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TCC CAVALCANTE&SANTOS2016

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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS 
COORDENAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 
 
 
 
 
 
JOSÉ ISNATANIEL FAUSTO CAVALCANTE 
LUANA LOURENÇO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS PROVENIENTES DE UMIDADES E INFILTRAÇÕES 
NAS EDIFICAÇÕES - ESTUDO DE CASO EM UMA EDIFICAÇÃO 
COM MAIS DE 40 ANOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió-AL 
2016 
 
 
JOSÉ ISNATANIEL FAUSTO CAVALCANTE 
LUANA LOURENÇO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS PROVENIENTES DE UMIDADES E INFILTRAÇÕES 
NAS EDIFICAÇÕES - ESTUDO DE CASO EM UMA EDIFICAÇÃO 
COM MAIS DE 40 ANOS 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Tecnologia em Construção de 
Edifícios, como requisito parcial à obtenção 
do título de Tecnólogos em Construção de 
Edifícios, do Instituto Federal de Alagoas, 
Campus Maceió. 
Orientador: Prof. Humberto Jorge Braga 
Cavalcanti 
 
 
 
 
Maceió-AL 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na fonte: 
(Biblioteca Benevides Monte – Campus Maceió-IFAL) 
C376p 
 Cavalcante, José Isnataniel Fausto. 
 Patologias provenientes de umidades e infiltrações nas edificações : 
estudo de caso / José Isnataniel Fausto Cavalcante, Luana Lourenço dos 
Santos. – Maceió : IFAL, 2016. 
 66 f. : il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso – (Tecnólogo em Construção de 
 Edifícios) IFAL, 2015. 
 Orientador: Humberto Jorge Braga Cavalcanti. 
 
 1. Construção de Edifícios. 2. Edificações - Patologias. 
3. Edificações - Umidades 4. Edificações – Infiltrações. I. Santos, 
Luana Lourenço dos. II. Título. 
 
 
 CDD – 690 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ ISNATANIEL FAUSTO CAVALCANTE 
LUANA LOURENÇO DOS SANTOS 
 
 
 
PATOLOGIAS PROVENIENTES DE UMIDADES E INFILTRAÇÕES NAS 
EDIFICAÇÕES - ESTUDO DE CASO EM UMA EDIFICAÇÃO COM MAIS DE 40 
ANOS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de 
Tecnólogos em Construção de Edifícios, sob a orientação do Prof. Humberto Jorge Braga 
Cavalcanti. 
 
Aprovado em: 21/09/2016 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________________ 
Humberto Jorge Braga Cavalcanti - Orientador 
Instituto Federal de Alagoas – IFAL 
 
 
______________________________________________ 
João Gilberto Teixeira Silva 
Instituto Federal de Alagoas – IFAL 
 
 
_______________________________________________ 
André Luiz Novaes Oliveira 
Instituto Federal de Alagoas – IFAL 
 
 
 
Maceió-AL 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus pelas oportunidades que nos foram dadas na vida; por ser nossa fortaleza, 
principalmente nos momentos em que mais precisamos. 
 
Ao nosso professor orientador, Humberto Jorge Braga Cavalcanti, por ter nos 
ajudado na escolha desse tema e nas orientações para a realização deste trabalho. 
 
Aos nossos familiares pelo apoio e compreensão durante a vida acadêmica, com o 
qual fez com que concluíssemos esse trabalho. 
 
Aos nossos amigos do curso, que nos ajudou, e pela amizade de cada um. 
A todos os professores do Curso de Tecnologia em Construção de Edifícios do 
Instituto Federal de Alagoas, por todo conhecimento e sabedoria transmitidos nesse 
período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Nas construções, é comum encontrarmos problemas relacionados a 
patologias. Dentre tantas (patologias) encontradas nas edificações, a mais comum e 
frequente é a de umidade e infiltração, devido a vários fatores que implicam o seu 
aparecimento. Suas causas são as mais diversas possíveis, sendo por erro no 
estudo prévio, no momento da construção, ou, ainda, pelo tempo de construção. 
Para a possível reparação são necessários então estudos que identifiquem as 
causas e métodos a serem tomados para sua correção. O estudo aborda as 
patologias mais frequentes nas edificações, identificando suas possíveis causas e 
métodos para corrigi-las, fazendo uma breve introdução sobre o que é patologia. O 
trabalho foi executado através de pesquisas em livros e monografias, além de 
estudo em uma edificação desgastada por patologias. As patologias não somente 
prejudicam a estrutura das edificações, mas também sua parte estética é afetada. 
Palavras-chave: Patologias em edificações; Umidades; Infiltrações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
In the constructions, it's common find related problems pathologies. Among many 
(pathologies) found in buildings, the most common and frequent it is the moisture and 
infiltration, due to several factors involving in its onset. Its causes are most diverse 
possible, it is by error in the previous study, at the time of construction, or, still, by the 
construction time. For the possible repair are necessary then studies to identify the 
causes and methods to be taken for its correction. The study addresses the most 
frequent pathologies in buildings, identifying possible causes and methods to correct 
them, making a brief introduction about what is pathology. The work was carried out 
through research in books and monographs, apart studies in a building outworn per 
pathologies. The Pathologies not only harm the structure of the buildings, but also its 
aesthetics is affected. 
Keywords: Pathologies in buildings; Humidities; Infiltrations. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Infiltração de água por capilaridade ......................................................... 16 
Figura 2 - Contaminação dos grãos por percolação .................................................. 17 
Figura 3 - Vazamento em telhado de fibrocimento .................................................... 20 
Figura 4 – Vazamento em laje plana ......................................................................... 21 
Figura 5 – Laje plana com infiltrações ....................................................................... 22 
Figura 6 – Manchas causadas por chuva em fachada .............................................. 23 
Figura 7 – Manchas causadas por umidade em parede interna ................................ 24 
Figura 8 - Mecanismos de umidade ascendente ....................................................... 26 
Figura 9 – Umidade do solo subindo por capilaridade na parede ............................. 27 
Figura 10 – Fachada com presença de Eflorescência .............................................. 29 
Figura 11 - Presença de Criptoflorescência em parede ............................................ 31 
Figura 12 - Saponificação em parede ....................................................................... 34 
Figura 13 - Localização do imóvel na quadra. ........................................................... 40 
Figura 14 - Planta baixa ............................................................................................ 41 
Figura 15 - Manchas e bolor ...................................................................................... 42 
Figura 16 – Esquema de função da pingadeira ......................................................... 43 
Figura 17 - Manchas, deterioração do reboco e pintura. ........................................... 44 
Figura 18 - Manchas, deterioração do reboco. ......................................................... 45 
Figura 19 - Esquema de soluções para problemas de impermeabilização em 
fundações .................................................................................................................. 45 
Figura 20– Perfuração dos tijolos maciços em alvenaria ......................................... 46 
Figura 21 – Esquema de introdução de bloqueadores químicos em uma parede por 
gravidade................................................................................................................... 47 
Figura 22 - Manchas................................................................................................. 48 
Figura 23 – Manchas e deterioração do reboco ........................................................ 49 
Figura 24 - Deterioração do reboco, manchas e bolor. ............................................ 50 
Figura 25 - Planta baixa ............................................................................................ 50 
Figura 26 - Deterioração do reboco, manchas e bolor .............................................. 51 
Figura 27 - Deterioração do reboco ........................................................................... 52 
Figura 28 - Esquema de soluções para problemas de impermeabilização em lajes de 
cobertura ................................................................................................................... 53 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Porcentagens de custos em uma obra .................................................... 35 
Gráfico 2 - Porcentagem de Patologias ..................................................................... 54 
Gráfico 3 - Possíveis causas das patologias ............................................................. 55 
Gráfico 4 - Anomalias ................................................................................................ 56 
Gráfico 5 - Grau de risco .......................................................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Sais comuns em criptoflorescência e eflorescência ................................ 31 
Tabela 2 – Causas da ocorrência de deteriorações .................................................. 33 
Tabela 3 – Deterioração por causas naturais ............................................................ 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 
1.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 11 
1.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 11 
1.3 Justificativa ......................................................................................................... 12 
1.4 Metodologia ........................................................................................................ 12 
1.5 Estrutura do trabalho ........................................................................................... 13 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 13 
2.1 Patologias nas edificações .................................................................................. 13 
2.2 Água ...................................................................................................................15 
2.3 Propriedades fundamentais dos líquidos ............................................................ 15 
2.3.1 Capilaridade ..................................................................................................... 15 
2.3.2 Percolação ....................................................................................................... 16 
2.3.3 Pressão Hidrostática ........................................................................................ 17 
2.4 Umidade...............................................................................................................17 
2.5 Infiltrações............................................................................................................18 
2.6 PATOLOGIAS PROVENIENTES DE UMIDADES E INFILTRAÇÕES NAS 
EDIFICAÇÕES ..........................................................................................................19 
2.6.1 Infiltrações no telhado ...................................................................................... 19 
2.6.1.1 Vazamentos e Goteiras nos telhados ............................................................ 19 
2.6.1.2 Vazamentos na rede pluvial .......................................................................... 20 
2.6.2 Vazamentos em lajes de coberturas e terraços................................................ 20 
2.6.3 Vazamentos em tubulações ............................................................................. 22 
2.6.4 Manchas ..........................................................................................................23 
2.6.5 Bolor..................................................................................................................24 
2.6.6 Umidades provindas da própria construção ..................................................... 24 
2.6.7 Umidades provenientes das chuvas ................................................................. 25 
 
 
2.6.8 Umidades ascendentes .................................................................................... 25 
2.6.9 Eflorescência .................................................................................................... 28 
2.6.10 Criptoflorescência ........................................................................................... 30 
2.6.11 Deterioração de pinturas e revestimentos ...................................................... 32 
2.6.12 Saponificação ................................................................................................. 34 
2.7 Impermeabilização .............................................................................................. 34 
2.7.1 Tipos de Impermeabilização ............................................................................. 35 
2.7.1.1 Cimentícios .................................................................................................... 35 
2.7.1.2 Asfálticos ....................................................................................................... 35 
3 PROBLEMAS DE SAÚDE CAUSADOS A POPULAÇÃO POR UMIDADES E 
INFILTRAÇÕES ........................................................................................................ 36 
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 37 
4.1 Metodologia ........................................................................................................ 37 
4.2 Descrição da estrutura ....................................................................................... 39 
4.3 Apresentações dos procedimentos ..................................................................... 40 
4.3.1 Inspeção preliminar .......................................................................................... 40 
4.3.2 Inspeção detalhada .......................................................................................... 40 
4.4 Diagnóstico ......................................................................................................... 53 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 58 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59 
APÊNDICES...............................................................................................................63 
ANEXO ......................................................................................................................66 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde os primórdios dahumanidade, os nossos ancestrais buscavam meios 
para a sua sobrevivência, como: a caça do próprio alimento e a construção de 
abrigos improvisados com as matérias primas disponíveis na época para se 
abrigarem de animais selvagens e intempéries. A partir daí a forma de construir 
essas moradias foram se aperfeiçoando, com o emprego de novos materiais, como: 
madeiras, argilas e pele de animais. 
A evolução das habitações não ocorreu apenas com o passar do tempo, 
mas também sofreu influências de outra natureza, como a modificação dos solos e 
do clima e a necessidade de proteção do homem face aos perigos externos. Desta 
forma, o homem começou a fazer as casas com os materiais disponíveis, adotando 
técnicas de construção dominadas por certos grupos através do planejamento e da 
arquitetura (LOURENÇO & BRANCO, 2013). 
Porém, nem todas as construções feitas por construtores usando essas 
técnicas resistiram, apresentando patologias. 
Conforme BAUER (2004), dentre as manifestações mais comuns referentes 
aos problemas de umidade em edificações, encontram-se: manchas de umidade, 
corrosão, bolor (ou mofo), algas, liquens, eflorescências, deslocamento de 
revestimentos, friabilidade da argamassa por dissolução de compostos com 
propriedades cimentíceas, fissuras e mudança de coloração dos revestimentos. 
1.1 Objetivo geral 
 
Estudar as patologias provenientes de umidades e infiltrações nas 
edificações. 
1.2 Objetivos específicos 
 
 Fazer um estudo de caso em uma edificação unifamiliar no bairro do Farol, na 
cidade de Maceió- Al, identificando as origens e suas possíveis causas do 
aparecimento de patologias provenientes de umidades e infiltrações; 
12 
 
 Identificar os meios de prevenções e os processos de recuperações de áreas 
com patologias; 
 Identificar os danos causados à saúde da população decorrente dessas 
patologias. 
1.3 Justificativa 
 
A umidade nas construções representa um dos problemas mais difíceis de 
serem corrigidos dentro da construção civil. Essa dificuldade está relacionada à 
complexidade dos fenômenos envolvidos e à falta de estudos e pesquisas (PEREZ, 
1985, apud SOUZA, 2008). 
Este trabalho apresenta conceitos e definições necessárias para a 
identificação, prevenção e manutenção de edificações com patologias provenientes 
de umidades e infiltrações, além das doenças causadas por essas patologias na 
população. 
1.4 Metodologia 
 
A pesquisa a ser realizada neste trabalho é classificada como bibliográfica/ 
analise visual (in loco), pois tem como objetivo analisar as patologias causadas por 
umidades e infiltrações nas edificações com ausência de experimentos de 
laboratório. 
Para a realização dessa pesquisa terão que ser feitas pesquisas: 
bibliográficas através de livros e sites, buscando fazer um estudo das patologias nas 
edificações. 
 Bibliográfica: Pesquisar em livros e em monografias realizadas sobre o tema, 
classificando as patologias nas edificações e estudo de normas técnicas; 
 
 Em campo: em forma de vistorias em uma edificação unifamiliar no bairro do 
Farol na cidade de Maceió- Al, com apoio e análise do orientador. 
 
13 
 
1.5 Estrutura do trabalho 
 
O trabalho está estruturado em cinco capítulos: 
No Capítulo 1 – INTRODUÇÃO – são feitas as considerações iniciais, justificando a 
pesquisa, apresentando os objetivos, a metodologia e a estrutura do trabalho. 
No Capítulo 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA – são abordados conceitos de umidades 
e infiltrações, propriedades fundamentais dos líquidos, as principais patologias 
provenientes de umidades e infiltrações e a norma de impermeabilização. 
No Capítulo 3 – São apresentados os problemas de saúde causados a população 
por umidades e infiltrações. 
No Capítulo 4 – ESTUDO DE CASO – Apresenta a metodologia usada para a 
elaboração do estudo de caso, a descrição da estrutura da edificação, a inspeção 
preliminar e detalhada, além do diagnóstico. 
No Capítulo 5 – CONCLUSÃO- Apresenta as conclusões desse estudo. 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Patologias nas edificações 
 
O termo patologia é derivado do grego (pathos- doença, e logia- ciência, 
estudo). Na construção civil, pode-se atribuir o termo patologia aos estudos dos 
danos ocorridos em edificações. 
Segundo IANTAS (2010), as patologias são modificações estruturais e ou 
funcionais causadas por doença no organismo, ou seja, tudo o que promove a 
degradação do material ou de suas propriedades físicas e ou estruturais, que esteja 
sendo solicitado. 
Ainda segundo IANTAS (2010), as edificações também podem apresentar 
patologias, comparáveis às doenças: trincas, rachaduras, fissuras, manchas, 
descolamentos, deformações, rupturas, corrosões, oxidações, entre outros, assim 
chamada de Patologia da Construção. 
14 
 
A patologia das edificações estuda as falhas que ocorrem nos diversos 
componentes ou sistemas da edificação, caracterizando as formas de manifestação 
e tentando identificar as causas. Os levantamentos apontam que as falhas mais 
frequentes dizem respeito ao problema de umidade, deslocamento, fissuração ou 
instalações (PICHI apud PAVAN & DAL PONT, 2007). 
De um modo geral, as patologias não têm sua origem concentrada em 
fatores isolados, mas sofrem influência de um conjunto de variáveis, que podem ser 
classificadas de acordo com o processo patológico, com os sintomas, com a causa 
geradora dos problemas ou, ainda, com a etapa do processo produtivo em que 
ocorrem (SILVA et al, 2008). 
 
A classificação da origem das patologias, segundo PEDRO (2002) apud 
BARBALHO (2011). 
 Congênitas – são aquelas originárias da fase do projeto, em 
função da não observância das Normas Técnicas, ou de 
erros e omissões dos profissionais, que resultam em falhas 
no detalhamento e concepção inadequada dos 
revestimentos. 
 Construtivas – Sua origem está relacionada à fase de 
execução da obra, resultante do emprego de mão-de-obra 
despreparada, produtos não certificados e ausência de 
metodologia para assentamento das peças. 
 Adquiridas – Ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, 
sendo resultado da exposição ao meio em que se inserem, 
podendo ser naturais, decorrentes da agressividade do 
meio, ou decorrentes da ação humana. 
 Acidentais – Caracterizadas pela ocorrência de algum 
fenômeno atípico, resultado de uma solicitação incomum. 
Segundo SOUZA e CORDEIRO (1998), as patologias podem ser divididas em: 
 Patologias geradas na etapa de concepção da estrutura 
(projeto); 
15 
 
 Patologias geradas na etapa de execução da estrutura 
(construção); 
 Patologias geradas na etapa de utilização da estrutura 
(manutenção). 
2.2 Água 
A água é um elemento químico simples e abundante na Terra, de grande 
importância para a origem e manutenção da vida e pode ser encontrada 
principalmente em oceanos e geleiras polares e, também, em rios, aquíferos e na 
forma de água da chuva (SILVA et al, 2007). 
A água é um dos maiores causadores de patologias, de forma direta ou 
indireta, quer se encontre no estado sólido, no líquido ou mesmo enquanto vapor de 
água. Pode ser vista como um agente de degradação ou como meio para a 
instalação de outros agentes (QUERUZ, 2007, apud SOARES, 2014). 
 
Segundo a norma de desempenho, NBR 15575: 2013, a água é o principal 
agente de degradação de um amplo grupo de materiais de construção, estando 
presente no solo, na atmosfera, nos sistemas e procedimentos de higiene da 
habitação, e, portanto, em permanente contato com alguns dos seus elementos. 
2.3 Propriedades fundamentais dos líquidos 
2.3.1 Capilaridade 
 
Capilaridade ou ascensão capilar é um fenômeno de ascensão de fluidos 
através de tubos capilares, devido às forças de absorção e coesão. Os vazios de 
solo são pequenos e podem ser associados a tubos capilares (ALMEIDA, 2011). Já 
para CAVALCANTE (2006), capilaridade é a ascensão da água acima do nível 
freático do terreno, através dos espaços intersticiaisdo solo, em um movimento 
contrário à gravidade. 
O termo capilaridade é bastante observado em livros e monografias 
referentes às mecânicas do solo, mas esse termo também pode ser usado quando 
16 
 
se refere às patologias de construção civil. Principalmente quando se refere às 
patologias de umidades ascendentes, que será abordada adiante. 
Segundo POZZOBON (2007), a capilaridade ocorre através dos poros dos 
materiais, pela ação da tensão superficial, onde a situação mais característica é a 
presença de umidade do solo que se eleva no material, em geral 70 a 80 cm. 
Pode-se observar, na figura 01, a ação do fenômeno da capilaridade na 
alvenaria através dos tubos capilares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Infiltração de água por capilaridade 
Fonte: Manual Técnico- Impermeabilização de estruturas - 6ª Edição, VEDACIT, 2010. 
 
A capilaridade também pode agir em outro sentido, que não o vertical, mas 
sempre se caracteriza pela passagem da água através de poros. No entanto, a 
direção do fluxo influi muito. No caso de capilaridade de cima para baixo a gravidade 
aumenta a força de penetração; e de baixo para cima, a diminui (VERÇOZA, 1987). 
2.3.2 Percolação 
 
De acordo com POZZOBON (2007), percolação ocorre quando a água 
escoa por gravidade, livre da ação de pressão hidrostática, situação muito comum 
em lâminas de água sobre terraços e coberturas. 
Chamam-se percolação à passagem da água através de um corpo por 
transmissão de grão a grão. É como um fenômeno de osmose. No caso das 
alvenarias, a água encharca um grão, que por sua vez vai encharcar o grão 
17 
 
seguinte, até atravessar toda a parede (VERÇOZA, 1987). A figura 02 ilustra esse 
processo de contaminação dos grãos por percolação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Contaminação dos grãos por percolação 
Fonte: Manual Técnico- Impermeabilização de estruturas - 6ª Edição, VEDACIT, 2010. 
2.3.3 Pressão Hidrostática 
 
Hidrostática é a ciência que estuda os líquidos em equilíbrio estático, ou 
seja, estuda a pressão de um líquido em repouso. 
2.4 Umidade 
 
De acordo com KLEIN apud SOUZA (2008), umidade é a qualidade ou 
estado úmido ou ligeiramente molhado. 
A umidade é considerada pelos profissionais como uma das manifestações 
mais comuns, visto que está diretamente ligada à penetração de água nas 
edificações. Apesar de ser encarada como uma manifestação construtiva comum, 
ela não pode nem deve ser banalizada em uma edificação, uma vez que a umidade 
pode ser a causadora de grandes prejuízos aos moradores, bem como de graves 
consequências à estrutura de sustentação de uma obra (BELÉM, 2011). 
 
18 
 
As patologias mais comuns que ocorrem na construção civil são devido à 
penetração da água e de manchas de umidades. Esses defeitos podem gerar 
problemas graves, como: 
 Prejuízos de caráter funcional da edificação; 
 Desconforto dos usuários e, em casos extremos, os mesmos 
podem afetar a saúde dos moradores; 
 Danos em equipamentos e bens presentes nos interiores 
das edificações; 
 Diversos prejuízos financeiros. 
Conforme PEREZ (1988), a umidade nas construções representa um dos 
problemas mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil. RIPPER 
(1996) comenta que a umidade é o maior inimigo das construções e da saúde de 
seus ocupantes. 
2.5 Infiltrações 
 
De acordo com o Dicionário de Aurélio B. de Holanda Ferreira , infiltração 
significa: a penetração de um fluido em um sólido através de poros ou interstícios, 
ou seja, essa penetração pode ocorrer através da percolação ou capilaridade, 
termos já explicados anteriormente. 
A infiltração é o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais 
do solo, se move para baixo através dos vazios pela ação da gravidade, até atingir 
uma camada impermeável, formando um lençol d’água (SOUZA et al, 2011). 
A infiltração pode ser caracterizada como a passagem da água do meio 
exterior para o interior ou em sentido contrário, nos seus estados líquido e gasoso, 
que penetra nas paredes por capilaridades, através de fissuras ou poros existentes 
no material (CASTILHO et al, 2009). 
Das patologias mais comuns em edifícios, destaca-se a infiltração. Esta 
ocasiona uma variedade de problemas que afetam, sobretudo, a estrutura física da 
obra, além de ocasionar outros problemas, por exemplo, na saúde dos moradores, 
uma vez que o ambiente úmido abriga microrganismos (fungos), que são 
responsáveis pelo surgimento de doenças (CASTILHO et al, 2009). 
19 
 
Os tipos de infiltrações são, de acordo com SOUZA et al (2011). 
 Capilar; 
 De fluxo superficial; 
 Higroscópica; 
 Por condensação capilar. 
 
De acordo com STORTE (2008) apud SCHONARDIE (2009), o Conselho 
Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), concluiu em uma 
pesquisa realizada em 1997, que a maior incidência de infiltrações se dá nas áreas 
molhadas: banheiro, cozinha, área de serviço, varanda, jardineira. 
2.6 PATOLOGIAS PROVENIENTES DE UMIDADES E INFILTRAÇÕES NAS 
EDIFICAÇÕES 
 
Neste tópico, serão abordadas algumas patologias causadas por umidades e 
infiltrações nas edificações. 
2.6.1 Infiltrações no telhado 
A umidade originada por infiltrações nos telhados das edificações tem como 
fonte geradora a água da chuva. Isto se deve ao fato de as coberturas de telhas 
apresentarem muitos vazamentos no sistema de escoamento dessas águas pluviais 
(calhas e tubos de queda) ou no próprio telhado (VERÇOSA, 1991 apud SOUZA, 
2008). Estes vazamentos, dentre os demais que serão citados nas próximas 
páginas, são os mais fáceis de localizar e de efetuar a correção. 
2.6.1.1 Vazamentos e Goteiras nos telhados 
 
As goteiras são provenientes de água advinda de chuvas e/ou a ocorrência 
de vazamentos ou infiltrações em marquises, terraços e floreiras. Essas situações 
são bem comuns em edificações e contribuem para o aparecimento de outras 
patologias (BELÉM, 2011). 
 
Um defeito comum que acontece é o caimento inadequado: as telhas 
possuem ângulos limites, fora dos quais os vazamentos são improváveis. Diversos 
20 
 
fatores influenciam estes ângulos, tais como: sistema de fixação das peças, sistema 
de encaixes longitudinais e laterais, impermeabilidade das telhas, etc (SOUZA, 
2008). 
 A figura 3 mostra uma viga com manchas verdes causadas por vazamentos 
que podem, possivelmente, ser por falta de vedação ou falhas na colocação do 
parafuso de fixação dos telhados de fibrocimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Vazamento em telhado de fibrocimento 
Fonte: Autores 
2.6.1.2 Vazamentos na rede pluvial 
 
Em se tratando de redes pluviais, as manchas de umidade só aparecem nos 
dias de chuva ou logo após, levando a deduzir que se trata de defeito de 
impermeabilização (SOUZA, 2008). 
Segundo VERÇOZA (1991) e SOUZA (2008), são bastante comuns os 
vazamentos em calhas, condutores, algerozes e outros aparelhos que são utilizados 
com a finalidade de se coletar a água de chuvas. Estes vazamentos são 
manifestados através de manchas nos forros ou paredões que lhe ficam abaixo, 
assim como por goteiras. 
2.6.2 Vazamentos em lajes de coberturas e terraços 
 
O grande problema que contribui para vazamentos em lajes de cobertura e 
terraços é o defeito na impermeabilização (SOUZA, 2008). 
21 
 
Segundo Perdigão (2007), citado por Rigui (2009), os tipos de coberturas 
existentes são: 
 Coberturas não acessíveis: são as que não serão usadas 
para qualquer tipo de circulação, à exceção de eventuais 
trabalhos de manutenção; 
 Coberturas acessíveis, em que é permitida a livre circulação 
de pessoas ou veículos sobre a cobertura, o que implica 
uma proteção mecânica da camada de impermeabilização; 
 Coberturas ajardinadas, onde se colocam jardins com todo o 
tipo de vegetação. Apresentam características especiais, 
desde a necessidade de regar, que aumenta a quantidade 
de água existente, até a erosão causada pelaspróprias 
raízes da vegetação. 
 
Numa edificação, uma das principais preocupações é pela eficaz 
estanqueidade da cobertura que, de todos os elementos do edifício, é o que se 
encontra mais exposto às intempéries. É necessário impermeabilizar todas as 
regiões que entrarão em contato com a água. Caso contrário, poderá haver 
vazamentos (RIGUI, 2009). 
 
Figura 4 – Vazamento em laje plana 
Fonte:?http://www.sefir.com.br/2014/11/15/como-resolver-o-problema-das-goteiras-na-laje 
Observa-se, na figura 4, a infiltração em uma laje plana causada por águas 
empoçadas, que poderiam ter sido evitadas se houvesse um caimento adequado, a 
presença de ralos para o escoamento dessas águas, além da impermeabilização 
22 
 
total da laje. Essas falhas podem gerar patologias, afetando o lado interno da laje, 
como mostra a figura 5. 
 
Figura 5 – Laje plana com infiltrações 
Fonte: Autores 
2.6.3 Vazamentos em tubulações 
 
Também denominada de acidental, essa umidade é oriunda de vazamentos 
de tubulações do sistema de distribuição e/ou do sistema de coleta de águas da 
construção. Essa umidade frequentemente apresenta-se em paredes, telhados, 
pisos e terraços (BELÉM, 2011). 
 
Problema que ocorre geralmente em tubulações com muito tempo de uso e 
sem inspeção e manutenções frequentes, podendo assim, a qualquer momento, 
apresentar rachaduras no tubo ressecado ou nas peças do encanamento (SANTOS, 
2009). 
A existência de umidade com esse tipo de origem tem uma importância 
especial, quando se trata de edificações que já possuam um longo tempo de 
existência, pois pode haver presença de materiais com tempo de vida já excedido, 
que não costumam ser contempladas em planos de manutenção predial (RIGHI, 
2009). 
23 
 
2.6.4 Manchas 
 
As manchas podem ser definidas como o resultado da saturação de água 
em materiais construtivos sujeitos à umidade. Esse processo, além de provocar o 
surgimento das manchas características, acarreta enquanto consequência a 
deterioração da edificação (BELÉM,2011). 
 
As manchas causadas por umidades geralmente ocorrem no exterior da 
construção, pelo efeito da chuva ou vazamentos (calhas, beirais, reservatórios, etc.), 
com ajuda dos componentes do ar, que podem ser organismos vivos ou partículas 
poluidoras (SANTOS, 2009). Para ilustrar esse caso, pode-se observar as manchas 
causadas pela chuva e a falta de elementos construtivos na figura 6. 
 
 
Figura 6 – Manchas causadas por chuva em fachada 
Fonte: Autores 
 
A figura 7 mostra manchas marrons em parede ainda úmida em uma 
residência, esta patologia ocorreu por um vazamento em uma laje na residência 
vizinha e, aos poucos, por percolação, a parede ficou totalmente encharcada. 
24 
 
 
Figura 7 – Manchas causadas por umidade em parede interna 
Fonte: Autores 
2.6.5 Bolor 
O termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas 
populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se, 
inclusive, as argamassas inorgânicas (SHIRAKAWA, 1995). 
 GRANATO (2002) afirma que o bolor está associado à existência de alto 
teor de umidade no componente atacado e no meio ambiente, podendo interferir na 
salubridade e habitabilidade da edificação. Também pode ocorrer o emboloramento 
em paredes com umidade provocada por vazamentos ou infiltrações. 
O emboloramento nada mais é do que uma alteração que pode ser 
constatada macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo 
consequência do desenvolvimento de micro-organismos pertencentes ao grupo dos 
fungos. Assim, como todos os organismos vivos, estes possuem seus 
desenvolvimentos afetados com as condições ambientais, sendo a umidade um fator 
essencial (SOUZA, 2008). 
2.6.6 Umidades provindas da própria construção 
 
De acordo com MAGALHÃES (2002), a umidade de obra, ou de construção, 
tem origem na água empregada para a execução e aplicação do revestimento e que 
começa a causar danos a partir do momento em que não lhe é permitido uma 
25 
 
perfeita evaporação através da superfície do material, a fim de que seja alcançado 
seu equilíbrio higrotérmico com o ambiente. 
SANTOS (2009) comenta que nas obras, muitas vezes, materiais são 
deixados sem proteção no canteiro, absorvendo umidade indesejada, além de, na 
própria fase de uso na obra, sofrem um umedecimento proposital como técnica para, 
por exemplo, assentamento dos tijolos nas vedações e edição de água na confecção 
de argamassas e concretos para tornar melhor sua trabalhabilidade. 
2.6.7 Umidades provenientes das chuvas 
 
A umidade decorrente de intempéries é considerada por muitos autores 
como a de ocorrência mais comum dentre as demais. Tal concepção deve-se ao fato 
de esse tipo de umidade ser oriundo do agente mais comum: a chuva (BELÉM, 
2011). 
VERÇOZA (1987) comenta que a maior parte das infiltrações de águas de 
chuva em paredes é causada pelo uso de argamassa muito porosa no 
assentamento dos tijolos e no revestimento. 
As águas de chuva penetram nos prédios e outras construções por pressão 
hidrostática e percolação. É comum, por exemplo, que a água penetre por goteiras 
em telhados e calhas, por má vedação das esquadrias, etc (VERÇOZA, 1987). 
2.6.8 Umidades ascendentes 
 
A umidade ascendente pode ser definida como o fluxo vertical de água que 
consegue ascender do solo – através do fenómeno da capilaridade – para uma 
estrutura permeável (CABAÇA, 2002). Sendo por inexistência de uma 
impermeabilização na fundação da edificação ou até mesmo por falhas, podendo 
gerar patologias na construção. 
Segundo SOARES (2014), a umidade ascensional ocorre devido ao fluxo 
ascendente da água, através do fenômeno da capilaridade, onde o fluxo ocorre por 
pequenos canais na microestrutura dos materiais, canais esses inversamente 
26 
 
proporcionais ao diâmetro dos vasos capilares, sendo esses relacionados aos vazios 
presentes. 
Os vasos capilares pequenos permitem a água subir até o momento em que 
entra em equilíbrio com a força da gravidade. A altura que a água ascende pelo vaso 
capilar depende principalmente do seu diâmetro: quanto menor, maior a altura 
(FEILDEN, 2003 apud RIGHI, 2009). 
De acordo com CABAÇA (2002), a ascensão de água nas paredes, que 
pode ocorrer até alturas significativas, é função de: 
 Condições de evaporação de água que para aí tenha 
migrado; 
 Porosidade do material; 
 Permeabilidade do material; 
 Quantidade de água que se encontra em contato com a 
parede. 
A figura 8 ilustra os mecanismos de umidade ascendentes, onde os vasos 
capilares presentes no material poroso, que no caso é o tijolo, estando em contato 
com o solo úmido, estão facilitando a ascensão da água para a parede que, 
geralmente, agem de forma vertical. Dependendo do diâmetro dos vasos capilares, a 
umidade pode chegar a alturas variáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 - Mecanismos de umidade ascendente 
Fonte: Casa D´água apud SOARES, 2014 
27 
 
A umidade em excesso pode surgir nas alvenarias e revestimentos em 
consequência da ascensão de água por capilaridade, através da estrutura porosa do 
material, devido à existência de zonas de paredes em contato com a água do solo, à 
existência de materiais de elevada capilaridade nas paredes ou à inexistência, ou 
deficiente posicionamento, de barreiras estanques nas paredes (MAGALHÃES, 
2002). 
A figura 9 representa o aparecimento de patologias, devido à falta de um 
tratamento de impermeabilização na fundação, estando em contato com o solo 
úmido. 
 
Figura 9 – Umidade do solo subindo por capilaridade na parede 
Fonte: http://mcimpermeabilizacoesc.blogspot.com.br/2013_05_01_archive.html 
 
Se uma parede porosa (tijolos, argamassa de cal) entrar em contato com 
esse terreno, a capilaridade também se faz sentir na parede, que umedece. Por esta 
razão, nunca se deve encostar terra diretamente nos tijolos ou rebocos. Até mesmo 
o concreto absorveumidade (VERÇOZA, 1987). 
Segundo CABAÇA (2002), para que possam ocorrer manifestações de 
umidade proveniente do terreno, sejam de origem capilar ou freática, é necessário 
que as paredes se encontrem em contato com a água do solo, o que pode acontecer 
nas seguintes situações: 
http://mcimpermeabilizacoesc.blogspot.com.br/2013_05_01_archive.html
28 
 
 Fundações das paredes situadas abaixo do nível freático; 
 
 Fundações das paredes situadas acima do nível freático em 
zonas cujo terreno possua elevada capilaridade, provocando 
a ascensão da água existente a uma cota inferior; 
 Paredes implantadas em terrenos pouco permeáveis ou com 
pendentes viradas para as paredes, dando origem a que as 
águas da chuva, ou provenientes de outras fontes, possam 
deslizar sobre o terreno e entrar em contato com aqueles 
elementos. 
2.6.9 Eflorescência 
 
O termo eflorescência tem como significado a formação de depósito salino 
na superfície de alvenarias, isto sendo resultante da exposição de intempéries 
(UEMOTO, 1985 apud SOUZA, 2008). 
Os fenômenos naturais que mais provocam o aparecimento das 
eflorescências são as chuvas, que, quando mais se lançam de encontro ao 
elemento, mais provocam reações com os sais. A elevada temperatura no ambiente 
também ajuda a provocar reações, promovendo a aceleração de evaporação, e 
assim, uma grande umidade em contato com os elementos salinizados (SANTOS 
2009). 
A origem dos sais se dá a partir de três aspectos: SILVA (2011) 
 Dissolução ou intemperização (hidrólise hidratação, 
solução, oxidação e carbonatação); 
 Minerais primários existentes nas rochas e no solo 
(substrato), tornando-os mais solúveis; 
 Concentração dos sais pela ação do clima e através do 
fenômeno do endorreismo que não facilita a drenagem. 
 
Para MAGALHÃES (2002), este tipo de patologia caracteriza-se pela 
formação de uma substância de aparência cristalina ou filamentosa, geralmente de 
cor esbranquiçada, e que aflora à superfície alterando o aspecto visual do 
29 
 
revestimento. Por vezes, as formas geométricas dos cristais lembram flores, daí a 
utilização da palavra “florescência” para designar qualquer tipo de cristalização de 
sais. 
Este fenômeno pode ocorrer em qualquer elemento da edificação. Ela pode 
trazer modificações apenas estéticas ou ser agressiva. No primeiro comportamento, 
ela altera a aparência do elemento onde está depositada e, no segundo, devido aos 
sais constituintes, pode até causar degradação profunda (SOUZA, 2008). 
 
VERÇOZA (1987) comenta que os sais que causam as eflorescências 
também podem estar contidos na atmosfera. Então, na realidade, não é uma 
eflorescência, mas uma deposição. É o caso comum nas zonas industriais, 
carregadas de sias de enxofre, altamente reativo. Os sais também podem estar no 
solo e ser carregados às paredes por capilaridades. 
 
Em geral, este tipo de patologia modifica a estética e afeta o aspecto 
superficial da parede, mas ainda sim as eflorescências não são consideradas como 
um verdadeiro problema enquanto são soluções ou cristais que atravessam uma 
camada de pintura porosa, e se apresentam só como um fenômeno superficial, não 
prejudicando a durabilidade do material (MAGALHÃES, 2002). 
Pode-se observar, na figura 10, a presença de eflorescência no rejunte entre 
as peças cerâmicas que estão revestindo a fachada de uma residência, causando 
danos estéticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Fachada com presença de Eflorescência 
Fonte: Autores 
30 
 
 
As eflorescências aparecem quando a água atravessa uma parede que 
contenha sais solúveis. Estes sais podem estar nos tijolos, no cimento, na areia, no 
concreto, na argamassa, etc. Dissolvendo-se na água eles são trazidos por ela para 
a superfície, onde a água evapora e os sais se depositam, sólidos ou em forma de 
pó. Eliminando-se a penetração da água, elimina-se a eflorescência (VERÇOZA, 
1987). 
2.6.10 Criptoflorescência 
 
Criptoflorescência também são formações salinas, de mesma causa e 
mecanismo que as eflorescências, mas agora os sais formam grandes cristais que 
se fixam no interior da própria parede ou estrutura. Ao crescerem, eles podem 
pressionar a massa, formando rachaduras e até a quebra da parede. O maior 
causador da criptoflorescência é o sulfato (VERÇOZA, 1987). 
 
Para Magalhães (2002) os danos consideráveis são causados quando os 
cristais são formados nos poros e nos vasos capilares dos materiais, ou seja, 
quando são formadas as criptoflorescências. Estas sim, têm certo poder destruidor e 
podem afetar, em alguns casos, a vida útil do material, já que a cristalização se dá, 
em geral, com dilatação, implicando um impulso sobre a camada de material que 
cobre a cavidade, que tende, assim, a desagregar-se. 
 
Os sulfatos, ao receberem água, aumentam muito de volume. Mesmo que a 
pressão seja pequena, as criptoflorescências fazem desagregar os materiais, 
principalmente a camada superficial (VERÇOZA, 1987). A figura 11 ilustra uma 
parede com a presença de Criptoflorescência. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Presença de Criptoflorescência em parede 
Fonte: http://www.engenhariacivil.com/dicionario/criptoflorescencia 
 
Possuindo a mesma causa e mecanismo das eflorescências, as 
criptoflorescências são patologias formadas também a partir de sais solúveis (BELÉM, 
2011). A tabela 1 mostra a composição química dos sais que provocam 
criptoflorescência e eflorescência e a provável fonte onde serão encontrados e a 
solubilidade em água, já que, é um dos fatores para a formação do fenômeno. 
 
Tabela 1 - Sais comuns em criptoflorescência e eflorescência 
Composição química 
Solubilidade em 
água 
Fonte provável 
Carbonato de cálcio Pouco solúvel 
Carbonatação do hidróxido de 
cálcio do cimento; 
Cal não carbonatada. 
Carbonato de 
magnésio 
Pouco solúvel 
Carbonatação do hidróxido de 
cálcio do cimento; 
Cal não carbonatada. 
Carbonato de potássio Muito solúvel 
Carbonatação de hidróxidos 
alcalinos de cimentos de 
elevado teor de álcalis. 
Carbonato de Sódio Muito solúvel 
Carbonatação de hidróxidos 
alcalinos de cimentos de 
elevado teor de álcalis. 
32 
 
Hidróxido de cálcio Solúvel 
Cal liberada na hidratação do 
cimento. 
Sulfato de cálcio 
desidratado 
Parcialmente 
solúvel 
Cal liberada na hidratação do 
cimento. 
Sulfato de magnésio Solúvel Tijolo e água de amassamento. 
Sulfato de cálcio 
Parcialmente 
solúvel 
Tijolo e água de amassamento. 
Sulfato de potássio Muito solúvel 
Tijolo, água de amassamento e 
cimento 
Sulfato de sódio Muito solúvel 
Tijolo, água de amassamento e 
cimento. 
Cloreto de cálcio Muito solúvel Água de amassamento. 
Cloreto de magnésio Muito solúvel Água de amassamento. 
Nitrato de magnésio Muito solúvel Solo adubado ou contaminado. 
Nitrato de sódio Muito solúvel Solo adubado ou contaminado. 
Nitrato de amônio Muito solúvel Solo adubado ou contaminado. 
Fonte: Bauer (2004) 
2.6.11 Deterioração de pinturas e revestimentos 
 
A água vem sendo identificada como o agente de deterioração que mais afeta 
os materiais de alvenaria. A sua presença no interior do poro da estrutura do 
revestimento, ou da parede, pode resultar em destruição, se o material estiver 
submetido a ciclos de molhagem/secagem ou gelo/degelo (MAGALHÃES, 2002). 
 
SANTOS (2014) comenta que o simples aparecimento de água não é 
informação suficiente para a determinação da origem, porque a água flui por gravidade 
e, dependendo em alguns materiais, ela percola. 
 
Na tabela 2, as causas da ocorrência de deteriorações estão divididas em três 
fases: a fase de projeto, a de execução e a de utilização. 
 
 
 
33 
 
Tabela 2 – Causas da ocorrência de deteriorações 
Fase de 
projeto 
Detalhamento deficiente dos elementos construtivos 
Seleção inadequada dos materiais ou técnicas construtivas 
Fase de 
execução 
Não conformidade entre o que foi projetado e o que foi 
executadoAlterações inadequadas das especificações de projeto 
Má qualidade dos materiais empregados 
Técnicas inadequadas de produção e controle das 
argamassas 
Mão de obra deficiente 
Fase de 
utilização 
Alterações indevidas 
Má Utilização 
Ausência ou insuficiência de manutenção 
Fonte: adaptada de SOUZA et al 2004 
 
Tem-se verificado que as deteriorações mais frequentes, no revestimento 
externo das edificações, referem-se a manchas de umidade, a sujeira, a fissuras e 
ao destacamento dos revestimentos do substrato (SOUZA et al, 2004). 
A tabela 3 mostra o processo de deterioração devido às causas naturais. 
Tabela 3 – Deterioração por causas naturais 
Causas 
próprias 
Devido à porosidade do concreto 
Causas 
químicas 
Reações internas do concreto 
Expansão de constituintes do cimento 
Ação de cloretos 
Ataque de ácidos e sais 
Presença de anidrido carbônico 
Presença de água 
Elevação da temperatura interna do concreto 
Causas 
físicas 
Variação de temperatura 
Insolação 
Vento 
Água 
Causas 
biológicas 
Ataque de bactérias 
Fonte: SOUZA; RIPPER, 1998 apud SILVA, 2008 
 
34 
 
2.6.12 Saponificação 
 
Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na superfície pintada, 
frequentemente provocando o descascamento ou degradação das pinturas, 
notadamente nas tintas do tipo PVA, de menor resistência. A saponificação também 
ocorre devido à alta alcalinidade do substrato, que pode ter se manifestado pela 
eflorescência dos sais altamente alcalinos (GRANATO, 2002). A figura 12 ilustra 
uma parede com a presença de saponificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 - Saponificação em parede 
Fonte: http://www.healtintas.com.br/saponificacao.html 
2.7 Impermeabilização 
 
Segundo a NBR 9575/2010, impermeabilização é um conjunto de operações 
e técnicas construtivas (serviços), composto por uma ou mais camadas, que tem por 
finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos, de vapores e 
da umidade. 
 
O custo da implantação da impermeabilização, em uma edificação, 
representa em torno de 1 a 3% do custo total da obra, como mostra o gráfico 1. 
 
http://www.healtintas.com.br/saponificacao.html
35 
 
 
Gráfico 1 - Porcentagens de custos em uma obra 
Fonte: Adaptada de: http://oazulejista.blogspot.com.br/2015_02_01_archive.html 
2.7.1 Tipos de Impermeabilização 
 
Segundo a NBR 9575 (2010), os tipos de impermeabilização são classificados 
segundo o material constituinte principal da camada impermeável. 
2.7.1.1 Cimentícios 
 
a) argamassa com aditivo impermeabilizante; 
b) argamassa modificada com polímero; 
c) argamassa polimérica; 
d) cimento modificado com polímero. 
2.7.1.2 Asfálticos 
 
a) membrana de asfalto modificado sem adição de polímero; 
b) membrana de asfalto elastomérico; 
c) membrana de emulsão asfáltica; 
d) membrana de asfalto elastomérico, em solução; 
e) manta asfáltica. 
 
12% 
26% 
17% 
10% 
22% 
3% 10% 
Fundação
Estrutura
Alvenaria
Elevador
Revestimento
Impermeabilização
Pintura e limpeza final
http://oazulejista.blogspot.com.br/2015_02_01_archive.html
36 
 
2.7.1.3 Poliméricos 
 
a) membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado; 
b) membrana elastomérica de poliisobutileno isopreno (I.l.R), em solução; 
c) membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno (S.B.S.); 
d) membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno-ruber (S.B.R.); 
e) membrana de poliuretano; 
f) membrana de poliuréia; 
g) membrana de poliuretano modificado com asfalto; 
h) membrana de polímero acrílico com ou sem cimento; 
i) membrana acrílica para impermeabilização; 
j) membrana epoxídica; 
k) manta de acetato de etilvinila (E.V.A.); 
I) manta de policloreto de vinila (P.V.G.); 
m) manta de polietileno de alta densidade (P.E.A.D.); 
n) manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.); 
o) manta elastomérica de poliisobutileno isopreno (I.l.R). 
3 PROBLEMAS DE SAÚDE CAUSADOS A POPULAÇÃO POR UMIDADES E 
INFILTRAÇÕES 
 
Uma das causas para o aparecimento de problemas de saúde é a presença 
de umidade e mofo ou bolor em ambientes internos, que os deixa insalubres para a 
permanência de pessoas nesses locais. 
A qualidade do ambiente interior tem papel fundamental com fatores 
associados ao aparecimento de novos casos de problemas respiratórios. Recentes 
estudos internacionais evidenciam que a umidade das residências, causada por 
infiltração ou permanência de água, oriunda de inundação, é fator de risco para o 
surgimento de novos casos de asma e rinite (BORNEHAG et al., 2001 apud 
PENDLOSKI , 2014). 
A má qualidade do ar no interior das edificações contribui para o 
aparecimento de inúmeras doenças respiratórias. Indicadores de má qualidade do ar 
como ácaros, mofo, bactérias, manchas de umidade, falta de renovação de ar, 
37 
 
restos de insetos e pelos de animais estão associados a crises de asma e de rinite 
(GRAUDENZ et al., 2002 , apud PENDLOSKI , 2014). 
4 ESTUDO DE CASO 
4.1 Metodologia 
 
A metodologia para a realização do estudo de caso será a partir da Inspeção 
Predial e revisão bibliográfica, utilizando as Normas: Norma de Inspeção Predial 
Nacional IBAPE/ NACIONAL-2012 e a NORMA DE INSPEÇÃO PREDIAL IBAPE/SP 
– 2011. 
 
Para a realização desse estudo serão obedecidos os seguintes passos: 
 Determinação do nível e tipo de inspeção; 
 Obtenção de informações dos usuários responsáveis, 
proprietários, através de questionários, principalmente 
quando for caso de reformas e modificações. 
 Inspeção dos ambientes da edificação; 
 Classificação e análise das anomalias quanto ao grau de 
risco; 
 Sugestão terapêutica. 
 
A Inspeção Predial deve ser entendida como uma vistoria para avaliar os 
estados de conformidade de uma edificação, mediante aspectos de desempenho, 
vida útil, segurança, estado de conservação, manutenção, desempenho, exposição 
ambiental, utilização, operação, observando sempre as expectativas dos usuários 
(NEVES; BRANCO, 2009). 
 
Segundo GOMIDE et al (2006), Inspeção é a avaliação das condições 
técnicas, de uso e de manutenção da edificação, visando orientar a manutenção e a 
qualidade predial total. 
Ainda de acordo com GOMIDE et al (2006), para desempenhar essa função, 
é indispensável ser graduado em engenharia civil ou arquitetura e ter conhecimentos 
38 
 
em patologias de edificações, ensaios tecnológicos, qualidade total, perícias de 
engenharia e engenharia de manutenção e, também, conhecer fotografia, pois fotos 
são necessárias para o laudo. 
 
No item 7.1 da Norma de Inspeção Predial IBAPE/SP – 2011, a inspeção 
predial pode ser classificada de acordo com o nível pretendido do inspetor e da 
finalidade. 
 7.1.1 - NÍVEL 1 : Identificação das anomalias e falhas 
aparentes, elaborada por profissional habilitado. 
 7.1.2 - NÍVEL 2: Vistoria para a identificação de anomalias e 
falhas aparentes eventualmente identificadas com o auxílio 
de equipamentos e/ou aparelhos, bem como análises de 
documentos técnicos específicos, consoante à complexidade 
dos sistemas construtivos existentes. A Inspeção Predial 
nesse nível é elaborada por profissionais habilitados em uma 
ou mais especialidades. 
 7.1.3 - NÍVEL 3: Equivalente aos parâmetros definidos para 
a inspeção de NÍVEL 2, acrescida de auditoria técnica 
conjunta ou isolada de aspectos técnicos, de uso ou de 
manutenção predial empregada no empreendimento, além 
de orientações para a melhoria e ajuste dos procedimentos 
existentes no plano de manutenção. 
 
Classificação das anomalias e falhas, segundo a Norma de Inspeção Predial 
IBAPE/SP – 2011. 
 Endógena - Originária da própria edificação (projeto, 
materiais e execução); 
 Exógena - Originária de fatores externos a edificação, 
provocados por terceiros; 
 Natural - Originária de fenômenos da natureza (previsíveis, 
imprevisíveis); 
 Funcional - Originária do uso. 
 
39 
 
De acordo com a Norma de InspeçãoPredial IBAPE/SP – 2011, o grau de risco das 
anomalias e falhas constatadas na Inspeção Predial é classificado em: 
 
 CRÍTICO- Pode provocar danos contra a saúde e a 
segurança das pessoas e/ou meio ambiente; perda 
excessiva de desempenho causando possíveis paralisações, 
aumento de custo, comprometimento sensível de vida útil e 
desvalorização acentuada; 
 REGULAR- Pode provocar a perda de funcionalidade, sem 
prejuízo à operação direta de sistemas, perda pontual de 
desempenho (possibilidade de recuperação), deterioração 
precoce e pequena desvalorização; 
 MÍNIMO- Pode causar pequenos prejuízos à estética ou 
atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a 
probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e regulares, 
além de baixo ou nenhum comprometimento do valor 
imobiliário. 
4.2 Descrição da estrutura 
 
O imóvel em estudo trata-se de uma residência unifamiliar, que possui 
aproximadamente 120m² de área construída e idade aproximada de 50 anos, 
situada no bairro do Farol na cidade de Maceió – AL, passando apenas por uma 
reforma na década de 80. A partir daí, foram feitos alguns serviços de manutenção 
como: pinturas, instalações elétricas e hidráulicas. 
A edificação possui um sistema construtivo convencional de alvenaria de 
tijolos cerâmicos e laje apenas na área do subsolo. Consiste em um único 
pavimento, sendo os ambientes: Varanda, sala de estar, sala de jantar, quarto1, 
quarto2, banheiro, cozinha, área de serviço e subsolo. 
Abaixo, na figura 13, está a localização da residência na quadra e os níveis 
aproximados de terreno. 
40 
 
 
Figura 13 - Localização do imóvel na quadra. 
Fonte: Autores 
4.3 Apresentações dos procedimentos 
4.3.1 Inspeção preliminar 
 
A inspeção do imóvel foi realizada no dia 03/09/2015, foi realizado um 
questionário para a obtenção de informações com o responsável pela edificação e 
um levantamento arquitetônico no imóvel para servir como um mapa para este 
trabalho, facilitando a localização das patologias nos ambientes. 
 A Inspeção visual foi realizada com o acompanhamento do proprietário do 
imóvel, que apontou os locais que apresentavam as patologias provenientes de 
umidades e infiltrações. Em seguida, nos ambientes, foram verificadas as patologias, 
feitas anotações em um Check - List criado para essa vistoria, e fotografado. 
 
 O nível de inspeção foi NÍVEL 1 classificado na Norma de Inspeção Predial 
IBAPE/SP – 2011, onde é feita a identificação das anomalias e falhas aparentes, 
elaborada por profissional habilitado. 
4.3.2. Inspeção detalhada 
As manifestações patológicas provenientes de umidades e infiltrações 
analisadas na vistoria feita na edificação, suas possíveis causas, os tipos de 
41 
 
anomalias e sugestões terapêuticas encontram-se demonstradas na sequência de 
fotos adiante explicadas. 
A figura 14 indica os locais onde foram encontradas manifestações 
patológicas na edificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Planta baixa 
Fonte: Autores 
42 
 
As patologias provenientes de umidades e infiltrações encontradas na 
edificação foram separadas de acordo com: suas possíveis causas, tipo de anomalia 
de falhas além do grau de risco. 
 
As imagens da figura 15 representam as patologias: bolor e manchas 
encontradas na fachada e na área de serviço. Suas causas prováveis são Ausência 
de calhas e do uso de pingadeiras nos muros, além de águas de chuvas. O tipo de 
anomalia pode ser considerado natural, com grau de risco mínimo. 
 
Figura 15 - Manchas e bolor 
Fonte: Autores 
Sugestão terapêutica: 
 Terapias para vazamentos na rede pluvial 
Para as patologias causadas por vazamentos na rede pluvial a solução é colocar 
adequadamente os acessórios fazer substituição de tubulações e uniões 
danificadas e fixar a tubulação adequadamente. 
43 
 
 Terapias para manchas 
A principal medida para acabar com as manchas é conseguir extinguir as 
umidades ou vazamentos no local. Feito isso, é necessário a recuperação do local, 
geralmente paredes, iniciando pela remoção do reboco e a aplicação de um novo, 
com a adição de hidrofugantes, que são responsáveis por impedir a penetração da 
água, caso haja um novo vazamento e aplicação de uma nova pintura, já que as 
manchas esteticamente não são bonitas. 
No caso de manchas causadas por chuvas em paredes externas, é 
necessária a criação de pingadeira, elemento construtivo usado para que a água 
não escorra na parede, evitando manchas. Podendo ser usado em platibandas, 
muretas, janelas, parapeitos, etc.. A figura 16 faz a ilustração de duas paredes: uma 
sem o uso da pingadeira e a outra com a pingadeira. Na primeira ilustração, com a 
ação do vento e da chuva, a água escorre pela parede, provocando manchas; já na 
ilustração que está com a pingadeira, a água da chuva escorre fora da fachada, 
inibindo o surgimento das manchas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 – Esquema de função da pingadeira 
Fonte: Adaptada de OLIVEIRA, 2013 
A figura 17 apresenta imagens relacionadas: (a) parede com manchas e 
deterioração da pintura; (b) criptoflorescência; (c) deterioração da pintura; (d) 
saponificação, manchas e deterioração do reboco; (e) manchas e deterioração da 
pintura; (f) deterioração do reboco. As causas prováveis são: umidades ascendentes, 
falhas de execução ou falta de impermeabilização da fundação, ou término de vida 
44 
 
útil da impermeabilização. O tipo de anomalia foi classificado como exógena, com 
grau de risco regular. 
 
 
 
Figura 17 - Manchas, deterioração do reboco e pintura.
Fonte: Autores 
 
A figura 18 apresenta imagens relacionadas: (a) parede com manchas e 
deterioração da pintura; (b) deterioração do reboco. As causas prováveis são: 
umidades ascendentes, falhas de execução ou falta de impermeabilização da 
45 
 
fundação, ou término de vida útil da impermeabilização. O tipo de anomalia foi 
classificado como endógena (originária da própria edificação), com grau de risco 
regular. 
 
Figura 18 - Manchas, deterioração do reboco.
Fonte: Autores 
 
Sugestão terapêutica para as figuras 17 e 18: 
Segundo Marques (2005) apud RIGHI (2009), as intervenções mais comuns são 
feitas com injeções de produtos impermeabilizantes ou com argamassa polimérica, 
dependendo do material que foi utilizado na execução das paredes, tijolos maciços 
ou furados. A figura 19 ilustra as soluções para problemas causados pela falta de 
impermeabilização nas fundações. 
 
Figura 19 - Esquema de soluções para problemas de impermeabilização em 
fundações
Fonte: Righi, 2009 
46 
 
 
 Solução para paredes de tijolos maciços. 
 
Procedimentos para solucionar o problema conforme Abatte, 2003 apud Righi, 2009 
 
a) Primeiramente deve-se delimitar a área a ser tratada, marcando uma faixa 
desde o piso até a altura de 1 m; 
b) Retirar todo o reboco da área a tratar; 
c) Executam-se duas linhas de furos intercaladas entre si: a primeira a 10 cm 
do piso e a segunda a 20 cm. Os furos devem ser com uma inclinação de 45°; 
d) Saturar os furos com água para a aplicação do produto; 
e) Aplica-se o produto por gravidade, sem necessidade de pressão e, sim, de 
saturação; 
f) Executa-se novamente o revestimento. Para um melhor desempenho deve-
se usar argamassa com aditivo hidrófugo no mesmo. 
 
A figura 20 representa o processo de perfuração dos tijolos maciços em 
alvenaria para a introdução de cristalizantes. 
 
Figura 20 – Perfuração dos tijolos maciços em alvenaria 
Fonte: Righi, 2009 
 
 
 
47 
 
A figura 21 representa o esquema para a introdução de cristalizantes em 
uma parede por gravidade. 
 
Figura 21 – Esquema de introdução de bloqueadores químicos em uma parede por 
gravidade 
Fonte: Henriques, 2007 apud Rodrigues, 2014 
 
 Solução para paredes de tijolos furados, segundo RIGHI (2009). 
 
a) Primeiramente deve-se delimitara área a ser tratada, marcando uma faixa 
com, pelo menos, 30 cm acima da patologia, em toda a extensão de parede 
em que aparece a umidade ascendente; 
b) Nessa área demarcada, deve-se remover todo o revestimento da parede 
expondo a alvenaria; 
c) Fechar as irregularidades com uma argamassa bem desempenada e, com a 
parede molhada, aplicar uma demão de argamassa polimérica; 
d) Após um intervalo de seis horas entre cada demão, aplicar mais três demãos, 
totalizando quatro. 
e) Executa-se novamente o revestimento. Para um melhor desempenho, deve-
se usar argamassa com aditivo hidrófugo no mesmo. 
 
As imagens da figura 22 representam manchas causadas por vazamentos 
no telhado. O tipo de anomalia foi classificado como natural, com grau de risco 
regular. 
48 
 
 
 
Figura 22 - Manchas 
Fonte: Autores 
 
Sugestão terapêutica: 
 
A solução para cessar com os vazamentos e goteiras nos telhados 
cerâmicos é a limpeza periódica e a substituição das telhas quebradas e reforçar 
placas para acesso à cobertura. 
 
Segundo o Manual de manutenção e patologias de uma casa (2004), é 
necessária a adoção de algumas medidas de manutenção, para que não ocorram 
vazamentos nos telhados, tais como: 
 
 Limpeza do telhado e calhas com água - semestral; 
 Inspeção geral verificando a estanqueidade - 5 anos; 
 Eliminação de vegetação e detritos - anual. 
 
A figura 23 apresenta imagens relacionadas: (a) parede com manchas 
escuras; (b) deterioração do reboco. A causa provável é o vazamento em instalação 
hidráulica. Apresentando o tipo de anomalias funcional, com grau de risco regular. 
 
49 
 
 
 
Figura 23 – Manchas e deterioração do reboco 
Fonte: Autores 
 
Sugestão terapêutica: 
 O procedimento é identificar se a umidade presente é proveniente de uma 
tubulação de água fria. Sendo isso, logo após a identificação, é necessário que o 
registro da caixa d’agua que alimenta a rede predial de distribuição esteja fechado; 
em seguida, à quebra de rebocos e revestimentos cerâmicos para fazer o conserto 
da instalação hidráulica, substituindo a peça antiga por uma nova; após a 
substituição, fazer um teste para verificar se o vazamento foi interrompido e a 
aplicação de um novo reboco. 
 
A figura 24 apresenta imagens relacionadas: (a) parede com manchas e 
bolor; (b) manchas, bolor e deterioração do reboco; (c) bolor; (d) manchas e bolor. 
As causas prováveis são: umidades ascendentes, falhas de execução ou falta de 
impermeabilização da fundação ou vazamentos nas instalações hidro sanitárias. O 
tipo de anomalia foi classificado como endógena, com grau de risco crítico. 
50 
 
Figura 24 - Deterioração do reboco, manchas e bolor. 
Fonte: Autores 
Sugestão terapêutica: Para identificar se a mancha presente é de fato um bolor, é 
necessário o uso de alvejante no local; se as manchas sumirem, é constatado que 
se trata de um bolor. 
É necessário que a umidade presente na parede seja cessada. Isso é um 
dos fatores para o aparecimento do bolor. SANTOS (2009) comenta que em 
seguida, deve-se retirar o reboco até 30 centímetros acima de altura da mancha. 
Para enrijecer os tijolos, reduzindo a porosidade do material, podem-se fazer furos a 
cada 10 centímetros na alvenaria e aplicar um produto à base de silicatos; quando 
secar repõe o reboco com argamassa adicionada de hidrofugantes (bloqueia os 
poros superficiais da parede onde aplicados), cristalizantes ou pinturas com 
fungicidas. 
Na figura 25 é representada a planta baixa do subsolo com as indicações do 
local com patologias. 
 
 
 
 
 
Figura 25 - Planta baixa 
Fonte: Autores
51 
 
A figura 26 apresenta imagens relacionadas: (a) criptoflorescência e bolor; 
(b) criptoflorescência; (c) deterioração do reboco; (d) manchas. As causas prováveis 
são: umidades ascendentes provocadas pelo nível do subsolo que está abaixo no 
nível dos demais cômodos da edificação, além do contado das paredes com o solo. 
O tipo de anomalia foi classificado como endógena, com grau de risco crítico, pois o 
cheiro muito forte de mofo deixa o local em situação precária para a permanência de 
pessoas no local. 
Figura 26 - Deterioração do reboco, manchas e bolor 
Fonte: Autores 
 
Sugestão terapêutica: Normalmente não existe uma solução definitiva para este 
tipo de patologia, porque até que todas as expansões dos sais terminem no interior 
da estrutura, pode levar até anos para que se possa iniciar a correção das fissuras 
ocorridas. Consequentemente a melhor solução é substituir logo o reboco em caso 
de paredes (TELES; FREI, 2009). 
52 
 
As imagens da figura 27 representam a patologia: deterioração do reboco 
encontrada na laje do subsolo. Suas causas prováveis são falhas de execução ou 
falta de impermeabilização da laje. O tipo de anomalia pode ser considerado como 
exógena, com grau de risco crítico, pois o cheiro muito forte de mofo deixa o local 
em situação precária para a permanência de pessoas no local. 
 
Figura 27 - Deterioração do reboco 
Fonte: Autores 
 
Sugestão terapêutica: 
Para resolver as patologias causadas por vazamentos, nas lajes de 
cobertura, é necessário primeiro saber se nessa laje existe um sistema de 
impermeabilização. Caso não exista, é recomendado que seja feita a 
impermeabilização total, de acordo com as normas específicas. As normas para 
impermeabilização são: ABNT NBR 9575/ 2010 (Impermeabilização – Seleção e 
projeto) e a ABNT NBR 9574/ 2008 (Execução de Impermeabilização). 
 
RIGHI (2009) comenta que, quando o caso é localizado, pode-se fazer um 
reparo somente no local em que a falha foi detectada, utilizando o mesmo material 
impermeabilizante do existente e tornando, assim, a execução mais rápida. 
Quando o caso for generalizado na laje, não resta alternativa que não seja a 
reimpermeabilização total da mesma, devendo ser utilizado algum sistema flexível 
de impermeabilização. Neste caso, tanto as membranas asfálticas ou acrílicas 
quanto as mantas asfálticas resolvem o problema (RIGHI, 2009). 
 
53 
 
A figura 28 ilustra um esquema para soluções em vazamentos em lajes de 
cobertura, que também pode ser usado para esse caso. Nesse caso, é necessário 
ser adotado a impermeabilização total com membranas moldadas in loco, por se 
tratar de uma laje com estado avançado de vazamentos. 
 
Figura 28 - Esquema de soluções para problemas de impermeabilização em lajes 
de cobertura 
Fonte: RIGHI, 2009 
 
4.4 Diagnóstico 
 
De acordo com a vistoria feita na edificação, foi constatada que o imóvel se 
trata de uma construção com idade superior a 40 anos; por ter uma idade avançada, 
a construção pode perder sua funcionalidade facilitando o aparecimento de 
patologias. As patologias analisadas foram as de umidades e infiltrações, que 
podem ser constatadas no gráfico 2 relativamente à porcentagem das patologias 
encontradas. 
Ao observar o gráfico 2, pode-se perceber que a maior parte das patologias 
presentes na edificação estudada se trata de deterioração de pinturas e 
revestimentos, seguidos na ordem decrescente de incidência: manchas, bolor e 
criptoflorescência e saponificação. As possíveis causas para o surgimento dessas 
patologias estão no gráfico 3. 
 
54 
 
 
Gráfico 2 - Porcentagem de Patologias 
Fonte: Autores 
 
De acordo com o gráfico 3, a principal causa para o surgimento das 
patologias citadas no gráfico anterior são as “umidades ascendentes”, que podem 
ter sido provocadas por deficiência ou falta de um sistema de impermeabilização da 
fundação. Podendo ser observado, também na figura 13, que o nível do terreno de 
uma das edificações vizinhas fica alguns centímetros acima da residência analisada, 
o que pode ter facilitado o processo de capilaridade. 
 
As umidades provenientes das chuvas é a principal causa para o surgimento 
das manchas nos muros da varanda e área de serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
21% 
16% 
16% 
37% 
10% 
Manchas
Bolor
CriptoflorescênciaDeterioração de pinturas
e revestimentos
Saponificação
55 
 
 
 
Gráfico 3 - Possíveis causas das patologias 
Fonte: Autores 
 
O gráfico 4 apresenta as porcentagem dos tipos de anomalias encontradas 
na edificação. Das Anomalias observadas nos ambientes a maior incidência é a 
endógena, visto que elas são originárias da própria edificação (projeto, materiais e 
execução). 
As exógenas são as que podem ter sido provocadas por terceiros, a 
exemplo das patologias encontradas na figura 17 que podem ter sido provocadas 
pela edificação vizinha. 
As anomalias do tipo natural são as que foram provocadas devido às 
intempéries, responsáveis por 21% das patologias no imóvel. 
A funcional, em menor incidência, são as anomalias que foram encontradas, 
devido ao mau uso das peças hidráulicas como: o registro do chuveiro e também o 
degaste causado pelo tempo. 
 
 
11% 
5% 
5% 
16% 
21% 
42% 
Vazamento e goteiras nos
telhados
Vazamento na rede
pluvial
Vazamento em lajes
Vazamento em
instalações
hidrosanitárias
Umidades provenientes
da chuva
Umidades ascendentes
56 
 
 
Gráfico 4 - Anomalias 
Fonte: Autores 
 
O grau de risco das anomalias também foi analisado; de acordo com o 
gráfico 5, 70% das anomalias são do tipo regular, que são as que podem provocar a 
perda de funcionalidade, sem prejuízo à operação direta de sistemas, perda pontual 
de desempenho com a possibilidade de recuperação, sofrendo uma pequena 
desvalorização. 
Vinte por cento são do tipo crítico, ou seja, que podem provocar danos à 
saúde, principalmente nas áreas com o surgimento de mofo ou bolor, tornando o 
ambiente em condições precárias para a permanência de pessoas nesse lugar, 
além de uma desvalorização acentuada. 
As de grau mínimo são as responsáveis por danos apenas estéticos. 
 
 
 
 
 
 
43% 
22% 
21% 
14% 
Endógena
Exógena
Natural
Funcional
57 
 
 
 
Gráfico 5 - Grau de risco 
Fonte: Autores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20% 
70% 
10% 
Crítico
Regular
Mínimo
58 
 
5 CONCLUSÃO 
 
A ausência de impermeabilização nas fundações, caso muito comum na 
maioria das edificações antigas e, principalmente na residência desse estudo, é um 
fator que contribui para o aparecimento de patologias provenientes de umidades 
presentes no solo, que, com a inexistência de barreiras, que poderiam impedir a 
infiltração por umidades ascendentes facilitam, já que os materiais que compõem a 
fundação são bastantes porosos. 
Para o tratamento dessas patologias, podem ser usadas técnicas e terapias 
de custo bem abaixo em relação a outros custos da obra, uma vez que, a 
manutenção é uma das fases mais importantes, pois ela vai impedir que a patologia 
em estagio inicial não aumente e, consequentemente, não causem danos à estrutura 
da edificação e das pessoas que habitam nessa construção. 
 
A manutenção preventiva, não realizada durante o uso da edificação pode 
gerar diversos problemas patológicos para a construção. Para que não ocorram 
patologias é necessário que o proprietário ou responsável pelo imóvel entre em 
contato com um profissional qualificado para fazer uma inspeção e com isso, obter 
meios para a prevenção dessas doenças da construção, principalmente quando se 
trata dos danos causados por umidades e infiltrações, onde a principal prevenção é 
a criação de barreiras, que impeçam o contato dessas águas com os materiais da 
construção. 
 
 
 
 
 
59 
 
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2014. 
 
SANTOS, D. G.. Construção civil: projeto, execução e manutenção. 1. ed. 
São Cristóvão: Editora

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