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GESTÃO DE LUCRO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA PIZZARIA ARTESANAL EM SANTA MARIA-RS1 Ricardo Roberto Roque2 Faber Brum da Costa3 Resumo: O ramo de produtos alimentícios vem crescendo nos últimos tempos, em especial, produtos que podem ser consumidos imediatamente, seja in loco ou por delivery. A partir disso, o estudo de caso aqui apresentado apresenta a utilização de métodos de custeio e precificação em uma pizzaria artesanal, localizada na cidade de Santa Maria – RS. Como a empresa estudada nunca realizou uma análise de seus custos, este estudo pode auxiliá-la em tomadas de decisões. Para esta análise é realizado um levantamento do todo o processo de elaboração dessas pizzas. Para isso, o objetivo principal é compreender como os métodos de custeio e os padrões de precificação podem contribuir na precificação e na lucratividade dos produtos de uma pizzaria artesanal. O trabalho está dividido em cinco partes, sendo na primeira apresentação do tema, da contextualização, do problema de pesquisa, dos objetivos, da justificativa, dos métodos utilizados; a segunda parte é composta pelo referencial teórico; a terceira trata dos procedimentos metodológicos; a quarta tem a análise dos dados; e a quinta apresenta a conclusão do trabalho, contendo limitações e sugestões para pesquisas futuras. Ao final, é possível concluir que os métodos de custeio podem contribuir na precificação e na lucratividade dos produtos de uma pizzaria artesanal. Diante dos resultados obtidos na utilização dos métodos de custeio absorção e variável e também no método de precificação Markup, foi possível ao empresário visualizar, de maneira clara, os seus custos e despesas e comparar com o preço que foi determinado sem qualquer metodologia, possibilitando melhor gerir seu lucro. Palavras-chave: Gestão de lucro. Métodos de Custeio. Precificação. Pizzaria Artesanal CONSIDERAÇÕES INICIAIS A boa gestão de uma empresa depende da tomada de decisão dos seus gestores, os quais são desafiados diariamente a minimizar o erro das suas escolhas. Bruni e Famá (2019) aponta que, dos aspectos financeiros de qualquer empreendimento, um dos mais importantes é a fixação dos preços dos produtos e serviços comercializados. Trata que, na arte do negócio, do sucesso de uma empresa comercial, pode até não estar ligado à definição responsável dos preços, porém um preço equivocado, certamente, causará sua ruína. 1Trabalho apresentado na disciplina de Monografia II, do curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Direito de Santa Maria – FADISMA. 2 Autor: acadêmico do sexto Semestre do Curso de Ciências Contábeis – FADISMA. E-mail; rrrooque@gmail.com 3 Professor Orientador: Mestre em Ensino de Humanidades e Linguagens da UFN, Especialista em Finanças Empresariais e Gestão e Docência no Ensino superior (ULBRA), Bacharel em Ciências Contábeis e Administração (FAMES) e Professor da Faculdade de Direito de Santa Maria – FADISMA. E-mail: faber.costa@fadisma.com.br 2 As decisões influenciam na continuidade da entidade, na manutenção dos empregos e produção de lucro aos sócios, por isso, não podem se basear em “achismos”. Conforme Yanasi (2018, p. 75), os comerciantes apostam mais em seu feeling para os negócios do que em criar um sistema de controle de estoque, o custo e o giro das mercadorias, bem como o da sua reposição e o lucro, por exemplo. Contra essa concepção, a proposição de estratégias requer o conhecimento técnico daquilo que o negócio necessita, tendo como parâmetro o objetivo de seu negócio. Para se obter uma boa margem na elaboração dos preços, não existe o acaso, isso está aliado ao conhecimento técnico. Nesse sentido, Bernardi (2017, p. 124) destaca que, muitas vezes, sem preparação até acontecer uma boa margem de negócios, mas é raro, é preciso um conjunto de fatores para isso, como estar no lugar certo com produto certo na hora certa e preço certo. Fica evidente que, para formulação do preço de venda de um produto ou serviço, é necessário muito mais que a sorte ou o acaso, é preciso de ferramentas que deem subsídios na tomada de decisão que impactará no futuro da entidade. Por isso, em um cenário cada vez mais competitivo, como se apresenta nos dias atuais, as decisões poderão representar o êxito ou o insucesso do empreendimento. Invariavelmente, haverá o momento em que o gestor ficará diante de uma das decisões mais importantes que deverá tomar: o preço que será definido sobre o produto comercializado ou o serviço prestado. Trata-se de uma tarefa muito complexa, porém, com uso de ferramentas adequadas, poderá facilitar esse processo decisório. Moreira, Oliveira, Furlan, Brito e Gaio (2015), então, comentam que as empresas, de um modo geral, necessitam de ferramentas que as auxiliem a se manterem de maneira vantajosa em relação aos seus concorrentes. Através de técnicas contábeis, apurou-se os dados do sistema de produção (custos) e da parte administrativa (despesa), a fim de realizar uma correta alocação dos custos aos produtos, com o intuito de gerar informações úteis para tomada de decisão do empresário. Yanase (2018, p. 17) aponta que “[...] mesmo que o mercado defina o preço do produto, da mercadoria ou do serviço, ter o conhecimento da estrutura de custos é muito importante, pois só será possível melhorar a margem de lucro se houver redução nos custos”. O ramo de produtos alimentícios vem crescendo nos últimos tempos, em especial, produtos que podem ser consumidos imediatamente, seja in loco ou por delivery. Os alimentos prontos estão ganhando cada vez mais espaço em uma sociedade que busca, crescentemente, ganhar tempo. Nesse contexto, encontra-se, aqui no Brasil, um tipo de estabelecimento comercial que faz grande sucesso: as pizzarias. Além de ser um ambiente que 3 proporciona a confraternização, é responsável por grande movimentação econômica e promoção de emprego. O título deste trabalho, denominado “Gestão de lucro: um estudo de caso em uma pizzaria artesanal em Santa Maria-RS” compõe o escopo da gestão de custos e está ligado à necessidade em se trabalhar com micros e pequenas empresas, pois ainda são poucos explorados na literatura. Kaurak, Manhães e Medeiros (2010) afirmam que “[...] os temas podem surgir da observação do cotidiano, da vida profissional, do contato e relacionamento com especialistas, do feedback de pesquisas já realizadas e do estudo de literatura especializada”. A partir disso, o presente trabalho fundamenta-se no seguinte questionamento: Como os métodos de custeio podem contribuir na precificação e na lucratividade dos produtos de uma pizzaria artesanal? Para isso, o objetivo principal é compreender como os métodos de custeio e os padrões de precificação podem contribuir na precificação e na lucratividade dos produtos de uma pizzaria artesanal. Assim, os objetivos específicos são: analisar possíveis diferenças entre os métodos de custeio Absorção e Variável, juntamente com a estrutura de custos, despesas e receitas e definição de preços; verificar, com simulações, os cálculos do custo final dos produtos, a partir de cada um dos métodos, juntamente com apresentação de um comparativo com os preços finais, a partir da formação do preço de venda praticada pelo proprietário e o método de formação de preço Markup; apontar possíveis resultados provenientes das escolhas entre os métodos apresentados e seu impacto na lucratividade da empresa. A relevância prática deste estudo baseia-se na contribuição aos gestores de microempresas do ramo de pizzaria, para que consigam gerir seus custos de produção e, assim, poderem determinar o preço mais atrativo ao seu consumidor. Busca, ainda, auxiliar esses empreendimentos na condução de seus negócios, principalmente em relação à utilização das informações de custos, para o processo decisório, e à formação de preços mais competitivos. Além disso, o estudo tem importância acadêmica,pois oferece um estudo de caso na área de gestão de custos, com ênfase em uma microempresa, sendo um setor que requer mais estudos acadêmicos. Nesse sentido, o presente trabalho assume papel importante, pois tanto o orientador, quanto o aluno, farão o uso da pesquisa para aprimorar, pôr em prática e construir conhecimento de maneira significativa, contribuindo às empresas e à área de atuação do gerenciamento de custos e abrangendo a linha de pesquisa da FADISMA: “Custos, Gestão e Controladoria”. Isso vai ao encontro do dito por Severino (2007, p. 25-26): “[...] 4 professor precisa da prática da pesquisa para ensinar eficazmente; o aluno precisa dela para aprender eficaz e significativamente”. No que diz respeito aos procedimentos, natureza e os objetivos, a presente pesquisa se enquadra em um estudo de caso. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 60), o “[...] estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa”. Do levantamento realizado através de um questionário, como poderá ser constatado na análise dos dados, abordou-se as questões definidas no objetivo deste artigo. Logo, considerou-se classificar, analisar e traduzir em números as opiniões e as informações levantadas, o que se constitui uma pesquisa quantitativa, por recorrer à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno. Trata-se, também, de uma pesquisa aplicada, visto que tem finalidade de mapear os custos da produção com o objetivo de reduzi-los. Segundo Kaurark, Manhães e Medeiros (2010, p. 26), essa tem como objetivo “[...] gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais” O trabalho está dividido em cinco partes. A primeira compreende o tema, a contextualização, o problema de pesquisa, os objetivos do trabalho, a justificativa, os métodos utilizados (abordagem, procedimento e técnica de pesquisa) e a divisão do trabalho. A segunda parte é composta pelo referencial teórico, no qual é abordado a contabilidade de custos e seus conceitos. A terceira parte tratados procedimentos metodológicos. A penúltima tem a análise dos dados. Por fim, a quinta apresenta a conclusão do trabalho, contendo limitações e sugestões para pesquisas futuras. 1 REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS Considera-se a Contabilidade de Custo uma subdivisão da Contabilidade Geral de uma empresa. É a parte da contabilidade que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos. Ela é a parte da ciência contábil que se dispõe ao estudo dos gastos realizados para se obter um bem de venda ou de consumo, podendo ser um produto, uma mercadoria ou serviço. De acordo com Crepaldi (2011, p. 2): 5 Contabilidade de Custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Ela tem função de gerar informações precisas e rápidas para a administração, para a tomada de decisões. É voltada para a análise de gastos da entidade no decorrer de suas operações. A contabilidade de custos nasceu da necessidade de avaliar estoques na indústria. Na sua área, a Contabilidade de Custos tem três funções importantes: o auxílio ao planejamento, o controle e a ajuda às tomadas de decisões. Em relação ao planejamento e controle: [...] sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos (MARTINS, 2018, p. 5). Sobre a tomada de decisão, possuiu um papel de grande relevância, visto que sua função é alimentar com informações pertinentes. Isso influenciará no curto e longo prazo, sobre medidas de introdução, manutenção ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção, terceirização etc. (MARTINS, 2018). Torna-se cada vez mais é importante, ao gestor, saber apurar seus custos. Santos (2012, p. 3) aponta que o “[...] conhecimento do custo operacional e o seu reflexo em todo produto ou serviço são condições preponderantes de sobrevivência em qualquer negócio com ou sem fins lucrativos”. É primordial à administração das empresas o municiamento de informações, de planejamento e controle de custos e de lucros, para enfrentar os concorrentes que comercializam produtos semelhantes no mercado (SANTOS, 2012). Nesse sentido, segundo Martins (2018), mediante ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da distância entre administrador e ativos e pessoas administradas, a Contabilidade de Custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial. Diante disso, Segundo Crepaldi (2011), a Contabilidade de Custos auxilia, gerencialmente, na determinação dos custos dos fatores de produção, dos custos de determinado setor da empresa, no controle e observação dos desperdícios, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados, na quantificação exata da matéria-prima utilizada, entre outros. 6 1.2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO DE CUSTOS É fundamental, na gestão de custos, saber identificar, conceitualmente, os termos mais usados e relacionados ao tema. Esta seção tem como objetivo dar fundamentação a pesquisa de maneira geral, assim como na análise de dados ao longo do projeto. 1.2.1 Gastos De maneira geral, os gastos correspondem ao montante dos insumos adquiridos pela empresa, indiferentemente do fato de já terem sido usados ou não. De acordo com Crepaldi (2011, p. 19), os gastos são os encargos financeiros efetuados por uma entidade com vista à obtenção de um produto ou serviço qualquer para a produção de um bem ou para a obtenção de uma receita. Representados por entrega ou promessa de entrega de ativos (geralmente dinheiro). Somente são considerados gastos no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida ou da redução do ativo dado em pagamento. Trata- se de um termo genérico que pode representar tanto um custo como uma despesa. O conceito de gasto torna-se muito amplo, pois podemos associá-lo aos demais conceitos que envolvam entrega ou promessa de entrega de ativos. Contudo, o gasto consiste no sacrifício financeiro que a empresa enfrenta para obter um serviço ou produto qualquer. Segundo Bruni e Famá (2019, p. 4) “[...] alguns gastos podem ser temporariamente classificados como investimentos e, à medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas”. 1.2.2 Desembolso O termo desembolso qualifica a situação em que organização, efetivamente, paga pela aquisição de algum bem ou serviço. Esse pagamento pode ocorrer antes, durante ou depois do item comprado estar à disposição da empresa ou do serviço adquirido ser utilizado. Consistem no pagamento do bem ou serviço, independentemente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. É importante ressaltar que a contabilidade registra os fatos de acordo com o princípio da competência. “Por competência entende-se que o registro de receitas e despesas deve ser feito de acordo com a real ocorrência, independentemente de sua realização ou quitação”(BRUNI; FAMÁ, 2019, p. 2), que pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da 7 utilidade comprada. É a saída financeira da empresa, entrega de ativos, a qual pode ocorrer concomitantemente ao gasto (pagamento à vista) ou depois dele (pagamento a prazo) (CREPALDI, 2019) 1.2.3 Custos São denominados custos, os gastos relativos a bens ou a serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. Portanto, estão associados aos produtos ou serviços produzidos pela entidade (BRUNI; FAMÁ, 2019). A classificação doscustos vai depender do enfoque que for atribuído a ele, podendo ser determinada quanto à natureza, à função, à contabilização, ao produto e à formação ou à produção, por exemplo: matéria-prima, mão de obra direta utilizada na produção. Nesse contexto, verifica-se que a classificação dos custos, em diretos e indiretos, é feita quanto ao produto (CREPALDI, 2019) O custo se torna imprescindível para uma empresa. A ele é atribuído uma enorme relevância, devido a sua abrangência e transformações nas várias etapas do processo de criação de um produto ou serviço. Conforme Martins é um “gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços” (2018, p. 9). “O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço” (MARTINS, 2018, p. 9). 1.2.4 Classificação dos custos Esta seção tem o objetivo de mostrar alguns conceitos utilizados para diferenciar os custos, os quais atendem as necessidades gerenciais mais distintas. Os sistemas, as formas e as metodologias, aplicados no controle e gestão de custos, podem ser classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados (unidade do produto), de acordo com a variação dos custos em relação ao volume de produtos fabricados (comportamento em relação ao volume), aos controles exercidos sobre os custos (controlabilidade), a alguma situação específica (decisões especiais) e em função da análise do comportamento passado (base monetária) (BRUNI; FAMÁ, 2019). Conforme Bruni e Famá (2019) podem ser classificados quanto à aplicabilidade em: • Diretos ou primários: são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão de obra 8 direta. Apresentam a propriedade de serem, perfeitamente, mensuráveis de maneira objetiva. Exemplos: aço para fabricar chapas, salários dos operários etc.; • Indiretos: necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para serem atribuídos aos produtos. Exemplos: seguros e aluguéis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção. A classificação dos custos, em diretos e indiretos, tem como objetivo avaliar os estoques de produtos em elaboração e acabados (prontos para a venda). Na prática, a separação de custos em diretos e indiretos, além de sua natureza, leva em conta a relevância e o grau de dificuldade de medição (CREPALDI). O comportamento dos custos, em relação ao volume, permite analisar as variações nos custos totais e unitários em relação a diferentes volumes de produção. Dessa forma, Bruni e Famá (2019) aponta que são classificados como: • Fixos: são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo que não haja produção. Podem ser agrupados em: custo fixo de capacidade – relativo às instalações da empresa, refletindo a capacidade instalada da empresa, como depreciação, amortização etc.; e custo fixo operacional – relativo à operação das instalações da empresa, como seguro, imposto predial etc. Exemplos clássicos de custos fixos podem ser apresentados por meio dos gastos com aluguéis e depreciação – independentemente dos volumes produzidos, os valores registrados com ambos os gastos serão os mesmos. É importante destacar que a natureza de custos fixos ou variáveis está associada aos volumes produzidos e não ao tempo. Assim, se uma conta de telefone apresenta valores diferentes todos os meses, não correlacionados com a produção, esses gastos devem ser classificados como fixos, afora de suas variações mensais. Os custos fixos possuem uma característica interessante: são variáveis quando calculados unitariamente em função das economias de escala; • Variáveis: seu valor total altera-se diretamente em função das atividades da empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis. Exemplos óbvios de custos variáveis podem ser expressos por meio dos gastos com matérias-primas e embalagens. Quanto maior a produção, maior o consumo de ambos. Assim como os custos fixos, os custos variáveis possuem uma interessante característica: são genericamente tratados como fixos em sua forma unitária. 9 1.2.5 Despesas Martins (2018, p. 10) define despesa como “[...] bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”. Berti (2006, p. 20) diz que despesa é o “[...] gasto que provoca redução do patrimônio.” A busca incessante de atingir os objetivos faz com que os gestores tenham uma preocupação com os gastos envolvidos na produção, sendo que a despesa está ligada aos gastos, mas não está diretamente vinculada ao processo de produção. As despesas são confrontadas diretamente com o resultado do período e não devem ser ativadas nos estoques. Gerencialmente, porém, podem ser atribuídas aos produtos como forma de analisar o gasto e a lucratividade individual de um portfólio de produtos ou serviços. Nessas situações, quando custos e despesas são alocados aos produtos ou serviços, diz-se tratar de um sistema de custos plenos ou integrais (BRUNI; FAMÁ, 2019). Podem ser divididas em: Despesas diretas: são as diretamente relacionadas ao faturamento, tais como comissões de vendas, impostos diretos sobre o faturamento, fretes de entrega, royalties por utilização de processos patenteados etc. No segmento comercial, pode-se incluir as despesas pagas às administradoras de cartão de crédito pela utilização do instrumento nas vendas etc. Despesas indiretas: são as que não dependem do faturamento, sendo necessárias às atividades de suporte administrativo, comercial e operacional geral, tais como salários e encargos sociais, prestadores de serviço diversos, tarifas públicas, aluguéis, e condomínios, gerais, financeiras etc. (CREPALDI, 2019, p.20, grifo do autor). Elas são efetuadas para a obtenção de bens e serviços aplicados na área administrativa, comercial ou financeira. Por meio disso, visa-se, direta ou indiretamente, à obtenção de receitas. 1.2.6 Classificação das despesas Conforme Crepaldi (2019), as despesas são classificadas em função das áreas onde ocorrem e podem variar ou não em função do volume de receitas do período, classificando-se, assim, em fixas e variáveis. São quatro os principais tipos de despesas operacionais: • Administrativas: de modo geral, são relativas às áreas de apoio da empresa (administração geral, finanças, contabilidade, recursos humanos etc.); • Comerciais: surgem pela necessidade de criar receitas, como propaganda e publicidade, telefone, ou em função de vendas já efetuadas, como comissões, fretes de 10 entregas etc. Essas despesas correspondem aos gastos necessários para comercializar os produtos fabricados. Seus valores variam proporcionalmente ao volume de vendas. As despesas de comercialização são também conhecidas como despesas variáveis. Exemplos: impostos e comissões sobre as vendas; • Financeiras: são decorrentes da insuficiência de capital de giro próprio da empresa, que é obrigada a buscar e a remunerar capitais de terceiros; • Tributárias: encargos devidos à administração pública em relação aos impostos. 1.2.7 Perdas São bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária. Trata-se de gastos não intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. Segundo Martins (2018, p. 109): Precisamos aqui primeiramente diferenciar Perdas Normais de Perdas Anormais. As Perdas Normais são inerentes ao próprio processo de produção; são previsíveis e já fazem parte da expectativa da empresa, constituindo-se num sacrifício que ela sabe que precisa suportar para obter o produto. As Perdas Anormais ocorrem de formainvoluntária e não representam sacrifício premeditado, como é o caso de danificações extraordinárias de materiais por obsoletismo, degeneração, incêndio, desabamento etc. 1.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Para Martins (2018, p. 195), “[...] margem de contribuição é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro”. Como consequência, a margem de contribuição é o excedente derivado da diferença do preço e do rateio unitário dos custos variáveis, destinado à cobertura dos custos fixos e lucro da atividade. Portanto, a apuração da margem de contribuição é relevante na medida em que permite visualizar, com maior clareza, as perspectivas de retorno para o investidor. Sendo assim a margem de contribuição unitária se dá pela seguinte fórmula: MC = RECEITA - GASTOS TOTAIS (custos e despesas variáveis) 11 1.4 PONTO DE EQUILÍBRIO Para Padoveze (2013, p. 269), o Ponto de Equilíbrio “[...] evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto”. No Ponto de Equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. A equação do Ponto de equilíbrio se dá pela seguinte fórmula: Ponto de Equilíbrio = Custos fixos totais/Margem de contribuição unitária 1.5 MÉTODOS DE CUSTEIO O atual cenário mercadológico, cada vez mais globalizado e competitivo, faz com que as organizações se mantenham sempre buscando a perfeição. A apuração de custos tornou-se mais complexa, surgindo a necessidade de métodos de custeio que, conforme Martins (2010, p. 22), “significa apropriação de custos”. Dentre os principais métodos, será desenvolvido nesse estudo de caso, o Custeio por Absorção e Variável. 1.5.1 Custeio por Absorção De acordo com Martins (2018, p. 22), “[...] consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos” Portando, além dos custos de produção como matéria-prima, mão de obra e outros, os custos indiretos, como manutenção, planejamento, controle de qualidade entre outros, também são rateados dentro do custo do produto, seguindo o critério estabelecido pela empresa. “No Brasil, o Custeio por Absorção está contemplado no Pronunciamento Técnico CPC 16, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que trata da valoração de estoques, nos itens 12 a 14” (MARTINS, 2018, p. 22). Método de Custeio Absorção se dá da seguinte maneira (Figura 1): 12 Figura 1 – Método de Custeio Absorção Fonte: MARTINS (2018). 1.5.2 Custeio Variável (direto) O método de apropriação de custos denominado de Custeio Variável é aquele que só é apropriado “[...] aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado; para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis” (MARTINS, 2018, p. 185). O método de Custeio Variável é voltado, especificamente, para uso gerencial. “Por contemplar apenas parte dos custos incorridos na fabricação, esse sistema não é aceito pelo Fisco para direcionar a contabilização dos custos incorridos aos produtos” (RIBEIRO, 2018, p. 47). É importante dar destaque ao conceito de margem de contribuição, que está inserido no método de Custeio Variável. A margem de contribuição é o mesmo que o lucro variável unitário, ou seja, preço de venda unitário do produto menos os custos e despesas variáveis por unidade de produto, significa que, em cada unidade vendida, a empresa lucrará determinado valor. Assim, [é] a diferença entre o que a empresa pode produzir e comercializar, em termos de quantidade de produtos e a quantidade apresentada no ponto de equilíbrio. Chama-se margem de segurança porque mostra o espaço que a empresa tem para fazer lucros após atingir o ponto de equilíbrio (LEONE; LEONE, 2010, p. 354). 1.6 MÉTODO DE FORMAÇÃO DE PREÇO MARKUP Quando um determinado comerciante recebe uma mercadoria e vai colocá-la à venda, será aplicado sobre esta mercadoria um acréscimo, que poderá ser na forma percentual, fator de multiplicação ou divisão, chamado Markup. “A taxa de marcação, também conhecida como Markup, é um fator aplicado sobre o custo de compra de uma mercadoria (ou sobre o custo total unitário de um bem ou serviço) para a formação do preço de venda respectivo”. (WERNKE, 2019, p.168). Em outra linguagem, markup é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda. Tem por finalidade cobrir os fatores, 13 como tributação sobre vendas (ICMS, IPI, PIS, COFINS ou Simples), percentuais, incidentes sobre o preço de venda, despesas administrativas, fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro. A fórmula do Markup se dá por: PV=Custos/(1-Despesas Fixas (em porcentagem) – Despesas Variáveis(em porcentagem) – Lucro Almejado 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo consiste em uma análise da gestão de custos de uma empresa no ramo de produção e comercialização de pizzas artesanais, para definir os melhores métodos de custeio e precificação a ser adotado pela mesma. Quanto à sua natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada, visto que tem finalidade de mapear os custos da produção, com o objetivo de reduzi- los. Segundo Kaurark, Manhães e Medeiros (2010, p. 26), isso tem como objetivo “[...] gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”. Quanto ao intuito, este estudo é considerado explicativo. Classifica-se como explicativa, pois serão observadas todas as variáveis, analisando os índices como lucratividade e rentabilidade, como também todos os custos gerados no processo e como estes se relacionam. A pesquisa explicativa “[...] visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas” (KAURARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p. 29). No que diz respeito aos procedimentos, caracteriza-se como estudo de caso, utilizando de método qualitativo na análise dos dados. Para Prodanov e Freitas (2013, p. 60): O estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou quantitativa, entendido como uma categoria de investigação que tem como objeto o estudo de uma unidade de forma aprofundada, podendo tratar-se de um sujeito, de um grupo de pessoas, de uma comunidade etc. São necessários alguns requisitos básicos para sua realização, entre os quais, severidade, objetivação, originalidade e coerência. A abordagem qualitativa é necessária para o estudo e exploração dos dados obtidos, pois eles precisam ser lapidados para se transformarem em dados concretos. Os procedimentos qualitativos empregam diferentes visões do conhecimento, estratégias de investigação, bem como métodos de exame e coleta de dados. “A interpretação dos 14 fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 70). Desse modo, a pesquisa se enquadra também de natureza qualitativa porque ajuda a compreender e explicar o conhecimento adquirido. Para coleta dos dados, inicialmente, foi realizado uma revisão bibliográfica acerca do tema em livros, artigos, periódicose outras fontes. Em seguida, diversas visitas foram realizadas à pizzaria, para verificar os procedimentos de produção e também um levantamento documental que seja importante para a pesquisa. Pode-se salientar que a “[...] característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 174). Além disso, foram levantados os custos diretos, indiretos e as despesas necessárias para a fabricação das pizzas artesanais. A partir dos dados coletados, por meio de visitas, de um organograma proposto e de documentos sobre a empresa e os produtos, fornecidos pelo administrador, serão aplicados os métodos de custeio por Absorção e Custeio Variável (Direto) e, assim, apurar a margem de contribuição. Aliado a isso, na elaboração da formação do preço de venda, foi aplicado o método Markup, a fim de comparar com o preço de venda praticado pelo proprietário. O instrumento de coleta de dados, além dos documentos, antes explicitada, também se deu pela observação não participante. “Na observação, são aplicados atentamente os sentidos a um objeto, a fim de que se possa, a partir dele, adquirir um conhecimento claro e preciso. A observação deve ser exata, completa, imparcial, sucessiva e metódica” (KAURARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p. 62). A análise do dados ocorreu por meio de análise de conteúdo, que é o “[...] levantamento e sistematização de dados por meio de fichamento” (KAURARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010, p. 75), na qual se objetiva organização dos dados, leitura, conhecimento e exploração do material adquirido. A partir disso, realizou-se um tratamento dos resultados, para que fosse possível trabalhar os dados para fins de tomada de decisão. 3 ANÁLISE DOS DADOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE ESTUDO A empresa foi fundada em 2015 na localidade de Vila Caturrita, pertencente à cidade de Santa Maria - RS. Possui estrutura própria alocada em uma área de 50m². A empresa conta 15 com uma equipe de 2 funcionários, distribuídos nas atividades que ela desenvolve. Tem seu enquadramento tributário no simples nacional, com o foco no ramo alimentício produzindo e comercializando pizza artesanal tamanho família com peso aproximado de 900 gramas, com vendas no local e por serviço de tele-entrega. O serviço de tele-entrega é um serviço terceirizado e não entra nos custos da empresa. As vendas de refrigerantes correspondem a menos de 2% e, por isso, também não entraram nos cálculos, sendo considerados apenas vendas de pizzas. 3.2 PROCESSOS DE PRODUÇÃO Para melhor entendimento do processo produtivo da empresa, foi elaborado um fluxograma da empresa (Figura 2), no qual está demonstrado como funciona a atividade da empresa. Figura 2 – Processo produtivo da pizzaria artesanal Fonte: o autor. 3.3 ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO No processo de fabricação das pizzas, foram identificadas dez etapas. Essas tiveram seus tempos contabilizados e estão descritas abaixo: a) Tritura/corte/massa: etapa fundamental do processo, na qual é realizada a preparação dos ingredientes, o descascamento dos legumes, seguido por tritura e corte, cozimento e fritura. Nesse momento, também é confeccionado a massa das pizzas; b) Montagem das cubas: para facilitar o processo de montagem das pizzas, os ingredientes que foram fatiados, picados e triturados são colocados próximos à mesa da bancada de montagem em recipientes de inox, para acelerar a montagem das pizzas; c) Pedidos: etapa na qual o cliente realiza seu pedido; d) Montagem das pizzas: etapa na qual é realizada a montagem das pizzas. Serve para preparação e elaboração das pizzas, conforme pedidos realizados pelos clientes; 16 e) Assamento: nessa etapa as pizzas são levadas ao forno, para que sejam assadas no forno a lenha; f) Embalagem: após serem retiradas do forno, as pizzas são embaladas em uma caixa de papelão personalizada com a logo da empresa; g) Contabilização da venda e pagamento: etapa onde o cliente realiza o pagamento do pedido e é contabilizada a venda. 3.4 LEVANTAMENTO DOS DADOS A empresa estudada não possui método de controle de seus custos e despesas atualmente, ou seja, não tem a certeza de que suas vendas estão superando suas expectativas referentes ao percentual de lucratividade desejado. A empresa conta, no momento, com um quadro de dois (02) colaboradores, um pizzaiolo e um auxiliar de produção, os quais realizam o processo de produção. O proprietário realiza a parte de gestão da empresa, compra e recebimento das mercadorias e atendimento ao cliente. Os dados foram obtidos através do escritório de contabilidade que presta serviço administrativo e contábil para a empresa, de visitas à empresa e conversas com o proprietário e colaboradores. Através destas visitas, levantou-se a quantidade de matéria-prima utilizada em cada pizza. Em relação a vendas mensais, a quantidade vendida varia entre 450 a 500 unidades. 3.4.1 Apuração dos custos fixos e custos variáveis Foi realizado um levantamento dos desembolsos da empresa referente a um mês de trabalho. O período escolhido foi o mês de agosto de 2021. Após a análise de todos os custos da empresa, foi realizada a separação dos custos fixos e dos custos variáveis da mesma. 3.4.1.1 Custos fixos Os custos fixos da empresa estão divididos conforme a Tabela 1. São compostos por: pacote de internet, salários dos funcionários, que cumprem carga horária fixa, escritório de contabilidade, IPTU e depreciação das máquinas da produção e depreciação do imóvel. Para depreciação do imóvel, considerou-se o valor de R$ 150.000,00 e tempo 25 anos. 17 Tabela 1 –Demonstração dos custos fixos Demonstrativo dos custos fixos do mês de agosto de 2021 Funcionários 44h semanais + encargos R$ 3.973,00 Pró-Labore + Encargos R$ 2.000,00 Escritório de contabilidade R$ 290.00 Depreciação de máquinas R$ 202,50 Depreciação do imóvel (25000*1/12*4%) R$ 500,00 IPTU (1/12) R$ 25,00 Total R$ 6990,50 Fonte: o autor. Além da depreciação, foram classificados como custos fixos todos aqueles gastos que se mantiveram inalterados, independente do volume da produção que o estabelecimento comportava. Segundo Padoveze (2013), apesar da possibilidade de classificarmos uma série de gastos como custos fixos, é importante ressaltar que qualquer custo é sujeito a mudanças. Mas os custos que tendem a se manter constantes nas alterações do volume das atividades operacionais são considerados fixos. Os valores gastos com pró-labore foram considerados custos, pois o proprietário desempenha a função de gerente do estabelecimento. Para encontrar o valor da depreciação, foi necessário realizar o cálculo. Chegou-se ao valor de R$ 120,00 para o forno a lenha, R$ 60,00 para o triturador de legumes e R$ 25,00 para o batedor de massa. As máquinas utilizadas e seus respectivos valores de custo de depreciação são mostrados na Tabela 2, utilizando-se o método do custeio integral, com durabilidade de 10 anos, com base na tabela da Receita Federal (BRASIL, 2020) Tabela 2–Depreciação Depreciação das máquinas (R$/mês) Equipamento Custo do Equipamento Valor Residual Taxa Anual de Depreciação (%) R$/mês Forno a lenha R$ 16.000,00 R$ 1.600,00 10% R$ 120,00 Triturador de legumes R$ 8.000,00 R$ 800,00 10% R$ 60,00 Batedor de massa R$ 3.000,00 R$ 300,00 10% R$ 22,50 Total R$ 202,50 Fonte: o autor. 18 3.4.1.2 Custos variáveis Os custos variáveis da empresa estão formados da seguinte forma: energia, água, matéria-prima, lenha e embalagem. A Tabela 3, a seguir, contém os gastos classificados como custos variáveis. Tabela 3 –Custo variável de produção Custos variáveis Energia R$ 400,00Água R$ 100,00 Gás R$ 100,00 Matéria prima R$ 6.506,55 Lenha R$ 1.000,00 Embalagem R$ 2.000,00 Total R$ 10.106,55 Fonte: o autor. 3.4.1.2.1 Apuração dos custos de matéria-prima Iniciou-se o estudo de campo em 1º (primeiro) de agosto de 2021, realizando o levantamento dos estoques de matéria-prima que a empresa possuía para industrialização. No dia 30 de agosto, foi realizada outra conferência para se determinar o estoque final do período. Além disso, foram conferidas as notas de entrada das compras das mercadorias do mês de agosto. Os dados coletados estão organizados na Tabela 4. Tabela 4 – Consumo de matéria-prima no mês de agosto (continua) Ingredientes Gasto mensal Azeitonas R$ 112,20 Bacon R$ 364,80 Calabresa R$ 217,80 Cebola Picada R$ 19,25 Frango Picado R$ 235,60 Orégano R$ 45,00 Presunto Fatiado R$ 495,00 Queijo Mussarela R$ 3.450,00 Queijo Catupiry R$ 75,00 Queijo Cheddar R$ 85,25 19 (conclusão) Ingredientes Gasto mensal Queijo Parmesão R$ 41,25 Molho de Tomate R$ 240,00 Strogonoff R$ 250,00 Tomate Picado R$ 15,40 Farinha R$ 500,00 Açúcar R$ 35,00 Sal R$ 55,00 Fermento R$ 270,00 Total R$ 6.506,55 Fonte: o autor. Diante dessas informações, foi escolhido o Inventário Periódico para contabilizar os estoques para industrialização que a empresa possuía no período do estudo. Segundo Ribeiro (2018) a expressão “inventário periódico” decorre do fato de que os custos dos estoques finais, necessários para a apuração dos resultados, são conhecidos somente no final de um período. O PEPS avalia a produção inicial e contabiliza a sua saída com o primeiro produto a sair, o que foi o primeiro a ser produzido ou comprado. Já o custo médio avalia os estoques dentro da média de valor dos que vão entrando e saindo, guardando os saldos dos estoques remanescentes. Para apuração dos custos com matéria prima, foram contabilizadas todas as matérias- primas consumidas na produção mensal de agosto. Ao final do período, não foi constatado perdas. Também não possuía estoque inicial e nem restou estoque final (Tabela 5). Tabela 5 – Apuração do custo da matéria-prima Apuração do custo da matéria prima de agosto de 2021 Estoque Inicial R$ 00,00 Compras R$ 6.506,55 Estoque Final R$ 00,00 Total R$ 6. 506,55 Fonte: o autor. 3.4.2 Apuração dos custos diretos e custos indiretos Foi realizado um levantamento dos desembolsos da empresa referente a um mês de trabalho, como já mencionado, agosto de 2021. Após a análise de todos os custos da empresa, foi feito a separação dos custos diretos e indiretos da empresa. 20 3.4.2.1. Custos diretos Os custos diretos da empresa estão divididos conforme a Tabela 6. Eles são compostos por matéria-prima, lenha, embalagem e salários dos funcionários. Tabela 6 – Custos diretos Demonstrativo dos custos diretos do mês de agosto de 2021 Matéria prima R$ 6.506,55 Lenha R$ 1.000,00 Gás R$ 100,00 Embalagem R$ 2.000,00 Salários dos Funcionários 44h semanais + encargos R$ 3.973,00 Total R$ 13.579,55 Fonte: o autor. Os custos diretos classificados na pesquisa encontram-se diretamente ligados à produção. Conforme Padoveze (2013), custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente identificados, para um segmento particular em consideração. Dessa maneira, como se trata de produção de pizzas, a matéria-prima, a lenha, a embalagem e a mão de obra envolvidos na produção seriam custos diretos. 3.4.2.2 Custos indiretos Os custos indiretos da empresa estão divididos conforme a Tabela 7, compostos por: pró-labore, energia, água, depreciação de máquinas, internet, escritório de contabilidade e IPTU. Tabela 7 – Custos indiretos Demonstrativo dos custos indiretos no mês de agosto de 2021 Pró-Labore + Encargos R$ 2.000,00 Energia R$ 400,00 Água R$ 100,00 Depreciação de máquinas R$ 202,50 Depreciação do imóvel (25000*1/12*4%) R$ 500,00 Escritório de contabilidade R$ 290,00 IPTU (1/12) R$ 25,00 Total R$ 3.517,50 Fonte: o autor. 21 Os elementos cujos valores e quantidades não puderam ser facilmente identificados, em relação aos produtos fabricados, foram considerados como custos indiretos. Segundo Ribeiro (2018), a atribuição desses custos aos produtos não é tão simples, para calculá-los, é preciso adotar critérios que podem ser estimados ou até mesmo arbitrado. 3.4.3 Despesas Foi realizado um levantamento dos desembolsos da empresa referente ao mês de trabalho (agosto de 2021). Após a análise de todos os gastos da empresa, separou-se as despesas fixas e das despesas variáveis da empresa. Para Ribeiro (2018), quando os gastos são efetuados para obtenção de bens ou de serviços aplicados nas áreas administrativas, comercial ou financeira, visando direta ou indiretamente à obtenção de receitas, correspondem a despesas. 3.4.3.1 Despesas fixas Dos gastos gerais, desembolsados no período em análise, foi possível classificar os gastos que não estavam ligadas diretamente à produção de pizzas. Verificou-se, ainda, que eram despesas fixas, pois não havia variação dos gastos, independente do volume de produção. A Tabela 8 demonstra os gastos relativos às despesas fixas. Tabela 8 – Despesas fixas Demonstrativo das despesas fixas de agosto de 2021 Internet R$ 100,00 Propaganda R$ 50,00 Total R$ 150,00 Fonte: o autor. 3.4.3.2 Despesas variáveis Com relação às despesas variáveis, foram apurados materiais de limpeza e tributação mensal. Para o cálculo dos tributos, a empresa está classificada no Simples Nacional com um percentual pago sobre seu faturamento. Quem rege este percentual é uma tabela da Receita Federal do ano de 2021. 22 A tabela de alíquotas aplicada na empresa está definida com o percentual de 7,30 %, divididos em IRPJ, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP e ICMS, sobre o faturamento bruto. Ela está relacionada à segunda faixa de tributação, que se refere às empresas que faturam R$ 180.000,01 a R$ 360.000,00. A Tabela 9 demonstra o faturamento da empresa, aplicando o percentual do imposto que deverá ser pago, juntamente com suas totalizações do período. Tabela 9 – Demonstração das despesas variáveis Demonstrativo das despesas variáveis de agosto de 2021 Impostos = faturamento*7,30% (25000*7,30%) R$ 1.825,00 Materiais de limpeza R$ 85,00 Total R$ 1.910,00 Fonte: o autor. A base para que fosse determinada a alíquota de 7,3% foi a média de faturamento dos últimos doze meses. 3.4.4 Aplicação dos métodos de custeios 3.4.4.1 Custeio absorção O método de custeio absorção foi escolhido por ser o método de custeio aceito pela legislação. Para Ribeiro (2018), esse sistema de custeio contempla, como custo de fabricação, todos os custos incorridos no processo de fabricação do período. Nesse método de custeio, foi apurado o custo do produto vendido (CPV), o custo unitário e, por fim, foi montado o demonstrativo de resultado. 3.4.4.1.1 Apuração do CPV Na apuração do Custo do Produto Vendido (CPV), que foi utilizado para produção das pizzas, entraram, nesse cálculo, todos os custos fixos e também todos os custos variáveis do período. Como a Tabela 10 demonstra, o CPV do período totalizou R$ 17.097,05. 23 Tabela 10 – Apuração do CPV absorção Apuração do CPV absorção CPV = CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS (+) custos fixos R$6.490,55 Funcionários 44h semanais + encargos R$ 3.973 Pró-Labore + Encargos R$ 2.000,00 Escritório de contabilidade R$ 290,00 Depreciação de máquinas R$ 202,50 Depreciação do imóvel (25000*1/12*4%) R$ 500,00 IPTU (1/12) R$ 25,00 (+) custos variáveis R$ 10.106,55 Energia R$ 400,00 Água R$ 100,00 Gás R$ 100,00 Matéria-prima R$ 6.506,55 Lenha R$ 1.000,00 Embalagem R$ 2.000,00 (=) CPV R$ 17.097,05 Fonte: o autor. 3.4.4.1.2. Custo unitário Para determinar o custo unitário,foram considerados todos os custos de fabricação, sejam eles fixos ou variáveis, os quais foram divididos pelas quantidades vendidas no período. A Tabela 11 apresenta o custo unitário por pizza no valor de R$ 32,99. Tabela 11 – Custo unitário Custo unitário Custos Totais R$ 17.097,05 Quantidades vendidas 500 unidades Custo unitário R$ 34,19 Fonte: o autor. 3.4.4.1.3 Demonstrativo de resultado do exercício Na apuração do resultado do exercício (Tabela 12), pelo método absorção, consideraram-se, nos custos dos produtos vendidos, os custos fixos e variáveis. 24 Tabela 12 – Demonstrativo de resultado do exercício Demonstrativo de Resultado Absorção RECEITAS R$ 25.000,00 (-) Impostos R$ 1.825,00 (=) Receita líquida de vendas R$ 23.175,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos R$ 17.097,05 RESULTADO BRUTO R$ 6.077,45 (-) Despesas R$ 235,00 - Despesas administrativas R$ 85,00 - Despesas vendas R$ 150,00 (=) RESULTADO LÍQUIDO R$ 5.842,45 Fonte: o autor. 3.4.4.2 Custeio variável O método de custeio variável apresenta, em sua composição, os custos diretos à produção e deixando os custos fixos como decorrentes das despesas do resultado. A partir desse método de custeio, foi encontrado a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio. A Tabela 13 apresenta o CPV, no qual são considerados somente os custos e despesas variáveis Tabela 13 – Demonstrativo de resultado variável Demonstrativo de resultado variável RECEITAS DE VENDAS R$ 25.000,00 (-) custos variáveis R$ 10.106,55 (-) despesas variáveis R$ 1.910,00 RESULTADO BRUTO R$ 12.983,45 (-) Custos fixos R$ 6.990,50 (-) Despesas R$ 150,00 - Despesas administrativas - - Despesas vendas R$ 150,00 (=) RESULTADO LÍQUIDO R$ 5.842,95 Fonte: o autor. 25 3.4.4.2.1 Apuração do CPV variável Na apuração do Custo do Produto Vendido (CPV), pelo método variável, foram contabilizados todos os custo e despesas variáveis. Como a Tabela 14 demonstra, o CPV do período totalizou R$ 11.916,55. Tabela 14 – Apuração do CPV Apuração CPV- variável CPV = CUSTOS VARIÁVEIS + DESPESAS VARIÁVEIS (+) Custos Variáveis R$ 10.006,55 Energia R$ 400,00 Água R$ 100,00 Matéria-prima R$ 6.506,55 Lenha R$ 1.000,00 Embalagem R$ 2.000,00 (+) Despesas variáveis R$ 1.910,00 Impostos R$ 1.825,00 Materiais de limpeza R$ 85,00 (=) CPV R$ 11.916,55 Fonte: o autor. 3.4.4.2.2. Demonstrativo de resultado variável Observa-se que, nesse método de custeio, o demonstrativo de resultado serve para questões gerenciais e não é aceito pela legislação. Sendo assim, considera-se, nos custos dos produtos vendidos, os custos e despesas variáveis (vide Tabela 13). 3.4.4.2.3 Margem de contribuição Margem de contribuição na empresa é a diferença entre o preço vendido e o custo de produção. No caso estudado, isso está demonstrado na Tabela 15. Tabela 15 – Margem de contribuição Margem de contribuição Faturamento R$ 25.000,00 Gastos variáveis (custos e despesas variáveis) R$ 12.016,55 Margem de contribuição R$ 12.983,45 Margem de contribuição unit. (=R$ 12.983,45/500) R$ 25,97 Fonte: o autor. 26 Margem de Contribuição é um indicador capaz de dizer se a receita de uma empresa é suficiente para pagar os custos e as despesas fixas. No caso da pizzaria, seus custos e despesas fixas foram R$ 7.225,50, portanto a sua margem de contribuição possibilita lucrar. 3.4.4.2.4 Ponto de equilíbrio O Ponto de equilíbrio é o volume a ser comercializado para que as receitas totais sejam iguais aos custos totais, e a partir delas a empresa comece a ter lucro. Segundo Padoveze (2013), trata-se da quantidade de vendas que deve ser efetuada para cobrir todos os custos e as despesas fixas, deixando de lado os aspectos financeiros e não operacionais. É demonstrado o Ponto de equilíbrio operacional na Figura 3. Figura 3 – Cálculo do Ponto de equilíbrio Fonte: o autor. Como podemos ver na figura a cima, o volume de vendas mensais, para que a empresa não fique no prejuízo, é de 278 unidades. 3.4.5 Métodos de formação de preço 3.4.5.1 Formação do preço de venda pelo empresário Ao formar o preço de venda, a empresa estudada fez uma estimativa de seus gastos e os alocou ao custo de aquisição do produto. Ademais, fez um comparativo com a concorrência e, assim, formou o preço do produto. Nesse processo, não foi realizada nenhuma análise para comprovar se a mesma estava alcançando os resultados desejados. A empresa comercializa somente um padrão de pizza, com o peso aproximado de 900 gramas com valor Ponto de Equilíbrio = Custos fixos totais /Margem de contribuição Onde: Gastos (custos e despesas) fixos totais = R$ 6.990,50 + R$ 235,00 = R$7225,50 Margem de contribuição unitário = R$ 25,97 Logo: Ponto de Equilíbrio = 278 unidades 27 único de preço de venda de R$ 50,00. O empresário, mesmo não conhecendo qualquer método de precificação, afirmou que seu lucro era de 30% 3.4.5.2 Aplicação do método Markup A base método de precificação Markup foi o método de custeio absorção, pois oferece as informações para determinar o preço de venda da mercadoria. Para aplicação do método markup foi necessário seguir algumas etapas. Etapa 1: encontrar o preço de custo unitário; Etapa 2: determinar o percentual em relação ao faturamento das despesas fixas e despesas variadas (Tabela 17); Etapa 3: cálculo do Markup (Figuras 4 e 5) . Para determinar o custo unitário das pizzas vendidas, foi necessário apurar os custos fixos e os custos variáveis e dividir o total pelo número de pizzas vendidas no mês de agosto. Na Tabela 16 encontra-se dispostos os respectivos valores. Tabela 16 – Etapa 1: encontrar o valor do custo unitário Custo unitário Custos Totais R$ 16.497,05 Quantidades vendidas 500 unidades Custo unitário R$ 31,19 Fonte: o autor. Tabela 17 – Etapa 2: determinar o percentual em relação ao faturamento das despesas fixas e despesas variáveis Percentual das despesas Total Percentual Faturamento R$ 25.000,00 100% Despesas fixas R$ 150,00 0,006 Despesas variáveis R$ 1.910,00 0,076 Fonte: o autor. Figura 4 – Etapa 3: Cálculo do Markup. Fonte: o autor. Para realização do cálculo do Markup foi utilizada a fórmula da Figura 4. Onde: PV= Preço de Venda CUSTO = Custo Unitário do Produto DF% = Despesas Fixas em porcentagem PV=CUSTO/ (1-DF%-DV%-Lucro) 28 DF% = Despesas Variáveis em porcentagem LUCRO = Percentual que o proprietário visa ganhar Obs.: O lucro desejado pelo proprietário é de 30% Figura 5 – Etapa 3: Cálculo do Markup PV = 34,19/ (1- 0,006 - 0, 076 -0,3) PV = 34,19/0,67 PV = R$ 51,04 Fonte: o autor. Como foi possível aferir após a aplicação do Markup, o valor do preço de venda está acima do valor do preço de venda proposto pelo proprietário. Para que fosse possível apurar o preço de venda, através do método de precificação, foi dividido o custo unitário do produto no valor de R$ 34,19 pelo quociente de 0,67 resultando no valor de R$ 51,04. Sendo assim, caso o proprietário decida por considerar o preço do Markup, será possível aumentar ainda R$ 1,04, aumentando seu percentual para 33% de lucro. ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa foi elaborada em uma empresa de pequeno porte. Foi estudado os custos, através da aplicação dos métodos de Custeio Absorção e Variável e a formação do preço de venda, utilizando o Markup. Dessa forma, intentou-se comparar o preço praticado pelo proprietário da Pizzaria artesanal. Durante a elaboração deste trabalho, coletou-se, analisou-se e formatou-se dados para chegar a um resultado em que empresas possam usar e aplicar, administrativamente, ao seguimento estudado. Com isso, é possível ter informações para conduzir suas estruturas empresariais com segurança e conseguir obterresultados financeiros desejados, podendo conhecer seus indicadores de custos, despesas e lucro, de uma forma racional e lógico. Em relação aos métodos de custeio, os dois métodos proporcionam vantagens e desvantagens. No de absorção, a principal vantagem é ser o único método aceito legalmente para demonstrativo de resultados. Por outro lado, o custeio por absorção não oferece uma visão gerencial adequada para a tomada de decisões. Já o custeio variável tem maior vantagem na questão gerencial da empresas, porque, através dele, foi possível definir: a margem de contribuição, o ponto de equilíbrio e esclarecer os custos dos produtos. No entanto, a sua desvantagem é não poder ser usado na contabilidade da empresa. 29 Sobre o preço de venda, foi aplicado a formação de preço por Markup. De maneira técnica, foram analisados os custos, as despesas e o percentual desejado de lucro, para que se chegasse ao preço ideal, a fim de obter os resultados esperados. Ao fazer um comparativo com o praticado pela empresa, o qual foi de criado de forma empírica, verificou-se que a mesma está praticando bem semelhante aos valores sugeridos, o que implica que o valor pago pelos produtos é suficiente para cobrir seus gastos e gerar lucro, beneficiando a saúde da empresa e possibilitando seu crescimento. Ao término do estudo entendeu-se que não existe o melhor método de custeio, seja por questão legal ou gerencial, cada um satisfaz as necessidades empresariais diferentes e importantes. As informações geradas por eles seriam complementares para satisfação dessas necessidades. Sobre a formação do preço de venda, através do Markup foi possível, ao empresário, compreender que os preços praticados e determinados pelo empirismo e seu feeling, apesar de estarem de acordo com o praticado pelo mercado ou seu lucro almejado, podem nem sempre serem assertivos, somente através de uma metodologia racional, para determinar o preço, que ele terá certeza do tamanho do seu lucro. Sendo assim, foi possível concluir que os métodos de custeio podem contribuir na precificação e na lucratividade dos produtos de uma pizzaria artesanal. O trabalho deixa em aberto, para estudos futuros, a aplicação de outros métodos de custeios e precificação, porém devem atender às necessidades e características de uma pizzaria artesanal que possui baixo número de funcionários e processos. REFERÊNCIAS BERNARDI, Luiz Antonio. Formação de preços: estratégias, custos e resultados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. BERTI, Anélio. Contabilidade e análise de custos. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2006. BRASIL. Receita Federal. Anexo: Taxas anuais de depreciação. In: ______. Instrução normativa RFB nº 1700, de março de 2017. Alterado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1942, de 27 de abril de 2020. Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Brasília, DF: Receita Federal. 2020. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros.action?idArquivoBinario=36 085>. Acesso em: 06 nov. 2021. 30 BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. KAUARK, Fabiana; MANHÃS, Fernanda Castro; MEDEIROS, Carlos Henrique. Metodologia da pesquisa: guia prático. Itabuna: Via Litterarum, 2010. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica 1. 5. ed. São Paulo: Atlas 2003. LEONE,LEONE, R. J. G. Curso de contabilidade de custo. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. MOREIRA, A. K. X.; OLIVEIRA, C. A. G.; FURLAN, P. V. D.; BRITO, E.; GAIO, L. E. Determinantes dos custos em empresas do setor moveleiro. ABCustos, São Leopoldo: Associação Brasileira de Custos, v. 10, n. 1, p. 49-68, jan./abr. 2015 PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade de custos: teoria, prática, integração com sistemas de informações (ERP). São Paulo: Cengage Learning, 2013. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. SANTOS, Joel José dos. Fundamentos de custos para formação do preço e do lucro. 5. ed.São Paulo: Atlas, 20l2. SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 23.ed. São Paulo: Cortez, 2007. WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e casos nacionais. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. YANASE, João. Custos e formação de preços [livro eletrônico]: importante ferramenta para tomada de decisões. São Paulo: Trevisan Editora, 2018.
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