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1 
LITERATURA 
 
 Prof. Ismael Dantas 
prof.ismael.dantas@gamil.com 
 www.dantas.pro.br 
 [11] 8517-1911 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As Meninas 
 Diego Velázquez [1599-1660] 
 
 
 
Barroco.......................................................................................................................... 02 
Contexto Histórico-Cultural............................................................................................ 03 
Manifestações Artísticas ................................................................................................ 07 
Características................................................................................................................. 18 
Tendências do Barroco Literário..................................................................................... 20 
Os gêneros / As fôrmas estróficas / Diversidade temática.............................................. 22 
Comparação: Barroco e Renascimento......................................................................... 23 
Resumo sucinto dos representantes nas Literaturas Ocidentais................................. 24 
Atividades ....................................................................................................................... 36 
Fonte de consulta ......................................................................................................... 60 
Textos complementares acerca do Barroco: 
Introdução ao Barroco Literário Europeu..................................................................... 63 
Cultismo e Conceptismo.................................................................................................. 66 
A Época Barroca (1601/1768)....................................................................................... 67 
O Conceito do Barroco ......................................................................................................71 
Uma Introdução ao Barroco ..............................................................................................85 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 Estilo artístico e literário predominante desde meados do século XVI até o século 
XVIII. O Barroco também é chamado de Seiscentismo por ser a estética dominante nos 
anos de 1600 (século XVII). Teve como pátria a Espanha, daí passando para a Itália e 
logo depois aos demais países ocidentais. 
 Representantes nas literaturas ocidentais: Espanha: Gôngora, Quevedo, 
Cervantes, Lope de Vega, Calderón,; Itália: Marino, Tasso; França: Descartes, Pascal, 
Boileau, La Fontaine, Corneille, Racine, Molière; Inglaterra: John Lily, John Donne, John 
Milton; Alemanha: Silesius, Opitz, Gryphius. 
O Barroco engloba em literatura uma série de denominações hoje superadas: 
Gongorismo (Espanha) – pela influência do estilo do poeta Luís Gôngora (1561/1627). 
Marinismo (Itália) – pela influência exercida por Gianbattista Marini (1569/1625). Eufuísmo 
(Inglaterra) – derivado do título da novela Euphéus, do escritor John Lily (1553/1606). 
Preciosismo (França) – pelo culta à forma extremamente rebuscada na Corte de Luís XIV. 
Silesianismo (Alemanha) – por influência do escritor Angelus Silesius (1624/1677). 
“Barroco termo primitivamente usado por alguns críticos para contrapor, à 
tendência classicista mediterrânea e latina, certo espírito presente nas obras de arte 
nórdicas, marcadas por um ostensivo desequilíbrio entre o sensual e o espiritual, entre o 
gozo e sofrimento, entre a barbárie e a sublimação mística, sacrificando a harmonia em 
proveito da exuberância, do efeito lúdico e obscuro.” (Geir Campos, in Pequeno Dicionário 
de Arte Poética.) 
Em Portugal, O Barroco ou Seiscentismo tem o início em 1580, quando Portugal 
passa para o domínio espanhol (1580/1640) e se estende até 1756. Representantes 
portugueses: Francisco Rodrigues Lobo, Padre António Vieira, Mariana Alcoforado e entre 
outros. 
 No Brasil, o marco introdutório do Barroco tem o início com o poema Prosopopéia, 
de Bento Teixeira, publicado em 1601 e se estende até 1768. Representantes brasileiros: 
Bento Teixeira, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Itaparica, Pe. Antônio Vieira, Frei 
Vicente do Salvador, Fernandes Brandão e entre outros. 
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«O Barroco é a tentativa de ligar o homem ao Divino – ligação rompida pela 
Renascimento que entendia o homem voltado para a terra» 
 
 
 
3 
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL 
 
 
 
 Galileu Galilei [1564-1642] Isaac Newton [1643-1727] 
 
 
Desenvolvimento Científico 
 
 
 Enquanto a Europa avançava no campo científico, com as pesquisas e descobertas 
de Galileu Galilei (ensinou a teoria herética do movimento da Terra) e de Issac Newton 
(introduziu a noção de gravitação universal ao identificar a gravidade terrestre com as 
atrações entre os corpos celestes – episódio da «maçã de Newton»), a Península Ibérica 
era reduto da cultura medieval. 
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................................................................................................ 
 
Absolutismo 
 
 Sistema político no qual o poder se concentra nas 
mãos do soberano, que exerce todas as atribuições: 
legislação, justiça, administração etc. Foi o regime das 
monarquias da Europa ocidental nos séculos XVII e XVIII. 
Todo poder exercido de forma ilimitada e indivisível. 
 “Sistema de governo em que o governante se 
investe de poderes absolutos, sem limite algum, 
exercendo de fato e de direito os atributos da soberania.” 
(Aurélio Buarque de Holanda, in «Novo Aurélio») 
 
 Luís XIV um dos expoentes do absolutismo 
 [Hiacint Riagau -1659/1743] 
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................................................................................................
................................................................................................ 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 By Dantas 
 
 
 
 
Conflitos religiosos 
 
 A grande crise religiosa do século XVI, ficou conhecida com o nome de Reforma 
Protestante iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), que defendia o livre exame da 
Bíblia. Provocou a Reforma a criação de igrejas nacionais. A reação da Igreja Católica 
Romana foi denominada de Contra-Reforma. 
................................................................................................
............................................................................................Portugal sob o domínio Espanhol 
 
 
Em 1580, Portugal perde a autonomia política para a 
Espanha que se prolonga até 1640. A perda da autonomia e o 
desaparecimento de D. Sebastião (1554/1578) na batalha de 
Alcácer-Quibir, na África, criam-se o Mito Sebastianismo (crença 
de que Dom Sebastião não morrera na batalha e voltaria em 
breve para retornar o trono que lhe pertencia e transformaria 
Portugal no Quinto Império). 
 
......................................................................
...................................................................... 
 
 
 
Formação da sociedade patriarcal nos engenhos de 
Pernambuco 
 
Durante quase todo o período colonial, 
Pernambuco teve uma formação acentuadamente 
patriarcal. Onde havia praticamente apenas duas classes 
sociais: os senhores de engenho e os escravos. 
 
............................................................ 
 
 
 
 
5 
 
 
 Postado por Dantas 
 
 
 A Invasão Holandesa em Pernambuco (1630-1654) 
 
Em fevereiro de 1630, os holandeses desembarcaram na costa pernambucana 
fortemente amparados por setenta navios bem armados e municiados, visando à zona 
açucareira do país. Haja vista que os holandeses já tinham invadidos a Bahia em 1624, 
mas foram derrotados no ano seguinte. 
 Durante a presença dos holandeses em Pernambuco, aparece a figura de 
Domingos Fernandes Calabar (natural de Porto Calvo, AL- 1600/1635) – senhor de 
engenho na capitania de Pernambuco, conhecia como ninguém a sua terra, a costa e os 
recursos de guerra utilizados por seus compatriotas. Tornou-se aliado dos holandeses. 
Em 1636, os holandeses dominavam o litoral brasileiro desde o Maranhão até foz 
do Rio São Francisco. Para tomar posse dessas terras, organizar a conquista e 
prosseguir no plano de expansão, a Holanda enviou o nobre e culto governador Maurício 
de Nassau (1604/1679). Embora considerado inimigo, introduziu melhoramento em Recife 
e Olinda. Prestigiou as letras, ciências e artes trazendo para Recife intelectuais e artistas 
de vários países europeus. 
 Com as duas Batalhas dos Montes Guararapes, em Recife, hoje atual município 
Jaboatão dos Guararapes, terminou o domínio holandês no Brasil (1630/1654). 
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................................................................................................ 
 
 
A ideologia corrente do Barroco resultou do movimento espiritual desencadeado 
pela Contra –Reforma, no intuito de reaproximar o homem e Deus, o celestial e o terreno, 
o religioso e o profano, conciliando as duas a medieval e renascentista.” 
 
 
Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar 
O mar é das gaivotas» 
 
 [Milton /Leila Dinis] 
 
 Recife by Dantas 
 
 
6 
Quilombo dos Palmares 
 
 Zumbi (séc. XVII), chefe do Quilombo dos Palmares, 
também conhecido com Zambi. Sobrinho do rei Ganga 
Zumba que, após a investida de Fernão Carrilho (1677), foi 
obrigado a aceitar a paz em condições desfavoráveis. Mas, 
sob a liderança de Zumbi, a luta prosseguiu. Em 1692, 
derrotou Domingos Jorge Velho, mas, em 1694, a praça forte 
de Palmares foi invadida e tomada. Zumbi escapou e 
continuou a resistência contra os brancos. Em 1695, traído, 
teve seu esconderijo descoberto e foi morto. 
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Busto de Zumbi dos Palmares – Brasília 
 
 
 Serra da Barriga – União dos Palmares - AL [09/01/11] 
 Posted by Dantas / Amorim 
 
 
“Em meados de 1580, a princesa africana Aqualtune foge da escravidão com seus 
filhos e, na íngreme Serra da Barriga, funda o Quilombo dos Palmares que se 
transformaria na sede de uma República Negra autossuficiente, vindo a ocupar uma área 
de quase duzentos quilômetros, no atual território de União dos Palmares, Alagoas, 
tornando-se um dos maiores ícones da resistência negra contra a escravidão no Brasil e 
abrigando mais de vinte mil pessoas, cerca 20% da população da época. O Quilombo dos 
Palmares resistiu por mais de cem anos aos ataques de portugueses e holandeses. 
 Hoje a Serra da Barriga é patrimônio histórico, arqueológico, etnográfico e 
paisagístico. Em 21 de março de 1997, Zumbi, o último general a liderar Palmares, foi 
reconhecido pelo governo federal com Herói Nacional. Para preservar essa memória foi 
erguido, no mesmo solo onde Zumbi e seu guerreiros viveram e lutaram, o Parque 
Memorial Quilombos dos Palmares.” (Secretária Municipal de Turismo - União dos 
Palmares, AL.) 
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7 
MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS 
 
 
Arquitetura 
 
 Centra-se em três princípios: a busca do movimento nas construções (plantas 
elípticas, fachadas curvas); a utilização da luz para lograr os efeitos desejados (jogos de 
claro-escuro) e a perca do caráter construtivo de alguns elementos em favor de sua maior 
riqueza ornamental. Artistas da arquitetura barroca: Francesco Borromini, Della Porta, 
Baltassare Longhena, Bernini (também escultor) entre outros. 
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 Interior da cúpula da Igreja de Sant’Ivo (1642/61) Fachada da Igreja de San Carlino (1665/67) 
 
 
 
Francesco Borromini 
 
 Francesco Borromini (1599/1667) – arquiteto italiano. Aos quinze anos, partiu para 
Roma, atraído pelas obras de São Pedro e a proteção de Maderno, seu parente, que o 
iniciou na matemática. Afastado do canteiro da basílica para 
dar lugar a Bernini, nem por isso deixou de fazer uma grande carreira romana a serviço 
da Igreja. Trabalhou nos palácios dos pontífices, em São João de Latrão e em S. Agnese, 
mas dedicou-se sobretudo às congregações: convento dos frades trinitários (1634); e sua 
igreja, S. Carlo alle Quattro Fontane (1638, fachada após 1662); convento dos filipinos; 
igreja de S. Ivo (1642), para o Collegio della Sapienza; imenso Palácio da Propaganda da 
Fé (1662), para os jesuítas. Substituiu a orientação clássica das igrejas de planta central 
pelo dinamismo de volumes irradiantes com sutis efeitos de perspectiva, rompeu as 
superfícies para integrá-las ao espaço ambiental, optou pela interferência de figuras 
geométricas e enfatizou estrutura à maneira da arte gótica. Borromini é uma das figuras 
máximas do Barroco romano. 
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8 
Della Porta 
 
 Giacomo della Porta (1540/1602) – arquiteto 
italiano. Conclui em Roma os grandes edifícios que 
Michelangelo deixaria inacabado. Della Porta pode ser 
considerado como direto seguidor de Vignola 
(1507/1573), com o qual ele colaborou como ajudante e 
com o qual se formou como discípulo. 
 Uma de suas obras mais formosa foi a fachada da 
Igreja de Gesù, onde modificou os planos de seu próprio 
mestre Vignola, transformando o esquema maneiristacom um dinamismo e um sentido do claro-escuro que 
denunciam a tendência ao Barroco. 
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Baltassare Longhena 
Baltassare Longhena (1598-1682) – o grande 
mestre do Barroco veneziano e um dos arquitetos mais 
importantes do Seicento, é contemporâneo de Bernini e 
Borromini. A sua obra excepcional - a igreja de Santa 
Maria della Salute , construída entre 1631/81. 
A obra (igreja de Santa Maria della Salute) - 
trata-se duma igreja votiva e esta a razão de sua forma, 
que não atem as exigências litúrgicas mas simbólica. 
Trata-se dum organismo monumental ou objeto 
precioso, exibido como oferenda à Mãe celestial. 
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9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres 
 Catedral – Salvador, BA Jaboatão dos Guararapes, PE 
 Postado por Dantas 
 
 
 
 
 
 
As Igrejas de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo 
 Centro histórico de Mariana , MG 
 Convento de Nossa Senhora da Luz 
 (atual Museu de Arte Sacra) 
 São Paulo, SP 
 
 
 
As Igrejas Barrocas no Brasil 
. 
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10 
Escultura 
 
 Adquire grande dinamismo e expressividade. Efeitos de claro-escuro, ideia de 
movimento contido, dramatismo. Abundância de temas mitológicos e religiosos. 
Escultores: Bernini, Aleijadinho (Brasil) entre outros. 
 
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Bernini 
 
 
 Bernini (1598/1680) – escultor e arquiteto italiano. 
Durante sua longa e fecunda carreira, afirmou-se como o 
mestre do Barroco. Seu estilo de escultor caracterizou-se 
pela graça e vivacidade de invenção (Apolo e Dafne, 
mármore de 1622), um movimento intenso, a maciez do 
tratamento das formas e dos planejamentos, o sentido do 
dramático, (O Êxtase de Santa Teresa, 1654-1652). 
 Uma de suas primeiras obras, o baldaquino em 
bronze do altar da basílica de São Pedro (1624), é 
considerada o manifesto da arte barroca. 
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11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aleijadinho 
 
 Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho 
(1730/1814). Escultor e arquiteto brasileiro. 
Filho do mestre de obras português Manuel 
Francisco Lisboa e Isabel, escrava deste, 
aprendeu o ofício com o pai, autor do risco da 
igreja da Ordem Terceira do Carmo (1776), 
em Ouro Preto. Na agitada Vila Rica do século 
XVIII, que emergia da aventura do ouro e 
pronunciava a emancipação, Antônio 
Francisco foi o discípulo informal de uma 
comunidade interessada nas letras, nas artes 
e na política. Tendo saído de Minas uma única 
vez, quando foi ao Rio de Janeiro, incorporou, 
através de gravuras e textos, a tradição do 
Barroco e do rococó e os ecos do clássico e do gótico; mas sobretudo absorveu e 
transformou o ambiente popular de seu tempo, chegando a um modo brasileiro de arte 
que não se prendeu a um só estilo e cuja força extravasou livremente, fundindo meios 
expressivos tradicionais com uma vivência nacional e o uso de materiais brasileiros, como 
a pedra-sabão. 
Sua obra, extensa e rica, espalhada pelas vilas e cidades de Ouro Preto, Sabará, 
São João del Rei, Mariana, Tiradentes, Congonhas, Caeté, Barão de Cocais, foi 
praticamente ignorada no Brasil acadêmico do século XIX e até o início deste, quando 
Antônio Francisco Lisboa passsou a ser definitivamente considerado o maior artista 
brasileiro do século XVIII. Em 1968 foi inaugurado o Museu do Aleijadinho, na Igreja 
matriz de Antônio Dias, bairro de Ouro Preto, onde viveu e morreu o artista. Algumas 
obras: O Profeta Daniel (pedra-sabão), Cristo Carregando a Cruz (escultura em madeira), 
Igreja de São Francisco de Assis (em Ouro Preto, 1766).. 
 
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12 
Pintura 
 
A pintura barroca é realista, concentrada nos retratos no interior das casas, nas 
paisagens, nas naturezas mortas e nas cenas populares. A pintura barroca propõe 
questões tais como: a realidade refletida no espelho será ilusória ou real? será um reflexo 
ou um duplo? 
 Pintores do Barroco: Velázquez, Rembrandt, Caravaggio, van Dyck, Rubens, 
Frans Post, Eckhout, Vermeer, Ataíde (Brasil) entre outros. 
 
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Velázquez 
 
 Diego Velázquez (1559/1660) – pintor espanhol. 
Filho de pai português e mãe andaluza. Formou-se com 
F. Pacheco. Quadros religiosos, retratos e cenas de 
gênero dessa época sevilhana já revelam uma espantosa 
perfeição (manejo da luz, vigor do relevo) em seu registro 
e a influência do tenebrismo Caravaggio. Suas obras 
principais: «As meninas», «As Fiandeiras», Vênus ao 
Espelho» entre outras. Velázquez foi um precursor muito 
caro do Impressionismo. 
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13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rubens 
 
 Rubens Petrus Paulus (1577/1640) – pintor flamengo. Seu interesse pela pinturaitaliana, adquirido em Antuérpia em contato com as obras dos grandes mestres na Itália 
(Ticiano, Veronese, Caravaggio e outros), marcou o início de sua gloriosa carreira (A 
Descida da Cruz, 1612, catedral de Antuérpia). Sua forte personalidade afirmou-se num 
estilo expressivo, fogoso e colorido, à beira da violência, que correspondia ao gosto da 
Contra-Reforma. 
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Rembrandt 
 
 Rembrandt (1606/1669) - pintor e gravador neerlandês. Após os estudos de 
humanidades, iniciou-se na pintura em Leiden, depois aprendeu, em Amsterdam, com P. 
Lastman, os elementos de uma arte realista trabalhada com efeitos de luz. Sua audácia 
logo conferiu às suas telas uma força dramática e uma intensidade de expressão 
acentuadas por vigorosos efeitos de iluminação, que criavam a forma e o espaço, e aos 
quais a cor se subordinavam (Os Peregrinos de Emaús, 1648). 
 
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14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caravaggio 
 
 Caravaggio (1571/1610) – pintor italiano. Sua carreira foi breve e tumultuada, 
marcada por rixas e entreveros provocados por seu temperamento. Caravaggio reagiu às 
convenções do Maneirismo e opôs a elas uma pintura “natural”, direta a até mesmo brutal, 
que por sua franqueza renovou a natureza-morta (Cestas de Frutas), e as cenas profanas 
(Baco Doente), bem como temas religiosos (Morte da Virgem). Os contrastes de sombra e 
luz sublinham formas maciças que, na maior parte de suas obras, emergem 
vigorosamente de um fundo negro. A influência que deixou na Europa, através do 
caravagismo, foi muito importante. 
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van Dyck 
 Antoon van Dyck (1599/1641) – pintor, desenhista e 
gravador flamengo. Trabalhou com Rubens. Realizou a 
arte do retrato pomposo (idealização, refinamento, força e 
variedades de efeitos cromáticos) e criou obras para as 
igrejas dum sentimentalismo um pouco afetado, de 
barroquismo elegante. Na Antuérpia, retomou a fórmula 
flamenga do retrato meio-corpo e produziu novas 
composições religiosas (igrejas de Antuérpia, Malines, 
Gand, etc.). Chamado à Inglaterra em1632, pintor do rei, 
acumulado de honrarias, executou c. de 400 retratos, 
alguns dos quais são obras- primas de extremo virtuosismo 
(Três filhos de Carlos I, 1635). Sua influência sobre a 
escola inglesa foi imensa. Ficou conhecido como o Sir 
Anthony van Dyck. 
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15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eckhout 
 
 Albert Eckhout (1610/1665) – pintor holandês. Veio 
para o Brasil a convite de Nassau, em 1637, e aqui 
permaneceu até 1644. Pintou oito grandes retratos de 
habitantes do país e 12 naturezas-mortas com frutas 
tropicais. A «Dança dos Tapuias», considerada sua obra- 
prima. 
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Frans Post 
 
Frans Post (1612/168) – pintor holandês. 
Órfão aos dois anos de idade, foi criado pelo irmão 
mais velho, Pieter Post, por intermédio de quem 
conheceu Mauricio de Nassau, que terminou por 
trazê-lo para o Brasil (1637). Fiel à realidade, fixou a 
paisagem pernambucana; seu trabalho se 
caracteriza pela árvore solitária a um canto e a 
perspectiva geralmente baixa, com o céu ocupando a 
maior área do quadro, Panorama brasileiro (1652) é 
uma de suas telas mais formosas. Dentre suas telas 
destacam-se ainda Ilha de Itamaracá (1637). 
........................................................ 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vermmer 
 
 Johannes vermeer (1632/1675). Pintor holandês. O século XIX redescobriu esse 
pintor de raras obras (cerca de 40 pequenas telas de autenticidade comprovada) para 
levá-lo ao ápice da arte, não apenas holandesa mas universal. Pouco se sabe sobre a 
formação de Vermeer, que seguramente teve contato com a pintura italiana, sobretudo a 
escola de Caravaggio. Seus temas são tirados do cotidiano: Mulher na Janela, A Leiteira, 
A Rendeira, Moça de Turbante entre outros. É o segundo pintor holandês mais famoso e 
importante do século XVII, depois de Rembrandt. 
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 Ataíde 
 
 Manuel da Costa Ataíde (1762/1837) – pintor brasileiro. Usou tanto óleo com 
têmpora, sobre tela ou madeira, mostrando traço seguro e predileção pelos azuis. 
Inspirou-se nas estampas de missais europeus, mas dotou suas personagens de feições 
populares e colorido vivo. Considerado o maior pintor do Barroco mineiro, foi 
contemporâneo de Aleijadinho e realizou sua obra mais importante com a pintura A 
Glorificação da Virgem no teto da nave da Igreja de São Francisco, em Ouro Preto. 
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17 
Música 
 
 Nenhuma escola musical possui analogias tão nítidas com as artes plásticas como 
o barroco: há o culto do ornamento, do arabesco – notas que “enfeitam” a melodia. De 
Monteverdi a Johann Sebastian Bach, a música descobre a profusão dos sons 
simultâneos como meio de alcançar o belo. Como pano de fundo dos instrumentos que se 
revezam na narração melódica, surge o baixo contínuo (em geral o cravo). A linguagem 
tonal se firma como sustentáculo da polifonia. Emergem novos gêneros musicais: oratório, 
cantata, concerto sonata para teclado. 
 
Principais compositores: 
 
 [1] [2] [3] 
 
 
 
 
 
 
 [1] 
 [2] [3] 
 
 
 
 
 
 
[1] Cláudio Monteverdi [Italiano - 1567/1643] – Orfeu (ópera), Madrigais. 
Considerado o «Pai da Ópera» 
 
[2] Antônio Vilvadi [Italiano -1678/1741] – As Quatro Estações (Concertos) 
 
[3] Johann Sebastian Bach [Alemão – 1685/1750] – Concertos de Brandenburgo, A 
Arte da Fuga, Paixão Segundo São Mateus, O Cravo Bem Temperado. O maior 
compositor do Barroco alemão. 
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 “De todas as artes a música é a mais sugestiva”. [Telles]“A música faz voltar ao passado.” [Telles] 
 
 
18 
CARACTERÍSTICAS: 
 
 
 
 
 Sentido eminentemente religioso - sentimento do exílio desta vida, do desengano 
do mundo, terror do inferno, ânsias do céu, etc. 
 
Deus está em mim e eu nele. 
O fogo em mim é Deus e eu nele sou brilho: 
E não estamos porventura intimamente unidos? (Angelus Silesisu) 
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Fusionismo – conciliação dos valores antitéticos: teocentrismo x antropocentrismo, 
Deus x homem, céu x terra, alma x corpo, fé x razão, virtude x prazer, misticismo x 
sensualismo, claro x escuro, medievalismo x renascimento etc. 
 
 
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, 
Da vossa alta clemência me despido; 
Porque, quanto mais tenho delinqüido, 
Vos tenho a perdoar mais empenhado. (Gregório de Matos) 
 
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 O exagero - enquanto o estilo clássico (Classicismo) buscava um equilibro, o 
Barroco apresenta o exagero, caracterizado no uso exagerado da expressão e pelo uso 
das linhas diagonais na pintura. 
 
 A cada canto um grande conselheiro, 
Que nos quer governar cabana e vinha; 
Não sabem governar sua cozinha, 
E podem governar o mundo inteiro. (Gregório de Matos) 
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19 
A dúvida – o pensamento barroco tem pouca certeza e bastantes dúvidas. A morte 
se tornou uma preocupação constante (como na Idade Média) entre a incerteza da vida, 
sempre vivendo com medo e com dúvida. « Meu Deus quando eu morrer, eu irei para o 
céu ou para o inferno»? (Telles). 
 
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? 
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? (Gregório de Matos) 
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Preocupação com a transitoriedade da vida - a vida não permite que o homem a viva 
intensamente, como seria seu desejo. 
 
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. (Gregório de Matos) 
 
 
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 Predomínio de figuras de linguagem – metáfora, antítese, paradoxo, hipérbole, 
anástrofe, hipérbato, anadiplose etc. 
 
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«O Barroco é uma arte da morte e dos túmulos» 
 (Aldous Huxley) 
 
«O homem é um animal religioso» 
 
 
20 
 Tendências do Barroco Literário 
 
São duas as tendências básicas do Barroco: Cultismo e Conceptismo. Embora 
constituam estilos diferentes, podem coexistir num mesmo texto. 
 
Cultismo – é caracterizado pela linguagem rebuscada, culta, extravagante. Jogo de 
palavras. Neologismo. O autor cultista recorre as figuras de linguagem como hipérbato 
(inversão da frase), antítese, sinestesia, anáfora etc. Também chamado de Gongorismo, 
por influência do poeta espanhol Luís de Gôngora. Na Literatura Brasileira, Gregório de 
Matos. 
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Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
 
Porém se acaba o Sol, por que nascia? 
Se formosa a Luz é, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
 
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se tristeza. 
 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância. (Gregório de Matos) 
 
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 “Era do ano a estação florida 
em que o suposto roubador de Europa 
- media a Lua as armas da sua fronte 
e o Sol todos os raios de seus cabelos -, 
luzente honra do céu, 
em campos de safira pascem estrelas... (Luís de Gôngora) 
 
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NOTAS: 
pascer – pastar; fazer pastar. Dar prazer a; deliciar. 
 
 
21 
Conceptismo – é marcado pela artificialização do raciocínio, jogo de ideia, 
argumentação sutil. Enquanto o Cultismo é essencialmente descritivo, o Conceptismo é 
analítico. Um dos principais cultores do Conceptismo foi o espanhol Francisco de 
Quevedo, de onde deriva o termo Quevedismo. Na literatura Luso-Brasileira, Padre 
Antônio Viera. 
 
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"... Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregdores fazem o sermão em 
xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, da outra há de estar negro; se de um 
parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra 
hão de dizer subiu. Basta, que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? 
Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? ..." 
(Padre Antônio Viera, in «Sermão da Sexagésima») 
 
“Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos 
portugueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a 
obrigação de morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, ecom a 
sepultura nos empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar da 
pátria, também nos deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e 
morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o 
nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; 
para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.” 
 
(Padre Antônio Vieira, in «Sermão de Santo Antônio» - pregado em Roma, na Igreja dos Portugueses.) 
 
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“Um outro coração, um homem novo 
preciso ser, Senhor, no meu espírito; 
desnuda-se de mim, que poderá ser 
que a tua piedade pague o que devo. (Francisco de Quevedo) 
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22 
Os gêneros 
 
 Prosa e poesia são igualmente cultivadas na época barroca. A prosa de caráter 
conceptista, na oratória religiosa do Padre Antônio Vieira. 
Na poesia de caráter lírico, com temas e motivos amorosos, ou de natureza 
reflexiva. Na literatura Brasileira, de Gregório de Matos Guerra e Francisco Lobo, na 
Literatura Portuguesa. 
 O teatro também foi cultivado pelos espanhóis: Lope de Vega, Calderón La Barca 
entre outros. 
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As fôrmas estróficas 
 
 Das fôrmas métricas cultivadas no período barroco, o «soneto», continua ser a 
principal; mas outra fôrma assume lugar de destaque – o «romance», fôrma poética 
construída por quadras de versos de redondilha e rima toante. Podemos acrescentar 
outras fôrmas poéticas como: a «oitava», o «terceto» e a «décima». 
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A diversidade temática 
 
 Os temas mais frequentemente tratados na poesia barroca são: a miséria da 
condição humana; a vida como labirinto e desconcerto; o sentimento de decadência e de 
melancolia perante a efemeridade de tudo o que é terreno; o desejo de conversão a Deus; 
os defeitos físicos; as situações indecorosas e sórdidas; vícios repulsivos entre outros. 
 
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«A literatura barroca cultivou com frequência e aprazimento uma estética do feio e o do 
grotesco, do horrível e do macabro» 
 
 (Aguiar e Silva, in »Teoria de Literatura) 
 
“O homem barroco oscila entre a renúncia e o gozo dos prazeres da vida” 
 
 
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NOTAS IMPORTANTES: 
DANTAS, Ismael. “Oitava, terceto e décima” In: Apostilha - gêneros literários. Atibaia / Guarulhos, 2011. 
sórdido – que é imundo; repugnante. 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vila Capra [1550] A Colunata da Praça de São Pedro 
 Andrea Palladio [1508/1580] Bernini [1598/1680] 
 
 
Comparação: Barroco e Renascimento 
 
 Wölfflin, comparando Barroco e Renascimento, estabelece alguns princípios 
fundamentais que definem a passagem do tipo de representação táctil para o visual, isto 
é, da arte renascentista para a barroca. Dessa maneira: 
 
 O Barroco representa não um declínio, mas o desenvolvimento natural do 
Classicismo renascentista para um estilo posterior. 
 
 Esse estilo, diferentemente do renascentista, já não é táctil, porém visual, isto é, 
não admite perspectivas não-visuais, e não revela sua arte, mas a dissimula. 
 
 A mudança executa-se consoante uma lei interna, e os estágios de seu 
desenvolvimento em qualquer obra podem ser demonstrados graças a cinco categorias: 
 
RENASCIMENTO BARROCO 
 
1.linear – caracterização centrada 1. Pictórica – caracterização desviada dos limites 
em limites claros e precisos; do objeto e centrada na acumulação de ele- 
 mentos; 
 
2. composta em superfície - 2. Composta em profundidade - a percepção visual 
 encadeamento de formas envolve os elementos mais próximos e os mais 
 sobre um mesmo plano; distantes; 
 
3.partes coordenadas de igual valor; 3. Partes subordinadas a um conjunto; 
 
4. fechada – limitada em si mesma; 4. Aberta – efeito completado pelo observador; 
 
5. claridade absoluta. 5. Claridade relativa. 
 
 
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24 
RESUMO SUCINTO DOS REPRESENTES NAS LITERATURAS OCIDENTAIS 
 
 
Gôngora [1561-1627 ] 
 
 Luis de Gôngora y Argote – Filho duma família nobre. 
Poeta e dramaturgo castelhano. Estudou teologia e Direito em 
Salamanca. Realizou viagem por toda a Europa. Desenvolveu o 
culteranismo ou gongorismo estilo ornamentado e metafórico. 
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Mientras por competir con tu cabello, 
oro bruñido al sol relumbra en vano; 
mientras con menosprecio en medio el llano 
mira tu blanca frente el lilio bello; 
mientras a cada labio, por cogello. 
siguen más ojos que al clavel temprano; 
y mientras triunfa con desdén lozano 
del luciente cristal tu gentil cuello: 
goza cuello, cabello, labio y frente, 
antes que lo que fue en tu edad dorada 
oro, lilio, clavel, cristal luciente, 
no sólo en plata o vïola troncada 
se vuelva, mas tú y ello juntamente 
en tierra, en humo, en polvo, en sombra, en nada. 
 
 
 
 
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25 
 
 Enquanto por competir com teu cabelo, 
oiro brilhando ao sol reluz em vão; 
enquanto com menosprezo em meio plano 
observa tua brancura fronte o lírio belo; 
 
 enquanto em cada lábio, para o colher, 
seguem mais olhos que ao cravo precoce; 
e enquanto triunfa com desdém louçano 
do luzente cristal teu gentil colo; 
 
 goza colo, cabelo, lábio e fronte, 
antes o que foi em tua idade dourada 
oiro, lírio, cravo, cristal luzente 
 
 não só em prata ouviola truncada 
se volte, mas tu e isso juntamente 
em terra, em fumo, em pó, em sombra, em nada. 
 
 Rubens -1577/1640 
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O autor barroco tem “estilo voltado para a alusão (e não para a cópia) e para a ilusão 
enquanto fuga da realidade convencional” 
 
(Alfredo Bosi, in «História Concisa da Literatura Brasileira») 
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NOTAS: 
desdém – desprezo com orgulho; desafectação 
loução – que tem louçainhas; garboso; garrido. 
 
 
 
 
26 
Quevedo [1580-1645] 
 
 Francisco Gómez de Quevedo – Filho duma família 
fidalga. Passou a infância na Corte, onde os pais 
desempenhavam altos cargos. A produção poética de Quevedo 
constitui um dos mais originais exemplos da poesia barrroca 
espanhola do Século de Oiro. 
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 Viver é fazer breve jornada, 
e morte viva é, Lico, a nossa vida, 
ontem o frágil corpo amanhecido, 
cada instante no corpo sepultado. 
 (...) Ontem já foi, amanhã não é chegado; 
hoje está indo sem parar num ponto: 
sou um foi e um será, e um é cansado. 
 Em hoje, amanhã e ontem, junto 
em fralda e mortalha, e fiquei sendo 
presentes sucessões de um defunto. 
 
 Porto Beach - Barreiros, PE 
 Posted by Dantas] 
 
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 Um outro coração, um homem novo 
preciso ser, Senhor, no meu espírito; 
desnuda-me de mim, que poderá ser 
que a tua piedade pague o que devo. 
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 A fugitivas sombras dou abraços; 
Nos sonhos se cansa a minha alma; 
Passo lutando a sós noite e dia 
Com alguém que trago nos meus braços. 
[...] 
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27 
Calderón [1600-1681] 
 
 Pedro Calderón de La Barca – De família nobre. Passou 
a vida na Corte, onde pai exercia funções de escrivão. 
Calderón é o mais barroco dos dramaturgos hispanos do 
século XVII. 
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 “A apreciação de A Vida É Sonho como a obra prima de Calderón de la Barca e um 
dos grandes dramas da literatura universal não é gratuita. Segundo foi assinalado em 
diferentes lugares, problema abordado – o conflito entre a liberdade e o destino resulta 
como suficientemente universal para fazer desta obra um expoente de largo alcance; 
além disso, a envergadura dramática de A Vida É Sonho, e as considerações que a partir 
dela surgem em torno de vários aspectos, convertem esta peça numa «comedia 
filosófica» de dimensão universal. Nessa recorrência ao tema do destino, a obra de 
Caldeón foi comparada por diversas vezes ao gênero trágico, por que a invalidação desse 
destino por parte de Segismundo, o protagonista, não oferece em A Vida É Sonho certas 
possibilidades trágicas, mas insiste simplesmente sobre uma formulação própria do 
século XVII europeu: ou seja, a que concede primazia à razão, à vontade humana sobre 
uma força irracional centrada no destino. 
 A Vida É Sonho abre com a apresentação por parte de Segismundo da própria 
condição de prisioneiro de seu pai, o rei Basílio, que, depois de espiolhar bem os indícios 
do destino – a rainha, que morreu no parto, sonhou que trazia um monstro nas próprias 
entranhas -, julga ter compreendido” 
 
 
Que Segismundo seria 
o homem mais atrevido, 
o príncipe mais cruel, 
e o monarca mais ímpio... 
 
[...] 
 
(Eduardo Iáñez, in «As Literaturas no século XVII» p. 118) 
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28 
 Cervantes [1547-1616] 
 
 Miguel de Cervantes Saavedra – De provável origem 
convertida, viveu em diversos lugares. Portanto, Cervantes 
deve ter estudado nas universidades castelhanas – 
Valladolid, Salamanca e Madrid. Ingressa no Exército e 
participa na Batalha de Lepanto contra os turcos, onde fica 
ferido e perde o braço esquerdo. Apesar disso, ainda 
participa de outras expedições militares. 
 O primeiro ensaio literário de Cervantes foi a novela 
pastoril A Galateia (1585), cuja a obra não alcançou 
sucesso. Somente a partir de 1605, com o sucesso rápido e 
estrondoso da publicação da primeira parte de seu «O 
Engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha» 
D. Quixote é composto de duas partes, publicadas 
separadamente. A primeira parte compreende as aventuras 
das primeiras saídas do protagonista Outro autor, sob o pseudônimo de Alonso de 
Avellaneda, aproveitando a fama do romance de Cervantes, publica a continuação da 
história do engenhoso fidalgo, antes de Cervantes publicar a segunda parte do seu 
romance. 
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“Não existe nada mais profundo e poderoso do que este livro. Representa até hoje 
a mais grandiosa e acabada expressão da menta humana. Se o mundo acabasse e no 
Além nos perguntassem: «Então, o que você aprendeu da vida», poderíamos 
simplesmente mostrar o D. Quixote e dizer: « Esta é a minha conclusão sobre a vida. E 
você? O que me diz?”. 
 
 
 [Fiódor Dostoiévsi -1821/1881] 
 
 
 
 
 
29 
 Lope de Vega [1562-1635] 
 
 Lope Félix de Vega Carpio – De família humilde. Foi 
ordenado padre, mas abandou a carreira eclesiástica. Teve 
uma vida sentimental bastante agitada. Escreveu teatro, 
poesia e novelas. Entre suas peças destacam-se Peribanez e 
o Comendador de Ocana; Fuente Ovejuna; O Melhor Alcaide, 
o Rei; O Cavaleiro de Olmedo; O Castigo sem Vingança. 
 Fuente Ovejuna é talvez a mais conhecida das obras de 
Lope de Vega. Conta a história da revolta da população dum 
vilarejo contra a tirania e a injustiça praticada por um nobre. 
 “No aspecto poético, Lope de Vega é talvez o 
«renascentista» dos barrocos espanhóis, certamente por essa 
tendência para fazer da própria experiência, sobretudo 
amorosa, a matéria poética (segundo havia feito a geração de 
poetas anteriores, como Garcilaso, Frei de León ou Herrera, e a lírica cancioneiril do 
século XV). Ao mesmo tempo, Lope é o mais efectivo dos continuadores da lírica 
tradicional, dentro de cujos modelos compôs os seus melhores versos.” (Eduardo Iáñez, 
in «As Literatura no século XVII») 
 
 
 
Ir y quedarse, y con quedar partirse, 
partir sin alma, y ir con alma ajena, 
oír la dulce voz de una sirena 
y no poder del árbol desasirse; 
 
 [...] 
 
Ir e quedar-se, e com o quedar partir-se, 
Partir sem alma, e ir com alma alheia, 
Ouvir a doce voz de uma sereia 
E não poder da árvore ressarcir-se... 
 
[...] 
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NOTAS: 
quedar – estar quedo (ou quieto); ficar ou deter-se em um lugar estacionar; conservar-se; parar. [Do lat. 
quetare, por quietare, «fazer descansar]. 
ressarcir – reparar o mal ou prejuízo feito de outrem;indenizar; compensar; dar uma satisfação a; refazer. 
 
 
 
30 
 Andreas Gryphius [1616-1664] 
 
 
 Andreas Gryphius – Teve uma infância dura no período da 
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Impregnado dum profundo 
pessimismo. O poeta mais representativo do barroco alemão. 
Escreveu composições amorosas, patrióticas e religiosas. Foi 
também um importante dramaturgo. 
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Tudo é vaidade 
 
De onde quer que olhes só vês vaidade. 
O que esse hoje constrói abate aqueles depois. 
O que hoje são cidades, depressa prados serão 
por onde um pastor pasceie com as suas ovelhas. 
 
O que hoje floresce ufano, depressa será afastado. 
O que hoje cresce com força, será cinzas e ossos. 
Nada há, pois, de eterno, nem mármore nem metal. 
A fortuna de hoje sorri, mas depressa chegam as moléstias, 
 
A gloria das gestas esfuma-se com um sonho. 
Como pode resistir a débil criatura 
ao jogo dos tempos? Pouco vale, pois, 
 
tudo quanto apreciamos. É sombra, vento, pó, 
é essa flor de um prado que já não encontramos. 
E todavia ninguém quer ver o que é eterno é. Moça com Brinco de Pérola 
 Vermeer – 1672/1675 
 
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NOTAS: 
pascer – pastar; [fig.] deleitar. 
Gesta [é] – façanha; história; pl. feitos guerreiros. [Do lat. gesta, «façanhas»] 
ufano – contente de si próprio; orgulhoso. 
Prado – campo coberto de plantas forraginosas. 
 
 
31 
 Angelus Silesius [1624-1676] 
 
 Johannes Scheffer, conhecido pelo pseudônimo de 
Angelus Silesius - Oriundo duma família protestante. 
Abandonou o luteranismo para se ordenar padre em 1661. A 
sua melhor obra é O Peregrino Querúbico. Angelus Silesius 
é um dos grandes expoentes da poesia barroca alemã. 
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 Rembrandt -1606/1669 
 
 
 
Deus está em mim e eu nele. 
O fogo em mim é Deus e eu nele sou brilho: 
E não estamos porventura intimamente unidos? 
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32 
John Donne [1572-1631] 
 
 
 John Donne – Poeta inglês educado na religião católica. 
Teve uma vida aventureira e agitada. É talvez o mais raro 
talento poético da época a par de WilliamShakespeare, de 
quem foi contemporâneo. 
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Tu me criaste, e pode a tua obra murchar? 
Repara em mim agora 
porque o meu fim se aproxima, 
corro para a morte, e a morte me olha apressada, 
e todos os meus prazeres parecem ser de ontem; 
 
Não me atrevo a mover meus torpes olhos nunca mais, 
desespero atrás e morte adiante criam 
tal horror e minha fraca carne se consome 
pelo pecado nele, que para o inferno me empurra... 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
John Milton [1608-1674] 
 
 John Milton – poeta, político e teólogo inglês. Em 
1632, recebe o título de Mestre na Universidade de 
Cambridge. Preocupado com as questões políticas e 
religiosas. As suas obras mais importantes são os poemas: 
Paraíso Perdido (Paradise Lost, 1667) e Paraíso 
Recuperado (Paradise Regained, 1671). Um dos mais 
importantes poetas da literatura universal do século XVII. 
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 «Paraíso Perdido» o poema fundamenta-se na ideia 
da miséria do ser humano que, ao perder o seu «Paraíso», 
se vê impossibilitado para viver de acordo com a vontade 
divina. Nada mais expressivo neste sentido do que atender 
ao relato primeiro desta condenação do género humano 
por parte de um Deus severo e autoritário, puritano, 
dominado ele mesmo, como o homem, por um diabo 
sempre vigilante e altivo, também puritano, evidentemente, 
ou seja, nada mais acertado do que procurar uma 
recriação poética em forma épica do relato do Génesis 
bíblico. (Eduardo Iánez, in As Literaturas no século XVII). 
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“O autor barroco tem «estilo voltado para a alusão (e não para a cópia) e para a ilusão 
enquanto fuga da realidade convencional.” 
[Alfredo Bosi] 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Giambattista Marino [1569-1625] 
 
 Giambattista Marino – poeta napolitano (Itália) que 
fugiu da sua cidade natal para viver em diversas Cortes 
italianas. Rodeado pela inveja de alguns cortesãos, acabou 
preso, injustamente acusado de difamar num poema o duque 
de Turim. Sua obra: Lira (1608-16140) e Adônis (1623). 
Considerado o fundador do estilo poético denominado 
«Marinismo», mais tarde chamado de Secentismo. 
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«Adônis» (L`Adone) canta poeticamente os amores de Vênus e Adônis. 
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Brigam Espanha e Holanda pelos direitos do mar 
O mar é das gaivotas» 
 
 [Milton /Leila Dinis] 
 
 
 
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Onde dorate, e l'onde eran capelli, 
navicela d'avorio un dì fendea; 
una man pur d'avorio la reggea 
per quaasi errori preziosi e quelli; 
 
e, mentre i flutti tremolanti e belli 
con drittissimo solco dividea, 
l'ór de le rotte fila Amor cogliea, 
per formarne catene à suoi ribelli. 
 
Per l'aureo mar, che rincrespando apria 
il procelloso suo biondo tesoro, 
agitato il mio core a morte gìa. 
 
Ricco naufragio, in cui sommerso ìo moro, 
poich'almen fur ne la tempesta mia 
di diamante lo scoglio e 'l golfo d'oro. (Giambattista Marino) 
 
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ondas de Ouro, e as ondas eram de cabelo 
uma nave espacial de marfim fendea dia; 
um homem, enquanto o reggea marfim 
por estes erros e precioso; 
 
e enquanto as ondas brilhantes e bonitos 
dividea com a linha de mortos em linha reta, 
o cogliea percurso ou na linha de Amor, 
para formar cadeias de 'seus rebeldes. 
 
Para o Golden Sun, que Apria rincrespando 
O tempestuoso seu bebê loiro, 
.mexeu meu coração até a morte já. 
Rich naufrágio, no qual submergiu eu morrer, 
poich'almen peles, eles tempestade da mina, 
diamante e do rock 'no Golfo de ouro! 
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ATIVIDADES: 
 
 
01) ENADE – 2005 
 
 
 
A «cidade» retratada na pintura de Alberto da Veiga Guignard está tematizada nos versos 
 
(A) Por entre o Beberibe, e o oceano 
 Em uma areia sáfia, e lagadiça 
 Jaz o Recife povoação mestiça, 
 Que o belga edificou ímpio tirano. [Gregório de Matos] 
 
(B) Repousemos na pedra de Ouro Preto, 
 Repousemos no centro de Ouro Preto: 
 São Francisco de Assis! igreja ilustre, acolhe, 
 À tua sombra irmã, meus membros lassos. [Murilo Mendes] 
 
(C) Bembelelém 
 Viva Belém! 
 Belém do Pará porto moderno integrado na 
 equatorial 
 Beleza eterna da paisagem 
 Bembelelém 
 Viva Belém! [Manuel Bandeira] 
 
 (D) Bahia, ao invés de arranha-céus, cruzes e cruzes 
 De braços estendidos para os céus, 
 E na entrada do porto, 
 Antes do Farol da Barra, 
 O primeiro Cristo Redentor do Brasil! [Jorge de Lima] 
 
 (E) No cimento de Brasília se resguardam 
 maneiras de casa antiga de fazenda, 
 copiar, de casa-grande de engenho, 
 enfim, das casaronas de alma fêmea. 
 
 
 [João Cabral de Mel Neto] 
 
 
 
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02) A «cidade» retratada na imagem está tematizada nos versos: 
 
[A] Por entre o Beberibe, e o oceano 
 Em uma areia sáfia, e lagadiça 
 Jaz o Recife povoação mestiça, 
 Que o belga edificou ímpio tirano. [Gregório de Matos][B] Não permita Deus que eu morra 
 Sem que volte pra São Paulo 
 Sem que veja a Rua 15 
 E o progresso de São Paulo [Oswald de Andrade] 
 
 [C] Triste Bahia! ó quão dessemelhante 
 Estás e estou do nosso antigo estado! 
 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, 
 Rica te vi eu já, tu a mi abundante. [Gregório de Matos] 
 
 [D] (Ai, Ouro Preto, Ouro Preto, 
 e assim foste revelado [Cecília Meireles] 
 
 [E] Tarde no Recife. 
 Da ponte Maurício o céu e a cidade. 
 Fachada verde do Café Maxime, 
 Cais do Abacaxi. Gameleiras [Joaquim Cardoso] 
 
 
 
 
 
 
 
Quando a fé é insuficiente, a atração dos prazeres o envolve e cresce o desejo de 
desfrutar da vida. 
 
 
 
 
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03) “Nasce o sol e não dura mais que um dia. 
 Depois da luz, se segue a noite escura, 
 Em tristes sombras morre a formosura, 
 Em contínuas tristezas a alegria”. [Gregório de Matos] 
 
Nesse fragmento o poeta trabalha com uma característica barroca. Qual? Justifique. 
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04)Identifique, no fragmento abaixo, uma passagem em que se perceba o conflito típico 
do Barroco? 
“Não sei já o que sou, nem o que faço, nem o que quero. Espedaçam-me impulsos 
desencontrados. Alguém poderá imaginar um estado tão lastimoso? Amo-te doidamente e 
quero-te também que nem me atrevo a desejar que em ti se renovem arrebatamentos 
iguais aos meus. Morria ou acabaria por morrer de mágoas se estiver certa de que não 
podias ter descanso, que a tua vida era só desassossego e desvairo, que passavas o 
tempo a chorar e que tudo te causava desgosto. Se mal posso com as minhas penas, 
como agüentaria a dor de ver as tuas, que sinto mil vezes mais?” 
[Cartas Portuguesas-Terceira Carta – Mariana Alcoforado] 
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05) Associe as colunas: 
[a] Silesianismo [ ] Espanha 
[b] Marinismo [ ] França 
[c] Gongorismo [ ] Itália 
[d] Eufuísmo [ ] Inglaterra 
[e] Preciosismo [ ] Alemanha 
 
 
 
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06) O Barroco literário apresentas basicamente dois estilos: Cultismo e Conceptismo. 
Associe: 
[1] Cultismo [ ] Raciocínio lógico 
[2] Conceptismo [ ] Linguagem rebuscada 
 [ ] Jogo de palavras 
 [ ] Valorização do pormenor 
 [ ] Retórica aprimorada 
07) Estudo do texto: 
Pequei Senhor, mas não porque hei pecado, 
de vossa alta clemência me despido; 
porque quanto mais tenho delinqüido, 
vos tenho a perdoar mais empenhado. 
Se basta a vos irar tanto um pecado, 
a abrandar-vos sobeja um só gemido: 
que a mesma culpa, que vos há ofendido, 
vos tem para o perdão lisonjeado. 
Se uma orelha perdida e já cobrada, 
glória tal e prazer tão repentino 
os deu, como afirmais na sacra história, 
eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, 
cobrai-a; e não queirais, pastor divino, 
perder na vossa ovelha a vossa glória. 
 
 [Gregório de Matos] O Anjo trazendo o cálice da amargura 
 [Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho] 
 
a)O texto é predominantemente cultista ou conceptista? Justifique. 
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b) Identifique a grande característica do estilo barroco presente no poema. 
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08)Assinale a incorreta: 
 
O Barroco surgiu como reação aos ideais da Idade Média e à valorização demasiada da 
Antiguidade clássica, apresentando: 
 
[a] A fusão do teocentrismo com o antropocentrismo. 
 
[b] Predomínio do equilíbrio em todas as formas artísticas. 
 
[c] Estilo rebuscado como manifestação de angústia. 
 
[d] Predomínio de forma, cor e riqueza, em detrimento do conteúdo. 
 
[e] A fusão do pecado com o perdão. 
 
 
 
09) “Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que 
semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao 
Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos 
terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a 
semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-
lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com 
mais paço; os de lá, com mais passos:” 
 
[Sermão da Sexagésima – Pe. Vieira] 
 
A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas típicas da prosa 
seiscentista, a saber: 
 
[a] O Sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de 
Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir. 
 
[ b] A busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas 
de viagem. 
 
[c] A exaltação do heróico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da 
epopeia. 
 
[d] O lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas. 
 
[e] O Conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética. 
 
 
 
 
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10) A «batalha » retratada na pintura acima se refere a: 
 
 
[a] Batalha de Alcácer-Quibir [d] Batalha do Riachuelo 
 
[b] Batalha do Monte das Tabocas [e] Batalha de Stalingrado 
 
[c] Batalha dos Montes Guararapes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11) A «batalha » retratada na

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