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LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DIRETO AFRESCO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br MÉTODO DIRETO A FRESCO As técnicas em parasitologia clínica têm como objetivo identificar se um paciente está ou não infectado por um parasito. O diagnóstico por métodos parasitológicos é realizado por meio da observação de parasitos (ovos, cistos, larvas, trofozoítos etc.) presentes nas fezes, por microscópio óptico. Por meio do microscópio, é possível visualizar os diferentes estágios de vida de protozoários (cistos, trofozoítos, oocistos e esporos) e helmintos (ovos, larvas e vermes pequenos). Esses métodos geralmente são práticos, têm baixo custo, utilizam materiais e equipamentos simples, não requerem infraestrutura especializada e garantem diagnósticos eficientes. Por isso, são amplamente recomendados. O uso de métodos qualitativos associados a métodos quantitativos torna possível a identificação do tipo e da intensidade da infecção. Na rotina laboratorial, é recomendado o uso de três métodos parasitológicos (com diferentes sensibilidades) para garantir a eficiência e evitar diagnósticos falso-negativos. Entre os métodos mais utilizados, podem-se destacar: exame direto/a fresco (tema deste laboratório), técnicas de concentração de parasitos e coloração permanente em esfregaços de fezes. Antes da realização dos métodos parasitológicos, as amostras são analisadas macroscopicamente. Em fezes formadas (sólidas), há maior probabilidade de se detectarem cistos de protozoários. Em fezes moles ou líquidas, há maior probabilidade de se detectar a presença de trofozoítos de protozoários e, nesse caso, a indicação é que se realize o método direto (a fresco) para visualizar a motilidade dos trofozoítos. Já os ovos e larvas de helmintos são encontrados tanto em amostras líquidas quanto sólidas. No método direto (a fresco), a amostra é coletada no próprio laboratório ou chega a este para processamento em até 30 minutos após a evacuação, e não deve mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DIRETO AFRESCO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br conter nenhuma solução conservante. Esse método é qualitativo e tem como principal objetivo a visualização dos trofozoítos de protozoários e a observação de sua motilidade, em amostras recém coletadas. Para melhor visualização e identificação de cistos e oocistos de protozoários e de ovos e pequenas larvas de helmintos, geralmente translúcidos e incolores ao microscópio, pode-se utilizar o corante lugol. A técnica se baseia na realização de um esfregaço com uma pequena quantidade de amostra fecal não fixada e homogeneizada em solução salina de 0,85% a 0,90% (Tabela 1). Para a visualização de trofozoítos, cistos e oocistos de protozoários e ovos e pequenas larvas de helmintos, indica-se a preparação de esfregaços separados. Uma lâmina deve ser preparada apenas com solução salina, para visualização da motilidade dos trofozoítos, e outra com adição do corante lugol, para visualização das demais estruturas parasitárias. Essa diferenciação é necessária, pois fixadores e corantes à base de iodo, como lugol, podem matar os trofozoítos, impedindo a visualização da motilidade. Contudo, quando o objetivo é a visualização de cistos e oocistos de protozoários e ovos e pequenas larvas de helmintos, uma gota do corante lugol (Tabela 2), adicionada à lâmina, ajuda a realçar as estruturas, facilitando sua visualização e identificação. Nos casos em que o lugol não pode ser utilizado, o ajuste do diafragma e do condensador do microscópio, de forma a reduzir a entrada de luz, é importante para contrastar a imagem translúcida de cistos de protozoários, auxiliando na visualização das estruturas dos parasitos. A preparação do esfregaço precisa ser fina o bastante para que seja possível a leitura ao microscópio. O esfregaço deve ser coberto por uma lamínula de 22mm². A leitura ao microscópio consiste em varrer toda a área coberta pela lamínula, usando as objetivas de 10x e 40x. Não se recomenda o uso de óleo de imersão, incompatível com a preparação de amostras úmidas. Apesar de o método direto ser simples e econômico, a eficácia no diagnóstico depende do treinamento e da experiência do examinador em observar e detectar a presença dos parasitos ao microscópio, da obtenção de amostras frescas e não fixadas e da urgência no processamento de amostras. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DIRETO AFRESCO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Em caso de resultado negativo (não detecção de parasitos), outros métodos parasitológicos devem ser usados para confirmação do diagnóstico, pois o método direto (a fresco) tem baixa sensibilidade devido à ausência de uma etapa de concentração de parasitos, ou de substância que facilite sua detecção. Por esse mesmo motivo, quando ocorre a observação de parasitos e suas estruturas em preparações pelo método direto (a fresco), pressupõe-se que o paciente apresente uma alta carga parasitária. Com base nos procedimentos descritos, no laboratório virtual você irá aprender o passo a passo dessa técnica. Cloreto de sódio (NaCl) 0,85g 0,90g Água destilada-deionizada 1.000mL 1.000mL Tabela 1 – Solução salina para uso biológico: concentrações de 0,85% e 0,90%. Fonte: Elaborada pela autora (2021). Iodo 2g Iodeto de potássio 4g Água destilada-deionizada 100mL Tabela 2 – Solução de lugol. Fonte: Elaborada pela autora (2021). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DIRETO AFRESCO ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Guia prático para o controle das geo-helmintíases. 1. ed. Brasília: [s. n.], 2018. DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o diagnóstico das parasitoses humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. NEVES, D. P. Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. REY, L. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. ZEIBIG, E. Parasitologia clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. mailto:contato@algetec.com.br