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Thiarles Vieira santos Mendes Anaplasma marginale 1 TAXONOMIA Atualmente, com base em análises genéticas dos genes 16S rRNA, groELS e de genes que codificam proteínas de superfície, Anaplasma marginale. Pertencente à Ordem Rickettsiales que inclui duas famílias: Anaplasmataceae Rickettsiaceae. (KOCAN et al., 2002) 2 Os membros da família Anaplasmataceae são parasitas intracelulares obrigatórios, encontrados exclusivamente no interior de vacúolos no citoplasma da célula hospedeira. O gênero Anaplasma, infecta células eritrocíticas de ruminantes domésticos e alguns silvestres. INTRODUÇÃO 3 O gênero Anaplasma inclui duas espécies que infectam bovinos, Anaplasma marginale e A. centrale. A. marginale é a espécie mais patogênica. A. centrale por ser menos patogênica é utilizada como vacina viva em bovinos de diversas regiões do mundo. INTRODUÇÃO ( FUENTE et al., 2005ª) 4 TRANSMISSÃO Biológica Mecanicamente por um grupo diversificado de artrópodes, insetos hematófagos e instrumentos contaminados. Transplacentária em infecções agudas pode ocorrer. 5 Carrapato O Rhipicephalus boophilus microplus é o principal transmissor no Brasil. Os carrapatos podem transmitir agentes patogênicos pelas vias transovariana, transtadial ou intrastadial. TRANSMISSÃO (GONÇALVES-RUIZ et al., 2002) 6 IMPORTÂNCIA ECONÔMICO Carrapato Doenças transmitidas por carrapatos são extremamente prejudiciais aos animais susceptíveis e causam grandes prejuízos econômicos. Dos estimados 250 milhões de bovinos na América Central e do Sul no início da década de 1990, 70% estavam em regiões infestadas por carrapatos. (Montenegro-James, 1992 ; Harrus e Baneth, 2005) 7 Em vários países os prejuízos causados por hemoparasitoses podem ser mensurados: mortalidade de animais parâmetros produtivos Econômicos: baixo ganho de peso, redução na produção leiteira abortos custos com tratamento e controle. IMPORTÂNCIA ECONÔMICO (Kocan et al., 2003; Harrus e Baneth, 2005) 8 Recentemente, demonstrou-se que anaplasmose e babesiose foram responsáveis por prejuízos econômicos de 875 a 1.365 milhões de dólares por ano na América Latina, maior produtor mundial de carne bovina. IMPORTÂNCIA ECONÔMICO 9 A anaplasmose constitui ainda uma barreira para o melhoramento genético dos rebanhos em países tropicais. Os Bos taurus importados de regiões temperadas são altamente susceptíveis a doenças transmitidas por carrapatos e freqüentemente, não sobrevivem. Esses prejuízos são incalculáveis, mas é a realidade para a maioria dos rebanhos da América Latina. IMPORTÂNCIA ECONÔMICO (Meléndez, 2000) 10 EPIDEMIOLOGIA Apresenta ampla distribuição - estando presente nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo, incluindo todo continente Americano, Austrália e sudeste do continente Africano. A freqüência e a incidência das infecções por rickéttsia são mais elevadas em regiões em que o carrapato Boophilus microplus é endêmico. (GUGLIELMONE, 1995; FUTSE et al., 2003; KOCAN et al., 2003) 11 Instabilidade enzoótica – ocorrência exploraticamente do carrapato e do Anaplasma, com doenças nos animais. Estabilidade enzoótica – áreas endêmicas para o carrapato e para o Anaplasma, sem doenças nos animais. EPIDEMIOLOGIA 12 FATRORES PREDISPONENTES 13 FATRORES PREDISPONENTES 14 FATRORES PREDISPONENTES 15 CICLO BIOLÓGICO DO A. marginale Os carrapatos se alimentam de sangue infectado Multiplicação do A. marginale nas células epiteliais intestinais As rickétsias passam para a hemolinfa Infectam vários tecidos, incluindo as glândulas salivares. Durante uma nova alimentação, essas rickétsias são transmitidas para um novo hospedeiro. (Kocan, 1986; Kocan et al., 1992a, b; Ge et al., 1996) 16 IMUNIDADE (Ribeiro e Reis, 1981b; Eriks et al., 1989; Kieser et al., 1990) 17 IMUNIDADE Os animais que sobrevivem à infecção aguda permanecem infectados por vários anos. Desenvolvem uma infecção persistente caracterizada por uma ricketsemia baixa e cíclica. A imunidade conferida a A. marginale é de duração variável e de origem humoral e celular. (BAEHNER & NATHAN, 1968 TIZARD, 2000) 18 IMUNIDADE Suscetibilidade 19 Bezerros infectados nos primeiros dias de vida Apresentam maior resistência. Absorção de imunoglobulinas colostrais. Resposta celular. Presença da hemoglobina fetal até os 9 meses de vida. A redução dos anticorpos anti-A. marginale inicia-se a partir de 60 dias de vida. IMUNIDADE 20 Baço – rápida remoção dos eritrocitos da circulação, sem evidencias de hemólise intravascular. - Auxilia na resposta primaria com a produção de IgM e IgG. IMUNIDADE 21 PATOGENIA Provoca grave anemia, devido a rápida destruição de eritrócitos. No pico da enfermidade, 75% dos eritrócitos podem estar infectados. Os eritrócitos normais ficam sensibilizados e podem ser fagocitados por macrófagos. (Richey, 1981). 22 As células parasitadas são removidas da circulação pelo sistema monocítico fagocitário do animal causando uma anemia branda a grave e icterícia. A fagocitose pode ser afetada pela supressão da função linfocitária. PATOGENIA 23 SINAIS CLÍNICOS Fase aguda, superaguda, leve ou crônica. PI - varia de duas a doze semanas. Os sinais clínicos são: anemia hemolítica, icterícia, dispnéia, taquicardia, febre, fadiga, lacrimejamento, sialorreia, diarreia, micção frequente, anorexia, perda de peso, queda na produção, aborto e eventualmente, morte em menos de 24 horas. (PEREIRA, 2006) 24 SINAIS CLÍNICOS 25 SINAIS CLÍNICOS 26 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Anamnesia – histórico do rebanho, idade dos animais acometidos, infestação por carrapatos... Anaplasmose aguda Direto - esfregaços sangüíneos e detecção por microscopia, busca por inclusões de A. marginale. Indiretamente - por sorologia. 27 Há uma variedade de testes sorológicos que mensuram anticorpos específicos contra Anaplasma. ELISA Vantagens: análise de grande número de amostras de maneira rápida, discriminando sem subjetividade o positivo do negativo. Substituíu a técnica de Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). DIAGNÓSTICO LABORATORIAL (Ristic, 1962; Amerault e Roby, 1968; Schunter e Leatch, 1988; Shkap et al., 1990; Rodgers et al., 1994) 28 Nas últimas décadas, o avanço descrito para o diagnóstico da anaplasmose é o ELISA com antígenos recombinantes. Utilizando as principais proteínas de superfície (MSP) MSP1a e MSP2 que apresenta alta sensibilidade e especificidade. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL (Araújo et al., 2005) 29 Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) Altamente sensível na detecção de organismos infecciosos. Diferencia animais naturalmente infectados de animais vacinados com A. centrale. A técnica vem sendo desenvolvida também para identifiar além do A. Marginale as Babesia bovis e B. bigemina (PCR- Multiplex). DIAGNÓSTICO LABORATORIAL (Molad et al., 2006) 30 Animais portadores Não são diferenciados clinicamente de animais saudáveis e normalmente não são diagnosticados eficientemente por meio de esfregaço sangüíneo convencional. Entretanto, durante este estágio, ocorrem oscilações na ricketsemia, o que permite que a transmissão aconteça , sendo estes animais de grande importância na epidemiologia da doença. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 31 CONTROLE As medidas de controle da anaplasmose bovina pouco modificaram nos últimos 60 anos. Elas incluem o controle de artrópodes com acaricidas, a administração de antibióticos e o uso de vacinas. (Kocan et al., 2000) 32 Controle Pré-exposição Antibióticos Vacinas Raças e indivíduos resistentes Densidade animal Pastejo alternado Escolha da pastagem Manejo das pastagens Controle de Carrapatos e Moscas hematófagas Higienização de seringas 33 Controle de carrapatos Animais de produção Aplicação de acaricidas 34 Controle de carrapatos Animais de produção Qual acaricida utilizar? 35 Controle de carrapatos Animais de produção Qual acaricida utilizar? 36 Controle de carrapatos Animais de produção Densidade animal 37 Controle decarrapatos Animais de produção Em estudo vacinas 38 Controle de carrapatos Animais de produção Raças e indivíduos resistentes 39 Controle de carrapatos Animais de produção Pastejo alternado 40 Escolha das pastagens Controle de carrapatos Animais de produção Brachiaria decumbens Gramíneas desfavoráveis 41 Manejo das pastagens Controle de carrapatos Animais de produção 42 Controle biológico Controle de carrapatos Animais de produção Metarhizium anisopliae 43 Estratégias de controle Carrapatos e moscas hematófagas Métodos químicos Economia e prevenção de resistência. Tratamento em massa Controle direcionado Tratar animais mais susceptíveis (~20%) Controle estratégico Previsão de explosão populacional Início das chuvas e aumento da temperatura – tratar 44 Estratégias de controle Controle direcionado – Tratar animais mais susceptíveis (~20%) 45 Estratégias de controle Controle estratégico – R. microplus Previsão de explosão populacional Início das chuvas e aumento da temperatura – tratar 46 A quimioprofilaxia é largamente empregada, entretanto é uma prática de alto custo, e ainda há o risco de se selecionar amostras bacterianas resistentes pelo uso intenso de antibióticos. CONTROLE (Kocan et al., 2003) 47 PROFILAXIA O uso de vacinas vivas para anaplasma começou há aproximadamente 100 anos (Theiler, 1911) e até hoje vêm sendo utilizadas. A vacinação tem sido o método mais econômico e efetivo de controle da doença, sendo por isto a mais promissora. Vacinas para anaplasmose bovina utilizam antígenos vivos ou mortos. 48 PRODUÇÃO DA VACINA A vacina é produzida em animais esplenectomizados, inoculados experimentalmente com amostras de A. marginale ou com A. centrale e o sangue é colhido durante a parasitemia, constituindo o antígeno. Os bovinos vacinados desenvolvem uma infecção persistente, não sendo necessária a revacinação. (Ristic e Carson, 1977; Abdala et al., 1990; Wright, 1990; Tebele e Palmer, 1991) 49 O uso de sangue de animais portadores de anaplasmose não é recomendado. Risco de transmissão: Babesia spp, tripanossomas, Brucella spp, Mycobacterium spp. e vírus como os da Diarréia Bovina a Vírus e Leucemia Bovina, dentre outros. (Rogers et al., 1988; Rodríguez et al., 2000) PRODUÇÃO DA VACINA 50 Suporte Alimentação Transfusão de sangue Fluidoterapia Protetor hepático Antiinflamatório TRATAMENTO 51 TRATAMENTO Qual o melhor medicamento? 52 Protocolo sugerido para bovino infectados por A. marginale - KINETOMAX – Dose: 3ml/ 40 kg de peso vivo, por via intramuscular. DOSE ÚNICA TRATAMENTO 53 TRATAMENTO 54 TRATAMENTO 55 TRATAMENTO 56 TRATAMENTO 57 TRATAMENTO 58 FIM 59
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