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TCC II Eliza B

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CENTRO DE ENSINO CONECTADO
LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL
ELIZA BIANCA GODOY DE ANDRADE
 O acolhimento institucional de crianças e
adolescentes à espera da adoção no Brasil junto ao papel do assistente social
Alfenas-MG 2021
 O acolhimento institucional de crianças e
adolescentes à espera da adoção no Brasil junto ao papel do assistente social
Projeto de pesquisa para TCC II apresentado ao Curso de Serviço Social da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR VIRTUAL, como requisito para a obtenção de média bimestral.
Alfenas/MG - 2021
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos que me apoiaram neste trajeto.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus primeiro e depois aos meus familiares e professores.
RESUMO
Este estudo tem como finalidade discutir sobre a questão do acolhimento institucional voltado a criança e adolescente em situação de vulnerabilidade e risco social vivenciadas pelas famílias, compreendendo as dificuldades e os desempenhos de sua função social de proteção de seus membros, visando construir respostas a esta demanda, desde as crianças e adolescentes que estão em acolhimento institucional e em processo de fortalecimento de vinculo familiar, quanto a sua família de origem ou substituta. 
Estabelecendo aprofundar o debate sobre as atribuições do(a) assistente social nas Varas de Família, com ênfase na atuação pericial exercida por este profissional no interior do Poder Judiciário.
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................4
2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ......................................5
3. OBJETIVO GERAL .........................................................................................5
3.1 Objetivos Específicos ................................................................................5
4. JUSTIFICATIVA ..............................................................................................5
5. METODOLOGIA .............................................................................................6
6. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................7
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................9
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................10
1. INTRODUÇÃO
O tema escolhido versa sobre o a colhimento institucional de crianças e adolescentes à espera da adoção no Brasil e suas especificidades e impactos, com enfoque na legislação vigente de proteção à criança e ao adolescente.
Considerando isso, as instituições são responsáveis por suprir as necessidades básicas de alimentação, higiene, saúde, educação, afeto e organização da rotina diária das crianças e adolescentes. Por serem serviços que geralmente retratam situações de sofrimento e abandono, há uma tendência a marginalizá-las, o que faz com que o interesse social pouco se volte a olhá-las ou que pouco se discuta, fora do âmbito específico, sobre seu funcionamento (Prada & Weber, 2006).
Refere-se o quanto as instituições de acolhimento foram estigmatizadas como o lugar de depósito de crianças e adolescentes, visto que existem vários aspectos que englobam esse tema o projeto problematizará os desafios diários que crianças e adolescentes acolhidos enfrentam, a partir de suas histórias de vida, que possuem a marca do abandono, da exclusão social e da violência. Diferente dos estigmas da sociedade, nas instituições de a colhimento vivem crianças como quaisquer outras, com sonhos, desejos, frustrações, alegrias e sentimentos que tornam esses locais um espaço repleto de vida. Ao abordar o histórico das instituições pretende-se também promover a reflexão e planejamento de práticas que possam promover a autonomia e o protagonismo de crianças e adolescentes acolhidos.
O projeto de pesquisa tem por objetivo analisar alguns desafios e das complexidades encontradas pelos profissionais da assistência social inseridos nesse campo de trabalho. Acredita-se que, ao relatar essa experiência, possa contribuir para uma reflexão sobre a atuação desses profissionais, pois trabalham com histórias de vida muitas vezes marcadas pela violência, abandono, opressão, mas que mesmo diante de tantas dificuldades e desafios encontram-se repletas de expectativas e esperança.
Este projeto permitirá aprofundar reflexões sobre um uni verso de crianças e adolescentes à espera da adoção em que é sempre possível encontrar um abraço, um sorriso e, portanto, a esperança efetiva de um futuro melhor.
2. 	DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Quais os efeitos do abandono e a espera pela adoção das crianças institucionalizadas nas instituições de acolhimento? A pesquisa tem por finalidade investigar os aspectos relacionados vida de crianças institucionalizadas nas instituições de acolhimento, demonstrando alguns dados sobre adoção no Brasil.
3.	OBJETIVOS
3.1	Objetivo Geral
Conhecer e analisar a realidade das crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional.
3.2	Objetivos Específicos
· Identificar as expectativas das crianças e adolescentes em relação a adoção;
· Conhecer a prática profissional do ser viço social no serviço de acolhimento;
· Identificar as políticas de proteção à infância e adolescência,
· Conhecer o que a literatura e a legislação vigente abordam sobre os temas institucionalização/adoção,
4. 	JUSTIFICATIVA
As instituições para crianças e adolescentes estão presentes há muito tempo em na sociedade brasileira, desde a roda dos expostos no período colonial, passando pelos internatos, os abrigos de proteção e atualmente, as unidades de acolhimento, previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n 8069, de 13 de junho de 1990 (Brasil, 1990). 
A presente pesquisa busca conhecer a realidade das instituições de acolhimento e o papel fundamental do assistente social, as histórias de vida de crianças e adolescentes destituídos do poder familiar que se encontram acolhidos, pois o número de crianças e adolescentes institucionalizadas em unidades de acolhimento é bastante elevado. A maioria dessas crianças e adolescentes trazem em suas histórias de vida a violência dos pais ou responsáveis, maus tratos físicos e psicológicos, abusos sexuais, desnutrição e abandono.
Diante desse contexto a pesquisa tem como intenção o conhecimento e reflexão sobre o impacto da institucionalização, a partir disso analisar as percepções dos adolescentes sobre sua vida social, familiar e acadêmica e quais as perspectivas de futuro.
A demais, a pesquisa visa contribuir para produção de conhecimento sobre o tema acolhimento institucional, identificando as principais dificuldades e necessidades de crianças e adolescentes que vivenciam o acolhimento para que os resultados possam promover a melhoria dos serviços oferecidos pelos municípios como atendimentos profissionais qualificados nas instituições principalmente da área pedagógica. Também visa contribuir na busca por alternativas que possam amenizar o sofrimento e possíveis traumas que venham ocorrer.
5. 	METODOLOGIA
Entende-se a metodologia como a utilização de métodos de proceder para se definirem, previamente, as etapas de realização de um trabalho científico. Efetivamente é a escolha e uso de determinado método de pesquisa, para se colher aquilo que foi previamente eleito, fundamental para a consecução dos objetivos traçados (Lakatos & Marconi, 2008).
Para a elaboração deste projeto de pesquisa será utilizada exclusivamente a pesquisa bibliográfica, que será produzida a partir de sites, livros, artigos e consulta a legislações afeitas ao tema proposto com o objetivo de reunir as informações que servirão de base para a construção do estudo.
Conforme Gil (2002 pg. 44), pesquisa bibliográfica. “É desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmentede livros e artigos científicos”. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, assim permitindo conhecer com mais profundidade sobre o tema escolhido, produzindo conhecimento. Lima e Mioto (2007) explicam que esse tipo de pesquisa tem sido muito utilizado em estudos exploratórios ou descritivos uma vez que possibilita a utilização de dados dispersos em diversas publicações favorecendo a definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto, ou seja, para que a pesquisa bibliográfica cumpra sua finalidade se rá necessário utilizar-se de várias fontes para analisar o tema.
A pesquisa servirá de base para produção do Projeto TCC, que será produzido no semestre seguinte. Por meio de sta será possível realizar uma abordagem crítica a respeito do tema escolhido “Acolhimento Institucional” e o papel que o Ser viço Social desempenha no acompanhamento de crianças e adolescentes a fim de zelar e garantir os direitos dos mesmos.
Finalizando, reafirma-se a pesquisa bibliográfica como um procedimento metodológico importante na produção do conhecimento científico capaz de gerar a postulação de hipóteses ou interpretações que servirão d e ponto de partida para outras pesquisas. Corroborando com essa colocação Köche (1999, p. 122) reforça que o objetivo da pesquisa bibliográfica é “conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre determinado tema ou problema, tornando-se instrumento indispensável a qualquer tipo de pesquisa”.
6.	DESENVOLVIMENTO
O Acolhimento Institucional é definido como atendimento institucional a crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados e que necessitam ser afastados temporariamente da convivencia familiar. O uso da nomenclatura “Acolhimento Institucional” é novo e sustitui o termo “Abrigamento”, através da alteração realizada da Lei nº 12.010 de 03 de agosto de 2009 que destaca que a medida excepcional e provisória sendo ultilizada como forma de transição uma vez que visa a reintegração familiar. 
O tema acolhimento institucional de criança e adolescente é uma realidade brasileira que tem ganhado importantes espaços de discussão no campo do desenvolvimento de politicas publicas, no meio juridico, cientifico e acadêmico. Os primeiros cuidados oferecidos à criança e ao adolescente em situação de abandono foram gerenciados pela Igreja, passando então aos cuidados filantrópicos e finalmente atribuidos ao Estado. Rizzini (2007) aponta que o Brasil historicamente é a politica de atendimento á infancia e juventude em situação de abandono que vem sofrendo diversas transformações. A implantação da politica de atendimento mudou gradativamente passando do dominio da Igreja para entidades filantrópicas até se tornar responsabilidade do Estado.
 No período do século XVIII ao século XX, predominou no Brasil dentre as formas de institucionalização da criança e do adolescente. A mais duradoura foi a “roda dos expostos” que atendia a população infantojuvenil que era abandonada pelas suas familias. Conforme destaca Pereira (2004), o nome "roda" se refere a um artefato de madeira fixado ao muro ou a janela do hospital, no qual era depositada a criança, sendo que ao girar o artefato a criança era conduzida para dentro das dependências do mesmo, sem que a indentidade de quem ali colocasse o bebê fosse revelado. No Brasil o período da República Velha (1889-1930) foi marcado por momentos de contestação da politica da Roda dos Expostos, de modo que o cenário da infância tinha a mesma natureza de paternalismo, o fenômeno de abandono aos filhos é tao antigo quanto a história da colonização, pois as famílias que encontravam essas crianças pegavam de uma forma de caridade e tambem eram ultilizados na maioria das vezes como mão de obra; aos filhos de criação sem direitos alguns. Assim,
A primeira roda foi criada na Bahia, em 1726, com recursos provenientes de doação de alguns nobres, por autorização,do Rei e consentimento dos dirigentes da Santa Casa . No periodo de 1738, foi criada a roda do Rio de Janeiro e, em seguida, em diversas outras localidades[...] as crianças enjeitadas nas rodas eram alimentadas por amas-de-leite alugadas e também entregues a famílias, mediante pequenas pensões. Em geral, a assistência prestada pela Casa dos Expostos perdurava em torno de sete anos. E depois as crianças ficavam a mercê da determinação judicial (RIZZINI, 2009, p. 19).
Cria-se o Novo Código de Menores onde a sua implementação ocorreu durante a comemoração dos 20 anos da Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1959, no mesmo período foi promulgado o Ano Internacional da Criança, em 10 de outubro de 1979 pela Lei 6.697 e fundamentado na doutrina da “Situação Irregular” que estabelecia total liberdade ao Juiz de Menores para tomar decisões cabíveis se o menor de 18 anos estivesse classificado em alguma situação de irregularidade. 
Período marcado por extensa repressão que se a criança e o adolescente não estivessem dentro dos padrões estabelecidos pela moral vigente, eram vistos como irregulares ou desajustados. O Código de Menores deixa de utilizar as terminologias de “deliquentes e abandono” e passa ser utilizado como conceito de criança irregular, na verdade essa lei era a mesma para todos, porém divididas por categorias distintas: as crianças e adolescentes considerados “normais” as que residiam com os seus familiares e os “menores” considerados irregulares, aqueles que se encontravam fora da escola, orfãos,abandonados, carentes e infratores, pois:
 A identificação da chamada situação irregular era feita através do binômio abandono-delinquencia. Em outras palavras, aquele” menor” considerado em abandono ou na prática de delinquencia era tido como em situação irregular,ou seja, incapaz de se adaptar á vida da cidade.(CUNHA,1998,p.39)
O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), nasce em um momento importante com mudanças significativas no reordenamento das políticas para criança e adolescente através do regime democrático, vindo como resposta ao esgotamento histórico-jurídico e social do Código de Menores de 1979, trazendo neste sentido resultados através da construção histórica de lutas sociais dos movimentos pela infância, dos setores progressistas da sociedade politica e civil brasileira. 
De acordo com Rossetti (2011), destaca que ano de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, não vem apenas propor um novo paradigma da Proteção Integral á criança e ao adolescente, mas também novos procedimentos para efetivá-los. Vale a pena ressaltar que é algo muito novo e vem exigindo aprendizagem e experiência, pois pressupõe a participação e interação da comunidade. Ocorreram diversas mudanças trazidas pela Doutrina da Proteção Integral uma delas citadas foi a adequação dos termos utilizados anteriormente pelo Código de Menores Substituía-se a denominação “direito do menor”, acolhendo as expressões “Direito da Criança e do Adolescente”, e “Direito da Infância e da Juventude”, entre outras. De um modo geral, o Direito da Criança e do Adolescente se propôs a mudar a terminologia que reinava até então no antigo “direito do menor”. 
A Doutrina da Proteção Integral usou como principais fundamentações três importantes argumentos estabelecido na CF (Constituição Federal) em seu Art. 227 sendo esses: 1º- a criança adquire a condição de sujeito de direitos; 2º- a infância passa a ser reconhecida como fase especial do processo de desenvolvimento; 3º- a prioridade absoluta a esta parcela da população passa a ser princípio constitucional.
É inegável que o melhor para a criança ou adolescente é crescer e se desenvolver ao lado de sua família natural, detentora do poder familiar. Porém, há casos em que os próprios pais colocam o filho em situação de risco, que pode ser causado por negligência ou outros fatores que vão contra o melhor interesse da criança. Nesses casos, então, a lei oferece a colocação da criançaou do adolescente na família substituta, que será aquela capaz de oferecer à criança ou ao adolescente amor, carinho e cuidado para o seu pleno desenvolvimento. 
Cria-se a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS (1993) que define a Assistência Social como direito do cidadão e dever do Estado, realizando através de um conjunto integrado de ações de iniciativas pública e da sociedade, para garantir o atendimento ás necessidades básicas. Dentre seus objetivos, está a proteção e amparo às famílias, à maternidade, à infância, à adolescência e, principalmente, aos carentes. A LOAS tem como seu foco o enfrentamento à pobreza e a garantia dos mínimos sociais, visando atender as contingências sociais e a universalidade dos direitos. 
Também destacamos a Política Nacional de Assistência Social, a PNAS (2004) expressa o conteúdo da Assistência Social no Sistema de Proteção Social Brasileiro, no âmbito da Seguridade Social. Buscando transformar em ações diretas os pressupostos da Constituição Federal de 1988 e da LOAS (1993), por meio de definições, de princípios e de diretrizes que nortearão sua implementação, cumprindo nova agenda para a cidadania no Brasil. Consta na PNAS que a proteção social deve garantir a segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia), de acolhida, de convívio ou vivência familiar. Assim,
Por segurança de acolhida, entende-se como uma das seguranças primordiais da política de assistência social. Ela opera com a provisão de necessidades humanas que começa com os direitos à alimentação, ao vestuário e ao abrigo, próprios à vida humana em sociedade. A conquista da autonomia na provisão dessas necessidades básicas é a orientação desta segurança de assistência social. É possível, todavia, que alguns indivíduos não conquistem por toda a sua vida, ou por um período dela, autonomia destas provisões básicas, por exemplo, pela idade – uma criança ou úmidos -, por alguma deficiência ou por uma restrição momentânea ou contínua da saúde física ou mental (PNAS, 2004, p. 31).
Entende-se que embora as legislações brasileiras reconheçam que a família se constitui como espaço preferencial para o desenvolvimento dos indivíduos, sobretudo das “crianças e adolescentes”, a PNAS traz à tona especificidades sobre a atual família brasileira norteando os seus princípios e diretrizes que para implementação. Assim como a conquista dos direitos da criança e do adolescente ocorreu por meio de um longo caminho, a adoção também vem sofrendo mudanças significativas ao longo do 9 tempo, com reflexos na legislação. 
Muitas legislações fizeram menção à adoção, mas foi somente com a Constituição Federal de 1988 e o ECA, em 1990, que avanços significativos foram observados no trato do instituto adoção no nosso país, devido à implementação da Doutrina da Proteção Integral. No Brasil, já era possível notar a ocorrência da adoção desde a época da colonização, em que havia o abandono de recém-nascidos. As crianças órfãs, rejeitadas, eram deixadas na Roda dos Expostos, que tinha como objetivo acabar com o abandono das crianças em ruas, praças e demais locais públicos.
De acordo Pereira (2004) no que tange às crianças e adolescentes, se o objetivo maior é evitar o abandono, não se pode negar que crescer longe da família deixa marcas definitivas. Conforme cita o autor a institucionalização pode gerar problemas no desenvolvimento intelectual, social e psicológico dos acolhidos. Conforme (FÁVERO, 2001-2014; Oliveira 2001-2015) já constataram a ausência de políticas sociais públicas necessárias à proteção de famílias em situação de vulnerabilidade social como fatores determinantes em ações de destituição do poder familiar e, podemos ampliar para a aplicação da medida protetiva de acolhimento, na verdade o autor aponta que as ações do Estado são fragmentadas e a execução das políticas públicas ainda é insuficiente para a garantia de direitos da sociedade.
Segundo (Sposati, 1998 e Peçanha, 2005) o acolhimento institucional é um exemplo de uma Política Pública por meio da Assistência Social, mas é preciso estar atento para que essa medida de proteção não se reproduza o indesejado. 	Nesse sentido os autores chamam a atenção para que crianças e adolescentes acolhidos não sejam apenas assistidos e beneficiados e sim tenham um desenvolvimento saudável e seus direitos sejam garantidos cumprindo da melhor forma possível o atendimento à criança durante sua passagem pela instituição.
Ainda sobre a discussão do processo de institucionalização, Faleiros (2006) pontua que esse processo compreende uma das prestações de serviços sociais pelo Estado e necessariamente deve seguir as normas preestabelecidas, assim este deve se guiar pelo Eca, que trata sobre os direitos de crianças e adolescentes.
Severino (1991)" na elaboração de um projeto de pesquisa não é possível trabalhar com resultados, pois esses ainda não foram obtidos, de forma que o que se tem é uma meta, um resultado esperado que deve ser alcançado cumprindo todas as etapas descritas no projeto”.
 Sendo assim espera-se com o projeto de pesquisa contribuir para a compreensão do trabalho do assistente social nas instituições de acolhimento; oferecer dados que poderão contribuir para elaboração ou ampliação das políticas públicas que protegem a criança e adolescente a colhido; gerar mudança de concepção do senso comum de que criança acolhida é marginalizada; conhecer os mecanismos de proteção a crianças e adolescestes em situação de acolhimento institucional.
Para compreendermos o trabalho do assistente social no campo sociojurídico é preciso situá-lo e resgatá-lo no âmbito histórico das relações sociais que participaram na construção da sua trajetória, cuja direção e função sociais dos serviços prestados estão determinadas pela divisão sócio técnica do trabalho judicial. Conforme afirmação de Iamamoto (2004), apesar do trabalho do assistente social na esfera sociojurídica ter adquirido pouca visibilidade na literatura especializada e no debate profissional das últimas décadas, a atuação nessa área dispõe de larga tradição e representatividade no universo profissional, acompanhando o processo de institucionalização da profissão no Brasil, assim:
O Poder Judiciário pode ser definido como uma instituição que tem como competência, na divisão clássica dos poderes, a aplicação das leis e a distribuição da justiça, o que implica o ato de julgar – para o qual deve o Poder Judiciário ser autônomo e independente frente aos Poderes Executivo e Legislativo (FÁVERO, 1999, p. 19).
Constituiu-se historicamente num espaço de relevante transcendência para a inserção ocupacional dos assistentes sociais, visto que desde as origens da profissionalização do Serviço Social, tem existido uma forte e notória participação de seus agentes neste âmbito, que tem se constituído com o passar do tempo em uma área dominante de intervenção profissional. 
Ao analisarmos as demandas impostas ao assistente social judiciário frente ao processo de adoção brasileiro, é importante situarmos a questão dos desafios do assistente social enquanto trabalhador assalariado, visto que:
Embora regulamentado como uma profissão liberal na sociedade, o Serviço Social não se realiza como tal. Isso significa que o assistente social não detém todos os meios necessários para a efetivação de seu trabalho: financeiros, técnicos e humanos necessários ao exercício profissional autônomo. (IAMAMOTO, 2007, p. 63). 
Vale ressaltar que o atual Projeto Ético Político que tem se comprometido com a garantia e viabilização dos direitos políticos, civis e sociais, incumbe ao assistente social assumir as dimensões teórico metodológico, ético político e técnico-operativo, capaz de romper com o conservadorismo. Neste sentido, destaca abaixo as competências através do projeto profissional: 
Competência ético política – o Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissionaltenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática – valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução CFAS nº 273/93), e que assumem claramente uma postura profissional de articular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da sociedade; (SOUZA, 2008, p. 121-122). 
Entendendo que esse profissional não deve agir na neutralidade, a competência ética política é a responsável pela escolha de instrumentos que vão ao encontro das finalidades e dos compromissos do profissional. Mediante esse compromisso destacamos a competência teórico- metodológica pois, Competência teórico-metodológica – o profissional deve ser qualificado para conhecer a realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades profissionais; (SOUZA, 2008, p. 121-122).
Nota-se que através do referencial teórico-metodológico define-se o conhecimento teórico da realidade que oferece o conteúdo a ser tratado nos instrumentos de intervenção, possibilitando a escolha de instrumentos e técnicas capazes de materializar sua intencionalidade. 
Diante de suas escolhas dos instrumentos destacamos a seguir a competência técnico- operativa que vem para dar suporte a competência teóricometodológico, conforme destaca Souza: Competência técnico-operativa – o profissional deve conhecer, se apropriar, e, sobretudo, criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais junto à população usuária e às instituições contratantes (Estado, empresas, Organizações Não-governamentais, fundações, autarquias etc.), garantindo assim uma inserção qualificada no mercado de trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos objetivos estabelecidos pelos profissionais e pela dinâmica da realidade social. (SOUZA, 2008, p. 121-122). 		Diante da citação acima pode-se destacar que a competência técnico-operativa tem por objetivo conhecer e apropriar –se do conjunto de habilidades técnicas para atendimento dos usuários. Através do espaço sociojurídico é que o serviço social brasileiro vem se fortalecendo no espaço sócio ocupacional, tomando força através de seu redirecionamento ético e político, disposto a analisar a realidade social em uma perspectiva de totalidade e em meio a contradições sociais profundas existentes. 
Conforme destaca o Conselho Federal de Serviço Social. É por meio do espaço sociojurídico que o assistente social efetivou sua particularidade do fazer profissional e uma postura investigativa do objeto, através do aumento significativo de demandas e de atendimento de profissionais, que veio a culminar com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (CFESS, 2010). Durante o período estabelecido através do Estágio Supervisionado na Casa Lar “Projeto Vida Nova”, foi possível notar com clareza a intervenção do profissional no processo de adoção e reintegração familiar através da divisão técnica do trabalho, desenvolvendo em seu exercício profissional a postura investigativa com a ampliação de totalidade e visualizando com um olhar crítico as particularidades de cada indivíduo. 
A Casa Lar “Projeto Vida Nova” é uma instituição de acolhimento de crianças e adolescentes, vítimas de violência, com seus direitos violados ou ameaçados e com quebra ou suspensão momentânea do vínculo familiar e comunitário. Este Serviço é financiado pela Prefeitura Municipal de Várzea Grande através da Secretaria Municipal de Assistência Social, sendo um serviço de alta complexidade de caráter transitório, com atendimento integral, obedecendo aos critérios das normativas legais que regem o Serviço de Acolhimento. Possui espaço físico suficiente para as crianças se movimentarem e sentirem-se confortáveis, com quartos separados entre meninos e meninas e na medida do possível por faixa etária. Destacase abaixo a composição da equipe multiprofissional e sua configuração nas Casa Lares de Várzea Grande:
Pensar na família hoje deve levar em consideração as mudanças existentes em nossa sociedade, como estão se construindo as novas relações humanas e de que forma as pessoas estão cuidando de suas vidas familiares. Essas mudanças ocorridas afetam a dinâmica familiar como um todo de uma forma singular e particular de cada família conforme sua composição história e pertencimento social. 	De acordo com Szymanski (2002), vem destacando que “a 16 família é uma associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um compromisso de cuidado mútuo e, se houver, com crianças, adolescentes e adultos”. (2002, p. 09). Mediante o Estatuto da Criança e do Adolescente, fica explicita a preservação dos vínculos familiares e comunitários, quebrando esses princípios somente quando cessados todos os recursos de manutenção da família natural ou extensa, é que haverá integração em família substituta. Portanto, o afastamento da criança e do adolescente da família tanto no caráter temporário ou definitivo, só deve-se dar em situação excepcional que prejudica o desenvolvimento da criança e do adolescente.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo possibilitou o levantamento de questões inerentes ao acolhimento institucional, a reintegração familiar e o processo de adoção, que vem demarcando as metamorfoses no âmbito da institucionalização existentes desde o Código do Menores de 1979 até o atual Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990, estabelecendo-se então com a nova legislação a medida de proteção anteriormente conhecida como “abrigo”, que tinha o objetivo de castigar e corrigir a criança e o adolescente, levava somente ao afastamento da sociedade, sem acompanhamento e sem um trabalho específico voltado ao retorno familiar das crianças e adolescentes. 
As novas diretrizes trazem outro ponto de vista, mais abrangente sobre crianças, adolescentes, sua família e a convivência comunitária. A experiência do estágio supervisionado na Casa Lar Projeto Vida Nova, foi de suma importância para o meu desenvolvimento acadêmico e profissional, pois gerou novos saberes mediante ao processo de ensino-aprendizagem, alicerçada através da análise institucional e documental apresentado pela instituição, a observação do contexto vivenciado por crianças e adolescentes em situação de risco e abandono familiar por parte dos pais ou responsáveis, daí a necessidade de aprofundamento da discussão que configura as principais causas do acolhimento. 
É necessário termo a compreensão final que estes fatores não estão totalmente limitados com as precárias condições financeiras da família, ou seja, a situação de pobreza vem acompanhada de diversos outros fatores de vulnerabilidade social que resulta no acolhimento institucional.
O Serviço Social estabelece um perfil de profissional, nele se delineia priorizando a competência técnica, a crítica teórica e os compromissos éticos políticos, daí a necessidade de formar profissionais capazes de desvendar as dimensões constitutivas da chamada questão social. Através da pesquisa é possível identificar e construir estratégias que vêm a orientar e instrumentalizar a ação profissional, permitindo não apenas o atendimento das demandas imediatas ou consolidadas, mas sua construção crítica.
 A intervenção do assistente social judiciário frente a adoções baseia-se em oferecer suporte à família pretendente à adoção de uma criança orientando-a, sobre os trâmites do processo judicial, encaminhando a grupos de adoção é indicado filmes ou livros sobre o tema e avaliando se a família está apta a assumir os cuidados de um filho através da aproximação com a criança que estásendo pretendida a ser adotada.
8.REFERÊNCIAS
CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL < 
______. Estatuto da Criança e do adolescente (ECA), Lei 8069 de 13 de junho de 1990. Disponível em: > Acesso em Maio 2021.
FALEIROS; Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social Edição: 5 ª Ed. Cortez, 2005.
FÁVERO, Eunice. Questão Social e Perda do Poder familiar, Ed. Veras, 2001.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa 4 º Ed. São Paulo: Atlas S.A,2002.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: Teoria da Ciência e iniciação à pesquisa, Ed. Vozes LTDA, 1999
LIMA, TELMA Cristiane; MIOTO; Regina Célia Tamaso. Procedimentos Metodológicos na Construção do Conhecimento Científico: a pesquisa bibliográfica; Disponível em: < . Acesso em maio 2021.
MARCONI; Mari a, LAKATOS; E va: Técnicas de Pesquisa 8ª. Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2018.
PRADA; Cynthia, Weber; Lídia. O abrigo: análise de relatos de crianças vítimas de violência doméstica que vivem em instituições: Disponível em:< Acesso em maio 2021.
RICHARDSON, Roberto e colaboradores: Pesquisa Social Métodos e Técnicas 3ª Ed. Revista ampliada São Paulo: Editora Atlas S.A, 2008.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007 
SPOSATI, Aldaíza. Sistema Único da Assistência Social, Mimeo, 2004.

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