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Parasitologia Humana: Conceitos e Classificação

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Parasitologia Humana: David Pereira Neves
Aula 1: 05/03 - Conceitos em Parasitologia (Relação Parasito-Hospedeiro)
Importante: Apesar do grande avanço tecnológico, do alto padrão educacional, da boa nutrição e de boas condições sanitárias, mesmo os países desenvolvidos estão sujeitos a doenças parasitárias.
Parasitismo
Forma de relação desarmônica que caracteriza a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. 
– Hospedeiro: organismo que abriga o parasita.
Parasitos, classificação:
• Ectoparasitas: vivem externamente no corpo do hospedeiro. Ex: pulgas, piolhos, carrapatos
• Endoparasitas: vivem internamente no corpo do hospedeiro. Ex: bactérias, vírus, helmintos, protozoários
– Hemoparasita: vivem na corrente sanguínea. Ex: gênero Plasmodium (malária)
– Enteroparasita: vivem no intestino. Ex: Ascaris lumbricoides
• Parasito Facultativo: vivem parasitando ou não um hospedeiro.
– Moscas Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas necrosadas, quanto em matérias orgânicas em decomposição.
• Parasito Obrigatório: não consegue viver fora do hospedeiro (vírus )
• Parasito Acidental: acidentalmente vive em um hospedeiro que não é o de costume.
– Dipylidium caninum comumente encontrado em cães parasitando uma criança.
Quanto ao número de hospedeiros
Monoxenos ou monogenéticos: são os parasitas que realizam o seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro.
Exemplos: o Ascaris lumbricoides (lombriga) e o Enterobius vermicularis (oxiúrio).
Heteroxenos ou digenéticos: são os parasitas que só completam o seu ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros. 
Ex: Schistossoma sp (esquistossomo) e o Trypanossomo cruzi (tripanossoma).
Hospedeiros intermediário: é o que apresenta o parasito em fase larvária ou em fase assexuada. Exemplo: do Trypanosoma cruzi é o triatomíneo, do S. mansoni é o caramujo.
Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual. Exemplo: do Plasmodium é o Anopheles; do S. mansoni é o ser humano.
Fatores inerentes ao parasito
• Número de exemplares
• Capacidade de multiplicação dos parasitos no hospedeiro
• Dimensões do parasito
• Localização no organismo
• Virulência
• Associações parasitárias
Fatores pertinentes ao hospedeiro
• Idade
• Imunidade
• Alimentação
• Doenças intercorrentes
• Microbiota associada
• Medicamentos usados
• Usos e costumes
• Tensão emocional
Ecologia parasitária
Hábitat: local ou órgão onde determinada espécie ou população vive Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale intestino delgado humano
Nicho ecológico: atividade da espécie ou população dentro do hábitat
Intestino delgado:
• Ascaris lumbricoides – absorve fósforo, cálcio, carboidratos, açúcares, proteínas etc.
• Ancylostoma duodenale – consome sangue e ferro do hospedeiro
Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Habitat
Ectoparasitas – principalmente artrópodes parasitas habituais ou ocasionais (sarnas, piolho)
Parasitas cavitários – parasitas de órgãos e vísceras ocas (protozoários intestino: Giardia) , (protozoários vagina e uretra: Trichomonas vaginalis), (platelmintos intestino Taenia), (nematelmintos intestino: oxiúro, lombriga, amarelão).
Parasitas de órgãos e tecidos – vivem na intimidade de tecidos de vários órgãos (fora de suas células), ocupando espaço no tecido e comprimindo suas estruturas
Platelmintos – larvas de T.solium (cisticerco) – cérebro e retina 
 – larvas de Echinococcus granulosus - fígado
Nemaltemintos – larvas de Trichnella spirallis (roedor)
 – músculos larvas de Onchocerca volvulus – tecido subcutâneo
Artrópodos – miíases (berne- larva da mosca varejeira)
 – Tunga penetrans (bicho do pé – pulga fertilizada se aloja na pele – postura 150-200 ovos).
Classificação dos Parasitas do Homem segundo seu Mecanismo de Transmissão
- As espécies parasitas, para se perpetuar, devem ser transmitidas de hospedeiro em hospedeiro.
- Um dos aspectos principais das parasitoses – os mecanismos de sua aquisição e disseminação.
Diretos
• Indivíduo para indivíduo
• Contato (sarnas)
• Congênita (toxoplasmose)
• Sexual (tricomonose)
Indiretos
• Artrópodes vetores
– Vetor mecânico (moscas, mutucas)
– Vetor biológico (carrapato, mosquitos)
• Água, solo e alimentos contaminados
• Fômites (escovas, gaiolas)
Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos (poeira, mãos sujas): giárdia, entamoeba, taenia, oxiúro, lombriga.
Parasitoses veiculadas por solos contaminados com larvas: necator 
Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários: leishmania spp, trypanosoma cruzi, plasmodium spp.
Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários: schistosoma mansoni
Parasitoses veiculadas por animais domésticos: echinococcus granulosus
Epidemiologia
Ciência que estuda a distribuição das doenças e de seus determinantes na população humana
Determinantes → fatores de risco
Objetivo principal da epidemiologia: promoção da saúde através da prevenção de
doenças
INCIDÊNCIA – A incidência de uma doença é, estritamente, representada pelo número de novos casos surgidos a cada ano na população. Ex: quatro milhões de casos novos de AIDS no mundo em 2005
PREVALÊNCIA – Número de casos clínicos ou de portadores existentes em um determinado momento, em uma comunidade, dando uma idéia estática da ocorrência do fenômeno.
É uma medida de frequência das doenças (ou outras características em um
momento determinado) ➔ casos “antigos” + casos novos
SURTO - É uma ocorrência epidêmica em lugares estritamente limitado, como: escola, quartel, apartamentos, etc Ex: infecção alimentar em uma creche devido a contaminação da caixa d’água.
ENDEMIA- doença localizada em um determinado local, não se espalhando para as outras comunidades, chamadas de faixas endêmicas, porém contínuas. Ex: Febre amarela na Amazônia
EPIDEMIA - Quando a doença é caracterizada apenas por uma parte da população, é temporário. Ex: dengue
PANDEMIA -é uma epidemia que atinge grandes proporções, como países e continentes, causando inúmeras mortes destruindo cidades e regiões inteiras. Ex: AIDS, tuberculose, gripe
Medidas preventivas
1. Prevenção primária: procura impedir que o indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco: 
• Moradia adequada
• Saneamento ambiental
• Tratamento de água, esgoto e coleta de lixo
• Educação
• Alimentação adequada
• Áreas de lazer
• Específicos: imunização, equipamento de segurança, uso de camisinha, proteção contra acidente
• Controle de vetores
2. Prevenção secundária: medidas aplicáveis aos indivíduos que se encontra sob a ação do
agente patogênico
• Impedir que a doença se desenvolva para estágios mais graves, que deixem seqüelas
ou provoque morte
1. Diagnóstico
2. Tratamento precoce
3. Prevenção terciária: prevenção da incapacidade através de medidas destinadas á
reabilitação
• Aplicadas na fase em que esteja ocorrendo ou que já tenha ocorrido a doença
• Inclui a reabilitação (impedir a incapacidade total)
1. Fisioterapia,
2. Terapia ocupacional
3. Cirurgias de reparo
4. Colocação de próteses
Exemplo: implante de marcapasso em pacientes com doença de Chagas
Aula 2: 12/03 - Doenças de Chagas
Agente etiológico: Trypanosoma cruzi
Hospedeiro invertebrado/vetor: hemípteros hematófagos da família Reduviidae subfamília Triatominae
Hospedeiro vertebrado: Mamíferos
• Reino: Animalia
• Filo: Arthropoda
• Classe: Insecta
• Ordem: Hemiptera
• Família: Reduviidae
• Gênero e espécie:
– Triatoma infestans
– Panstrongylus megistus
– Triatoma brasiliensis
A: Trypanosoma cruzi Amastigota
• Circular, ovóide ou fusiforme
• Achatado
• Pouco citoplasma
• Núcleo relativamente grande, redondo,excêntrico
• Cinetoplasto discóide e visível
• Flagelo curto e incluído no bolso flagelar
D: Trypanosoma Epimastigota• Fusiforme
• Cinetoplasto junto ao núcleo
• Bolso flagelar lateral
• Flagelo forma a membrana ondulante que se torna livre no polo anterior
E: Trypanosoma Tripomastigota
• Corpo celular longo e achatado
• Cinetoplasto e bolso flagelar na região entre o núcleo e a extremidade posterior
• Cinetoplasto arredondado
• Flagelo percorre toda a extensão da célula aderido na membrana ondulante
Mecanismos de Transmissão
• Transmissão pelo vetor
• Acidentes de trabalho
• Transfusão sanguínea
• Transmissão oral
• Transmissão congênita
• Transplante
Doença de Chagas – Fase Aguda
• Sintomática ou assintomática
• Manifestações locais
– 50% dos casos dentro de 4 a 10 dias
– Sinal de Romanã (conjuntiva)
– Chagoma de inoculação (pele)
– Regressão em 1 ou 2 meses
- Febre
- Edema localizado e generalizado
- Cefaléia
- Hepatomegalia e esplenomegalia
- Sinal de romana (tipo conjuntivite).
- Insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas (por vezes)
Doença de Chagas – Fase Crônica Assintomática
• Fase latente ou indeterminada
– Positividade nos exames sorológicos e parasitológicos
– Ausência de sintomas e/ou sinais da doença
– Eletrocardiograma convencional normal
– Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais
Doença de Chagas – Fase Crônica Sintomática
• Forma Cardíaca
– Insuficiência cardíaca congestiva devido:
– À diminuição da massa muscular por destruição do epitélio e substituição por áreas de fibrose
– Destruição SNA simpático e parassimpático
– Lesão vorticiliar ou aneurisma de ponta
– Fenômenos tromboembólicos
– Entupimento de veias causando infartos
– Hipóxia
• Forma Digestiva
– Megaesôfago
– Disfagia (dificuldade de deglutição), odinofagia (deglutição dolorosa), dor retroesternal, regurgitação, pirose (queimação), soluço, tosse, sialose (salivação)
– Megacólon (sigmóide e reto)
– Obstrução intestinal, perfuração e peritonite
Doença de Chagas – Diagnóstico – Fase Aguda
• Alta parasitemia
• Presença de anticorpos inespecíficos (IgM)
• Início de formação de anticorpos específicos (IgG)
• Altas concentrações de anticorpos
Doença de Chagas – Diagnóstico – Fase Crônica
• Baixíssima parasitemia
• Anticorpos inespecíficos (IgM em títulos baixíssimos)
• Presença anticorpos específicos (IgG)
Doença de Chagas – Diagnóstico – Pesquisa do Parasita
• Exame de sangue a fresco
• Exame de sangue em gota espessa
• Esfregaço sangüíneo corado com Giemsa
• Cultura de sangue ou material de biópsia
• Inoculação do sangue
• Métodos de concentração
• Xenodiagnóstico e hemocultura
Doença de Chagas – Diagnóstico –Diagnóstico Sorológico
• Reação de precipitação
• Reação de imunofluorescência indireta
• ELISA
• Reação de PCR
Doença de Chagas – Tratamento
• Parcialmente ineficaz
• Diversidade genética do parasita
• Formação de radicais livres
– Nifurtimox: age sobre as formas sangüíneas e parcialmente contra as formas teciduais
• Atuação antiprotozoária antibacteriana
• Mecanismo não totalmente elucidado
• Citocinas, resposta imunitária
• Inibição de enzimas do parasita
– Benzonidazol: age somente nas formas sangüíneas
Trypanossomas – Outras Espécies
• Trypanossoma rangeli
• Trypanossoma gambiense
• Trypanossoma rhodesiense
Aula 3: 19/03 - Leishmaniose Tegumentar (Americana) 
◼ Doença infecciosa, zoonótica, não contagiosa, de transmissão vetorial, causada por um protozoário do genêro Leishmania, que acomete pele e mucosas.
◼ Pode apresentar diferentes formas clínicas, dependendo da espécie de Leishmania envolvida e da relação do parasito com seu hospedeiro.
◼ Acomete outras espécies animais além do homem e o meio ambiente desempenha papel importante na sua epidemiologia.
◼ Em todas as regiões do mundo, é descrita a transmissão do parasito entre animais silvestres, entretanto, o desequilíbrio ambiental proporcionado pela penetração do homem nas florestas implicou numa mudança do ciclo vetor-reservatório.
Agente Etiológico
➢Gênero: Leishmania;
➢Principais espécies no Brasil:
Leishmania(Leishmania) amazonensis
Leishmania(Viannia) guyanensis
Leishmania(Viannia) braziliensis
Formas: amastigota e promastigota
• Amastigota:
– Intracelular
– Tecidos
– Vertebrados
• Promastigota:
– Tubo digestório
– Invertebrados (flebotomíneos)
– Meios de cultura
TRANSMISSÃO
• Vetorial – Insetos (mosquito palha, cangalha, cangalhinha, birigui)
✓ Flebotomíneos
✓ Gênero – Lutzomya:
• Lutzomya whitmani
• Lutzomya intermedia
• Lutzomya umbratilis
• Lutzomya wellcomei
• Lutzomya flaviscutellata
• Lutzomya migonei
· Servem como fonte de infecção de vetores: gambám, tatu, roedores, canídeos silvestres e tamanduá.
Aspectos gerais
➢ Acomete pele e mucosas;
➢ Susceptibilidade: universal;
➢ Período de Incubação : no homem - média 2
a 3 meses (duas semanas a 2 anos).
A DOENÇA
➢ Infecção inaparente – sem manifestações clínicas;
➢ Linfonodal – linfadenopatia localizada (pode preceder a lesão tegumentar);
➢ Cutânea – única ou múltipla (localizada – única ou múltipla, disseminada – rara: face e tronco/ HIV?, recidiva e difusa – incapacidade do organismo reagir)
• Leishmaniose Cutânea (LC)
• Leishmaniose Mucosa (LM)
• Leishmaniose Disseminada (LD)
• Leishmaniose Cutâneo Difusa (LCD)
Leishmaniose Cutânea - Patologia
• Úlceras únicas ou múltiplas confinadas a derme com a epiderme ulcerada
• Local de preferência: Partes descobertas do corpo.
• Lesões iniciais: Pápulo-vesiculoso podendo ocorrer linfagite e adenite satélite.
• Lesões leishmanióticas: Ulceração crônica, indolor, de contornos regulares, com bordas salientes, pouco exudativa e com fundo granuloso.
• Lesões antigas: Formas vegetantes verrucosas
Leishmaniose Mucocutânea - Imunopatologia
• Verifica-se o desenvolvimento de lesões algumas vezes desfigurantes nas cartilagens ou junções mucocutâneas da laringe, septo nasal, ânus ou vulva.
• Essas lesões contêm numerosos histiócitos, linfócitos e plasmócitos contendo parasitas.
• Ocorre também edema e infiltração celular.
• Pode ocorrer ainda hiperqueratose (espessamento da camada córnea) e acantose.
• Segue-se lesão secundária nas mucosas e cartilagens.
• Predomina resposta imunológica – Citocinas inflamatórias
• Resposta imunecelular está exacerbada
• Níveis de anticorpos baixo ou discretamente aumentada
Leishmaniose Cutâneo-mucosa – Sintomatologia e Formas Clínicas
• Incubação que varia de alguns dias a mais de um ano, porém dura de 2 a 3 meses.
• Local de preferência: Partes descobertas do corpo.
• Lesões iniciais: Pápulo-vesiculoso podendo ocorrer linfagite e adenite satélite.
• Lesões leishmanióticas: Ulceração crônica, indolor, de contornos regulares, com bordas salientes, pouco exudativa e com fundo granuloso.
• Lesões antigas: aspecto purulento com formação de crostas devido a presença de
infecção bacteriana.
Nas formas avançadas ocorre envolvimento da mucosa com hiperemia, infiltração, coriza crônica, obstrução nasal chegando a lesão ulcerativa com destruição do septo, dorso do nariz até áreas faciais vizinhas.
Podem ocorrer ainda lesões orofaringianas e laríngeas produzindo perturbações de fonação, afonia e comprometimento alimentar.
DIFUSA
• Nódulos isolados ou agrupados, máculas, pápulas e placas
infiltradas.
• As lesões se disseminam e têm limites imprecisos
• Prova cutânea sempre negativa 
• Elevados títulos de anticorpos
• Tratamento com resultados insatisfatórios, com recidivas constantes.
CASO CONFIRMADO
➢Leishmaniose cutânea: 
- Indivíduo com presença de úlcera cutânea, com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, com diagnóstico laboratorial ou clínico-epidemiológico. 
➢Leishmaniose mucosa: 
- Indivíduo com presença de úlcera na mucosa nasal, com ou sem perfuração ou perda do septo nasal, podendo atingir lábios e boca (palato e nasofaringe), com confirmação por diagnóstico laboratorial ou clínico-epidemiológico.
Diagnóstico Laboratorial
- Pesquisa do parasito: exame direto dos esfregaços corados (biópsia ou curetagem dos bordos da lesão); exame histopatológico.
Teste de Montenegro: avalia a reação de hipersensibilidade retardada.
Medidas Preventivas
➢Uso de repelentes - ambientes ondeos vetores possam ser encontrados;
➢Evitar a exposição - nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite);
➢ Uso de mosquiteiros de malha fina e telagem de portas e janelas;
➢Manejo ambiental - (limpeza de quintais e terrenos), a fim de alterar as condições do
meio que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas imaturas do vetor;
➢Poda de árvores - aumentar a insolação e diminuir o sombreamento do solo (evita o desenvolvimento de larvas de flebotomíneos);
➢ Destino adequado do lixo orgânico – impedir a aproximação de mamíferos;
➢ Limpeza periódica das fezes dos abrigos de animais domésticos;
Aula 4: 26/03 - Leishmaniose Visceral
Modo de transmissão
Através da picada dos vetores: Lutzomya longipalpis ou Lutzomya cruzi: infectados pela Leishmania chagasi.
· Não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
Vetor: inseto hematófago, pequeno, cor de palha, com grandes asas pilosas para trás e para cima e cabeça fletida para baixo.
O inseto, se infectado, introduz através de sua saliva, as formas promastigotas que infectam o homem.
Aspectos Clínicos
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2 a 7 meses
• Virulência da cepa de L. chagasi;
• Dose de inóculo;
• Características genéticas do hospedeiro;
• Estado imunológico, nutricional, entre outros.
Primeiros Sintomas (Importância da Anamnese)
• Febre baixa recorrente, freqüentemente com 2 ou 3 picos diários
• Febre persistente durante todo o curso da infecção.
ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS
• Esplenomegalia : hiperplasia e hipertrofia das células do Sistema Mononuclear Fagocitário-SMF, hiperplasia dos folículos linfáticos.
• Hepatomegalia: hiperplasia das células do SMF e dilatação dos sinusóides, infiltrado difuso intraparenquimal de células plasmáticas e linfócitos, fibrose septal ou portal leve ou moderada. Desproteinemia: (baixos níveis de albumina)
• Alterações no Tecido Hemocitopoiético: medula óssea densamente parasitada – 
a) ipherplasia do setor histiocitário; b) hipoplasia no setor formador de sangue; c) aplasia (Anemia, Leucopenia, Plaquetopenia).
• Alterações Renais: Glomerulonefrite (presença de imunocomplexos circulantes – hipergamaglobulinemia); Albuminúria; Altos Níveis de Creatinina e Uréia.
• Alterações Pulmonares: Pneumonite intersticial, infiltrado difuso de linfócitos e células plasmáticas; Raro encontrar amastigotas no pulmão.
• Alterações no Tubo Digestivo: Excessiva proliferação de células do SMF no íleo e jejuno – edema e alongamento das vilosidades.
• Alterações Cutâneas: Descamação e queda de cabelo.
Aula 5: 09/04 – Malária
Plasmodium sp
Reino : Protista
Sub-reino : Protozoa
Filo : Apicomplexa
Família : Plasmodiidae
Gênero : Plasmodium
Plasmodium falciparum (1897) – terçã maligna (mais frequente e grave no Brasil)
Plasmodium vivax (1890) – terçã benigna
Plasmodium malariae (1881) – quartã benigna
Plasmodium ovale (1922) – terçã benigna
Transmissão
1. Doença transmitida por vetor (inseto do tipo mosquito)
2. Gênero Anopheles é o principal da malária humana
3. Conhecido como mosquito prego, por assentar em forma quase vertical para o repasto sangüíneo
4. A espécie A.darlingi é a principal no Brasil
5. Picam no interior dos domicílios) e de hábitos noturnos (crepúsculo e
amanhecer)
Vetor
Mosquitos fêmea do gênero Anopheles , conhecidos também como mosquito prego ou carapanã
Reservatório
O homem é o único reservatório das espécies causadoras de malária humana
No inseto
• Ciclo sexuado!!!
• Inseto suga o sangue com gametócitos
– Macrogametócito – feminino
– Microgametócito – masculino
– Formação do zigoto (oocineto)
– Produz envoltório protetor (oocisto)
– Multiplicação esporogônica (Não é esquizonte!!!)
• Produção de esporozoítas
• Esporozoítas infectantes nas glândulas salivares dos insetos
 QUADROS SINTOMÁTICOS DA MALÁRIA
• Período de Incubação- depende da espécie(12 a 30 dias)
• Início da Doença
– Febre,
– dores de cabeça,
–mal-estar,
– dores no corpo
Principais sintomas (problemas circulatórios: cefaleia, mialgias, prostação, mal estar geral, febre com início súbito – sudorese, vômitos, icterícia e anemia.
Baço: aumenta de tamanho na fase aguda.
Fígado: aumenta ligeiramente na fase aguda.
Fase crônica: hepatomegalia.
Complicações por Plasmodium falciparum
• Malária cerebral: estado de coma, não atribuível a nenhuma outra causa
• Convulsões generalizadas
• Anemia normocítica
• Insuficiência renal
• Hipoglicemia
• Sangramentos espontâneos
• Hipertemia contínua
• Hemoglobinúria
• Confusão mental
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