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APOSTILA GESTÃO DE CUSTOS

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Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretora de Ensino a Distância: 
Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani/
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira/
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/ 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta / 
Heber Acuña Berger/ 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes/
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................................................................................................... 5
 A CONTABILIDADE GERENCIAL X CONTABILIDADE CUSTOS ............................................................................. 6
GESTÃO DE CUSTOS .................................................................................................................................................. 7
TERMINOLOGIAS BÁSICAS EM CUSTOS ................................................................................................................ 8
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ............................................................................................................................... 13
CUSTOS DIRETOS .................................................................................................................................................... 13
CUSTOS INDIRETOS ................................................................................................................................................ 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 18
CONCEITOS E TERMINOLOGIAS 
EM CUSTOS
PROF. IVÃ DA CRUZ ARAÚJO
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO 
O principal objetivo de uma empresa com fins lucrativos é a rentabilidade de seus 
investimentos e conhecer os custos e saber como tratá-los dentro da empresa torna-se essencial 
para o gestor que visa lucro. Numa empresa sem fins lucrativos, o objetivo será controlar os 
custos para que a empresa possa continuar em operação sem a necessidade de aumentar a receita.
Controlar os custos e reduzir despesas são quesitos importantíssimos para empresa 
que pretende se manter no mercado competitivo e dinâmico em que vivemos. Basta observar a 
formação de preços, para notar a relevância da gestão de custos. Antigamente, o preço de venda 
era ditado pela empresa, atualmente tal preço é ditado pelo mercado que a cada dia torna-se 
mais exigente e com velocidade incrível tem se renovado. Reavaliar a forma como a empresa 
tem administrado seus custos e despesas muitas vezes se faz necessário, para que ela continue 
operando com sucesso.
A seguir, serão apresentadas as diferenças entre a contabilidade e a gestão de custos e os 
conceitos e terminologias em custos a fim de saber diferenciar e classificar cada gasto realizado 
pela empresa, bem como introduzir os impactos que tais classificações provocam no resultado 
(lucro ou prejuízo da empresa).
Figura 1 – Contabilização. Fonte: Attorney (2015).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade surgiu da necessidade que as pessoas (entidades físicas e jurídicas) 
tinham de controlar se patrimônio. Iudícibus (2004, p.34) afirma que “alguns historiadores 
fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas aproximadamente 2.000 
anos a.C.”. Para acompanhar a evolução pela qual passou a humanidade a Contabilidade precisou 
se transformar e evoluir para que continuasse a ser um instrumento de controle, tendo como 
finalidade analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas 
físicas e jurídicas.
Antes da Revolução Industrial, as mercadorias, eram compradas diretamente dos artesãos, 
o que facilitava o cálculo do lucro bruto. Após a Revolução, com o efetivo desenvolvimento das 
indústrias, fazia-se necessário mensurar qualitativa e quantitativamente os insumos aplicados na 
produção das mercadorias, surgindo assim, a Contabilidade de Custos, que, a princípio, tinha 
como foco principal as empresas industriais.
Com o crescimento das empresas e consequente desenvolvimento do sistema produtivo 
verificou-se que as informações geradas pela contabilidade de custos eram potencialmente úteis 
ao auxílio gerencial. Vale lembrar e refletir que a contabilidade deve ser reconhecida por seus 
usuários, internos e externos, como ciência e não como mera burocracia que torna obrigatória 
sua utilização para servir ao fisco. É importante frisar que os gestores devem ter consciência de 
que a contabilidade é muito ampla. Sua utilização é de grande importância para as entidades 
(pessoas físicas e jurídicas). E como uma de suas ramificações nota-se a contabilidade de custos, 
instrumento necessário para o sucesso da empresa.
Crepaldi (2004, p.15) afirma que
A contabilidade de Custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar 
e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Ela tem a função de gerar 
informações precisas e rápidas para a administração, para a tomada de decisões. 
Leone (1997, p.19) cita que “a Contabilidade de Custos é o ramo da contabilidade que 
se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade”. Junior, 
Oliveira e Costa (2005, p.20) afirmam que “a contabilidade de custos integra a “Contabilidade 
Gerencial”, ou seja, um sistema cujo objetivo é gerar informações úteis à administração das 
empresas, em todos os níveis”. Sendo a contabilidade de custos uma das áreas da contabilidade, 
deve seguir os princípios contábeis aceitos devido à necessidade emitir informações exigidas pelo 
fisco.
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 A CONTABILIDADE GERENCIAL X CONTABILIDADE 
CUSTOS
Com a competitividade que as empresas enfrentam em ambientes globalizados, o gestor 
deve estar sempre amparado com informações sobre o que acontece em seus empreendimentos. A 
Contabilidade Gerencial é o instrumento que pode gerar as informações necessárias ao processo 
decisório, identificar e analisar os eventos econômicos que ocorrem dentro das empresas.
Sobre a contabilidade Gerencial Padoveze (1997, p.28) comenta que
Uma entidade tem ContabilidadeGerencial se houver dentro dela pessoas que 
consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática. Contabilidade 
Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Ora, gerenciamento 
é uma ação, não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da 
contabilidade como instrumento da administração.
Desta forma, a Contabilidade Gerencial deve ser ponto primordial dentro das organizações, 
para servir a administração em todas as etapas de operação, auxiliando no momento preciso, 
abrangendo todas as áreas de forma a ser mais uma ferramenta de apoio aos gestores.
A contabilidade de custos é uma importante ferramenta para a administração das 
empresas, pois mensura e relata informações financeiras e outras relacionadas com a aquisição 
e consumo de recursos pela organização. Oliveira, Perez e Junior (2005, p.20) afirmam que “a 
contabilidade de custos integra a ‘Contabilidade Gerencial’, ou seja, um sistema cujo objetivo é 
gerar informações úteis à administração das empresas, em todos os níveis”. A contabilidade de 
custos utiliza técnicas para o registro, organização, análise e interpretação dos dados relacionados 
à produção ou à prestação de serviços, acumulando os custos e organizando-os em informações 
relevantes. Segundo Pereira e Silva (2003, p.3), “a contabilidade de custos está estritamente 
ligada à contabilidade gerencial, pois a tomada de decisões propostas nos relatórios gerenciais, 
são fundamentadas nos sistemas de custos adotados pelas entidades”. Portanto, a contabilidade 
gerencial busca na contabilidade de custos informações sobre os custos dos produtos ou serviços 
para em seus relatórios, gerar suporte a tomada de decisão.
REFLITA
O custo é utilizado para formação de preços, ou o preço é que 
determina os valores de custos a serem alcançados?
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GESTÃO DE CUSTOS
Já, há algum tempo, as empresas enfrentam uma pressão muito grande por conta da 
competitividade. Para garantir a sobrevivência no mercado, precisam dispor de informações 
capazes de oferecer suporte à decisão. Todo e qualquer negócio requer informação. Todo dado 
mensurado precisa ser organizado e transformado em informação contábil com o objetivo de 
subsidiar os gestores na tomada de decisão e planejamentos.
Analisar os custos para a tomada de decisão é tarefa fundamental para o bom 
gerenciamento de uma empresa. A empresa moderna deve atentar para a competitividade 
acirrada, preços ditados pelo mercado e a necessidade de produzir com qualidade. Itens como 
estes, se mal administrados e controlados podem condenar a empresa à falência. Melhoria 
contínua e eliminação de desperdícios podem ajudar a empresa a manter os preços de vendas 
competitivos. Tomada de decisões como terceirização de itens, retirada de produtos do mercado 
e compra de equipamentos encontram grande apoio em informações de custos.
Figura 2 – Diagrama. Fonte: Rico (2017).
Na empresa tradicional o preço de venda era calculado a partir dos Custos, ou seja, a 
empresa fabricava ou comprava a mercadoria e com base nestes valores formava seu preço de 
venda. Tal prática foi alterada pelo mercado que atualmente, dita o preço de venda ao trocar um 
produto por outro semelhante. O custo deve ser controlado para que a empresa pratique o preço 
determinado pelo mercado e ainda assim consiga o lucro desejado.
Entender como os gastos se comportam dentro da empresa facilita o entendimento do 
impacto que eles terão no lucro ou prejuízo da mesma. Berto e Beulke (2009) apresentam algumas 
finalidades e abrangência da gestão de custos na atividade empresarial. Dentre elas:
• Finalidade Contábil: Avaliação dos estoques por um sistema que integre a contabilidade 
e custos.
• Finalidade de planejamento: instrumento base para controle de orçamento operacional; 
ferramentas para estudos de viabilidade; instrumentos para análise de investimentos.
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• Finalidade Gerencial: formação do custo, resultado e preço dos produtos, mercadorias 
e serviços; estabelecimento de políticas de produtos mercadorias e serviços bem como sua 
distribuição e avaliação de negociações.
• Finalidade de controle e economicidade: mecanismos para medição da eficiência 
interna; análise de minimização dos custos.
TERMINOLOGIAS BÁSICAS EM CUSTOS
Alguns conceitos em custos sofrem alterações quando aplicados a áreas diferentes como 
a Administração e a Contabilidade. A gestão de custos é voltada para tomada de decisão e não 
se preocupa em seguir os princípios contábeis que são determinados por legislação contábil 
específica. Desta forma algumas terminologias em custos muitas vezes são tratadas de forma 
igualitária, como por exemplo o custo que em algumas obras de administração é conceituado 
como a soma dos gastos de uma empresa, sem classificar, portanto, os gastos em custos ou 
despesas.
GASTO
Qualquer compra de produto ou serviço que gera sacrifício para entidade (desembolso) 
é considerado um gasto. Tal sacrifício é representado por entrega ou promessa de entrega de 
ativos, que geralmente é liquidado em capital. O conceito é amplo visto que se aplica a todos 
os bens e serviços adquiridos. Bernardi (2010, p.17) afirma que “tudo que se desembolsa para 
atender às finalidades da empresa, por meio de atividades de produção, administração e vendas, 
inclusive investimentos nas mesmas, é gasto, do ponto de vista financeiro”. Para Wernke (2008, 
p.11), gasto é um “termo usado para definir as transações financeiras nas quais a empresa utiliza 
recursos ou assume uma dívida, em troca da obtenção de algum bem ou serviço. É um conceito 
abrangente e pode englobar os demais itens”. O gasto (consumo), portanto, ocorre em qualquer 
setor da empresa e em qualquer momento sendo o desembolso imediato ou futuro, recebendo 
classificação de acordo com sua aplicação dentro da empresa. Exemplos de gastos: 
• Gastos com a compra de matérias-primas;
• Gastos de mão-de-obra;
• Gastos com propagandas.
DESEMBOLSO
Pagamento referente a aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após 
a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não no momento do desembolso. É, 
portanto, a saída financeira da empresa imediata ou futura resultante de um gasto. Ao adquirir 
matéria prima para a fabricação de produtos a empresa tem no momento da aquisição de tal 
material o gasto. Já o desembolso só ocorrerá quando houver o pagamento efetivo do material 
adquirido, ou seja, a empresa desembolsar, tirar do bolso, o dinheiro e repassar para outrem, seja 
ela uma entidade física ou jurídica.
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INVESTIMENTO
Gasto transformado em ativo com o propósito de trazer benefícios futuros para empresa. 
São, portanto sacrifícios realizados pela aquisição de bens ou serviços que são estocados nos 
Ativos da empresa sejam para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de 
seu desaparecimento ou de sua valorização. Wernke (2008) cita como exemplo de investimento 
uma máquina adquirida, cuja empresa desembolsa recursos para sua aquisição visando um 
retorno futuro sob a forma de produtos produzidos.
RECEITA
É a entrada monetária que ocorre em uma entidade, geralmente sob a forma de dinheiro ou 
de créditos que representam direitos. Nas empresas privadas, a receita corresponde normalmente 
ao produto de venda de bens ou serviços muitas vezes também chamada de faturamento. Como 
exemplos de receitas, há as vendas de serviços e vendas de mercadorias que resultam entrada de 
dinheiro imediata (venda à vista) ou futura (venda a prazo).
 PERDA
A principal característica de perda é sua involuntariedade visto que tais gastos não são 
previstos e não geram serviços ou produtos. São insumos consumidos de forma anormal e, 
sobretudo não podem ser classificados como despesas visto que não são sacríficos realizados 
para obtençãode receita.
Para Wernke (2008, p.12), perda são
os fatos ocorridos em situações excepcionais que fogem à normalidade das 
operações da empresa. Tais itens não são considerados operacionais e não 
fazem parte dos custos de fabricação dos produtos. Constituem-se de eventos 
ocasionais e indesejados, como a deterioração anormal de ativos causados por 
incêndios ou inundações, furtos etc.
Exemplos de gastos que podem ser classificados como perdas:
• Material com prazo de validade vencida;
• Problemas com equipamentos;
• Greves de funcionários;
• Desastres naturais como enchentes e inundações, vendavais.
 DESPERDÍCIO
São os custos e despesas utilizadas de forma irregular e que poderiam ser eliminados sem 
causar prejuízo na qualidade dos produtos ou serviços. Atualmente, desperdício é sinônimo de 
prejuízos para empresa visto que o mesmo não agrega valor e poderia ser eliminado evitando 
gastos desnecessários. Não são considerados perdas visto que não são gastos involuntários. Pelo 
contrário, são gastos que possuem origem nas atividades da empresa, previsíveis e evitáveis. São 
exemplos de desperdícios:
• Retrabalho decorrente de produtos fabricado com defeito;
• Estocagem errada de produtos ou materiais;
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• Movimentação inadequada ou desnecessária de produtos ou materiais;
• Excesso de gastos com chefia ou supervisão;
• Capacidade de fabricação ociosa;
• Inspeções e controles desnecessários.
DESPESA
São gastos realizados fora do processo produtivo com o objetivo de gerar receitas ou 
manter os negócios da empresa. Vale reforçar que as despesas não são incluídas como custos dos 
produtos, mas sim como recursos consumidos fora do processo de produção ou da prestação de 
serviços para a obtenção de receita de forma voluntária.
A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma 
despesa. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio da empresa e que tem essa característica 
de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Podem ser classificadas em 
despesas:
•Fixas: São formadas por aqueles recursos consumidos pela entidade, mas que permanecem 
constantes independente do volume de produtos vendidos ou dos serviços prestados. Exemplo: 
• Salários da administração das vendas, 
• Parte fixa da remuneração dos vendedores.
• Variáveis: Assim como os custos variáveis, se alteram de acordo com a produção, as 
despesas variáveis se alteram de acordo com o volume de vendas. Exemplo: 
• Comissão de vendedores;
• Despesas de entregas;
• Despesas com embalagens.
As despesas podem, ainda, dependendo do ramo de atividade da empresa, aparecer 
classificadas como diretas e indiretas. As diretas identificadas diretamente com o processo de 
venda dos produtos ou serviços e as indiretas que não podem ser facilmente identificadas com o 
objeto de custeio, necessitando de um critério de rateio para sua alocação. 
CUSTO
Para Martins (2003, p.17) custo é o “Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção 
de bens ou serviços”. Para Bernardi (2010, p.17), custos “são gastos direcionados à produção de 
bens e serviços, portanto inerentes a atividades de produzir, incluindo a produção em si e a 
administração da produção.
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 Martins (2003, p.17) cita um exemplo que nos permite visualizar o esquema de 
classificação dos elementos do custo:
A matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou 
investimento, e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem; no momento de 
sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como 
parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, 
já que fica ativado até sua venda. 
São, portanto, os gastos realizados no processo produtivo, ou seja, o processo de fabricação 
de bens ou na prestação de serviços e podem ser encontrados em qualquer ramo de atividade 
conforme apresentado no quadro a seguir:
Tabela 1 - Exemplos de Custos. Fonte: o autor
Vale ressaltar que em algumas obras custos e despesas são tratados como se fossem apenas 
gastos, sem a necessidade de classificá-los separadamente. Tal utilização deve-se ao fato de que 
por vezes está separação se faz desnecessária, entretanto, separá-los adequadamente permite ao 
gestor obter informações mais completas facilitando a visualização dos gastos ligados à produção 
de bens e serviços e aqueles não utilizados no processo produtivo. 
Para Junior, Oliveira e Costa (2003), a separação dos gastos em custos e despesas é 
importante para apuração do custo da produção bem como a apuração do resultado de um 
período (lucro ou prejuízo). Isto ocorre porque os gastos utilizados em uma empresa para a 
fabricação/obtenção dos produtos devem ficar estocados até a venda destas mercadorias quando 
então se transformam em CMV – custo das mercadorias vendidas. Já as despesas não ficam 
estocadas sendo reduzidas, em sua totalidade, das receitas que ocorreram no mesmo período na 
busca pelo lucro ou prejuízo.
Para Bruni (2012), os custos são aqueles que vão para a prateleira sendo armazenados no 
estoque. São aqueles consumidos pelos produtos ou serviços durante sua elaboração. As despesas 
por sua vez estão associadas ao período e não repercutem, portanto, diretamente na elaboração 
dos produtos ou serviços prestados. Exemplo:
Na produção de cadeiras escolares são exemplos de custos:
• A matéria prima utilizada;
• A mão de obra da produção;
• Energia elétrica da produção;
• Água;
• Materiais secundários;
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• Salário dos supervisores;
• Depreciação de máquinas e equipamentos;
• Materiais de conservação e limpeza da fábrica;
• Manutenção.
Na produção de cadeiras escolares são exemplos de despesas:
• Comissões de vendedores;
• Salários administrativos;
• Despesas de entrega;
• Propaganda e publicidade;
• Honorários da diretoria;
• Honorários contábeis.
• Material de escritório
• Despesas bancárias
• Juros passivos
Sugestão de Vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=7_U4FNJRaIo
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CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Os custos, como já mencionado, são os gastos utilizados na produção de bens e serviços. 
Tais gastos podem ser classificados de diversas maneiras, sendo as principais aquelas que os 
classificam em relação:
• À produção;
• Em relação ao produto.
Classificação em relação ao produto
Em relação ao produto os custos podem ser classificados em:
• Custos Diretos; 
• Custos indiretos.
CUSTOS DIRETOS
São aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, necessitando apenas 
de uma medida de consumo (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas 
de mão-de-obra). São facilmente relacionados com as mercadorias ou serviços, ou seja, não há 
necessidade de divisões (rateios) para saber qual produto irá absorver os custos. Para Wernke 
(2008, p.13), custo direto:
São os gastos facilmente apropriáveis às unidades produzidas, ou seja, são aqueles 
que podem ser identificados como pertencentes a este ou àquele produto. Por 
sua natureza, características próprias e objetividade de identificação no produto 
são imputados por medições objetivas ou por controles individuais como a ficha 
técnica do produto, sem a necessidade de rateios. Correspondem aos gastos 
específicos do produto ou serviço, ou seja, não sendo produzida a unidade ou 
executado o serviço, esses gastos não ocorrem.
Os custos diretos, portanto, são aqueles que oferecem condição de medidas efetivas de 
alocação (apropriação ao produto) sem a necessidade de divisões arbitrárias. Exemplos:
• Na empresa industrial: um exemplo de custo direto seria a matéria prima. 
• Na prestadora de serviços, a mão de obra empregada na execução de cada serviço. 
• Numa empresa comercialpode-se citar os custos relativos à aquisição das mercadorias 
como a mercadoria em si e seu frete.
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CUSTOS INDIRETOS
Estes, por sua vez, não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa 
de divisão tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária, ou seja, sem um padrão. 
Exemplos:
• Aluguel.
• Salário das chefias.
• Mão de obra utilizada em vários produtos.
 
Os custos indiretos de fabricação são, portanto, os recursos consumidos que não 
podem ser identificados diretamente ao produto, necessitando de um critério de rateio ou outra 
metodologia de alocação como um sistema de custeio baseado em atividades (ABC) para ser 
mensurado e apropriado.
Martins (2003, p.79) aborda sobre a característica principal dos custos indiretos afirmando 
que: “Todos os Custos Indiretos só podem ser apropriados, por sua própria definição, de forma 
indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento 
de custos, etc.”. Segundo Vanderbeck e Nagy (2003, p.153), “Todos os custos incorridos na fábrica, 
que não são diretamente identificados ao produto acabado, são chamados de Custos Indiretos de 
Fabricação (CIF).” 
A depreciação, por exemplo, pode ser considerada um custo indireto, pois é difícil 
mensurar o quanto de desgaste da máquina será atribuído ao produto. Em uma indústria de 
confecções por exemplo, uma vez que não há como mensurar o quanto de desgaste da máquina 
de costura pode ser atribuída a cada peça produzida, necessita-se de um critério de rateio ou 
outros métodos de alocação dos custos. Em prestadoras de serviços os custos indiretos podem 
ser representados pelos materiais de segurança que geralmente são utilizados, mais de uma vez, 
estando ligados a vários serviços prestados. 
Outra maneira de mensuração dos custos indiretos é atribuí-los aos departamentos. 
Departamento na visão de Oliveira e Perez Junior (2005, p.97), é “[...] uma unidade operacional 
representada por um conjunto de homens e/ou máquinas de características semelhantes, 
desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área”. No caso de empresas 
prestadoras de serviços isso também se aplica, como afirmam os autores “Na maioria das 
indústrias e empresas prestadoras de serviços, os produtos e serviços são executados em diversos 
departamentos, dependendo da linha produtiva ou processo de produção”. 
Os custos indiretos de fabricação podem ser relacionados com a indústria como um todo, 
com os setores de serviços ou com a produção. Esses custos poderão ser apropriados aos produtos 
ou serviços sob a forma de rateio ou por estimativas ou ainda utilizando, como exemplo, o custeio 
baseado em atividades que faz um rastreamento dos custos identificando-os com as atividades, 
chegando, assim, à mensuração dos custos dos produtos ou serviços. 
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RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS
A distribuição dos Custos Indiretos aos produtos denomina-se rateio, já o critério 
escolhido pela empresa para se efetuar essa distribuição denomina-se base de rateio.
EXEMPLO BÁSICO DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS
A empresa Só Alunos Bons Ltda. produziu em determinado mês três tipos de Bolachas: 
A) Bolachas doces; 
B) Bolachas Recheadas;
C) Bolachas Salgadas.
O único custo indireto da empresa é o aluguel da fábrica no valor de R$3.000,00. Após 
classificá-lo como custo Indireto, como a empresa deve proceder para incluir este valor nos custos 
das bolachas? 
Dividir o custo de R$3.000,00 por 3 (produtos), apropriando para cada um o valor de 
R$1.000,00 pode não ser a melhor opção, visto que esta decisão pode prejudicar um ou dois tipos 
de produtos considerando que provavelmente eles não tenham se beneficiado deste custo em 
igualdade.
Outra opção seria ratear estes R$3.000,00 tomando como base algum outro tipo de gasto 
(base de rateio) como por exemplo:
• A quantidade de mão de obra utilizada em cada produto;
• Quantidades produzidas em relação do total produzido;
• Espaço físico utilizado na fabricação de cada tipo de produto;
• Matéria prima utilizada em relação ao total consumido.
Vale ressaltar que ao praticar o rateio o critério escolhido pode prejudicar um produto ou 
outro, caso não seja utilizado com cautela e bom senso para diminuir a arbitrariedade que estes 
critérios possuem. Imagine que esta mesma empresa resolva ratear os custos indiretos também 
do setor de recheio das bolachas recheadas. Seria justo a bolacha salgada, que não faz parte desta 
área de produção absorver partes destes custos? É evidente que não!
Leitura complementar disponível em: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/custos_direitos.
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CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À PRODUÇÃO
Os custos podem ainda ser classificados em relação à produção: Nestes casos, são 
classificados em:
• Fixos.
• Variáveis.
CUSTOS FIXOS
Aqueles que não sofrem oscilações em relação à produção ou a prestação de serviços, ou 
seja, mesmo que não haja produção eles existirão Exemplo: 
• Salários fixos dos operários da fabrica;
• Aluguel da fabrica;
• Salário da supervisão da fábrica.
Para Junior, Oliveira e Costa (2003), os custos fixos são aqueles que permanecem 
constantes dentro de determinada capacidade instalada e não dependem do volume de produção. 
Um exemplo claro seria, como mencionado, o salário fixo dos operários da fábrica que mesmo 
não havendo produção no período o gasto é devido e deverá ser honrado pela empresa.
Para Wernke (2008, p.14) custos fixos:
São aqueles que tendem a se manter constantes nas alterações de atividades 
operacionais, independentemente do volume de produção. São custos que 
tem seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou seja, 
sem vínculo com o aumento ou diminuição da produção. Assim, estes custos 
permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida.
Os custos fixos são, portanto, os gastos que não oscilam com o volume de produção e 
estão relacionados à estrutura da produção como salários das chefias, aluguel, seguros etc. Tais 
custos têm como principais características:
• Não oscilar com o volume de produção dentro de determinada faixa de atividades;
• Sua apropriação aos produtos, geralmente, depende de rateios;
• O valor do custo fixo unitário sofre variação a medida que a produção aumenta ou 
diminui por trata-se de um gasto fixo, porém diluído pela quantidade produzida;
• Geralmente, ligado à estrutura da empresa.
Graficamente os custos fixos podem ser representados conforme a seguir:
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Gráfico 1 - Custos Fixos. Fonte: o autor.
CUSTOS VARIÁVEIS 
São aqueles que se alteram em relação ao volume produzido, ou seja, quanto maior for a 
produção maiores eles serão, como, por exemplo:
• Matéria-prima. 
• Salário por produtividades.
• Depreciação por unidade produzida.
Para Junior, Oliveira e Costa (2003 p.22),
São os custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. 
Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis cresce à medida que o volume 
de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse crescimento no 
total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume produzido.
Como características dos custos variáveis Junior, Oliveira e Costa (2003) citam:
• Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção;
• Ao contrário dos custos fixos o valor unitário variável é constante independentemente 
da quantidade produzida;
• A alocação aos produtos é realizada através de controles que permitem a apropriação 
destes custos de forma direta, sem necessidade rateios.
Vale ressaltar que o custo só é classificado como variável quando ele sofre alteração em 
relação ao volume produzido. Tome como exemplo, o Aluguel da fábrica quede período em 
período tem seu valor reajustado. Poderia este gasto se classificado como um custo variável, já 
que seu valor altera de um período para o outro? A resposta é NÃO, porque embora altere de 
valor está variação não está atrelada ao volume de produção.
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Gráfico 2 - Custos Variáveis. Fonte: o autor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer a estrutura de custos da entidade é praticamente obrigatório para gestão de 
uma empresa que pretende concorrer neste mercado tão competitivo e conhecer o resultado 
auferido no período analisado. Neste módulo, foi apresentada uma breve introdução sobe a gestão 
de custos bem como as terminologias mais utilizadas e classificação dos custos. Conhecer está 
diferenças e classificações são de suma importância para as ferramentas que serão apresentadas 
mais adiante. O próximo passo é compreender o significado dos métodos de custeio, quais são 
eles e suas aplicações nas indústrias, comércio e prestação de serviços a fim de aprofundar os 
conhecimentos em custos e fazer uso de ferramentas que auxiliam a tomada de decisão.
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 20
LUCRO OU PREJUÍZO: CONFRONTAÇÃO DE CUSTOS X DESPESAS ................................................................... 21
MÉTODOS DE CUSTEIO ........................................................................................................................................... 23
CUSTEIO POR ABSORÇÃO ...................................................................................................................................... 23
CUSTEIO RKW ......................................................................................................................................................... 26
CUSTEIO ABC ............................................................................................................................................................ 27
CUSTEIO PADRÃO .................................................................................................................................................... 31
MÉTODO UEP ........................................................................................................................................................... 32
CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL ............................................................................................................................ 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 35
SISTEMAS DE 
CUSTEIO
PROF. IVÃ DA CRUZ ARAÚJO
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INTRODUÇÃO 
Ao abrir ou se responsabilizar pela de gestão de uma empresa, seja ela comercial, industrial 
ou prestadora de serviços um dos principais desafios é custear os produtos ou atividades que 
farão parte das operações da empresa. Após a classificação dos gastos, realizados pela empresa 
em custos e despesas é preciso trabalhar com esta informação. Que vantagens a empresa possui 
em fazer está classificação? Qual a necessidade de separar e classificar estes gastos?
Saber como custear os produtos, para que sejam estocados até a venda é tarefa importante 
e necessária visto que o custo unitário final do produto impactará diretamente sobre a formação 
do preço de venda. Para custear os produtos as empresas utilizam os sistemas de custeio, que 
nada mais são que alguns mecanismos utilizados para calcular o custo do serviço, mercadoria ou 
produto fabricado. Para entender bem como funcionam estes sistemas, é preciso antes entender 
como a empresas apuram seus resultados, ou seja, conhecer os lucros ou prejuízos auferidos ao 
final de cada período. 
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LUCRO OU PREJUÍZO: CONFRONTAÇÃO DE CUSTOS X 
DESPESAS
A princípio, para um leigo em Contabilidade separar despesas e custos parece, além de 
trabalhoso, desnecessário, porém há um motivo pelo qual os gastos são classificados de forma 
separada. Como já visto anteriormente as despesas são os gastos realizados fora do processo 
produtivo e estão ligadas ao período em que ocorrem. Já os custos são gastos aplicados na 
produção de bens e serviços
Ambos serão redutores do Resultado da empresa, porém a forma como despesas e custos 
são descarregados na DRE – Demonstração do Resultado Exercício é que os diferem. Os custos 
só serão descarregados na apuração do exercício em que tais mercadorias forem vendidas. Já as 
despesas serão descarregadas no período em que ocorreram.
Exemplo: Imagine que a empresa Só Produtos Bons Ltda fabrique durante o mês 100 
unidades de um produto e para produzi-los teve um custo total de R$100,00. No mesmo período 
a empresa teve despesas de R$200,00. Considerando que a empresa não vendeu mercadorias 
neste mesmo período como ficaria a Demonstração do Resultado?
Receita Bruta: R$0,00
Despesas R$200,00
Prejuízo: (R$200,00).
Nota-se que as despesas foram descarregadas mesmo sem existência de receita. Já os 
custos ficaram parados no estoque de mercadorias aguardando sua venda quando só então 
serão descarregadas na apuração do exercício como CMV – Custo das Mercadorias Vendidas e 
finalmente transformadas em despesas. 
REFLITA
Qual a importância e a necessidade de separar custos e despesas? 
Apenas burocracia contábil ou fiscal?
Vejam em:
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia demonstracaodo-
resultado.htm
Mais informações sobre a DRE, sua composição e exigilibidade.
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Esta diferenciação produz impacto na forma como empresa apropriará seus gastos aos 
custos de seus produtos e como pretende utilizar as informações que deles serão extraídas.
Tomando como base o exemplo da Empresa Só produtos Bons Ltda, porém considerando 
que as mercadorias, com custo de R$100,00, foram vendidas por R$500,00. Veja como ficaria a 
apresentação do resultado do exercício:
Receita: R$500,00
CMV: (R$100,00)
Despesas (R$200,00)
Lucro: R$200,00.
Note que o CMV – custo dos produtos vendidos, em conjunto com as despesas, foi 
subtraído da receita resultando em lucro de R$200,00 no período. Os custos só foram subtraídos 
porque as mercadorias foram vendidas em sua totalidade. Se apenas parte das mercadorias 
fossem vendidas, o Custo das mercadorias vencidas seria proporcional à venda e o restante das 
mercadorias continuariam em estoque.
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
Lucro Bruto
É um dos primeiros indicadores de desempenho da empresa. É a 
diferença entre a Venda de Mercadorias (receita) e o custos desta 
mercadoria vendida.
Lucro bruto é encontrado pela fórmula:
Receita bruta – Custos = Lucro Bruto
Vale lembrar que Receita bruta é o valor da venda, ou seja, o 
faturamento da empresa.
Despesas Operacionais
Como já vimos as despesas são sacrifícios realizados pela empresa 
para a obtenção de receita. Elas podem ser:
• Despesas com Vendas: Abrangem desde a promoção do produto 
até sua colocação junto ao consumidor. Exemplos: despesas com 
pessoal da área de vendas, comissões de vendas, propagandas, 
despesas com embalagens.
• Despesas Financeiras: São remunerações de capitais de terceiros. 
Exemplos: juros pagos, descontos concedidos.
•Despesas Administrativas: São despesas necessárias para 
administrar a empresa. Exemplos: honorários administrativos, 
salários administrativos, material de escritório, seguro de escritório, 
depreciação de móveis da administração etc.
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MÉTODOS DE CUSTEIO
Após a classificação dos gastos na empresa serápreciso escolher a forma como tais gastos 
serão apropriados aos produtos para cálculo de seus custos. Se a empresa pretender apenas seguir 
a legislação e apresentar as informações ao fisco ou se pretende além de seguir a legislação obter 
informações gerenciais que a auxiliem na tomada de decisão.
Para Berti (2011, p.61), “o método de custeio é a forma empregada ou maneira utilizada 
para calcular o custo de um produto ou serviço”. Para Martins (2010, p.24): “custeio significa 
Apropriação de Custos”. Já para Berto e Beulke (2009, p.11), os métodos de custeio “referem-se à 
modalidade de registro e à apresentação dos custos”.
No Brasil, as empresas geralmente necessitam, se quiserem obter informações gerenciais 
e cumprir as exigências do fisco em relação à formação de seus estoques, utilizar mais de um 
método de custeio. Dentre os mais utilizados, estão o Custeio por Absorção, Custeio Variável e 
Custeio ABC que para Bornia (2002, p.53):
[...] estão intimamente ligados aos próprios objetivos dos sistemas de custos, os 
quais, por sua vez, estão relacionados aos próprios objetivos da contabilidade 
de custos: avaliação de estoques, o auxílio ao controle e o auxílio à tomada de 
decisão.
Definir qual método de custeio irá ser utilizado para avaliar e controlar os estoques, bem 
como, gerar informações para auxílio a tomada de decisão é uma das etapas na implantação de 
um sistema de custeio. A seguir, serão abordados os principais métodos de custeio utilizados.
CUSTEIO POR ABSORÇÃO
O custeio por absorção é aquele que apropria aos produtos todos os custos, independente, 
de serem fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. As despesas neste sistema são lançadas 
diretamente no resultado do exercício.
Para Berti (2011), embora haja métodos de apuração de custos mais modernos e mais 
confiáveis do ponto de vista gerencial e administrativo, o custeio por absorção, devido sua 
aceitação fiscal, e ainda, por seguir os princípios contábeis aceitos é o método de custeio mais 
utilizado no Brasil.
Para Wernke (2008, p.20), 
Este é o método mais tradicional de custeio e é empregado quando se deseja 
distribuir um valor de custos aos produtos, atribuindo-lhe também uma parte 
dos custos indiretos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção 
aos produtos, de forma direta ou indireta mediante critérios de rateios. 
O fisco brasileiro aceita este critério para a elaboração das demonstrações contábeis, uma 
vez que segue os princípios da contabilidade atualmente aceitos. Já, para fins gerenciais, este 
método recebe várias críticas, necessitando que a empresa faça uso de outros métodos.
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Para Berti (2011, p.62) o método de custeio por absorção
Consiste em apurar o custo de bens, atribuindo se integralmente a cada unidade 
produzida os custos diretos e indiretos, fixos ou variáveis, ocorridos no processo 
de produção. Nele os custos diretos são atribuídos aos produtos por meio de 
quantidades efetivamente consumidas de recursos.
Santos (2011) apresenta uma figura que representa a apropriação dos custos pelo custeio 
por Absorção. 
Figura 1 - Apropriação dos Custos. Fonte: Santos (2011).
Segundo Wernke (2008), as principais vantagens deste método de custeio são:
• Atender à legislação fiscal;
• Absorver todos os custos de produção permitindo a formação dos custos de cada 
produto;
• Se a empresa alocar os custos aos departamentos, é possível identificar o desempenho 
de cada área.
Uma das desvantagens do custeio por absorção, é a forma como trata os custos indiretos. 
A necessidade de rateio de forma arbitrária para apropriar todos os custos aos produtos, pode 
favorecer um em detrimento do outro o que prejudicará a formação do preço de venda.
Para Wernke (2008, p.21), 
A principal desvantagem do custeio por absorção consiste na utilização 
dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos. 
Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, 
penalizando alguns produtos e beneficiando outros. 
Nota-se, portanto, que embora o custeio por absorção, também conhecido como custeio 
integral, seja aceito pelo fisco ele apresenta desvantagem gerenciais visto que os custos indiretos 
são rateados de forma arbitrária. A seguir, segue um exemplo, cujo resultado foi apurado pelo 
método de custeio por absorção.
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Considere uma empresa com as seguintes características em determinado período:
• Produziu 80.000 parafusos para revenda;
• Os custos Diretos e Variáveis totalizaram R$50.000,00;
• Os Custos Fixos e Indiretos totalizaram R$ R$30.000,00;
• Teve como despesas administrativas o valor de R$7.000,00; 
• Revendeu 50% das mercadorias produzidas por R$100.000,00.
Observe que os custos das mercadorias vendidas correspondem aos custos de apenas 
parte da produção que foi vendida, o restante do estoque ficará estocado até que seja vendido. 
CT = CD + CI
CT= R$50.000,00 + R$30.000,00
CT= R$80.000,00
Custo Unitário= CT/Produção
Custo unitário= R$80.000,00 / 80.000
Custo Unitário= R$1,00
CMV = Custo Unitário x Quantidade Vendida
CMV = R$1.00 x 40.000 
CMV = R$ 40.000,00.
Onde:
CD = Custos Diretos
CI = Custos Indiretos
CT = Custos Totais (Custos de Produção)
CMV = Custos das Mercadorias Vendidas.
As despesas por sua vez foram em sua totalidade levadas ao resultado. Como já mencionado 
ao utilizar o custeio por absorção todos os custos da produção são apropriados aos produtos até 
que sejam vendidos conforme determinam os princípios contábeis aceitos atualmente.
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CUSTEIO RKW
Também chamado de Custeio Pleno, o sistema de custeio, RKW (Reichskuraratotium für 
Wirtschaftlichtkeit), foi criado por um órgão governamental Alemão e contempla como custos 
dos produtos todos os custos e despesas incorridas no período. A sigla, RKW, representa as 
iniciais de um antigo conselho governamental alemão para assuntos econômicos.
Ao contrário do custeio por absorção, que apropria apenas os custos aos produtos o 
custeio o RKW inclui nesta apropriação também as despesas. Por este motivo, não é aceito para 
fins fiscais de elaboração das demonstrações contábeis e entrega ao fisco, já que fere os princípios 
contábeis atualmente aceitos. Porém, é utilizado para fins gerenciais, principalmente para a 
formação dos preços de venda dos produtos ou mercadorias.
No RKW, como os custos e despesas são todos apropriados aos produtos facilita a 
formação do preço de venda que deve ser suficiente para saldar todos os gastos de produção e 
aqueles ligados à administração da empresa em geral. Neste caso deve-se adicionar à soma dos 
custos e despesas o lucro desejado pela empresa. Vale ressaltar que, embora o RKW traga esta 
vantagem na formação de preços, o gestor deve ter consciência que nos dias atuais o mercado é 
quem geralmente dita o preço da mercadoria, fazendo que a empresa necessite de um controle 
efetivo de todos seus gastos a fim de atingir seus objetivos financeiros e econômicos. 
Uma desvantagem deste sistema é que nele a empresa apropria todos os gastos aos 
produtos, correndo o risco de formar preços de vendas que prejudiquem a competitividade da 
empresa, resultando em prejuízos que seriam evitados caso outro critério fosse utilizado para 
tomada de decisão. 
Também, neste sistema os custos fixos e variáveis, não são tratados de forma diferente, 
não há, portanto, informação sobre o custo unitário de cada produto, podendo levar a empresa 
a deixar de produzir um produto por achar que seus custos são muito altos e não representarem 
um bom negócio para empresa.
A seguir, veja como ficaria uma DRE elaborada com base no RKW. Para a elaboração, foi 
utilizado as mesmas informações utilizadas no exemplo do Custeio por absorção, ou seja:
• Produção: 80.000 parafusos
• Custos de Produção: R$80.000,00• Despesas Administrativas R$ 7.000,00
• Venda de 40.000 parafusos por R$ 100.000,00
CT = CD + CI + D
CT= R$50.000,00 + R$30.000,00 + R$7.000,00
CT= R$80.000,00
Custo Unitário= CT/Produção
Custo unitário= R$87.000,00 / 80.000
Custo Unitário= R$1,0875
CMV = Custo Unitário x Quantidade Vendida
CMV = R$1,0875 x 40.000 
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CMV = R$ 43.500,00
Onde:
D: Despesas
CD = Custos Diretos
CI = Custos Indiretos
CT = Custos Totais (Custos de Produção)
CMV = Custos das Mercadorias Vendidas.
Pelo RKW, as despesas também são estocadas como se fossem custos dos produtos, 
consequentemente compondo CMV quando a mercadoria for vendida. No exemplo, citado o 
resulto da empresa foi de R$ 38.500,00 enquanto que pelo Custeio por Absorção o Resultado foi 
35.000,00.
CUSTEIO ABC
É o custeio baseado em atividades, conhecido como ABC (Activity-Based Costing). 
Método de custeio que tem a finalidade de reduzir as distorções provocadas pelo rateio arbitrário 
(facultativo) dos custos indiretos. Os métodos tradicionais de custeio são, muitas vezes, injustos 
com o rateio arbitrário destes custos distribuindo-os com base na mão de obra utilizada. 
Para Santos (2011 p.215) o objetivo do ABC consiste em:
Apropriar os custos indiretos aos produtos através de cada atividade envolvida 
no processo do negócio, que se comparado ao sistema de custeio por absorção 
poder-se-iam visualizar os custos de forma mais adequada, especialmente para 
conhecer os custos das atividades que não agregam valor ao produto pago pelo 
cliente.
O autor ainda complementa que o custeio ABC possui o propósito de não utilizar os 
critérios tradicionais de rateio dos custos indiretos para apropriação aos produtos. Visa a 
apropriação dos custos pelas atividades envolvidas nos processos da empresa. Para Wernke 
(2008, p.22),
A concepção atual do Custeio Baseado em Atividades (ABC) surgiu nos Estados 
Unidos na década de 80, formalizado pelo Profs. Roberto Kaplan e Robin Cooper 
da Harvard Bunsiness School, com o objetivo principal de aprimorar a alocação 
dos custos e despesas indiretos fixos (também conhecidos como overhead) aos 
produtos.
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Para Junior, Oliveira e Costa (2003), o ambiente tradicional de produção perdurou até a 
década de 70, em que os principais fatores de produção eram a matéria-prima e a mão-de-obra. 
Itens classificados como custos diretos e, portanto, não necessitando de rateios para apropriação 
aos produtos. 
Nesta época, os custos indiretos eram praticamente irrelevantes e o rateio destes gastos 
não tinha impacto significativo no custo dos produtos. Com o passar do tempo, as empresas, para 
continuarem ou se tornarem competitivas devido ao avanço da tecnologia, foram substituindo a 
mão-de-obra humana por máquinas e robôs fazendo com que os custos indiretos se tornassem 
altos e relevantes. Esta mudança na formação dos custos dos produtos fez com que os custos 
indiretos roubassem a atenção dos gestores ou contadores de custos a fim de causar menos 
distorções ao apropriá-los aos produtos, mercadorias ou serviços.
Adotar novas tecnologias para aumentar a capacidade e competividade da empresa e ao 
mesmo tempo obter informações tempestivas para tomada de decisão fizeram que os tradicionais 
critérios de rateio fossem considerados defasados. Os sistemas de custeios convencionais não 
estavam preparados para atender a necessidade de informações gerenciais como afirmam Junior, 
Oliveira e Costa (2003, p.224):
Os conhecidos sistemas de custeios convencionais não estavam preparados para 
atender a essa necessidade de novas informações gerenciais, principalmente 
com relação ao tratamento, análise, classificação, registro contábil e apropriação 
aos produtos dos custos indiretos de fabricação.
Figura 2 – Hand. Fonte: BIC electro (2017).
O ABC consiste em separar os produtos e suas atividades dentro da empresa, fazendo 
com que cada produto e atividade tenham seus reais custos alocados. Entende-se por atividades 
qualquer procedimento necessário para o processo e que consuma recursos da entidade. Através 
de direcionadores de custos as atividades são alocadas aos produtos que por sua vez são custeados. 
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Martins (2003, p.61) afirma que
O ABC é um instrumento muito útil da Contabilidade de Custos no sentido de 
que o Custeio por Absorção apresente custos por produtos que tenham sentido 
mais lógico e não sejam distorcidos por rateios tantas vezes muito arbitrários. 
Porém a utilidade do Custeio Baseado em Atividades não se limita aos custeios 
dos produtos, ele é, acima de tudo, uma poderosa ferramenta a ser utilizada na 
gestão de custos.
Em sua implantação, a empresa precisa definir e identificar os direcionadores de custos 
de cada atividade. Um direcionador de custo é, conforme Martins (2003), o fator que determina 
o custo de uma atividade. E através dos direcionadores é que os custos serão atribuídos aos 
produtos para formação do custo final.
Os custos indiretos seriam, portanto, apropriados aos departamentos, em seguida às 
atividades de cada departamento para somente ser apropriados aos produtos que consomem tais 
atividades. 
Imagine uma empresa que produza 3 tipos de bolachas: 
• Doce;
• Salgada;
• Recheada. 
Vários custos indiretos são referentes ao departamento de bolachas doces que também 
são os responsáveis pelas bolachas recheadas. As atividades ligadas ao processo de recheio das 
bolachas não estão ligadas à bolacha salgada. Esta por sua vez não terá nenhum custo desta 
atividade apropriado, porém no caso da bolacha doce e bolacha com recheio os custos das 
atividades utilizadas é que serão apropriados conforme direcionadores de custos. Já para atividade 
de compra de trigo, utilizado nos três tipos de bolachas o direcionador para a apropriação destes 
custos poderia ser o número do pedido de compra realizado por cada setor ou o tempo gasto em 
cada pedido, caso não sejam homogêneos. A apropriação dos custos pelo ABC, segundo Santos 
(2011): 
Figura 3 - Apropriação dos Custos. Fonte: Santos (2011).
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Vantagens da aplicação do Custeio ABC:
• Melhor custeamento do produto;
• Menos necessidade de rateios arbitrários;
• Melhor visualização dos fluxos dos processos;
• Maior controle interno;
• Confronta os custos de cada atividade com os custos totais da empresa;
• Identifica onde há mais consumo de recursos;
• Avalia quais atividades não criam valores para a empresa;
• Apresenta custos mais realistas do produto.
As desvantagens do ABC conforme martins (2003) consistem grande parte em:
• Dificuldades de implantação e complexidade do sistema;
• Demasiado tempo de implantação e adaptação da empresa;
• Alto custo de implantação;
• Necessidade de equipe especializada e dedicada;
• Alto grau de desistência ou abandono do projeto.
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CUSTEIO PADRÃO
É o custo predeterminado pela empresa como meta para seus produtos, considerando 
as características produtivas, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção 
e respectivo volume. Para Bernardi (2010, p.14): “nesse sistema, utilizando a metodologia do 
custeio por absorção ou do custeio variável, desenvolve-se o custo dos produtos ou serviços por 
padrões previamente estabelecidos”. Já, para Berti (2011, p.72): “o custo-padrão é um custo que se 
determina antecipadamente; o objetivo de se estabelecer é promover a eficiência e reduzir custos”.
Figura 4 – Efeitos e Custos. Fonte: Herman (2017).
Para Junior, Oliveira e Costa (2003, p.154), o custo padrão:
Caracteriza-se pela determinação, com antecedência e com base em análises 
e estudos especializados, dos custos de cada produto ou de uma linha de 
produção. Éo custo predeterminado das operações, considerando a quantidade 
de matérias-primas, o tempo de mão-de-obra que se calcula necessários em 
condições normais de operação, os valores que se espera pagar por materiais e 
salários, durante determinado período, e ainda os custos indiretos e fixos que 
serão incorridos, normais em relação à capacidade de produção.
É, portanto, um “custo ideal” que deverá ser perseguido, servindo de base para a 
administração mediar a eficiência da produção e conhecer as variações de custo. Sua finalidade é 
proporcionar um instrumento de controle para à administração da empresa, ou seja, determinar 
uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. 
Vale reforçar que no método de custeio padrão as metas estabelecidas podem ser 
consideradas desafiadoras, porém não podem ser impossíveis o que resultaria desmotivação no 
pessoal envolvido. Com metas possíveis de serem alcançadas bastará o empenho de todos os 
envolvidos para que o objetivo da empresa seja atingido.
 
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As vantagens do custeio padrão, segundo Berti (2011), estão relacionadas a:
• eliminação de falhas nos processos produtivos que resultem em desperdícios ou 
prejuízos evitáveis;
• melhoria nos controles ao se comparar o resultado conseguido ao resultado planejado 
e/ou padrão;
• servir de avaliação do desempenho de funcionários que, conscientes de suas 
responsabilidades, tendem a ficar empenhados em seguir os padrões estabelecidos para 
atingimento de metas;
• contribuir para o aprimoramento dos procedimentos de apuração do custo real devido 
a análise das variações entre o custo real e o custo padrão;
• agilidade na obtenção de certas informações principalmente quando não é possível 
aguardar o fechamento da contabilidade e apuração do custo real de um produto. A empresa 
pode utilizar o custo padrão como base para suas vendas e/ou relatórios contábeis. Neste último 
caso, se houver posteriormente variações relevantes, ajustes poderão ser realizados.
As desvantagens do custo padrão é que se houver o estabelecimento de metas muito 
rigorosas poderá haver insatisfação do envolvidos, baixo desempenho e descrença no método 
utilizado pela empresa.
MÉTODO UEP
O Método das Unidades de Esforço de Produção (ERP) para Martins (2003, p.312), 
“consiste na construção e utilização de uma unidade de medida dos esforços e recursos aplicados 
na produção de vários produtos”. Para Wernke (2008, p.33),
No UEP, os custos unitários dos produtos são resumidos em custos das 
matérias-primas consumidas e custos de transformação. Quanto às matérias-
primas consumidas, o custeio de cada produto é obtido facilmente nas fichas 
técnicas individuais dos produtos. Por este motivo, o método UEP preocupa-se 
basicamente com os custos de transformação.
Neste método, os custos de transformação são aqueles que representam o esforço 
realizado pela empresa na fabricação ou obtenção do produto. Com exceção da matéria-prima 
e itens adquiridos prontos, inclui-se neste grupo de custos de transformação todos os demais 
gastos agregados ao produto. Wernke (2008, p.33) afirma que:
A unificação da produção no método UEP advém do conceito teórico de esforço 
de produção. Os esforços de produção significam todo esforço utilizado para 
transformar a matéria-prima nos produtos acabados na empresa. Dessa forma, 
a mão-de-obra (direta e indireta), a energia elétrica utilizada na produção, a 
manutenção do equipamento, o controle de qualidade, o trabalho intelectual de 
planejamento de produção, enfim, tudo o que se relaciona com a produção da 
empresa gera esforços de produção.
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Este método, portanto, transforma a empresa que possui variedades de produtos em 
uma empresa monoprodutora uma vez que ao calcular a UEP a utiliza como um indexador da 
produção sendo aplicada a todos os produtos. Tal fato facilita o custeamento dos produtos.
Para Martins (2003, p.226), “o Método das UEPs divide o ambiente de produção em 
Postos Operativos (POs) e elege um produto-base, cujo custo servirá de parâmetro para medir 
os equivalentes de produção dos demais”. Wernke (2008) cita como vantagens deste método o 
emprego de índices de mensuração de desempenho, o fornecimento de informações sobre a 
capacidade produtiva. Outra vantagem é a simplificação da formação de custos quando a empresa 
possui muitos tipos de produtos em produção. Quanto às desvantagens o autor ressalta que o 
método não faz controle de desperdícios, não identifica melhorias e não acompanha os gastos 
de estruturas já que acompanha apenas os custos de transformação. Devido a estas desvantagens 
este critério geralmente é utilizado em conjunto com outro método de custeio que supra suas 
deficiências.
CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL
É um método de custeio que se fundamenta na separação dos gastos em variáveis e fixos 
e é utilizado para o planejamento e decisões gerenciais, em que são apropriados aos produtos ou 
serviços somente os custos que variam de acordo com a produção como, por exemplo, a mão-de-
obra direta, os materiais diretos, materiais secundários e outros. 
Panosso (2003, p.17) afirma que
O custeio variável é recomendado para o gerenciamento quando se trata de 
decisões de planejamento a curto prazo, podendo trazer bons resultados na 
elaboração do orçamento de produção e de vendas, na fixação de preços, ao se 
decidir se deve produzir ou comprar o produto pronto e ao se planejar o lucro 
para cobrir os demais custos e despesas e, ainda, a margem de lucro desejada.
Segundo Frossard (2003, p.123), o “[...] custeio variável apropria aos produtos que estão 
sendo vendidos somente os custos diretos e variáveis”, sendo que os custos fixos são levados 
diretamente ao resultado. 
A legislação não permite o uso do custeio variável para fins fiscais, como afirma Martins 
(2003, p.202): 
Os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso de Demonstrações de 
Resultados e de Balanços avaliados à base do Custeio Variável; por isso, esse 
critério de avaliar estoque e resultado não é reconhecido pelos Contadores, pelos 
Auditores Independentes e tampouco pelo Fisco.
Essa não aceitação do custeio variável por parte da legislação, isso se dá pelo fato de que 
como os custos fixos não são alocados aos produtos, vão diretamente para o resultado, mesmo 
que fique produto em estoque. Portanto, em decorrência disso, o lucro do período será menor, 
pois os resultados das vendas serão responsáveis por pagar todos os custos fixos do período, 
mesmo que parte da produção ainda esteja no estoque. Mesmo não sendo aceito para elaboração 
das demonstrações contábeis exigidas pelo fisco o Custeio Variável oferece à gestão de custos, 
informações úteis para a decisão de preço, principalmente por apresentar de forma clara, a 
Margem de Contribuição e o Ponto de Equilíbrio da empresa. 
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A seguir, veja como ficaria uma DRE elaborada com base no Custeio Direto. Para a 
elaboração foi utilizado as mesmas informações utilizadas no exemplo do Custeio por absorção, 
ou seja:
• Produção: 80.000 parafusos
• Custos de Produção: R$80.000,00
• Despesas Administrativas R$ 7.000,00
• Venda de 40.000 parafusos por R$ 100.000,00
CT = CD
CT= R$50.000,00
CT= R$50.000,00
Custo Unitário= CT/Produção
Custo unitário= R$87.000,00 / 80.000
Custo Unitário= R$0,625
CMV = Custo Unitário x Quantidade Vendida
CMV = R$0,625 x 40.000 
CMV = R$ 25.000,00
Onde:
CD = Custos Diretos
CT = Custos Totais (Custos de Produção)
CMV = Custos das Mercadorias Vendidas.
Note que os custos fixos foram descarregados na DRE em sua totalidade, ou seja, 
R$30.000,00 juntamente com as despesas de R$7.000,00. 
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Conforme abordado anteriormente, neste critério apenasos custos que variam com o 
produto são apropriados ao mesmo para a formação do custo do produto acabado (Estoque). As 
vantagens deste método de custeio consistem em enfatizar a rentabilidade de cada produto sem 
sofrer distorções causadas por rateios arbitrários bem como fornecer informações para tomada 
de decisões como a margem de contribuição do produto. Já, as desvantagens consistem na não 
aceitação pela legislação tributária para avaliação dos estoques, possível distorção na análise de 
desempenho por não considerar a elevação dos custos fixos no custo total dos produtos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após os principais métodos de custeio serem apresentados, é oportuno reforçar que todos 
os critérios possuem vantagens e desvantagens e algumas vezes faz-se necessário a utilização 
de mais de um método para suprir as necessidades fiscais, financeiras e gerenciais da entidade. 
Embora algumas obras afirmem que o Custeio por Absorção seja o único método aceito pela 
legislação fiscal, o ABC e UEP também podem ser utilizados desde que façam a separação e 
classificação correta dos custos e despesas e sigam o que determina a legislação vigente. Por fim, 
vale ressaltar que escolher o melhor método de custeio, seja ele para fins gerenciais ou apenas 
fiscais, é de suma importância para o sucesso de empresa.
Mais informações sobre Custeios.
Veja em: 
https://www.youtube.com/watch?v=4pDalOQKS80 
UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 37
FERRAMENTAS GERENCIAIS ................................................................................................................................. 38
MARGEM DE CONSTRIBUIÇÃO .............................................................................................................................. 38
PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................................................................... 42
MARGEM DE SEGURANÇA ..................................................................................................................................... 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 50
FERRAMENTAS GERENCIAIS: 
TOMADA DE DECISÃO
PROF. IVÃ DA CRUZ ARAÚJO
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INTRODUÇÃO
Embora as informações de custos sejam muitas vezes utilizadas para cumprir as exigências 
fiscais, sua utilização para fins gerenciais é fundamental para os gestores de custos a fim de 
proporcionar diversos benefícios para tomada de decisão em busca do lucro desejado. A seguir, 
serão apresentadas diversas ferramentas gerenciais como a margem de contribuição, margem de 
segurança e os pontos de equilíbrio, contábil, financeiro e econômico, instrumentos da área de 
custos voltados para análise Custo/Volume/Lucro.
Figura 1 – Reunião. Fonte: Socialigence (2015).
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FERRAMENTAS GERENCIAIS
 
Para Wernke (2008), as análises de custo/volume/lucro são modelos que procuram 
demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações entre as vendas, os custos, o nível 
de atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado. Com a competitividade enfrentada 
pelas entidades que visam lucro, buscar a diminuição dos custos de forma eficiente, aumentar o 
volume de vendas e adequação do preço de venda de acordo com o que o mercado determina ou 
espera são questões que a análise custo/volume/lucro pode proporcionar.
MARGEM DE CONSTRIBUIÇÃO
A margem de contribuição é uma ferramenta disponibilizada para os gestores por meio 
do custeio variável, podendo ser considerada uma importante informação para as decisões de 
curto prazo. Observa-se que para o cálculo da margem de contribuição são deduzidos da receita 
bruta os impostos sobre as vendas, obtendo se assim a receita líquida. Com a receita líquida, 
são pagos os custos variáveis e as despesas variáveis resultando na margem de contribuição por 
produto ou, se calculado pelo total de receitas, a margem de contribuição total da empresa. Em 
seguida, deduz-se os totais de custos fixos es despesas fixas para se apurar a margem operacional 
da empresa. 
Para Wernke (2008, p.42), “a margem contribuição é o valor resultante da venda de uma 
unidade, após deduzidos os custos e despesas variáveis associados ao produto comercializado. 
Tal valor contribuirá para pagar os custos fixos da empresa e gerar lucro.” Junior, Oliveira e Costa 
(2003, p.190) definem a margem de contribuição como: “um conceito de extrema importância 
para o custeio variável e para tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto a margem de 
contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis”. Santos 
(2011) ressalta que a margem de contribuição também é conhecida como receita marginal, lucro 
marginal e outras definições que transmitem a ideia de diferença entre o preço de vendas e custos 
variáveis. Para Berti (2011, p.151) “margem de contribuição unitária é o volume financeiro com 
que cada unidade do produto contribui para a empresa passar o seu custo fixo e formar o seu 
lucro.” O autor ainda afirma que a margem de contribuição de um produto ou linha de produtos 
é a parte da receita que sobra pra cobrir os custos fixos e ainda formar o lucro esperado.
COMO CALCULAR
A margem de contribuição é calculada através da fórmula:
MC = PV – (CV + DV)
Onde:
MC = Margem de Contribuição
PV = Preço de Venda
CV = Custos Variáveis
DV = Despesas Variáveis
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Exemplo:
Calcule a margem de contribuição em uma empresa cujo preço de venda de determinado 
produto é de R$ 50,00 e possui:
• Custos variáveis de R$14,00
• Despesas Variáveis de R$20,00. 
APLICANDO NA FÓRMULA: 
MC = PV – (DV+CV)
MC = 50 – (20,00 + 14,00)
MC = 16,00
Neste caso, o produto analisado contribui com R$16,00 para o pagamento dos gastos fixos 
e gerar lucro. A margem de contribuição do produto também pode ser apresentada em percentual, 
que neste caso representa 32%. Para encontrar a margem de contribuição em percentual basta 
aplicar a fórmula da margem de contribuição % (MC%):
MC% = Margem de Contribuição x 100
 Preço de Venda
MC%= R$16,00 x 100
 R$50,00 
MC% = 32%
Encontrar a MC% percentual fornece à entidade a informação de que produto tem maior 
rentabilidade. Veja o exemplo. Considere a MC de dois produtos:
Note que embora o Preço unitário do produto B é muito superior ao produto A ao calcular 
a MC% fica claro que o produto A contribui mais para os pagamentos dos custos fixos. Enquanto 
o produto B contribui com apenas 20% o produto A apresenta 65%. Se a empresa precisasse 
escolher qual dos dois produtos ela deveria intensificar as vendas ou deixar de comercializar, 
certamente permaneceria com o produto A e abandonaria o produto B. Encontrar a MC% por 
produto, setor ou departamento pode trazer informações importantes para tomada de decisão 
da empresa.
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IMPORTÂNCIA DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Figura 2 – Gastos. Fonte: Silva (2015).
São muitas as vantagens que se pode ter conhecendo a Margem de Contribuição total 
das vendas ou mesmo a margem de contribuição de cada produto, e todas elas estão certamente 
relacionadas com decisões de curto prazo importantes para a empresa. Dentre elas:
• identificação do volume mínimo de vendas para pagar despesas fixas e gerar lucro;
• elaboração das tabelas de preços considerando descontos especiais em função do volume 
vendido;
• decisão por qual produto a empresa intensificará as vendas ou mesmo, deixaráde 
comercializar;
• estabelecimento de campanhas promocionais de vendas: descontos/brindes x impacto 
na quantidade necessária de vendas;
• decidir pela quantidade de produção ou a escolha de um produto quando não houver 
recursos suficientes recursos para todos os produtos;
• análise da concorrência e competitividade de preços, e a relação disto com o volume de 
vendas;
• identificação do volume mínimo necessário de vendas para pagar as despesas fixas, o 
ponto de equilíbrio.
REFLITA
A empresa pode operar com um produto que não contribui para 
geração de lucro, ou seja, com margem de contribuição negativa?
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Crepaldi (2004, p.232) enumera quatro formas que a margem de contribuição pode 
ajudar os gestores: 
1. esta informação ajuda o gerente a decidir sobre se deve diminuir ou expandir 
uma linha de produção; 2. ajuda a avaliar alternativas provenientes da produção, 
de propagandas especiais, etc.;3. ajuda a decidir sobre estratégias de preço, 
serviços ou produtos; 4. ajuda a avaliar o desempenho da produção.
Para Wernke (2008), a margem de contribuição apresenta vantagens e desvantagens. 
Entre as vantagens o autor destaca: 
• A viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais quando existem restrições 
de matéria-prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos 
praticados pela empresa.
• Auxílio à administração em decidir qual produto merece maior esforço de venda.
• Ajudar administração na decisão de continuar produzindo ou comercializando 
determinado produto ou serviço ou optar por abandoná-lo.
• Avaliar as alternativas de reduções de preços, descontos especiais ou campanhas 
publicitárias especiais.
Entre as desvantagens, o autor menciona o risco de calcular os preços de venda apenas 
considerando a margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os 
custos necessários para manter a atividades de longo prazo, bem como, por ser uma ferramenta 
que auxilia na tomada de decisão de curto prazo, pode levar o administrador a menosprezar a 
importância dos custos fixos.
Para Berti (2011), o conhecimento da margem de contribuição de cada permite:
• Controlar os comportamentos dos custos por linha de produção;
• Maximizar lucros através de incentivos de vendas dos produtos com maior margem de 
contribuição percentual;
• Aumentar os lucros ou reduzir os prejuízos retirando produtos da linha de produção ou 
comercialização.
• Auxiliar na decisão de preços mínimos em caso de concorrência;
• Decidir sobre novos investimentos ou alterações nas políticas de vendas.
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A EMPRESA PODE TER UMA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO NEGATIVA DE 
FORMA CONSCIENTE?
É evidente que a margem de contribuição positiva é um indicador de que o produto pode 
ser um bom negócio para empresa. Porém, algumas vezes manter um produto com a margem 
de contribuição negativa pode fazer parte da estratégia da empresa. Não é raro verificar nos 
supermercados produtos com preço muito baratos, muitas vezes difícil de entender até como 
aquele preço é suficiente para pagar os gastos e ainda gerar algum lucro. 
O que acontece é que, muitas vezes, uma empresa reduz o preço de um produto 
estrategicamente a fim de alavancar as vendas de outro produto. Tal prática é muito utilizada em 
supermercados em alguns dias da semana. O importante é que ao trabalhar com um produto 
cuja margem de contribuição é negativa a empresa tenha ciência desta situação para que 
estrategicamente aumente seus lucros com a receita de outras mercadorias.
PONTO DE EQUILÍBRIO
O ponto equilíbrio é a ferramenta na gestão custos que subsidia a empresa na descoberta 
de quanto precisa vender para começar a gerar lucro. Berti (2011) assevera que o ponto de 
equilíbrio é o momento em que o resultado das operações da empresa é nulo, ou seja, a receita 
total é igual à soma dos custos e despesas totais. Se a empresa operar acima deste nível, passa a ter 
um resultado positivo (lucro), abaixo desse nível o resultado é negativo (prejuízo).
O ponto de equilíbrio, também chamado de ponto de ruptura, ponto de partida, ponto de 
nivelamento, ponto crítico e break-even-point, é, portanto, o valor que empresa deve faturar para 
que as receitas se igualem aos gastos da empresa.
Wernke (2008, p.49) destaca que
Em determinadas ocasiões, o gestor necessita saber qual o volume de atividades 
é o suficiente para que a empresa não tenha prejuízo. Ou, ainda, qual o nível 
de produção (ou vendas) deve ser atingido para que a empresa alcance o lucro 
desejado pelos acionistas. Estas indagações são respondidas pela equação do 
ponto de equilíbrio (PE).
Vejam em: 
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cartilha-saiba-mais-
o-que-e-margem-de-contribuicao,a45ab88efc047410VgnVCM20
00003c74010aRCRD. 
Mais informações sobre a margem de contribuição.
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Martins (2003, p.186) apresenta o ponto de equilíbrio graficamente:
Figura 3 - Ponto de Equilíbrio. Fonte: Martins (2003).
O autor argumenta que até o ponto de equilíbrio a empresa está tendo mais despesas e 
custos que receitas saindo desta situação desconfortável apenas quando ultrapassa este ponto.
TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO
A empresa pode calcular três tipos de ponto de equilíbrio diferentes: ponto de equilíbrio 
contábil (PEC), ponto de equilíbrio financeiro (PEF) e ponto de equilíbrio econômico. Todos 
podem ser calculados em quantidades a serem vendidas e valor de faturamento necessário. Para 
Wernke (2008, p.50),
Dependendo da necessidade da empresa ou do gestor, o ponto de equilíbrio 
possibilita adaptações que suprem informações gerenciais não possuídas. Essas 
adaptações originam tipos de ponto de equilíbrio distintos que se ajustam às 
diversas situações de planejamento das atividades da empresa. Por exemplo: 
em alguns casos é necessário fazer o estudo de ponto de equilíbrio em valor e 
em outras situações é recomendável a determinação do ponto de equilíbrio em 
unidades.
Cada variação do ponto de equilíbrio é calculada com a retirada ou a inclusão de custos, 
lucros ou despesas na fórmula.
Veja em:
https://www.youtube.com/watch?v=5XLAl8E-NOo
mais informações sobre ferramentas gerenciais.
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PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL (PEC)
Para calcular o ponto de equilíbrio contábil em quantidades, ou seja, quantas unidades a 
empresa necessita vender para começar a obter lucro aplica-se a fórmula:
PEC= CF + DF
 MC(unitária)
Onde:
PEC = Ponto de Equilíbrio Contábil
CF = Custo Fixo
DF = Despesa Fixa
MC= margem de contribuição (unitária)
Exemplo: Imagine uma empresa que em determinado período apurou os seguintes gastos 
e receitas:
Despesas Fixas no período R$ 12.000.000,00
Custos Fixos Mensais R$ 6.500.000,00
Preço de Venda Unitário R$8.500,00
Custos Variáveis Unitários R$2.500,00
Despesas Variáveis Unitárias R$ 2.100,00
PEC= CF + DF
 MC(unitária)
PEC= R$12.000.000,00+ 6.500.000,00
 R$ 8.500,00 – (R$2.500,00+R$2.100,00)
 
PEC= R$18.500.000,00 = 
 R$3.900,00
 PEC= 4.743,59 unidades
 
 
Para saber o ponto de equilíbrio contábil em valor basta multiplicar o PEC pelo preço de 
venda.
Neste caso:
PECv= 4.743,59 X R$8.500,00 = R$ 40.320.512,82
PECv= R$ 40.320.512,82
Outra maneira de calcular o PEC em valor seria aplicando a fórmula:
PECv= CF + DF
 MC/PV
PECv = R$12.000.000,00+ 6.500.000,00
 3900/8.500
PECv = R$18.500.000,00
 0,458824
PECv = R$ 40.320.512,82
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Para conferir se realmente vendendo 4743,59 unidades a um preço de venda de R$8.500,00 
a empresa não teria lucro e nem prejuízo basta elaborar um Demonstração do Resultado Exercício

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