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SISTEMA DE ENSINO
AFO E ORÇAMENTO 
PÚBLICO
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte II
Livro Eletrônico
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Manuel Piñon
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte II
AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
Apresentação .................................................................................................................3
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte II .........................................................................4
1. Despesa Pública – Parte II ...........................................................................................4
1.1. Despesa com Pessoal – Limites ................................................................................4
1.2. Despesa com Seguridade Social .............................................................................22
2. Transparência, Controle e Fiscalização .....................................................................23
2.1. Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) .........................................27
2.2. Relatório de Gestão Fiscal (RGF) ...........................................................................29
2.3. Escrituração, Consolidação e Prestação de Contas................................................ 31
3. Destinação de Recursos para Setor Privado .............................................................35
4. Transferências Voluntárias na LRF ...........................................................................36
5. Gestão Patrimonial .................................................................................................. 40
6. Dívida Pública e Endividamento ................................................................................43
7. O Banco Central na LRF ........................................................................................... 60
Resumo ........................................................................................................................62
Mapas Mentais ............................................................................................................ 66
Questões Comentadas em Aula ....................................................................................67
Questões de Concurso ................................................................................................. 69
Gabarito ...................................................................................................................... 90
Gabarito Comentado ..................................................................................................... 91
Referências ................................................................................................................ 130
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ApresentAção
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo hoje, nessa aula, é aprofundar os nossos conhecimentos acerca da LRF. 
A sua concentração nessa aula deve ser total, já que teremos muitos detalhes para aprender. 
Além de estudar com atenção a teoria, a resolução de todas as questões e o acompanhamen-
to dos comentários é fundamental para que você fixe e consolide os conhecimentos.
A título meramente ilustrativo, veja abaixo a evolução com gastos de pessoal dos Estados:
Desejo que tenha um bom aproveitamento nessa aula!
O tópico 1 da aula LRF – Parte 1 (Medidas de combate à Pandemia – COVID-19) é muito rele-
vante e deve ter o seu conteúdo levado em consideração ao longo dessa aula (LRF – Parte 2).
Temos alterações (suspensão temporária de exigências) na aplicação de alguns artigos da 
LRF (durante o estado de calamidade pública) que serão trabalhados ao longo dessa aula.
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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – PARTE II
1. DespesA públicA – pArte ii
1.1. DespesA com pessoAl – limites
A Carta Magna, em seu artigo 169 determina o estabelecimento de limites para as despe-
sas com pessoal ativo e inativo da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a 
partir de lei complementar, e o seu § 2º determina que decorrido o prazo estabelecido na Lei 
Complementar, ou seja, na LRF, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas 
federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem 
os referidos limites.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, em-
pregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de 
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Vide Emenda consti-
tucional n. 106, de 2020)
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de 
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação 
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas fede-
rais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referi-
dos limites.
Note que o §1º do artigo 169 da nossa Carta Magna nos diz que os aumentos de despe-
sas com pessoal, independentemente da forma ou do órgão, só poderão ser feitos se houver 
prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e 
aos acréscimos dela decorrentes ou se houver autorização específica na LDO, ressalvadas as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Em outras palavras, podemos dizer que os aumentos de despesas com pessoal, só pode-
rão ser feitos se houver dotação na LOA suficiente para atender as despesas já existentes e 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm
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ainda aos novos acréscimos e se houver autorização específica na LDO (exceto para as em-
presas públicas e as sociedades de economia mista).
Por sua vez, o disposto no inciso XIII do artigo 37 da CF/1988 veda a vinculação ou equi-
paração de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do 
serviço público.
Além disso, também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com 
pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.A EC n. 106/2020 excepcionou temporariamente, durante o regime extraordinário de calami-
dade pública decorrente da pandemia (por enquanto até 31/12/2020), a observância do §1º 
do art. 169 da Constituição Federal na contratação de que trata o inciso IX do caput do artigo 
37 da Constituição Federal, limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso, 
sem prejuízo da tutela dos órgãos de controle.
Assim, a EC n. 106/2020 “liberou”, no âmbito do combate ao Corona, a contratação por 
tempo determinado de atender às exigências de que trata o artigo 37, IX da CF/1988 e tam-
bém de atender ás exigências previstas no §1º do artigo 169 da CF/1988 e de estar prevista 
na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Por sua vez, o § 2º do artigo 169 da nossa Carta Magna afirma que decorrido o prazo es-
tabelecido na LRF, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou 
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos 
limites.
No que diz respeito ao cumprimento desses dispositivos constitucionais, a  LRF ocupa 
papel extremamente importante, já que uma de suas finalidades é disciplinar a gestão dos 
recursos públicos, atribuindo maior responsabilidade aos administradores públicos, para que 
possa ser alcançado o equilíbrio fiscal. E tal equilíbrio não pode ser alcançado sem forte dis-
ciplina acerca das despesas com pessoal, tendo em vista a sua grande relevância em todos 
os entes públicos.
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No que concerne a aumento de despesa com pessoal, guarde que é nulo de pleno direito 
o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao 
final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
A ideia é coibir aquela prática comum que existia antigamente, quando o governante, es-
pecialmente se não reeleito ou que não tivesse elegido sucessor, concedia aumentos sala-
riais aos funcionários públicos no “apagar das luzes” de sua gestão, com a finalidade clara 
de prejudicar o seu sucessor e de fazer “graça com o chapéu alheio”. Registre-se que norma 
também alcança os Presidentes das casas legislativas.
A LC n. 173/2020 efetuou alterações (em sua maioria inclusões) no artigo 21 da LRF, acres-
centando alguns dispositivos ao mesmo, com importantes reflexos nas despesas de pessoal.
Vamos ver como ficou a literalidade do artigo 21 com grifos nossos:
Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
I – o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto no inciso XIII do caput do 
art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição Federal; e (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 
2020)
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo; (Incluído pela 
Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores 
ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 173, de 2020)
III – o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implemen-
tadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; 
(Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
IV – a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por Presidente e demais 
membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal 
do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal 
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de 
ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, quando: (Incluído pela 
Lei Complementar n. 173, de 2020)
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final 
do mandato do titular do Poder Executivo; ou (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169%C2%A71
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b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em 
períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. (Incluído pela Lei Comple-
mentar n. 173, de 2020)
§ 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 
2020)
I – devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondução ou reeleição para o cargo de 
titular do Poder ou órgão autônomo; e (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
II  – aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo dos Poderes referidos no 
art. 20. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos de nomeação ou de provimento 
de cargo público aqueles referidos no § 1º do art. 169 da Constituição Federal ou aqueles que, de 
qualquer modo, acarretem a criação ou o aumento de despesa obrigatória. (Incluído pela Lei Com-
plementar n. 173, de 2020).”
Fazendo a leitura desse artigo vemos que em linhas gerais a sua espinha dorsal é reforçar 
o controle de despesa total com pessoal dos entes federativos, não apenas para período da 
pandemia.
Podemos ver ainda que é nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa 
com pessoal e que não atenda:
• Às exigências de acompanhamento, para a criação, expansão ou aperfeiçoamento de 
ação governamental que acarrete aumento da despesa, conforme definidos no artigo 
16 da LRF:
 – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em 
vigor e nos dois subsequentes, e
 – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentá-
ria e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO;
• Às exigências para a criação das despesas obrigatórias de caráter continuado con-
forme definidos no artigo 17 da LRF em que os atos que criarem as despesas ou as 
aumentarem deverão ser instruídos com:
 – estimativas do impacto orçamentário-financeiro, no exercício que deva entrar em 
vigor e nos dois subsequentes;– demonstração da origem dos recursos para seu custeio; comprovação de que a cria-
ção ou o aumento da despesa não afetará as metas de resultados fiscais previstas 
no anexo de metas fiscais da LDO;
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 – compensação dos seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo aumento 
permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.
Com a entrada em vigor da LC n. 173/2020 e das alterações provocadas na LRF, ficam 
vedados os aumentos em despesas com pessoal em parcelas posteriores ao mandato.
Exemplo: suponha que uma lei aprovada em 2020 por uma Prefeitura tenha programado 
aumentos salariais escalonados em uma determinada carreira do serviço público da seguinte 
forma:
Ano 2020: 5%
Ano 2021: 10%
Ano 2022: 15%
Assim, com a nova redação do artigo 21 da LRF, aumentos só serão possíveis se todas 
as parcelas do escalonamento do aumento ocorrerem dentro do mesmo mandato, ou seja, 
o Chefe de Poder ou órgão não pode mais conceder aumentos escalonados se o último ano 
da concessão ultrapassar o seu mandato.
Guarde também que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a concessão 
de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais 
e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e 
pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A ideia aqui também é evitar 
o aumento do endividamento para gastar com despesas correntes, o que agride frontalmente 
a regra de ouro.
A LRF estabelece os limites máximos para a despesa total com com pessoal de cada 
Poder e órgão, sendo que a verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as 
despesas com pessoal será realizada ao final de cada quadrimestre.
Obs.: � ao estabelecer limites para os gastos com pessoal o objetivo da LRF é permitir ao 
gestor público que atenda às demandas da população como, por exemplo, saúde e 
educação, e não comprometa quase toda sua receita com pagamento de despesas 
com pessoal.
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Nós sabemos que os gastos com a folha de pagamento de pessoal e inativos e pensionis-
tas representam o “carro chefe” das despesas de todo o setor público brasileiro. Assim, uma 
das regras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição de limites para 
os gastos com pessoal.
A definição desse limite é um verdadeiro princípio e busca simplesmente permitir que o 
gestor público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcionar bem-estar à popu-
lação, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma de tributos.
A Lei Complementar pedida pela Constituição Federal - LRF estabeleceu em seu artigo 18 
o que se entende por despesa total com pessoal, compreendendo: o somatório dos gastos do 
ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, 
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espé-
cies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, pro-
ventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas ex-
tras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições 
recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Questão 1 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Com base na Lei Complementar n. 101/2000 
— Lei de Responsabilidade Fiscal —, julgue o seguinte item.
Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações públicas federais estão incluídos no 
limite de despesas de pessoal aplicável à União.
Certo.
Quem diz isso é o artigo 18 da LRF, que é bastante claro ao definir que entende-se como des-
pesa total com pessoal o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os ina-
tivos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, 
militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como 
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vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas 
e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer 
natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de 
previdência.
Note que a LRF fala em “Quaisquer espécies remuneratórias”, tais como: Vencimentos 
e vantagens, fixas e variáveis, Subsídios, Proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais; Gratificações, Horas extras, Vantagens pessoais de qualquer natureza, 
Encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Importante destacar que outras despesas consideradas como indenizatórias não são con-
sideradas espécies remuneratórias, não entrando, dessa forma, no cálculo do percentual de 
despesas com pessoal, tais como auxílio-alimentação, assistência pré-escolar e auxílio-trans-
porte.
Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de 
servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.
Exemplo: veja a situação em que um hospital público contrate um médico temporário para 
uma vaga de médico efetivo. Nesse caso, temos uma despesa com pessoal para efeitos da 
LRF, já que se refere à substituição de uma atribuição de um servidor efetivo.
Em contraste, a contratação de pessoal para a limpeza desse mesmo hospital não é consi-
derada despesa com pessoal, já que não se trata, normalmente, de substituição de servidor 
ou empregado público efetivo, por não ser inerente a uma categoria funcional abrangida pelo 
quadro de pessoal do hospital.
Questão 2 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endi-
vidamento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.
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Os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do limite 
de despesas com pessoal e são contabilizados como pagamentos aos ocupantes de cargos, 
funções ou empregos públicos.
Errado.
Para resolver essa questão vamos ler o § 1º do artigo 18 da LRF:
Art. 18, § 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição 
de servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal.
Repare que só os gastos com terceirização de pessoal que sejam utilizados para substituição 
de servidores e empregados públicos e que esses valores serão registrados como outras des-
pesas de pessoal, o que torna a assertiva errada de acordo com a LRF.
De modo idêntico aos demais aumentos de despesa, a criação, majoração ou extensão de 
qualquer benefício que integre a seguridade social requer, além da indicação de sua fonte 
de custeio total, o cumprimento do art. 17, que versa sobre a despesa obrigatória de caráter 
continuado.
Apenas para relembrar, aquele dispositivo obriga à demonstração da origem dos recursos 
que custearão qualquer aumento na despesa, assim como a comprovação de que não serão 
afetadas as metas de resultados fiscais previstas na LDO, a partir de mecanismos de com-
pensação.
Importante saber que a despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada 
no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de 
competência.
Aqui vale diferenciar o regime de competência, em que receitas e despesas são conta-
bilizadas no momento em que são comprometidas (fato gerador da despesa), independen-
temente do momento que as receitas entram ou as despesas saem do caixa, do regime de 
caixa, aquele em que tal contabilização ocorre apenas quando da respectiva entrada ou saída 
de caixa.
Guarde, portanto, que para fins do cômputo da despesa de pessoal no âmbito da LRF, por 
exemplo, o décimo terceiro salário deve ser contabilizado mensalmente à razão de 1/12 ao 
longo do ano, mesmo que o pagamento seja feito, por exemplo, apenas em dezembro.
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Em outras palavras, de acordo com a LRF, entende-se como despesas de pessoal:
• Somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos;
• Despesas com inativos e pensionistas;
• Mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Po-
der, com quaisquer espécies remuneratórias;
• Vencimentos e vantagens, fixas e variáveis;
• Subsídios, proventos de aposentadoria;
• Reformas e pensões;
• Adicionais de qualquer natureza;
• Gratificações, horas extras e vantagens pessoais;
• Encargos sociais; e,
• Contribuições recolhidas pelo Ente às entidades de previdência.
Vamos falar agora dos limites para as despesas de pessoal, lembrando que com a pandemia 
da COVID-19 e o estado de calamidade pública reconhecido oficialmente, tivemos suspensão 
de algumas exigências adiante comentadas.
A LRF determina dois limites distintos para os gastos com pessoal no setor público utili-
zando como base a Receita Corrente Líquida - RCL:
• 50% da RCL para a União; e,
• 60% da RCL para Estados, DF e Municípios.
A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as despesas com pessoal 
deve ser feita no final de cada quadrimestre, sendo que o RGF - Relatório de Gestão Fiscal, 
também quadrimestral, deve contemplar um comparativo com os limites de que trata a LRF 
do montante da despesa total com pessoal, separando os valores relativos a inativos e pen-
sionistas.
De acordo com a LRF, tais limites serão agora repartidos entre todos os Poderes públicos, 
com percentuais específicos para cada Poder, calculados pelo regime de competência.
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Na esfera estadual (e do DF), o limite de 60% será repartido da seguinte forma:
• 2% para o Ministério Público;
• 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado;
• 6% para o Judiciário; e,
• 49% para o Executivo.
Na esfera municipal o limite de 60% será assim repartido:
• 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Município, quando houver; e,
• 54% para o Executivo.
Na esfera Federal o limite será de 50% da RCL, assim dividido:
• 40,9% para o Executivo;
• 6% para o Judiciário;
• 2,5% para o Legislativo; e,
• 0,6% para o Ministério Público.
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Em suma, veja os limites:
Para cada ente, nos Poderes Legislativo e Judiciário, os limites serão repartidos, entre os 
seus diversos órgãos, na proporção das despesas que vinham sendo realizadas em exercícios 
anteriores, ou seja, para o primeiro ano de vigência da LRF será calculado proporcionalmente 
à média das despesas com pessoal, em percentual da RCL, verificadas nos três exercícios 
financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da LRF (1997 a 1999).
Note que embora as Defensorias Públicas tenham autonomia orçamentária, funcional e 
administrativa, apresentando inclusive a sua proposta orçamentária, não existe disposição 
constitucional ou na LRF e suas alterações que segregue os limites de despesas de pessoal 
das defensorias, que para esse fim acabam sendo computadas junto com os demais órgãos 
do Poder Executivo.
Existe jurisprudência do STF no sentido de que a conduta de outros órgãos sobre os 
quais o Poder Executivo não pode exercer ingerência não lhe pode trazer tais consequ-
ências danosas, ou seja, o descumprimento de limites de gastos previstos na legislação 
orçamentária realizado pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público Esta-
duais, órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-administrativa, não pode 
ensejar a inscrição do Poder Executivo do estado-membro nos sistemas restritivos ao 
crédito utilizados pela União.
Questão 3 (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Com relação à responsabilidade fiscal e a clas-
sificações orçamentárias da receita e da despesa pública, julgue o item subsequente.
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Em função da autonomia dos poderes, o Poder Executivo não poderá fixar limites de gastos 
com pessoal do Poder Judiciário.
Certo.
Guarde que a definição acerca dos limites de gastos com pessoal no Poder Judiciário coube 
à LRF enão ao Poder Executivo.
Podemos concluir, portanto, que fere a autonomia financeira, administrativa e patrimonial do 
poder judiciário uma eventual intervenção do Poder Executivo nessa seara.
O STF inclusive já se manifestou nesse sentido:
Não pode lei ordinária, de iniciativa exclusiva do Poder Executivo, fixar limites de exe-
cução orçamentária (do Poder Judiciário) sem nenhuma participação do Poder Judici-
ário. Há, nesse caso, interferência indevida sobre a gestão orçamentária desses órgãos 
autônomos. Causa, inclusive, perplexidade o fato de uma lei que dispõe especificamente 
sobre execução de despesas para determinado exercício financeiro ser anterior à própria 
Lei Orçamentária Anual. Na verdade, a  lei impugnada impõe restrições que poderiam, 
perfeitamente, ser veiculadas nas leis orçamentárias, em especial na LDO.
Dessa forma, em razão da autonomia do Poder Judiciário na execução das despesas de seu 
respectivo orçamento, somente os próprios entes podem contingenciar as dotações orçamen-
tárias que receberam, sendo ilegítima a imposição de medidas nesse sentido pelo Executivo”.
Além de estabelecer os limites totais para as despesas com pessoal, a LRF também es-
tabelece os chamados limites prudenciais e de alerta, que, se ultrapassados, trazem conse-
quências restritivas para o ente. Vamos conhecer essas restrições geradas para as situações 
em que um ente ultrapasse os limites prudenciais e totais.
Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite, o chamado limite prudencial, são 
vedados ao Poder ou órgão que houver incorrido no excesso:
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• conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer tí-
tulo, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, 
ressalvada a revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
• criar cargo, emprego ou função;
• alterar a estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
• prover cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada 
a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de 
educação, saúde e segurança;
• contratar hora extra, salvo no caso das situações previstas na lei de diretrizes orça-
mentárias e no caso de convocação extraordinária do Congresso Nacional, exceção 
essa que acabou sendo vedada pela EC n. 50/2006.
De modo mais grave, caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão, ultrapasse o 
limite total (ultrapassar os 100% = limite ultrapassado), sem prejuízo das medidas previstas 
no limite prudencial anteriormente mencionadas, o percentual excedente terá de ser elimina-
do nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro quadrimestre, 
devendo ser tomadas as seguintes medidas (lembrando que a EC n. 106/2020 – Orçamento 
de Guerra – suspendeu esses prazos enquanto durar o estado de calamidade pública decor-
rente da pandemia – COVID-19):
• redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de 
confiança;
• exoneração dos servidores não estáveis;
• exoneração de servidor estável, desde que ato normativo motivado de cada um dos 
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da 
redução de pessoal (Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na 
efetivação desse dispositivo), sendo que aquele servidor que perder o cargo fará jus à 
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
Guarde ainda que o cargo objeto da mencionada redução será considerado extinto e fica 
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo 
prazo de quatro anos.
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E tome mais restrição: caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão que ultrapas-
sou o limite, enquanto não alcançada a redução, no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o 
excesso, o ente não poderá:
• receber transferências voluntárias, ressalvadas as destinadas à saúde, à educação e à 
assistência social;
• obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
• contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívi-
da mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
Mas temos exceções aos prazos previstos para redução das despesas com pessoal, pre-
vistas no artigo 23 da LRF, que são:
• Aplicação imediata das restrições quando a despesa total com pessoal exceder o limite 
no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão;
• Suspensão dos prazos quando da ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo 
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipóte-
se dos estados e municípios; e em caso de estado de defesa ou de sítio decretado na 
forma da constituição, enquanto perdurar a situação, serão suspensas a contagem dos 
prazos e as disposições estabelecidas;
• Duplicação dos prazos quando tivermos crescimento real baixo ou negativo do Produto 
Interno Bruto - PIB nacional, regional ou estadual por período igual ou superior a quatro 
trimestres, os prazos do artigo serão duplicados, sendo que baixo crescimento é enten-
dido como a taxa de variação real acumulada do PIB inferior a 1%, no período corres-
pondente aos quatro últimos trimestres, quando continuarão a ser adotadas as medidas 
previstas no limite prudencial;
• Não se aplicam as restrições no caso de um município que tenha sofrido queda de re-
ceita real superior a 10%, em comparação ao correspondente quadrimestre do exercício 
financeiro anterior, devido a:
 – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos municípios 
decorrente de concessão de isenções tributárias pela União; e
 – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais.
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Importante destacar que essa não aplicação das restrições só vale se a despesa total com 
pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o limite percentual previsto no art. 19 desta 
Lei Complementar, ou seja, 60% da RCL, considerada, para este cálculo, a receita corrente lí-
quida do quadrimestre correspondente do ano anterior atualizada monetariamente.
Importante destacar que a LDO de cada Ente Federado pode definir limites inferiores aos es-
tabelecidos na LRF. A própria LRF estabeleceu como limite de alerta 90% do limite que não 
poder ser ultrapassado.
Guarde ainda que Compete aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da 
despesa total com pessoal de cada Poder e órgão e alertá-los quando constatarem que o 
montante da despesa total com pessoal ultrapassar 90% do limite (limite de alerta).Veja 
como são calculados os limites de alerta, prudencial e total para as despesas de pessoal de 
Estados e Municípios:
Veja agora o detalhamento desses limites.
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Questão 4 (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar 
n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.
Situação hipotética: No final do primeiro quadrimestre de 2017, as despesas com pessoal do 
Poder Executivo do município AB estavam no patamar de 52% de sua receita corrente líquida.
Assertiva: Nessa situação, o  município  deverá reduzir o excedente dessas despesas nos 
dois quadrimestres seguintes, sendo a redução de, no mínimo, um terço no primeiro deles.
Errado.
A base legal que devemos usar para responder a essa questão é o artigo 23 da LRF, que de-
termina que, caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão ultrapasse os limites de-
finidos por ela mesma, o percentual excedente deverá ser eliminado nos dois quadrimestres 
seguintes, sendo, no primeiro, em pelo menos um terço.
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Importante destacar que, no caso em tela, as despesas com pessoal do Poder Executivo do 
Município representavam 52% da RCL, inferior, portanto, ao limite total de 54% da RCL.
Destaque-se ainda que o Poder Executivo do Município em tela ultrapassou apenas o limite 
prudencial (95% do limite de 54%, o que dá 51,3%), que já impõem diversas restrições, mas 
ainda não a de redução nos dois quadrimestres seguintes, donde concluímos que não existe 
ainda percentual excedente para ser eliminado.
Veja como são calculados os limites de alerta, prudencial e total para as despesas de pes-
soal em um município qualquer e sua base legal:
Nos Estados onde houver Tribunal de Contas dos Municípios, o limite para os gastos com 
pessoal do Legislativo será igual a 3,4% da RCL, enquanto o Poder Executivo tem reduzido 
nesse mesmo percentual seu limite (0,4%), que passará então para 48,6% da RCL.
Atente ao fato de que Tribunal de Contas dos Municípios não é a mesma coisa de Tribunal de 
Contas do Município.
No Brasil temos apenas dois Tribunais de Contas do Município (São Paulo e Rio de Janeiro) 
criados antes da CF/1988, que vedou a criação de novos. Entenda que esses Tribunais têm 
competência para processar e julgar apenas as contas do município onde foi criado e não dos 
outros municípios do Estado.
Por outro lado, não existe vedação ao Estado instituir Tribunais de Contas dos Municípios, 
para apreciar e julgar exclusivamente as contas dos municípios integrantes de seu território, 
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como temos nos Estados da Bahia, Pará e Goiás, enquanto para os municípios dos Estados 
que não possuem Tribunais de Contas dos Municípios estão sob a jurisdição dos Tribunais 
de Contas Estaduais.
Finalmente, resta relacionar aquelas despesas que não serão computadas para o atendi-
mento dos limites definidos nesta seção:
• As despesas com indenização por demissão de servidores ou empregados;
• As despesas relativas ao incentivo à demissão voluntária, o chamado PDV. Não faria 
sentido decisão diferente, já que, por ocasião do afastamento, o servidor recebe valores 
superiores àqueles que receberia se continuasse na ativa. Em outras palavras, o PDV, 
em geral utilizado pontualmente e dirigido ao conjunto dos servidores, aumentará a 
despesa com pessoal no mês em que estiver sendo executado. Sua contagem no limite 
de pessoal desestimularia programas dessa natureza;
• As despesas com pessoal verificadas em decorrência de convocação extraordinária do 
Congresso Nacional;
• As despesas decorrentes de decisão judicial (em geral classificadas na rubrica “Sen-
tenças Judiciais”), e da competência de período anterior ao da apuração das despesas 
com pessoal (somando-se o mês de referência com os onze meses anteriores).
• As despesas com pessoal do Estado do Amapá, Roraima e do Distrito Federal, custea-
das pela União. Parece lógico que, se estas despesas não são pagas com as receitas 
destes Estados, não há porque serem somadas aos limites (60%).
• As despesas com inativos custeadas com recursos de fundos próprios ou custeadas 
por intermédio de fundo específico custeadas por recursos provenientes de arrecada-
ção de contribuição dos segurados, das demais receitas diretamente arrecadadas por 
fundo vinculado a tal finalidade (inclusive o produto da alienação de bens, direitos e 
ativos e também superavit financeiro). Também as despesas com inativos custeadas 
via compensação financeira prevista no artigo 201, §9º, da CF/1988:
Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na 
administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes 
de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.
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Merece destaque o fato de que a LDO não pode estabelecer critérios diferentes da LRF no 
âmbito dos limites de despesa com pessoal, visto que o §6º do artigo 20 da LRF que previa 
essa hipótese foi vetado. Em suma, nesse aspecto, as LDOs não podem divergir da LRF.
1.2. DespesA com seguriDADe sociAl
No que diz respeito às despesas com a seguridade social, guarde a regra geral de que 
nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou es-
tendido sem a indicação da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigências do artigo 17 
da LRF que trata das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Não se esqueça de que a Seguridade Social engloba saúde, previdência e assistência so-
cial, inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pen-
sionistas.
Mas aqui também temos exceções, ou seja, é dispensada da compensação por aumen-
to permanente de receita ou pela redução permanente de outras despesas se o aumento de 
despesa decorrer de:
• concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na le-
gislação pertinente;
• expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
• reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.
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2. trAnspArênciA, controle e FiscAlizAção
Vamos lembrar que a transparência, o controle e responsabilização (realizada após a fis-
calização) são 3 dos 4 principais objetivos da LRF:
Nessa toada, guarde que, para efeito da LRF, consideram-se instrumentos de transparên-
cia, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público, 
de acordo com o seu artigo 48:
• Os planos, os orçamentos e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO);
• As prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
• Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e a sua versão simplificada;
• Relatório de Gestão Fiscal (RGF)e a sua versão simplificada.
A transparência da gestão pública exige também o incentivo à participação popular e pela 
realização de audiências públicas, tanto durante a elaboração como no curso da discussão 
dos planos, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos.
Por sua vez, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar à dis-
posição do público, no âmbito tanto do respectivo Poder Legislativo como do órgão técnico 
responsável por sua elaboração.
Tratando-se da União, as contas devem ser acompanhadas por demonstrativos, confec-
cionados pelo Tesouro Nacional e pelas agências financeiras oficiais de fomento, especificando as 
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aplicações efetuadas com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, 
assim como o impacto fiscal das operações realizadas pelas agências de fomento.
Nessa pegada, a LC n. 131/2009 e a LC n. 156/2016 agregaram dispositivos à LRF com o 
objetivo de fortalecer as regras de transparência e viabilizar o controle social, ou seja, a parti-
cipação da sociedade no acompanhamento e na verificação da execução das políticas públi-
cas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados, visando assegurar que os recursos 
públicos sejam bem empregados em benefício da população.
Questão 5 (CESPE/ABIN/OFICIAL/2018) Com base em disposições da Lei n. 12.527/2011 
(Lei de Acesso à Informação) e da Lei Complementar n. 131/2009 (Lei da Transparência), jul-
gue o item que se segue.
Segundo dispositivo da Lei da Transparência, informações sobre a execução orçamentária 
e financeira da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios devem ser liberadas 
para acompanhamento da sociedade por meios eletrônicos e em tempo real.
Certo.
Atente ao fato que a Lei Complementar n. 131/2009, também conhecida como Lei da Trans-
parência, apenas acrescentou dispositivos na LRF, dentre eles, o seguinte:
Art. 48, § 1º A transparência será assegurada também mediante:
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de infor-
mações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de 
acesso público;
Importante destacar que as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem ficar 
disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico respon-
sável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
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Questão 6 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal e do 
novo regime fiscal, julgue o item subsequente.
O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas da União sobre as contas prestadas anual-
mente pelo presidente da República está dispensado de divulgação nos meios eletrônicos de 
acesso público.
Errado.
Confira a resposta no artigo 48 da LRF, com grifos nossos:
“Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla di-
vulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de 
diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório 
Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplifica-
das desses documentos”.
Vale ressaltar ainda que, para os Municípios, de acordo com a CF/1988, as contas devem 
permanecer, durante 60 dias, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, 
o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Assim, a LRF ampliou o prazo 
constitucional de 60 dias para todo o exercício também para as contas municipais.
No caso da prestação de contas da União, guarde que ela deve conter demonstrativos do 
Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o BNDES, especifi-
cando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos 
fiscais e da Seguridade Social e no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada 
do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
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Ainda em relação à Transparência na Gestão Fiscal, a LRF enfatiza o papel da fiscalização 
da gestão fiscal.
Assim, o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sis-
tema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento 
das normas da LRF, com ênfase no que se refere a:
• atingimento das metas estabelecidas na LDO;
• limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em restos a 
pagar;
• medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal;
• providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mo-
biliária aos respectivos limites;
• destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos;
• cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.
Não se esqueça de que é de competência privativa do Presidente da República prestar, 
anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, 
as contas referentes ao exercício anterior.
Guarde ainda que qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte le-
gítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério 
Público o descumprimento das prescrições estabelecidas na LRF.
Falando em Tribunais de Contas, é importante destacar que eles cumprem o relevante pa-
pel de verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão e 
de alertar os Poderes ou órgãos quando constatarem:
• a possibilidade de a realização da receita não comportar o cumprimento das metas de 
resultadoprimário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da LDO;
• quando o montante da despesa total com pessoal e das dívidas consolidada e mobi-
liária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontrarem acima do 
limite de alerta, ou seja, acima de 90% dos respectivos limites;
• quando os gastos com inativos e pensionistas se encontrarem acima do limite definido 
em lei;
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• fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irre-
gularidades na gestão orçamentária.
O TCU ainda exerce, especificamente, o papel de acompanhar o Banco Central (BACEN) 
para garantir que ele apenas compre diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar 
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo em sua carteira, e o papel de garantir que o 
Tesouro Nacional não compre títulos da dívida pública federal existentes na carteira do BA-
CEN, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.
2.1. relAtório resumiDo DA execução orçAmentáriA (rreo)
A LRF, em seus artigos 52 e 53, especificou e uniformizou em caráter nacional, os parâ-
metros necessários à elaboração do chamado Relatório Resumido da Execução Orçamentária 
(RREO), de modo a permitir que a sociedade conheça, acompanhe e analise o desempenho da 
execução orçamentária de cada ente ainda durante o exercício financeiro.
Trata-se de documento cuja publicação é comandada pela própria Constituição Federal, 
por intermédio de seu §3º do art. 165, devendo ocorrer em até trinta dias após o encerramento 
de cada bimestre.
RREO – Resultado Resumido da Execução Orçamentária:
• Característica: sintético;
• Objetivo: divulgar as informações sobre a receita e despesa e avaliar a necessidade de 
limitação de empenho;
• Competência: Poder Executivo (informações consolidadas de todos os demais pode-
res);
• Prazo: até 30 dias após o encerramento de cada bimestre;
• Divulgação: versões simplificadas (art. 48 da LRF).
Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) é composto de duas peças básicas 
e de alguns demonstrativos de suporte. As peças básicas são:
• balanço orçamentário, cuja função é especificar por categoria econômica, as receitas 
por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; as 
despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa 
liquidada e o saldo;
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• o demonstrativo de execução das receitas (por categoria econômica e fonte) e das des-
pesas (por categoria econômica, grupo de natureza, função e sub função).
Nessas peças, devem constar também os valores referentes ao refinanciamento da dívida 
mobiliária destacados dentre as demais receitas de operações de crédito e as despesas com 
amortização de dívida.
Já os demonstrativos de suporte visam evidenciar a receita corrente líquida, as receitas 
e despesas previdenciárias, os resultados primário e nominal, as despesas com juros e os 
valores inscritos em restos a pagar.
É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar 
semestralmente os demonstrativos de suporte do RREO, mas o RREO em si deve ser divulga-
do bimestralmente por todos os entes, sem exceção.
Tratando-se do Relatório de último bimestre de cada exercício, exige-se a demonstração 
das projeções atuariais dos regimes de previdência social (geral e próprio dos servidores), da 
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variação patrimonial (evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos respectivos recur-
sos) e da conformidade do montante das operações de crédito com aquele das despesas de 
capital, nos termos previstos no inciso III do art. 167 da Constituição.
As limitações impostas ao empenho de dotações devem ser justificadas, assim como 
relacionadas as medidas destinadas à elevação da arrecadação, no caso de frustração na 
previsão de receitas.
Destaque-se ainda que um eventual descumprimento do prazo de publicação do RREO 
impedirá, até a sua regularização, que o Ente receba transferências voluntárias e contrate 
operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da 
dívida mobiliária.
Com a EC n. 106/2020 (Orçamento de Guerra), visando dotar de transparência as operações 
de crédito e os gastos públicos relacionados ao enfrentamento da pandemia, o Ministério da 
Economia deve publicar, a cada 30 (trinta) dias, relatório com os valores e o custo das opera-
ções de crédito realizadas no período de vigência do estado de calamidade pública nacional 
causados pela COVID-19.
2.2. relAtório De gestão FiscAl (rgF)
Do ponto de vista do regime de finanças públicas implantado com a LRF, o Relatório de 
Gestão Fiscal (RGF) ocupa posição central no que diz respeito ao acompanhamento das ati-
vidades financeiras do Estado. Cada um dos Poderes, além do Ministério Público, deve emitir 
o seu próprio Relatório de Gestão Fiscal, a cada quadrimestre, abrangendo todas as variáveis 
imprescindíveis à consecução das metas fiscais e à observância dos limites fixados para 
despesas e dívida.
É facultado aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar 
semestralmente o Relatório de Gestão Fiscal.
O RGF deve ser publicado até 30 dias após o encerramento do período a que correspon-
der, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. O descumprimento do prazo 
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impedirá, até que a situação seja regularizada, que o Ente receba transferências voluntárias e 
contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atuali-
zado da dívida mobiliária.
Constam, portanto, do RGF:
• As informações necessárias à verificação da conformidade, com os limites de que trata 
a LRF, das despesas com pessoal, das dívidas consolidada e mobiliária, da concessão 
de garantias, das operações de crédito e das despesas com juros;
• Elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fiscais aos seus 
respectivos limites; tratando-se do último quadrimestre, demonstração do montante 
das disponibilidades ao final do exercício financeiro e das despesas inscritas em restos 
a pagar.
RGF – Relatório de Gestão Fiscal:
• Característica: analítico;
• Objetivo:analisar as despesas e apurar os percentuais da dívida (consolidada, opera-
ções de crédito, concessão de garantia e contragarantia), dos gastos com pessoal, dos 
restos a pagar e de outros;
• Competência: todos os Poderes e órgãos da administração (Executivo, Legislativo, Ju-
diciário, Tribunal de Contas e Ministério Público);
• Prazo: até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre;
• Divulgação: versões simplificadas (art. 48 da LRF).
Somente no último quadrimestre, o RGF deve conter os seguintes demonstrativos:
• Do montante das disponibilidades de caixa em 31/12;
• Da inscrição em restos a pagar, das despesas liquidadas; empenhadas e não liquida-
das; empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade 
de caixa; não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram 
cancelados; e
• Do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do artigo 38, que 
trata das operações de crédito por ARO - Antecipação de Receita Orçamentária.
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Importante destacar ainda que o RREO e o RGF devem ser elaborados de forma padroni-
zada e seus modelos podem ser atualizados pelo conselho de Gestão Fiscal (CGF).
Falando em Conselho de Gestão Fiscal (CGF), é  importante informar que a ele cabe o 
acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da 
gestão fiscal, sendo composto por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, 
do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade, visando à:
• harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
• disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do 
gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endividamento e na transpa-
rência da gestão fiscal;
• adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de 
contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata a LRF, normas e pa-
drões mais simples para os pequenos municípios, bem como outros, necessários ao con-
trole social;
• divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
No âmbito da LRF, o CGF deve fomentar premiação e reconhecimento público aos titulares 
de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, 
conjugados com a prática de uma gestão fiscal. Ressalte-se que, enquanto não implantado o 
Conselho de Gestão Fiscal, a edição de normas gerais para consolidação das contas públicas 
caberá ao órgão central de contabilidade da União.
2.3. escriturAção, consoliDAção e prestAção De contAs
De acordo a LRF, em seu artigo 50, além de obedecer às demais normas de contabilidade 
pública, a escrituração das contas públicas deve evidenciar:
• a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vin-
culados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de 
forma individualizada;
• a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de com-
petência, apurando-se, em caráter complementar, o  resultado dos fluxos financeiros 
pelo regime de caixa;
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• as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações 
e as operações de cada órgão, fundo ou entidade da Administração direta, autárquica e 
fundacional, inclusive empresa estatal dependente;
• as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos finan-
ceiros e orçamentários específicos;
• as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de finan-
ciamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de 
modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, 
pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
• a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos 
recursos provenientes da alienação de ativos.
A LRF ainda obriga a implantação de um sistema de custos que permita a avaliação e o 
acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial, e que, no caso de ela-
boração de demonstrações conjuntas, sejam excluídas as operações intragovernamentais 
(dentro da mesma esfera de governo).
Além disso, a LRF dispõe que a edição de normas gerais para consolidação das contas 
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o con-
selho de gestão fiscal.
De acordo a LRF, em seu artigo 51, no que diz respeito à consolidação das contas públicas, 
o Poder Executivo da União promoverá, até o dia 30 de junho, a consolidação, nacional e por 
esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua 
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.
Para isso, os estados e os municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da 
União nos seguintes prazos: os municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo 
Estado, até 30 de abril; e os Estados, até 31 de maio.
DICA!
MEMORIZE OS PRAZOS
Envio dos Municípios - 30/04
Envio dos Estados - 31/05
Consolidação da União - 30/06
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Seguindo a mesma linha do que vale para o RGF e para o RREO, o descumprimento dos 
mencionados prazos, até que a situação seja regularizada, impede que o ente da Federação 
receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao 
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
Importante registrar que os principais dispositivos da LRF que tratam sobre prestação de 
contas estão com eficácia liminarmente suspensa devido a uma Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade (ADIN) no STF.
Dessa forma, o caput do artigo 56 da LRF, que determina que
[...] as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos 
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, 
as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas”.
Nesse ponto, o STF diz que qualquer prestação de contas por órgão não vinculado ao 
Executivo somente pode ser objeto de julgamento pelo respectivo Tribunal de Contas e que 
a inclusão das contas referentes às atividades financeiras dos Poderes Legislativo, Judiciá-
rio e do Ministério Público, dentre aquelas prestadas anualmente pelo Chefe do EXECUTIVO, 
tornaria inócua a distinção entre apreciar e julgar as contas, já que todas as contas seriam 
passíveis de controle técnico, a cargo do Tribunal de Contas, e político, de competência do 
Legislativo.
O STF também suspendeu os dispositivos abaixo:
Art. 57. Os Tribunais de Contasemitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de 
sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou 
nas leis orgânicas municipais.
§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitan-
tes o prazo será de cento e oitenta dias.
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou ór-
gão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.
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O entendimento do STF é o de que a referência, nele contida, a “contas de poder” eviden-
cia a abrangência do termo “contas” constante do caput desse artigo, relativas à atividade 
financeira dos administradores e demais responsáveis por dinheiros e valores públicos, que 
somente poderiam ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente, nos termos 
do artigo 71, inciso II, da CF/1988.
Nessa toada, reforça esse entendimento o fato de que essa regra disciplina o procedi-
mento de apreciação das contas especificadas no artigo 56 da LRF, que também pretendia 
as contas resultantes da atividade financeira dos órgãos componentes de outros poderes à 
opinião do Tribunal de Contas.
Por seu turno, o Tribunal de Contas da União (TCU) manifestou entendimento de que a 
medida cautelar concedida pelo STF em que foi suspensa a eficácia do caput dos artigos 56 
e 57 da LRF não alterou a estrutura do relatório sobre as contas do Governo da República, já 
que continua contemplando a gestão e o desempenho dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário e do Ministério Público da União (MPU).
Ressalte-se, entretanto, que o parecer prévio é exclusivo para o Chefe do Poder Executivo, 
cujas contas serão julgadas posteriormente pelo Congresso Nacional, mas o TCU pode apre-
ciar, em processo específico, o cumprimento, por parte dos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário, das disposições da LRF.
Guarde ainda que continuam válidas as demais determinações da LRF sobre as presta-
ções de contas:
• as contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito da União, pelos Presi-
dentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos 
respectivos tribunais; dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, conso-
lidando as dos demais tribunais;
• a prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previ-
são, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e 
combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administra-
tiva e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias 
e de contribuições;
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• deve ser dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou 
tomadas;
• para evitar que as Cortes de Contas emitam parecer sobre suas próprias contas, a Co-
missão Mista de Orçamento (CMO) prevista na CF/1988, ou equivalente das Casas Le-
gislativas estaduais e municipais, deve emitir parecer sobre as contas dos Tribunais de 
Contas.
3. DestinAção De recursos pArA setor privADo
Basicamente, guarde que o artigo 26 da LRF estabelece a regra básica para toda e qual-
quer destinação de recursos públicos ao setor privado: a sua autorização por lei específica. 
E, como requisitos adicionais, é exigida a observância das disposições da LDO, além da sua 
previsão na lei orçamentária ou em crédito adicional.
Equiparam-se às transferências e sujeitam-se às mesmas normas, as concessões de em-
préstimos, financiamentos e refinanciamentos, prorrogação e composição de dívidas, con-
cessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.
Sempre que o ente beneficiário de uma operação de crédito não estiver sob controle direto 
do ente transferidor dos recursos, os encargos financeiros da operação, as comissões e ou-
tras despesas não poderão ser inferiores ao que dispuser a lei ou ao seu custo de captação.
Por sua vez, a LRF proíbe taxativamente o socorro às instituições do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN). Tal proibição tem como objetivo primordial evitar a repetição de programas 
nos moldes do PROER, feito para socorrer instituições integrantes do SFN.
Para tanto, a solução para eventuais situações de insolvência é a criação de fundos e ou-
tras formas legais que forneçam cobertura a essas instituições.
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4. trAnsFerênciAs voluntáriAs nA lrF
Guarde que transferência voluntária é a entrega de recursos correntes ou de capital a 
outro ente da Federação, a  título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não 
decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
Questão 7 (CESPE/CGM-JOÃO PESSOA/TÉCNICO/2018) De acordo com a Lei do Direito Fi-
nanceiro — Lei Federal n. 4.320/1964 — e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) — Lei Com-
plementar n. 101/2000 — e suas alterações, julgue o seguinte item.
Nos termos da LRF, transferência voluntária é a entrega de recursos a título de cooperação, 
auxílio ou assistência financeira a ente público ou privado, para a execução de atividade de 
interesse público.
Errado.
Na verdade, uma transferência voluntária ocorre entre os entes da federação, não sendo pos-
sível para pessoas de direito privado. Confira a definição do artigo 25 da LRF com grifos nos-
sos:
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Art.  25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega 
de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou 
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao 
Sistema Único de Saúde.
A LRF resguarda em seu artigo 25, a garantia para a continuidade de transferências vo-
luntárias relativas às ações de saúde, educação e assistência social. Isto no que diz respeito 
àqueles convênios já em execução.
Em regra, o ente que estiver descumprindo a LRF não pode contratar novos convênios, nem 
mesmo aqueles destinados às ações citadas anteriormente. Entretanto, com a modificação 
no artigo 65 da LRF trazida pela LC n. 173/2020, tal exigência foi excepcionada.
Confira com grifos nossos:
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo

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