS).
 
Em 2001, o Programa de Educação do Colesterol Nacional (NCEP-ATP III) desenvolveu uma nova definição de SM, na qual a glicemia não é considerada um fator imprescindível. Essa definição foi revisada em 2005 e incluía 3 de 5 fatores de risco facilmente obtidos e, ainda hoje, esse critério é um dos mais utilizados (Tabela 1).
 
Tabela 1: Componentes da síndrome metabólica segundo o NCEP-ATP III (2001) e NCEP-ATP III revisado (2005)
	Componentes
	Níveis (2001)
	(2005)
	Obesidade abdominal: circunferência abdominal
	Homens
	> 102 cm
	> 102 cm
	Mulheres
	> 88 cm
	> 88 cm
	Triglicerídios
	= 150 mg/dL
	= 150 mg/dL
	HDL-colesterol
	Homens
	< 40 mg/dL
	< 40 mg/dL
	Mulheres
	< 50 mg/dL
	< 50 mg/dL
	Pressão arterial
	= 130/85 mmHg
	= 130/85 mmHg
	Glicemia de jejum
	= 110 mg/dL
	= 100 mg/dL
Tabela 2: Critérios diagnósticos para síndrome metabólica segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF)
	Critério
	Definição
	Obesidade abdominal
	Homens
	Brancos de origem europeia e negros
	= 94 cm
	Sul-asiáticos, ameríndios e chineses
	= 90 cm
	Japoneses
	= 85 cm
	Mulheres
	Brancas de origem europeia, negras, sul-asiáticas, ameríndias e chinesas
	= 80 cm
	Japonesas
	= 90 cm
	Triglicerídios
	= 150 mg/dL ou tratamento para hipertrigliceridemia
	HDL-colesterol
	 
	Homens
	< 40 mg/dL
	Mulheres
	< 50 mg/dL
	Pressão arterial sistêmica
	 
	Sistólica, ou
	= 130 mmHg ou tratamento para HAS
	Diastólica
	= 85 mmHg ou tratamento para HAS
	Glicemia de jejum
	= 100 mg/dL ou tratamento para DM
1.3 FISIOPATOLOGIA 
Resistência à Insulina: A insulina é produzida pelo pâncreas em resposta à hiperglicemia e estimula o uso da glicose em vários tecidos. Os tecidos que mais usam a glicose são músculo esquelético, fígado e tecido adiposo. No músculo esquelético e no fígado, a insulina estimula a síntese do glicogênio a partir da glicose e inibe a glicogenólise. No fígado, a insulina reduz a gliconeogênese hepática, evitando assim, o aumento da glicemia. Dessa forma, o efeito principal da insulina é aumentar a captação de glicose, reduzir os níveis circulantes e aumentar a conversão de glicose em moléculas de estoque, como glicogênio e gordura.
Na resistência à insulina, o tecido adiposo, o músculo e as células hepáticas não respondem apropriadamente à insulina, e a glicemia permanece alta. A hiperinsulinemia um marcador da resistência a insulina, que, por suavez, é considerada um preditor poderoso da diabetes melito tipo 2.
Na resistência à insulina, há redução do óxido nítrico do endotélio, levando à disfunção endotelial, e alterações vasculares que predispõem a aterosclerose. 
 
 Obesidade Visceral: A obesidade visceral reduz a captação da glicose mediada pela insulina e está diretamente relacionada à resistência insulínica. O mecanismo está relacionado com as adipocinas produzidas pelo tecido adiposo, que modulam a relação entre o metabolismo e a função vascular, incluindo a produção de citocinas pró-inflamatórias, como fator de necrose tumoral alfa e a interleucina-6, que contribuem para a resistência à insulina e a disfunção vascular. O sistema renina-angiotensina também é ativado no tecido adiposo, levando a HAS e resistência à insulina. Por outro lado, há redução da adiponectina, que é uma adipocina protetora de ação na sensibilidade à insulina, estando reduzida na obesidade e na síndrome metabólica. Os ácidos graxos livres liberados da gordura visceral e os lipídios intermediários atuam no aumento do estresse oxidativo.
 Dislipidemia Aterogênica: A resistência à insulina e a obesidade visceral estão associadas com dislipidemia aterogênica, com elevação dos triglicerídios plasmáticos, redução dos níveis de HDL-colesterol e aumento de LDL-colesterol.
A insulina normalmente reduz a lipólise nos adipócitos, mas alteração na sinalização da insulina aumenta a lipólise, levando ao aumento dos ácidos graxos livres. No fígado, os ácidos graxos livres servem como substrato para a síntese dos triglicerídios. Os ácidos graxos também estabilizam a produção da apoB, elevando a produção do VLDL-colesterol. A hipertrigliceridemia é o resultado do aumento de produção do VLDL-colesterol e redução da eliminação. Os triglicerídios do VLDL-colesterol são transferidos aos HDL-colesterol, resultando em HDL ricos em triglicerídis, que são clareados rapidamente da circulação, levando à redução das partículas de HDL-colesterol para participar do transporte reverso de colesterol na vasculatura.
 Disfunção Endotelial: É a via final comum de vários fatores de risco cardiovasculares e é importante no desenvolvimento da aterosclerose. Disfunção endotelial ocorre quando o endotélio é danificado ou denudo, neste caso, por angioplastia. Pode ocorrer por hiperglicemia, estresse oxidativo, ação de ácidos graxos livres, citocinas pró-inflamatórias ou adipocinas. A característica comum da disfunção endotelial é a redução da disponibilidade do óxido nítrico nos vasos, além de redução do fluxo dos músculos esqueléticos. Cria-se, então, um círculo vicioso, no qual a disfunção endotelial piora ainda mais a resistência à insulina.
 
1.4 CASOS
Caso 1: Mulher de 52 anos, viúva, descobriu ter taxa de glicose plasmática de 160 mg/dl durante o exame anual com o ginecologista. Exame ginecológico normal e menstruação normal. Tem forte história familiar de diabetes mellitus em ambos os lados da família, e um de seus 4 filhos pesou 4,5 kg ao nascimento. Uma vez que todos os seus filhos já deixaram a casa, seu estilo de vida é sedentário. A obesidade tem sido um problema desde a segunda gestação. Seu peso tem variado de 90 a 103 kg. Ao exame, peso de 98 kg e altura de 162 cm, hemodinamicamente estável, porém com PA de 170/95 usando Captopril 25 mg, duas vezes ao dia. Exames laboratoriais – Colesterol total = 242 mg/dl; col LDL = 148 mg/dl; col HDL = 35 mg/dl; triglicérides 278 mg/dl; ácido úrico sérico de 7,2 mg/dl. Como medida inicial, fez consulta com nutricionista e recebeu orientações com enfermeira orientadora. Iniciou dieta hipocalórica e programa de exercícios sob supervisão de um preparador físico; após seis semanas, pesou 90,2 kg e sua glicemia chegou a 130 mg/dl; hemoglobina glicada de 8,6%.
O quadro clínico da paciente é sugestivo de síndrome metabólica, ou seja, há coexistência de vários fatores de risco cardiovascular: dislipidemia mista, obesidade, diabetes mellitus, hiperuricemia e hipertensão arterial. Dislipidemia mista: Colesterol total = 242 mg/dl; col LDL = 148 mg/dl; col HDL = 35 mg/dl; triglicérides 278 mg/dl Obesidade: IMC = 37,4 Diabetes mellitus: história familiar, filho nasceu com 4,5 kg, glicose plasmática de 160 mg/dl, glicemia chegou a 130 mg/dl; hemoglobina glicada de 8,6% Hiperuricemia: ácido úrico sérico de 7,2 mg/dl Hipertensão arterial : PA de 170/95 usando Captopril 25 mg, duas vezes ao dia. 
Nos pacientes obesos portadores de hiperglicemia e hipertrigliceridemia, o agente hipoglicemiante ideal é a metformina. A insulina e as sulfaniluréias diminuem a glicemia, mas não ajudam na perda do peso nem previnem o seu ganho. A insulina deve ser a medicação de primeira escolha em pacientes sintomáticos, especialmente aqueles com peso normal ou com sobrepeso e com glicemia de jejum acima de 270 mg/dl. Também, está indicada nos casos de problemas clínicos importantes, infecções e cirurgias.
1.5 TRATAMENTO
O aumento da atividade física e a perda de peso são as melhores formas de tratamento, mas pode ser necessário o uso de medicamentos para tratar os fatores de risco. Entre eles estão os chamados "sensibilizadores da insulina", que ajudam a baixar a açúcar no sangue, os medicamentos para pressão alta e os para baixar a gordura no sangue. As características básicas da síndrome metabólica incluem obesidade visceral, resistência à insulina, dislipidemia aterogênica e disfunção endotelial, mas as duas primeiras parecem ser fundamentais. Desse modo, a perda de peso pode melhorar as várias alterações ao mesmo tempo. Os pacientes com síndrome metabólica devem adotar medidas para mudança do estilo de vida. A atividade física e o controle do peso podem ajudar radicalmente a reduzir o risco de diabetes em pacientes com síndrome metabólica. O Instituto Nacional de Saúde recomenda a perda de peso associada ao exercício em presença de = 2 fatores de risco associados a sobrepeso, ou obesos independentemente de comorbidades. A terapêutica farmacológica está indicada nos pacientes com IMC entre 27 e 29,9 se existem comorbidades, e se não foi possível a perda de 450 g/semana após 6 meses de terapêutica combinada, ou para todos os pacientes com IMC > 30. A cirurgia bariátrica está indicada em apenas dois grupos de pacientes: os com IMC entre 35 e 39,9 associados às comorbidades relacionadas à obesidade, e todos os pacientes com IMC = 40.
A redução de peso corpóreo deve ser de 7 a 10% por 6 a 12 meses, pela diminuição da ingesta calórica de 500 a 1.000 calorias/dia, que é mais efetiva do que dietas radicais. A orientação nutricional inclui baixa ingestão de gorduras saturadas, ácidos-graxos trans, colesterol e aumento de consumo de frutas, vegetais e grãos integrais. A manutenção da perda do peso é mais bem adquirida com exercício regular durante, pelo menos, 30 minutos/dia de atividade física moderada. Estudos mostram que modificações de comportamento reduziram a progressão do diabetes melito tipo 2 em quase 60%, e é melhor do que o obtido com uso de metformina.
Embora o rimonabanto tenha mostrado redução de peso e da circunferência abdominal, com efeitos favoráveis no padrão de vários fatores de risco metabólico em indivíduos obesos e com sobrepeso, foi retirado do mercado por apresentar efeitos colaterais como náuseas, ansiedade e especialmente depressão e tendência ao suicídio.
Existem 2 grupos principais de drogas aprovados para uso a longo prazo para tratar a obesidade: supressor de apetite de ação central (sibutramina) e inibidor de absorção de nutriente de ação local (orlistat).
A sibutramina age no sistema nervoso central inibindo a recaptação de noradrenalina e serotonina, e amplifica os sinais de saciedade. Estudo realizado em indivíduos obesos e com sobrepeso mostrou que, quando usada na dose de 10 mg/dia por 6 a 12 meses, houve perda de peso 3 vezes maior em relação ao placebo, e 2/3 dos pacientes tratados com a droga apresentaram perda de peso de 5 a 10% em 1 ano. Leva não só à perdade peso, mas também à melhora dos componentes da síndrome metabólica. Entretanto, pode ocorrer efeito rebote se essa medicação é interrompida, devendo ser mantida a longo prazo para atingir eficácia máxima e sustentada. É mais efetiva se associada a aconselhamento intenso de mudança de estilo de vida. Os efeitos colaterais incluem elevação discreta dos níveis pressóricos e da frequência cardíaca, mas os benefícios metabólicos são maiores que os riscos.
O orlistat se liga as lipases pancreáticas e reduz a absorção de gordura, inibindo parcialmente a hidrólise da gordura da dieta (triglicerídios) em ácidos graxos livres absorvíveis e monoacilglicerol. Estudos mostram perda de 9 a 10% do peso corpóreo com 1 ano de uso na dose de 120 mg 3 vezes/dia, enquanto o uso de placebo mostrou redução de 6%. No 2º ano de uso, há também perda de peso. O uso a longo prazo mostrou melhora da maioria dos componentes da síndrome metabólica, exceto dos triglicerídios. O efeito colateral está relacionado ao mecanismo de ação, pois 1/3 da gordura e da caloria da dieta são eliminados pelas fezes. Há também redução das vitaminas solúveis em gordura, sendo necessário o uso de multivitamínico.
Em virtude do aumento do risco cardiovascular em pacientes hipertensos com SM, é aconselhável controle rigoroso dos níveis pressóricos, em níveis inferiores do que em indivíduos sem síndrome metabólica, embora o nível ideal ainda não seja conhecido.
Em presença de HAS, a terapia anti-hipertensiva deve ser direcionada com drogas que não precipitem o início do diabetes melito. Devem ser usadas drogas com ação no sistema renina-angiotensina, pois estão associadas com redução da incidência do diabetes quando comparados com outros anti-hipertensivos e têm efeito em órgãos-alvo. Se necessário, deve-se associar o antagonista dos canais de cálcio, pois são metabolicamente neutros e têm efeito favorável no dano dos órgãos-alvo ou o diurético tiazídico em dose baixa. Os tiazídicos podem ser utilizados como terceira opção, pelo fato de os pacientes frequentemente serem obesos e apresentarem hipertensão arterial sensível ao sal. Os tiazídicos não devem ser utilizados como primeira linha em pacientes com síndrome metabólica pelo efeito diabetogênico e por ações dismetabólicas, especialmente quando utilizados em altas doses. Deve-se evitar a hipocalemia, associando-se diuréticos poupadores de potássio ao tiazídico, já que a hipocalemia pode induzir a intolerância a glicose. Na Tabela 5, são apresentadas as recomendações para o tratamento da síndrome metabólica.
A combinação de bloqueadores do sistema renina-angiotensina com antagonista de canais de cálcio tem sido associada à menor incidência de diabetes do que a associação de diurético e betabloqueador.
Os betabloqueadores devem ser evitados em pacientes com síndrome metabólica, pois aumentam a incidência do diabetes, por alterar a sensibilidade à insulina e por efeitos no perfil lipídico. Entretanto, tais efeitos parecem menos pronunciados ou ausentes com betabloqueador com propriedade vasodilatadora, como o carvedilol e nebivolol.
O desenvolvimento de diabetes melito tipo 2 é precedido por intolerância à glicose e resistência à insulina, e normalmente se apresentam cerca de 2 anos antes do início do diabetes melito tipo 2. Se intervenções para mudança de estilo de vida falham, algumas drogas podem ser utilizadas como alternativa, como acarbose, metformina e roseglitazona. Esta, em especial, foi testada em pacientes com intolerância à glicose e se mostrou efetiva em reduzir o início do diabetes. No entanto, houve aumento do peso e retenção hídrica. Em pacientes diabéticos, a pioglitazona mostrou redução significativa de eventos cardiovasculares e também apresentou efeito anti-hipertensivo.
Não existem evidências de que os pacientes com síndrome metabólica e níveis de pressão arterial normal alta ou sem diabetes melito devem receber bloqueadores do sistema renina-angiotensina para prevenir o início da hipertensão arterial ou o início do diabetes e dano de órgãos-alvo em pacientes de maior risco. A recomendação atual é que a mudança do estilo de vida seja primordial no tratamento destes pacientes. Também não há conclusão se estes pacientes com síndrome metabólica se beneficiariam de drogas antidiabéticas, na ausência do diabetes. As estatinas e as drogas antidiabéticas devem ser dadas em presença de dislipidemia e diabetes, respectivamente.
 
Tabela 5: Recomendações para o tratamento da síndrome metabólica (SM)
	Componente da SM
	Valor de corte
	Objetivo
	Recomendações
	Observações
	Hipertensão arterial
	130/85 mmHg
	< 130/80 mmHg
	Tratamento não farmacológico
Tratamento farmacológico:
1) IECA ou BRA
2) ACC ou betabloqueador com propriedade vasodilatadora
	Tiazídicos devem ser evitados como monoterapia ou em alta dose
Betabloqueadores devem ser evitados se não houver indicação precisa
	Dislipidemia
	TG > 150 mg/dL
Homens: HDL < 40
Mulheres: HDL < 50
	LDL < 75 mg/dL
	Tratamento não farmacológico
Estatinas isoladas ou com ezetimibe
Fibratos outros que genfibrozil em combinação com estatinas
	 
	Alteração da glicemia de jejum
	> 110 mg/dL
	< 100 mg/dL
	Tratamento não-farmacológico
1)               Glitazonas
2)               Metformina
	GTT deve ser realizado com a glicemia de jejum > 100 mg/dL
	Hipercoagulabilidade
	Em pacientes com alto risco ou com creatinina > 1,4 mg/dL
	Antiagregante plaquetário
	AAS
	Evitar se a PA não está sob controle
AAS: ácido acetilsalicílico; ACC: antagonista dos canais de cálcio; BRA: bloqueador do receptor da angiotensina; GTT: teste de tolerância à glicose; HDL: lipoproteínas de alta densidade; IECA: inibidor da enzima de conversão da angiotensina; LDL: lipoproteína de baixa densidade; SM: síndrome metabólica; TG: triglicerídios.
 
REFERÊNCIAS
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: https://www.endocrino.org.br/a-sindrome-metabolica/#:~:text=O%20termo%20S%C3%ADndrome%20Metab%C3%B3lica%20descreve,doen%C3%A7as%20card%C3%ADacas%2C%20derrames%20e%20diabetes.
Saúde Novartis: 
https://saude.novartis.com.br/diabetes-tipo2/o-perigo-da-sindrome-metabolica/
MedicinaNet: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3103/diagnostico_e_tratamento_da_sindrome_metabolica.htm
Tua Saúde: 
https://www.tuasaude.com/sindrome-metabolica/

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