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TUTORIA 1 – HOMEOSTASIA II (PARASITOLOGIA) PERGUNTAS DE APRENDIZAGEM: 1. Qual a estrutura de uma bactéria gram positivas? É composta por uma Parede Celular espessa, de múltiplas camadas, de Peptidoglicano (Malha de exoesqueleto, estrutura, replicação, sobrevivência, Proteção contra o sistema complemento) contendo ácido teitoico (hidrossolúvel, Viabilidade celular) e lipoteitoico (Fortalecimento da parede celular e ativação da resposta inata do hospedeiro). Por uma membrana plasmática com fosfolipídios, proteínas e enzimas. Revestido por uma capsula de polissacarídeos e polipeptídios. Biofilme, Pili (adesinas e pilina), flagelos e outras proteínas como a M. (Murray, 7°Edição, pág.211) 2. Qual a estrutura de uma bactéria gram negativa? A parede celular das bactérias Gram-negativas é mais complexa do que a parede das células Gram-positivas, tanto estrutural quanto quimicamente. A parede celular Gram-negativa contém duas camadas externas à membrana citoplasmática. Externa à membrana citoplasmática existe uma fina camada de peptidoglicano. Ácidos teicoicos ou lipoteicoicos não estão presentes na parede celular Gram-negativos. Externa à camada de peptidoglicano existe uma membrana externa, única para as bactérias Gram-negativas. A membrana externa é como um saco de lona rígida em torno das bactérias que mantém a estrutura bacteriana e funciona como uma barreira de permeabilidade a grandes moléculas (ex: proteínas) e moléculas hidrofóbicas (ex: alguns antimicrobianos). Ela também proporciona proteção contra as condições ambientais adversas. Entre a superfície externa da membrana citoplasmática e a superfície interna existe uma área denominada espaço periplasmático (compartimento que contém componentes do sistema de transporte de ferro, lipases, fosfatases, nucleases, e enzimas de degradação de carboidratos) A parede celular das bactérias Gram-negativas também é atravessada por diferentes sistemas de transporte, incluindo os sistemas de secreção dos tipo I, II, III, IV, V. Os sistemas de transporte fornecem mecanismos para a captação e a liberação de diferentes metabólitos e outros compostos. 3. Qual a diferença entre a bactéria gram-positiva e negativa? (Murray, 7°edição, pág.209) 4. Como ocorre a colonização bacteriana? A colonização pode ocorrer na proximidade do local de entrada ou devido à presença de condições ótimas de crescimento do sítio. Por exemplo, Legionella é inalada e cresce nos pulmões, mas não se dissemina prontamente porque não tolera altas temperaturas (p. ex., 35 °C). A colonização de sítios que são normalmente estéreis implica a existência de um defeito nos mecanismos naturais de defesa ou uma nova porta de entrada. Em alguns casos a colonização requer estruturas e funções especiais para permanecer no sítio, sobreviver e obter alimento. As bactérias podem utilizar mecanismos especiais para aderir e colonizar diferentes superfícies do corpo. Se as bactérias puderem aderir às camadas de células epiteliais e endoteliais da bexiga, intestino e vasos sanguíneos, elas não poderão ser removidas, e essa aderência as permite colonizar o tecido. Escherichia coli e outras bactérias possuem adesinas que se ligam a receptores específicos na superfície do tecido e protegem os organismos de serem removidos. Uma adaptação bacteriana especial que facilita a colonização, especialmente em equipamentos cirúrgicos tipo válvulas e cateter intravenosos, é o biofilme. Bactérias em biofilme são unidas por uma rede viscosa de polissacarídeos que conectam as células umas às outras e à superfície. A produção de biofilme requer um número suficiente de bactérias (quorum). 5. Como ocorre a adesão bacteriana? Embora as bactérias não tenham mecanismos que permitam atravessar a pele intacta, diversas bactérias podem atravessar a membrana mucosa e outras barreiras dos tecidos para entrar em sítios normalmente estéreis e em tecidos mais suscetíveis. Essas bactérias invasivas podem destruir a barreira ou penetrar nas células da barreira. Microrganismos como Shigella, Salmonella e Yersinia são bactérias entéricas que usam a fímbria para ligar‐se às células M (micropregas) do cólon e depois injetam proteínas dentro da célula M que estimula a célula da membrana a circundar e interiorizar a bactéria. Essas bactérias produzem um sistema de secreção tipo III que parece uma seringa molecular, que injeta fatores formadores de poros e moléculas efetoras na célula hospedeira. As proteínas efetoras podem facilitar a captura e invasão, promover sobrevivência intracelular e replicação da bactéria ou morte por apoptose da célula hospedeira. E. coli enteropatogência secreta proteínas dentro da célula hospedeira que cria um sistema de ancoramento portátil para si própria, e a Salmonella usa o dispositivo para promover sua internalização na vesícula, o que a permite viver intracelularmente dentro do macrófago (ver animações desenvolvidas pelo Howard Hughes Medical Institute; site listado nas referências). Shigella usa um sistema de secreção tipo III para entrar nas células; uma vez dentro das células, o organismo induz a actina celular para polimerizar e empurrar a Shigella dentro da célula adjacente. Lysteria monocytogenes causa a polimerização da actina na parte traseira da sua célula para impulsionar a bactéria em torno da célula e na célula adjacente, como se estivesse no topo de um aríete. 6. Conceitue bactéria intracelular. Organismos procariotos — organismos simples unicelulares, que não apresentam membrana nuclear, mitocôndria, complexo de Golgi, ou retículo endoplasmático — que se reproduzem por divisão assexuada. Algumas bactérias não apresentam essa estrutura de parede celular e compensam sua falta sobrevivendo somente no interior da célula hospedeira ou em um ambiente hipertônico. • Têm seu habitat no interior de células do hospedeiro, na qualidade de patógenos intracelulares facultativos, que preferem fagócitos mononucleares, apesar de conseguir infectar outras células, ou na qualidade de patógenos intracelulares estritos, que não sobrevivem fora de células e que preferem fagócitos não profissionais (células endoteliais e epiteliais). • Mesmo após a opsonização por anticorpos ou complemento e consequente fagocitose, as bactérias intracelulares não são mortas, mas sobrevivem e se multiplicam no interior de macrófagos. • A imunidade celular é o principal mecanismo de proteção contra as infecções causadas por bactérias intracelulares. 7. Conceitue bactéria extracelular. Se multiplicam fora das células do hospedeiro: circulação, tecido conjuntivo, espaços teciduais, lúmen intestinal e vias aéreas. Produzem doenças de duas formas: 1) induzem inflamação que leva a destruição do tecido infectado; 2) produzem toxinas com efeitos patológicos: endotoxinas (componentes da parede celular p. ex LPS) e exotoxinas (ativamente secretadas). ● resposta inata: sistema complemento- lise e inflamação, fagócitos; ● resposta adquirida: neutralização de toxinas pelos anticorpos, opsonização. 8. Como é a resposta imune inata a bactéria extracelular? (faça um esquema) 9. Como é a resposta imune adaptativas a bactéria extracelular? A imunidade humoral é uma importante resposta imunológica protetora contra bactérias extracelulares, funciona para bloquear a infecção, para eliminar os microrganismos e para neutralizar suas toxinas. As respostas dos anticorpos contra bactérias extracelulares são dirigidas contra antígenos de parede celular e toxinas segregadas e associados às células, que podem ser polissacarídeos ou proteínas. Os polissacarídeos são antígenos prototípicos T-independentes e a imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra bactérias encapsuladas ricas em polissacarídeo. Os mecanismosefetores utilizados pelos anticorpos para combater essas infecções incluem neutralização, opsonização e fagocitose e ativação do complemento pela via clássica. A neutralização é mediada pela alta afinidade dos isotipos IgG, IgM, IgA, esta última principalmente nos lumens dos órgãos das mucosas. A opsonização é mediada por algumas subclasses de IgG e a ativação do complemento é iniciada pela produção de IgM e subclasses de IgG. Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares também ativam as células T CD4+ auxiliares, que produzem citocinas que induzem inflamação local, aumentam as atividades fagocíticas e microbicidas de macrófagos e neutrófilos e estimulam a produção de anticorpos. As respostas Th17 induzidas por estes microrganismos recrutam neutrófilos e monócitos e, assim, promovem a inflamação local em locais de infecção bacteriana. Defeitos genéticos no desenvolvimento Th17 e pacientes que produzem autoanticorpos neutralizantes específicos para a interleucina- 17 (IL-17) têm aumentado a susceptibilidade a infecções bacterianas e fúngicas, com a formação de múltiplos abscessos na pele. As bactérias também induzem respostas Th1, e o interferon-γ (IFN-γ) produzido pelas células Th1 ativa os macrófagos para destruir os microrganismos fagocitados. Esta citocina também pode estimular a produção de isotipos de anticorpos opsonizantes e de ligação ao complemento. Respostas imunológicas adaptativas a microrganismos extracelulares. A resposta imune adaptativa a microrganismos extracelulares tais como bactérias e suas toxinas, consiste na produção de anticorpos (A) e na ativação das células T auxiliares CD4+ (B). Os anticorpos neutralizam e eliminam os microrganismos e toxinas por vários mecanismos. As células T auxiliares produzem citocinas que estimulam a inflamação, a ativação dos macrófagos e respostas de células B. 10. Como é a resposta imune inata a bactéria intracelular? A resposta imune inata contra bactérias intracelulares é mediada principalmente por fagócitos e células natural killer (NK). Fagócitos, inicialmente neutrófilos e posteriormente macrófagos, ingerem e tentam destruir esses microrganismos, mas as bactérias intracelulares patogênicas são resistentes à degradação dentro de fagócitos. Os produtos destas bactérias são reconhecidos por TLR e por proteínas citoplasmáticas da família dos receptores do tipo NOD (NLR), resultando na ativação dos fagócitos. O DNA bacteriano no citosol estimula as respostas do interferon tipo I através da via STING. As bactérias intracelulares ativam as células NK por induzir a expressão de ligantes de ativação de células NK em células infectadas e pela estimulação da produção de IL-12 e IL-15 pelas células dendríticas e macrófagos e ambas são citocinas ativadoras da célula NK. As células NK produzem IFN-γ, que por sua vez ativa os macrófagos e promove a morte da bactéria fagocitada. Assim, as células NK proporcionam uma defesa inicial contra estes microrganismos, antes do desenvolvimento da imunidade adaptativa. (Abbas, 8° edição, pág. 793) (Abbas, 8°edição, pág.792) 11. Como é a resposta adaptativa a bactéria intracelular? A imunidade adaptativa ou específica desenvolve-se após a apresentação de componentes antigênicos do microorganismo por células apresentadoras de antígenos (macrófagos, células dendríticas, linfócitos T e B). Em resposta à estimulação pelos antígenos bacterianos, as células apresentadoras de antígeno interagem com as moléculas de superfície de linfócitos T auxiliares (CD4+), ocorrendo proliferação e secreção de linfocinas (moléculas produzidas por linfócitos), que serão cruciais durante todo o processo da resposta imune. Uma dessas linfocinas é o INF-g, que ativa os macrófagos. Estes, ao serem ativados pelos linfócitos T geram produtos essenciais à destruição de patógenos intracelulares que não são eliminados após ingestão da primeira etapa. A produção de anticorpos específicos a muitos antígenos microbianos é dependente da interação da célula B com o linfócito T CD4+. Os anticorpos atuam contra o patógeno por mecanismos de opsonização, neutralização, fixação de C e ADCC (citotoxicidade celular dependente de anticorpo). Além disso, a IgG e a IgM ativam o Complemento pela via clássica, levando a lise de bactéria susceptível. https://www.scielo.br/scielo.php?lng=en (Abbas,8°edição, pág. 795) 12. O que é o mecanismo de escape bacteriano? https://www.scielo.br/scielo.php?lng=en As bactérias conseguirão uma maior capacidade de gerar doenças por intermédio dos seus mecanismos de escape, se evadindo ou até incapacitando os mecanismos de defesa do hospedeiro. Elas vão fazer isso evitando o reconhecimento e a morte por células fagocíticas, inativando ou evitando a defesa pelo sistema complemento e por anticorpos e chegam até a crescer dentro das células para conseguirem se proteger da resposta imune do hospedeiro. Um dos fatores mais importantes a ser mencionado no quesito de virulência bacteriana é a cápsula. A cápsula bacteriana é uma camada viscosa composta majoritariamente por polissacarídeos, que tem como função proteger o microrganismo contra ações imunes e fagocíticas. Os polissacarídeos que compõem a cápsula costumam possuir uma baixa imunogenicidade, ou seja, baixa capacidade de provocar uma resposta imune. Um ótimo exemplo é a cápsula da bactéria Streptococcus pyogenes, que é feita de ácido hialurônico, mimetizando o tecido conjuntivo humano e então a bactéria fica “mascarada”, o que evitar o seu reconhecimento pelo sistema imune humano. Além disso, a cápsula também atua como uma cobertura escorregadia que é difícil de ser agarrada. E quando essa cobertura escorregadia é capturada por um fagócito, ela vai se romper. A cápsula também protege a bactéria de sua destruição dentro do fagolisossomo de um macrófago e de outros leucócitos. Todas essas propriedades possibilitam um maior tempo de permanência da bactéria no sangue (bacteremia = presença de bactérias na corrente sanguínea) antes de ser eliminada pelas respostas imunes do hospedeiro. Cepas mutantes que perdem a sua capacidade de produzir a cápsula, de bactérias que normalmente apresentam cápsula, perdem a sua virulência. Nós também temos o biofilme, que é feito por material capsular, que funciona protegendo a bactéria evitando que anticorpos e que o sistema complemento consigam captura-la. Exemplos de bactérias encapsuladas: S. aureus, Streptococcus pneumoniae, Bacillus anthracis e subtillis, Neisseria gonorrhoeae, Salmonella spp. As bactérias também podem evitar as respostas de antibióticos pela variação antigênica, inativação de anticorpos e também pelo crescimento intracelular. Um exemplo é a bactéria S. aureus, que produz a proteína A, que se liga ao IgG e evita que ela ative o complemento, o que mascara a bactéria no organismo além da cápsula que a S. aureus já possui. Já as bactérias que crescem intracelularmente são micobactérias, francisellae, brucela, clamídia e riquétsia. Como já dito, para que ocorra a eliminação das bactérias intracelulares, é necessária uma resposta das células T para que elas ativem os macrófagos que vão destruir ou criar uma parede ao redor de células infectadas, chamada de granuloma. Exemplos de bactérias intracelulares: Mycobacterium spp. Brucella spp. Francisella spp. As bactérias evitam a ativação do complemento prevenindo o acesso dos componentes à membrana, mascarando-as e inibindo a ativação da cascata. O espesso peptidoglicano nas bactérias Gram-negativas e o antígeno O do LPS das bactérias Gram-positivas fazem com que o complemento não tenha acesso e protegem a membrana bacteriana de ser danificada. Os fagócitos são as principais defesas antibacterianas, mas como já dito, as bactérias conseguem evitar a fagocitose de diversas maneiras, como: a) Produção de enzimas que promovem a lise das células fagocitárias, como a estreptolisina, produzida pela bactéria Sreptococcus pyogenes.b) Também podem inibir a fagocitose, pelos efeitos da cápsula. c) Bloquear a morte intracelular por intermédio do bloqueio de fusão do fagolisossoma para prevenir o contato com os conteúdos b/actericidas (espécies de Mycobacterium), por resistência enzimática ou mediada pela cápsula às enzimas lisossômicas ou substâncias bacterianas. d) Também acontece o bloqueio da morte intracelular com a habilidade que algumas bactérias possuem de sair do fagossomo dentro do citoplasma do hospedeiro antes de ser exposto às enzimas lisossômicas. (Murray, 7°edição, pág. 269) 13. Cite um exemplo de mecanismo de escape da Staphylococus aureus. A cápsula da estafilococos, de peptídeoglicano, tem ação protetora porque inibe a fagocitose do microrganismo pelos leucócitos polimorfonucleares (PMN). Estafilococos encapsulados ligam opsoninas (IgG, fator C3 do complemento) do soro, mas a cápsula recobre essas opsoninas e protege a bactéria, inibindo a fagocitose por leucócitos polimorfonucleares. A camada mucoide extracelular também interfere na fagocitose da célula bacteriana. A habilidade da proteína A de se ligar a imunoglobulinas previne, efetivamente, a remoção (clearance) de S. aureus mediada por anticorpos. A proteína A extracelular pode, também, ligar anticorpos, formando, assim, complexos imunes com subsequente consumo de complemento. 14. Diferenciação dos linfócitos TCD4 em helper ocorre antes ou depois da expansão clonal? Acontece antes da expansão clonal, pois o linfócito que é diferenciado é ainda o linfócito T CD4+ imaturo e só depois sofre expansão clonal. 15. Quais são os subgrupos de linfócitos T CD4? Th 1 (intérferon gama), Th 2 (IL 5, IL13 e IL4) e Th 17 (IL17 e IL22). Além disso, existe um quarto subgrupo denominado de células T foliculares que são importantes para as respostas de anticorpos e um quinto subgrupo denominado de células T reguladoras que, apesar de não serem células efetoras, possuem a função de controlar as reações autoimunes e antígenos estranhos, tendo participação no contexto da tolerância imunológica. 16. Quais as funções da Th1 na resposta imune? 17. Quais citocinas são produzidas pelas células Th1? Em adição ao IFN-γ, as células Th1 produzem TNF e várias quimiocinas, que contribuem para o recrutamento dos leucócitos e inflamação aumentada. De maneira surpreendente, as células Th1 são também importantes fontes de IL-10, que funciona, principalmente, para inibir células dendríticas e os macrófagos e, assim, para suprimir a ativação de Th1. Este é um exemplo de um circuito de retroalimentação negativa nas respostas das células T. 18. Como ocorre a diferenciação em Th2? A diferenciação em Th2 ocorre em resposta aos helmintos e alérgenos, e é intensificada pela citocina IL-4. As citocinas que iniciam o desenvolvimento das células Th2 são incompletamente definidas e podem incluir IL-25, IL-33 e linfopoietina estromal tímica produzida por células epiteliais danificadas e outras células. A IL-4 produzida pelos mastócitos e pelas próprias células Th2 promove mais diferenciação em Th2. FIGURA 10.8 Desenvolvimento de células Th2. As células dendríticas podem responder às citocinas produzidas nos epitélios se tornando indutoras de Th2, por mecanismos ainda pouco definidos. A IL-4 produzida pelas próprias células T ativadas ou por mastócitos e eosinófilos, especialmente em resposta a helmintos, ativa os fatores de transcrição GATA3 e STAT6, que estimulam a diferenciação das células T CD4+ naive em células da subpopulação Th2. A IL-4 produzida pelas células Th2 amplifica essa resposta e inibe o desenvolvimento das células Th1 e Th17. 19. Quais as funções da Th2 na resposta imune? Estimulam as reações mediadas por IgE, mastócitos e eosinófilos: servem para erradicar infecções helmínticas e promover o reparo tecidual. IL-4: · a IL-4 produzida pelas células Tfh estimula a troca de classe da cadeia pesada de Ig da célula B para o isótipo IgE: estímulo da produção de anticorpos IgE helminto- específicos que se ligam a helmintos e fixam eosinófilos através de suas regiões Fc. · estimula o desenvolvimento das Th2 a partir das células TCD4 naive e atua como fator de crescimento. · IL-4 + IL-13 contribuem para uma forma alternativa a IFN-y de ativação dos macrófagos: ativação alternativa dos macrófagos. · IL-4 + IL-13 estimulam o peristaltismo no trato gastrointestinal. · IL-4 + IL-13 estimulam o recrutamento de leucócitos (principalmente eosinófilos) obs: os anticorpos IgE atuam na defesa mediada por eosinófilos contra infecções por helmintos e é o principal mediador das reações alérgicas. IL-13: · atua junto com a IL-4 na defesa contra helmintos e na inflamação alérgica. · Estimula a produção de muco pelas células epiteliais das vias aéreas. · Os macrófagos ativados pela via alternativa (M2) produzem citocinas que terminam a inflamação e iniciam o reparo após as lesões teciduais. IL-5: suas principais ações são a ativação de eosinófilos maduros e a estimulação do crescimento e diferenciação de eosinófilos. atua como principal ligação entre a ativação da célula T e a inflamação eosinofílica. 20. Quais citocinas são produzidas pelas células Th2? IL-4, IL-13 e IL-5. 21. Como ocorre a diferenciação em Th17? A IL-1 e a IL-6 produzidas pelas APCs e fator transformador de crescimento-β (TGF-β) produzidos por várias células ativam os fatores de transcrição RORγt e STAT3, que estimulam a diferenciação de células T CD4+ imaturas para o subconjunto Th17. A IL- 23, que também é produzida pelas APCs, especialmente em resposta ao ataque de fungos, estabiliza as células Th17. O TGF-β pode promover respostas Th17 indiretamente por supressores de células Th1 e Th2, ambos os quais inibem a diferenciação Th17. A IL-21 produzida pelas células Th17 amplifica esta resposta. Várias bactérias e fungos agem sobre as células dendríticas e estimulam a produção de citocinas, incluindo a IL-6, IL-1, e IL-23, as quais promovem a diferenciação de células T CD4+ para o subgrupo Th17. O acoplamento do receptor do tipo lectina Dectina-1 nas células dendríticas pelas glucanas fúngicas é um sinal para a produção dessas citocinas. A combinação de citocinas que direcionam o desenvolvimento das células Th17 pode ser produzida não apenas em resposta aos microrganismos particulares, tais como fungos, mas também quando as células infectadas com várias bactérias e fungos entram em apoptose e são ingeridas pelas células dendríticas. Considerando que a IL- 6 e a IL-1 estimulam os primeiros passos na diferenciação Th17, a IL-23 pode ser mais importante para a proliferação e manutenção das células Th17 diferenciadas. Um aspecto surpreendente da diferenciação de Th17 é que oTGF-β, que é produzido por muitos tipos de célula e é uma citocina anti-inflamatória, promove o desenvolvimento de Th17 pró-inflamatória quando as células de outros mediadores de inflamação, tais como a IL-6 ou IL-1 estão presentes. A diferenciação em Th17 é inibida por IFN-γ e IL-4; portanto, fortes respostas Th1 e Th2 tendem a suprimir o desenvolvimento Th17. O TGF-β e as citocinas inflamatórias, principalmente a IL6 e a IL-1, trabalham cooperativamente para induzir a produção de RORγt, um fator de transcrição que é um membro da família de receptores do ácido retinoico. A RORγt é uma proteína restrita de célula T codificada pelo gene RORC, por isso, por vezes, a proteína pode ser chamada de RORC. As citocinas inflamatórias, notadamente a IL-6, ativam o fator de transcrição STAT3, que funciona com a RORγt para conduzir a resposta Th17. As células Th17 parecem ser abundantes em tecidos de mucosa, em particular do trato gastrintestinal, o que sugere que o ambiente de tecido influencie na geração do subgrupo presente, talvez, proporcionando concentrações locais elevadas de TGF-β e citocinas inflamatórias inatas.Esta observação também sugere que as células Th17 possam ser especialmente importantes no combate às infecções intestinais e no desenvolvimento da inflamação intestinal. O desenvolvimento das células Th17 no trato gastrintestinal é dependente da população microbiana local; algumas bactérias comensais das espécies de Clostridium são particularmente potentes indutoras das células Th17. 22. Quais as funções da Th17 na resposta imune? As células TH17 combatem os microrganismos através do recrutamento dos leucócitos, principalmente neutrófilos, para os locais de infecção. Citocinas produzidas: IL-17: 1. Induz a inflamação rica em neutrófilos 2. Estimula a produção de substancias antimicrobianas IL-22: 1. serve para manter a integridade epitelial, principalmente através da promoção da função de barreira do epitélio, estimulando as reações de reparação e pela indução da produção de peptídeos antimicrobianos. 2. estimulação da produção epitelial de quimiocinas, podendo consequentemente ser envolvida nas lesões de tecido em doenças inflamatórias. IL-21: 1. geração de células T foliculares que estimulam as células B nos centros germinativos. 2. Promover a diferenciação de células Th17 (via autócrina) (Abbas, 8°edição, pag.534) FIGURA 10-12 Funções das células TH17. As citocinas produzidas pelas células TH17 estimulam a produção local de quimiocinas que recrutam os neutrófilos e outros leucócitos, aumentam a produção de peptídeos antimicrobianos (defensinas), e promovem as funções de barreira epiteliais. (Abbas, 8°ediçãõ, pag.533) 25. Quais citocinas são produzidas pelas células Th17? A IL-1 e IL-6, produzidas pelas APCs, e o fator transformador do crescimento-β (TGF-β), produzido por várias células, ativam fatores de transcrição RORγt e STAT3 que estimulam a diferenciação de células T CD4 + naive em células da subpopulação Th17. A IL-23, que também é produzida pelas APCs, especialmente em resposta a fungos, estabiliza as células Th17. O TGF- β pode promover respostas Th17 indiretamente, via supressão das células Th1 e Th2, ambas inibidoras da diferenciação Th17 (não mostrado). A IL-21 produzida pelas células Th17 amplifica essa resposta. Referência: ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. N.; POBER, J. S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2019. Cap. 10. p. 589. 26. A bactéria Staphylococus aureus está presente na pele de seres humanos? Sim, pois é uma das bactérias da microbiota da pele. As bactérias Gram-positivas, como o Staphylococcus aureus, são as mais encontradas na superfície da pele. Outros micróbios que são encontrados na pele: Bacillus, Clostridium, Streptococcus e o fungo Candida. 27. Em que condições a Staphylococus aureus pode causar doenças? -Quando consegue penetrar as barreiras físicas. -S. aureus causa doença através da produção de toxinas ou da invasão direta e destruição do tecido. As manifestações clínicas de algumas doenças estafilocócicas são quase que exclusivamente o resultado da atividade de toxinas (p. ex., SSSS, intoxicação alimentar e TSS), enquanto outras doenças resultam da proliferação do microrganismo, levando à formação de abscessos e destruição de tecidos (p. ex., infecções cutâneas, endocardite, pneumonia, empiema, osteomielite, artrite séptica) (Fig. 18‐2). Na presença de corpos estranhos (p. ex., pinos, cateteres, derivações, válvulas ou articulações protéticas), um número significativamente menor de estafilococos é necessário para estabelecer doença. Do mesmo modo, pacientes com doenças congênitas associadas a uma resposta quimiotática ou fagocítica comprometida são mais suscetíveis à infecções estafilocócicas 28. Quais são as moscas causadoras de miíase? A miíase obrigatória se refere à miíase causada por moscas que necessitam de um hospedeiro para o desenvolvimento larvário. Um exemplo importante é a mosca-berneira humana, Dermatobia hominis A miíase facultativa é causada por moscas que normalmente depositam seus ovos em matéria orgânica animal ou vegetal em decomposição ou ela se desenvolve em um hospedeiro se a entrada for facilitada pela presença de feridas ou machucados. Este grupo incluem a mosca- varejeira verde, Phaenicia; a mosca-varejeira azul, Cochliomyia, e a mosca-varejeira preta, Phormia A infecção acidental pode ocorrer quando os ovos são depositados em aberturas orais ou geniturinárias e as larvas resultantes ganham entrada no trato intestinal ou geniturinário. Moscas que podem produzir miíases acidentais incluem a M. domestica, a mosca-doméstica comum. 29. Como ocorre a defesa contra a miíase? A principal defesa contra a miíase é a barreira epitelial íntegra, sem lesões necróticas, pois, uma vez que as larvas penetram o tecido, não há defesa capaz de degradar tais organismos pluricelulares relativamente grandes, já que as células do sistema imune são mais eficientes principalmente contra patógenos microscópicos, como bactérias e vírus, mas não contra larvas de moscas. Dermatobia hominis: Miíase primaria: Resposta imune mediada por célula e humoral, durante a infestação pelo berne, é observada presença de grande quantidade de eosinófilos, basófilos e mastócitos desgranulados, assim como a presença de imunoglobulinas (IgM e IgG), infiltrado de linfoblastos, fibroblastos ativados, histiócitos maduros e células plasmáticas, indicando haver uma resposta imunológica complexa do hospedeiro. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/SAGF-8H9QP3/1/disserta__o_final.pdf 30. Como ocorre o tratamento da miíase? O tratamento é feito com a retirada manual das larvas com a devida assepsia. Para facilitar a remoção, pode-se fechar o orifício com vaselina, esparadrapo (e até toucinho como é feito popularmente) por um tempo e pinçá-las quando vierem à superfície respirar. Eventualmente, quando a lesão é muito extensa, a remoção pode ser feita sob anestesia local. Atualmente, existem medicações orais como a invermectina, que pode também ser utilizada no tratamento. https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/miiase/51/ https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/miiase/51/
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