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HISTÓRIA DAHISTÓRIA DA EDUCAÇÃOEDUCAÇÃO UNIDADE 1 – CONCEITOS DEUNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIAEDUCAÇÃO E HISTÓRIA Autor(a): Jair Rodrigues da SilvaAutor(a): Jair Rodrigues da Silva Revisor(a): Maria da Conceição Fernandes deRevisor(a): Maria da Conceição Fernandes de FrançaFrança I N I C I A R Introdução Caro(a) estudante, Nesta unidade, vamos conhecer e debater os conceitos de educação e história. Nosso objetivo maior nesta primeira unidade será o de refletir sobre a história da educação. Como futuros educadores, é de fundamental importância conhecermos os principais processos históricos que fizeram a educação ser constituída como vemos hoje. Portanto vamos abordar períodos históricos da evolução educacional e, ao longo da disciplina, nos deteremos na história da educação brasileira. Inicialmente, é necessário que nos identifiquemos como seres históricos que somos. Isso porque produzimos e vivenciamos história durante nossa ação de ser e estar no mundo. Somos sujeitos históricos à medida que nos relacionamos em sociedade e dela participamos. Conhecer a história da educação é uma importante etapa de formação dos professores. É Autor(a): Jair Rodrigues da Silva Revisor(a): Maria da Conceição Fernandes de França HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA INTRODUÇÃO 01 1.1 CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PARA A AÇÃO DOS FUTUROS EDUCADORE 02 1.2 A EDUCAÇÃO NA PRÉ-HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE 13 1.3 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE 14 1.4 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA 30 SÍNTESE 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37 UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 1 1.1 Conceitos de educação e história e a importância de estudar a história da Educação para a ação dos futuros educadores Nessa primeira seção, vamos abordar os conceitos de educação e, posteriormente, de história. Conceituar esses termos têm grande significado para a formação de educadores e educadoras. Abordaremos, em seguida, a importância do estudo da história da educação, sendo esse nosso objetivo maior em toda a disciplina: realizar a reflexão sobre como os processos históricos influenciam nos modos como concebemos a educação. Acreditamos que é por meio da consciência crítica, tanto do que é educação, quanto do que é história e, principalmente, sobre a importância de estudar a história da educação, que futuros docentes podem exercer sua prática em sala de aula de modo efetivo. 1.1.1 Conceituando educação Quais os significados para o termo educação? A palavra permite diversas interpretações e significados a depender do contexto em que se utiliza. De modo geral, educação se refere ao ensino. Seja esse desenvolvido em instâncias formais ou não formais. De fato, é regra geral o entendimento que educação não se restringe apenas à escola. Esse conceito de educação, que não é restrito à escola, é o que vamos discutir na seção. Pensando nas sociedades pré-históricas, ou seja, nas sociedades tribais, não havia uma organização de escola tal como conhecemos atualmente e nem parecida. Todavia podemos dizer seguramente que a educação era presente no cotidiano dessas sociedades. Isso porque as pessoas passavam o conhecimento sobre a vida como modo de sobrevivência. O conhecimento era passado a partir das interações familiares e em comunidade. Os mais novos aprendiam lições importantes para sua própria sobrevivência. Lições referentes aos alimentos, perigos etc. Sendo assim, a educação era exercida como atividade fundamental para a manutenção da vida. necessário ter consciência crítica dos processos evolutivos e dos diferentes momentos históricos da educação, o que sem dúvidas nos conduziu aos sistemas de ensino e os modos de conceber as atividades de ensino-aprendizagem como conhecemos e praticamos na atualidade. Bons estudos! UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 2 Nesse contexto, não havia um lugar privilegiado para a atividade de ensino-aprendizado, assim, podemos entender que se tratava de uma educação não formal, como ainda é comum nos dias de hoje. Ainda sobre sociedades tribais, Aranha (2006) disse: É possível entender que, de modo geral, as sociedades primitivas não possuíam um Estado, sem correr risco de cair no etnocentrismo, que é o risco de julgar uma sociedade tendo como referência a cultura, como menciona Aranha (2006). Dizemos que as sociedades antigas não tinham necessidade de instituições como bancos, hospitais, escolas etc. Diante dessa perspectiva, essas sociedades não se ressentiam da falta dessas instituições, incluindo a escola. Quando se tratava da educação das crianças, o modo de ensino era por meio do exemplo, da atividade prática. Em um ambiente assim, não havia um ente especial destinado à tarefa de ensinar. Aranha (2006) ressalta que: Entretanto, como foi dito, não é por isso que a relação de ensino e aprendizado deixava de existir no cotidiano dessas comunidades. A educação estava presente como uma atividade permanente. Como uma ação de se constituir um sujeito histórico e de produzir história. Essas sociedades eram prioritariamente orais, mas, ainda assim, deixaram registradas ao longo de séculos seus conhecimentos. Seus registros eram feitos por meio da pintura rupestre, pintadas em cavernas que, ainda hoje, preservam suas marcas, conforme exemplo da Figura 1. Estamos tão acostumados com a escola que às vezes nos parece estranho o fato de que essa instituição não existiu sempre, em todas as sociedades. Nos demais capítulos, veremos as condições do aparecimento da escola, as transformações ao longo do tempo, e também a relação indissolúvel entre ela e o modo pelo qual os indivíduos interagem para produzir a sua existência (ARANHA, 2006, p. 32). Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nos rituais. Tanto nas tribos nômades como naquelas que já se sedentarizaram, para se ocupar com a caça, a pesca, o pastoreio ou a agricultura, as crianças aprendem “para a vida e por meio da vida”, sem que ninguém esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar (ARANHA, 2006, p. 35). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 3 Figura 1 – Pintura rupestre: Curva de las manos, Argentina. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 30/10/2020. Como atestado de sua atividade, inclusive educacional, as pinturas rupestres mostram a relação do homem “primitivo” com a natureza e seus costumes em suas comunidades, a Figura 1 remonta aparentemente à caça (as aspas indicam que pelo fato de ser de uma sociedade da Pré-história, não necessariamente é classificada como primitivo, em um sentido pejorativo da palavra), conforme destaca Aranha (2006). No Brasil, é possível encontrar sítios arqueológicos com pinturas rupestres em diversos Estados. Essas pinturas testemunham a ação da sociedade pré-histórica e são também um registro de ação educativa, mesmo antes de sua descoberta. #PraCegoVer: Fotografia da pintura rupestre “Cueva de las manos”, feita há aproximadamente 9.000 anos por indígenas locais, na atual Argentina. A parede, na qual as figuras foram pintadas, é pedregosa e da cor bege. Uma cena de caça está representada. Na parte superior há, em preto, formas de animais galopando, provavelmente guanacos, caça comum na época. Em meio aos guanacos, há figuras em amarelo, designando os membros da tribo coordenando a caça. Abaixo dos sete animais correndo em bando, há um desenho na cor vermelha, três círculos (um dentro do outro), designando uma ferramenta de caça. Do lado direito à ferramenta, há a marca de uma mão, também em vermelho. Em volta dessa mão, marcas de respingos em tinta vermelha. UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 4 Educação pode ser compreendida como um ato indissociável da experiência humana. Desse modo, o conceito de educação se torna perene, pois, de modo geral, estamos sempre aprendendo e ensinando algo, e isso, não se dá de modo isolado. O educador Paulo Freire (1921-1997) defendeu que aprendemose ensinamos mediatizados pela experiência humana. Em suas palavras, “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1987, p. 79). No pensamento de Freire (1996), a educação existe à medida em que agimos e nos relacionamos. Como também aprendemos por meio dos conhecimentos científicos adquiridos pela humanidade ao longo de toda a história. Assim, a educação se converte em um ato essencial e comum a todos os povos em diferentes épocas. Desde que a família e a sociedade se constituíram, a educação é parte indissociável de sua cultura. Muitas vezes funciona como um ato informal de construção de conhecimento, como em um exemplo de coisas que nossos familiares nos ensinaram. Como Bittar (2009) afirma: VOCÊ QUER LER? Recomendamos a leitura dos livros Pedagogia da autonomia e Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire. Trata-se de livros de grande importância para a formação de educadores, trazendo um conteúdo histórico da pedagogia brasileira. Em especial, Pedagogia da autonomia se trata de um “manual” da prática docente, ou seja, é um livro sobre o ato de ensinar e suas exigências a todo educador e educadora consciente da importância da ética e do compromisso com a relação ensino-aprendizagem. Desde que os homens passaram a viver em sociedade a educação esteve presente, ou seja, todos os agrupamentos humanos, em qualquer nível de seu desenvolvimento, praticaram e praticam a educação, primeiramente, Educação pode ser compreendida como um ato indissociável da experiência humana. Desse modo, o conceito de educação se torna perene, pois, de modo geral, estamos sempre aprendendo e ensinando algo, e isso, não se dá de modo isolado. O educador Paulo Freire (1921-1997) defendeu que aprendemos e ensinamos mediatizados pela experiência humana. Em suas palavras, “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1987, p. 79). No pensamento de Freire (1996), a educação existe à medida em que agimos e nos relacionamos. Como também aprendemos por meio dos conhecimentos científicos adquiridos pela humanidade ao longo de toda a história. Assim, a educação se converte em um ato essencial e comum a todos os povos em diferentes épocas. Desde que a família e a sociedade se constituíram, a educação é parte indissociável de sua cultura. Muitas vezes funciona como um ato informal de construção de conhecimento, como em um exemplo de coisas que nossos familiares nos ensinaram. Como Bittar (2009) afirma: VOCÊ QUER LER? Recomendamos a leitura dos livros Pedagogia da autonomia e Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire. Trata-se de livros de grande importância para a formação de educadores, trazendo um conteúdo histórico da pedagogia brasileira. Em especial, Pedagogia da autonomia se trata de um “manual” da prática docente, ou seja, é um livro sobre o ato de ensinar e suas exigências a todo educador e educadora consciente da importância da ética e do compromisso com a relação ensino-aprendizagem. Desde que os homens passaram a viver em sociedade a educação esteve presente, ou seja, todos os agrupamentos humanos, em qualquer nível de seu desenvolvimento, praticaram e praticam a educação, primeiramente, UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 5 Adversative Cars are convenient, but they are expensive. Causal I will not buy a car, because I have no money. Temporal He left his hometownin 1979. At the time, he was only a little boy. LEXICAL Reiteration I saw a boy playing basketball. The boy is Tom’s brother. Synonymy I saw a boy playingbasketball. The lad is Tom’s brother. Hyponymy I saw a boy playingbasketball. The child is Tom’s brother. Fonte: WANG; GUO, 2014, p. 463. Vamos discorrer, ainda, na disciplina, sobre as estratégias de produção de texto na língua inglesa pautadas nos diferentes gêneros textuais, conhecendo as estruturas básicas deles, para produzir conteúdo fluente na língua-alvo. 1.1.1 Elementos de textualidade O texto, como objeto com função interacional, precisa contemplar a organização textual, bem como os elementos de textualidade, a fim de se tornar completo em sentido e transmitir uma mensagem sem ruídos. Estes são causados pelas interferências de compreensão, que são capazes de impactar negativamente na compreensão do leitor/receptor do texto em si. Então, vamos conhecer os elementos que devem ser utilizados para recobrir os textos de sentido, fazendo com que ele atue efetivamente para a interação autor/leitor, considerando-os como eventos comunicativos, de acordo com Marcuschi (2008, p. 94), pois “um texto é uma proposta de sentido e ele só se completa com a participação do seu leitor/ouvinte. Na produção de um texto, não entram apenas fenômenos estritamente linguísticos”. Adversative Cars are convenient, but they are expensive. Causal I will not buy a car, because I have no money. Temporal He left his hometownin 1979. At the time, he was only a little boy. LEXICAL Reiteration I saw a boy playing basketball. The boy is Tom’s brother. Synonymy I saw a boy playingbasketball. The lad is Tom’s brother. Hyponymy I saw a boy playingbasketball. The child is Tom’s brother. Fonte: WANG; GUO, 2014, p. 463. Vamos discorrer, ainda, na disciplina, sobre as estratégias de produção de texto na língua inglesa pautadas nos diferentes gêneros textuais, conhecendo as estruturas básicas deles, para produzir conteúdo fluente na língua-alvo. 1.1.1 Elementos de textualidade O texto, como objeto com função interacional, precisa contemplar a organização textual, bem como os elementos de textualidade, a fim de se tornar completo em sentido e transmitir uma mensagem sem ruídos. Estes são causados pelas interferências de compreensão, que são capazes de impactar negativamente na compreensão do leitor/receptor do texto em si. Então, vamos conhecer os elementos que devem ser utilizados para recobrir os textos de sentido, fazendo com que ele atue efetivamente para a interação autor/leitor, considerando-os como eventos comunicativos, de acordo com Marcuschi (2008, p. 94), pois “um texto é uma proposta de sentido e ele só se completa com a participação do seu leitor/ouvinte. Na produção de um texto, não entram apenas fenômenos estritamente linguísticos”. Educação pode ser compreendida como um ato indissociável da experiência humana. Desse modo, o conceito de educação se torna perene, pois, de modo geral, estamos sempre aprendendo e ensinando algo, e isso, não se dá de modo isolado. O educador Paulo Freire (1921-1997) defendeu que aprendemos e ensinamos mediatizados pela experiência humana. Em suas palavras, “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1987, p. 79). No pensamento de Freire (1996), a educação existe à medida em que agimos e nos relacionamos. Como também aprendemos por meio dos conhecimentos científicos adquiridos pela humanidade ao longo de toda a história. Assim, a educação se converte em um ato essencial e comum a todos os povos em diferentes épocas. Desde que a família e a sociedade se constituíram, a educação é parte indissociável de sua cultura. Muitas vezes funciona como um ato informal de construção de conhecimento, como em um exemplo de coisas que nossos familiares nos ensinaram. Como Bittar (2009) afirma: VOCÊ QUER LER? Recomendamos a leitura dos livros Pedagogia da autonomia e Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire. Trata-se de livros de grande importância para a formação de educadores, trazendo um conteúdo histórico da pedagogia brasileira. Em especial, Pedagogia da autonomia se trata de um “manual” da prática docente, ou seja, é um livro sobre o ato de ensinar e suas exigências a todo educador e educadora consciente da importância da ética e do compromisso com a relação ensino-aprendizagem. Desde que os homens passaram a viver em sociedade a educação esteve presente, ou seja, todos os agrupamentos humanos, em qualquer nível de seu desenvolvimento, praticarame praticam a educação, primeiramente, O conceito essencial de educação permanece o mesmo desde a Antiguidade. Ou seja, a palavra educação está intimamente ligada à ação de aprender e ensinar. Mas, ao longo do tempo, essa concepção ganhou novas interpretações e significados. É presumível que essa evolução aconteça, haja vista que o mundo em suas relações evoluiu. No tocante de nosso objeto de estudo, a história da educação, igualmente evoluiu. Para nossos dias, qual o significado de educação? Atualmente, a educação, para algumas pessoas, não se separa mais de escola. Outros veem nela um dever, uma obrigatoriedade. Veremos, nas próximas unidades, que a educação, no Brasil, era um privilégio de poucos. Mas, e hoje, qual a concepção de educação? no ambiente familiar. Foi assim que aconteceu nas sociedades da Antiguidade, que existiram milênios antes do nascimento de Jesus. Dessa forma, educação não é o mesmo que escola. Esta última é uma invenção da humanidade no seu processo histórico para difundir conhecimento de forma sistematizada (BITTAR, 2009, p. 17). VOCÊ QUER VER? O Documentário – Caminhos da educação, apresentado pela TV Justiça, inicia com uma grande provocação a todos os profissionais da educação; comparando a escola a uma linha de montagem que não admite “atrasos” e é regulada pelo tempo. Caminhos da educação é uma fonte de inspiração para os futuros docentes e sobre a escola que temos na atualidade e a que queremos para as futuras gerações. 🎥🎥 Documentário - Caminhos da educação🎥🎥 Documentário - Caminhos da educação UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 6 https://youtu.be/tsvDLtxMD5A Na Pré-história, como vimos, a educação era para a vida e sobre a vida, de modo que tinha como primazia conduzir o sujeito à autonomia, para que pudesse sobreviver no ambiente hostil em que as pessoas viviam. Outro viés de autonomia está em Pedagogia da Autonomia, do educador Paulo Freire. Nessa obra, Freire defende que aquele que ensina, também, aprende ao ensinar, pois a educação é um ato dialógico. Resumidamente, pode-se dizer que a educação é um ato inerente à ação humana, e sempre existiu, desde as primeiras sociedades. É claro que o conceito de educação foi ganhando diferentes interpretações e, também, porque não dizer, evoluções ao longo da história. E você, o que pensa? Concorda com as definições até aqui? 1.1.2 Conceituando história Seguindo em nossa disciplina, passamos agora ao objetivo de conceituar o termo história, para tanto, iniciamos com uma citação do educador Paulo Freire, na qual o autor nos fala sobre a experiência de estarmos no mundo como sujeitos históricos. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém. Por isso é que, do ponto de vista gramatical, o verbo ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto direto – alguma coisa – e um objeto indireto – a alguém (FREIRE, 1996, p. 23). O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é a de quem se adapta mas a de UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 7 Esse conceito de sermos sujeitos históricos é defendido por diferentes pesquisadores. Entre eles, Aranha (2006) aborda nossa ação de estar no mundo enquanto seres produtores de história. Pensar a história significa refletir sobre nossa própria existência. Significa também problematizar sobre o futuro, de modo a ter referências para não perpetuar discursos e injustiças históricas. Como nos casos dos povos indígenas e africanos, por exemplo. Ao estudar o percurso histórico da humanidade, podemos ressignificar um olhar de cuidado para a manutenção das tradições e cultura de um povo e de seus territórios. Essa é uma ação de estar no mundo pertinente à ação dos educadores e educadoras. Olhar para a história é desvendar nossos olhos para compreender o passado, problematizar o presente e planejar o futuro. Sobretudo quando nosso objeto de estudo é a história da Educação, tema que merece destaque na tarefa de formação de professores(as). Afinal, o que é história? Segundo o artigo de Lee (2011), história é: quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História (FREIRE, 1996, p. 54). Somos seres históricos, já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo, à medida que enfrentamos os problemas não só da vida pessoal, como também da experiência coletiva. É assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos. Cada geração assimila a herança cultural dos antepassados e estabelece projetos de mudança (ARANHA, 2006, p. 6). A História diz respeito ao estudo do passado e não do futuro. Mas algum conhecimento sobre o passado nos dá um alcance (mesmo que ligeiro) sobre o futuro. Esse alcance não é fortalecido pela tentativa de fazer da Esse conceito de sermos sujeitos históricos é defendido por diferentes pesquisadores. Entre eles, Aranha (2006) aborda nossa ação de estar no mundo enquanto seres produtores de história. Pensar a história significa refletir sobre nossa própria existência. Significa também problematizar sobre o futuro, de modo a ter referências para não perpetuar discursos e injustiças históricas. Como nos casos dos povos indígenas e africanos, por exemplo. Ao estudar o percurso histórico da humanidade, podemos ressignificar um olhar de cuidado para a manutenção das tradições e cultura de um povo e de seus territórios. Essa é uma ação de estar no mundo pertinente à ação dos educadores e educadoras. Olhar para a história é desvendar nossos olhos para compreender o passado, problematizar o presente e planejar o futuro. Sobretudo quando nosso objeto de estudo é a história da Educação, tema que merece destaque na tarefa de formação de professores(as). Afinal, o que é história? Segundo o artigo de Lee (2011), história é: quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História (FREIRE, 1996, p. 54). Somos seres históricos, já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo, à medida que enfrentamos os problemas não só da vida pessoal, como também da experiência coletiva. É assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos. Cada geração assimila a herança cultural dos antepassados e estabelece projetos de mudança (ARANHA, 2006, p. 6). A História diz respeito ao estudo do passado e não do futuro. Mas algum conhecimento sobre o passado nos dá um alcance (mesmo que ligeiro) sobre o futuro. Esse alcance não é fortalecido pela tentativa de fazer da UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 8 Nas palavras de Lee (2011), história remete ao passado, entretanto, com vistas ao futuro. Um futuro que se quer consciente, a partir das referências do passado. Daí a sua importância como atividade essencial para as sociedades. O estudo da história se faz elementar no ato educativo. Todavia, história sem educação inexiste, pois a primazia da história é nos ensinar com a experiência, com o saber acumulado pela ação humana. Desse modo, conclui-se que educação e história não se separam. Ao contrário, é pela ação da primeira e a consciência da segunda que se constrói o fazer docente. Por isso, temos a necessidade tão fortemente de, na formação de docentes, comungar a história da educação. 1.1.3 A importância de estudar história da educação Como visto, estudar a história da educação consiste em uma tarefa essencial para educadores e educadoras. Uma ação de considerar os aspectos históricos durante seu fazer docente. Isso porque, ao se ministrar sobre a colonização do Brasil, pode-se referir erroneamente aos africanos traficados, muitas vezes de modo ingênuo, utilizando-se o termo escravos para nomeá- los; ao passo que o condizente seria utilizar o termo escravizados. Essa diferença pode parecer tênue, mas está carregada de sentidos. Figura 2 – Escultura representando a libertação de escravos.Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 30/10/2020. história uma fonte pseudocientífica de predições: ela somente tem alguma coisa distinta a oferecer quando nos reportamos a ela (LEE, 2011, p. 37). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 9 As pessoas que foram trazidas, pelo uso da força, ao Brasil não eram escravos em sua origem. O fato de serem submetidas ao trabalho escravo é uma condição imposta a esses seres humanos. Portanto, estavam escravizados, mas não foram escravos por opção. Outro exemplo é atribuir aos indígenas um rótulo de pessoas primitivas e sem cultura. Ou, por falta de conhecimento, aceitar o argumento que as mulheres de épocas passadas preferiam todas estar à margem do estudo, como na época em que as escolas eram somente para homens. O que queremos enfatizar é que o educador tem a incumbência de conhecer a história. Ainda que não seja um historiador por natureza, seu discurso e suas ações devem conter uma prática, nas palavras de Freire (1996), inacabada. E, por conseguinte, imbuída de curiosidade, de ética, de inteligência, de luta contra os descaminhos. Por fim, concluindo nosso estudo sobre a importância de se estudar a história da educação, deixamos como reflexão final a contribuição de Aranha (2006), a respeito dessa necessidade primária para a formação docente: #PraCegoVer: Fotografia de uma escultura sobre a libertação dos escravos. Sob um céu azul sem nuvens, há uma mulher negra com um turbante laranja, posicionada à altura do peitoral de um homem, observando-o. Ele também é negro, possui cabelos curtos e cacheados, e está com os braços erguidos ao céu, segurando duas correntes quebradas, como se houvesse acabado de arrebentá-las com as forças dos braços. Naturalmente, o que de maneira permanente me ajudou a manter esta certeza foi a compreensão da História como possibilidade e não como determinismo, de que decorre necessariamente a importância do papel da subjetividade na História, a capacidade de comparar, de analisar, de avaliar, de decidir, de romper e por isso tudo, a importância da ética e da política (FREIRE, 1996, p. 145). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 10 Chegamos ao fim da primeira seção de nossa disciplina. Esperamos que os conceitos discutidos aqui tenham sido significativos para você e sua prática, ou ainda, prática futura como docente. Seguramente, os assuntos discutidos aqui têm notória importância para a formação de educadores e educadoras. Reflita: você concorda com os conceitos que abordamos? Quais suas opiniões? Página não encontrada VO LTA R A página que você está procurando não existe, ou foi movida. Da mesma maneira, com a história da educação construímos interpretações sobre as maneiras pelas quais os povos transmitem sua cultura e criam as instituições escolares e as teorias que as orientam. Por isso, é indispensável que o educador consciente e crítico seja capaz de compreender sua atuação nos aspectos de continuidade e de ruptura em relação aos seus antecessores, a fim de agir de maneira intencional e não meramente intuitiva e ao acaso (ARANHA, 2006, p. 07). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 11 UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 12 Para o educador Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da autonomia (1996) defendeu que a educação é um ato inerente à experiência humana. A partir das ideias de Paulo Freire (1996) a esse respeito, marque verdadeiro ou falso acerca do modo como as pessoas se educam no pensamento do autor. I. ( ) As pessoas se educam sozinhas, sendo autodidatas e pesquisadoras do saber do mundo. II. ( ) As pessoas aprendem quando da presença do mestre e por seu saber de mundo. III. ( ) As pessoas aprendem quando estão na companhia de seus iguais e pelo saber acumulado dos mestres. IV. ( ) As pessoas aprendem mediatizadas pelo mundo e na medida em que convivem e trocam experiências. V. ( ) As pessoas se educam no ambiente escolar que se constitui em um ambiente privilegiado para a educação. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: V, V, F, V, F.a F, V, F, V, V.c V, F, V, F, F.b F, F, F, V, F.d V, F, V, F, V.e Paulo Freire Gabarito na página 38 Atividade não pontuada Teste seus conhecimentos 1.2 A educação na Pré-história e a educação na Antiguidade Chegamos à segunda seção da disciplina e a partir de agora, conscientes da importância do estudo da história da educação para a formação de educadores e educadoras, podemos olhar para a história munidos da consciência inquietante sobre como os fatores históricos vão influenciar nossos discursos e práticas na educação. Em especial, queremos destacar que foi nas comunidades da Pré-história que a educação em seu estado primeiro floresceu: o de aprender junto ao outro. 1.2.1 Educação na Pré-história Como vimos anteriormente, o ato de educar sempre fez parte dos agrupamentos humanos como uma atividade elementar de manutenção da vida e da autonomia dos entes de um grupo. Vale ressaltar que as sociedades tribais da Pré-história possuíam diferentes modos de organização social, de viver e agir sobre a natureza. Não podemos generalizar todas as diversas sociedades tribais agindo e intervindo na natureza de igual modo. Todavia, é consenso que o modo místico e divino como viam as forças da natureza é uma marca que predominavam em diferentes povos antigos. O modo como se relacionavam em comunidade e as formas de conceber a educação era coletiva e homogênea, não havia supremacia. O ensino prático dos mais jovens abrangia a formação para a vida. Era uma formação integral para o indivíduo exercer sua autonomia na comunidade. Geralmente, esse conhecimento não tinha imposição e o tempo de assimilação de cada indivíduo poderia ser respeitado. Isso porque não havia um sistema que regulava o tempo e impunha condições. O conhecimento era passado de geração a geração de modo prático e oral, pois ainda não havia a escrita. A relação mítica com a natureza imprimia especial relação do homem com os A organização social das tribos baseia-se em uma estrutura que mantêm homogêneas as relações, sem a dominação de um segmento sobre o outro. Mesmo que a divisão de tarefas leve as pessoas a exercerem funções diferentes, o trabalho e o seu produto são sempre coletivos. Também as atividades das mulheres adquirem um caráter social, por não se restringirem ao mundo doméstico (ARANHA, 2006, p. 35). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 13 elementos da natureza. Nesse contexto, podemos destacar os ritos de passagem, da infância para a vida adulta para citar um exemplo. Outros ritos que podemos destacar se relacionam ao nascimento e a morte. O conhecimento e aprendizado dos diferentes ritos obedeciam sempre à própria vivência. Portanto, todo o conhecimento era, além de útil para a vida em sociedade, significativo, pois para aprender era necessária uma experiência real por parte do indivíduo com seu objeto de conhecimento. Podemos supor que, nesse sistema de ensino, não havia uma teoria dos conhecimentos. Não havia o ensinamento teórico e sistematizado sobre a técnica de pescar, por exemplo. Semelhantemente, todos os indivíduos tinham acesso aos diversos conhecimentos disponíveis na sociedade. O que trazia oferta de conhecimento e de oportunidade para todos. Outro fator especial é que os entes daquela sociedade faziam diversos afazeres para o bem comum do grupo. Nesse contexto, era necessário aprender diversas atividades. Era comum ter mais de um “mestre” que ensinava o ofício ao “aprendiz”. Para aprender era necessário, podemos crer, vivenciar a partir do ponto de vista de cada “mestre”, que era necessariamente um parceiro mais experiente daquela cultura. Ainda não havia um ente destinado ao ofício de ensinar. Como já dito, os indivíduos daquela sociedade faziam diversas atividades. Esse tipo de organização nos remete à cultura indígena brasileira, o que nos leva a crer que a relação de ensino e aprendizagem já existia, no Brasil, muito antes da colonização. Como vimos,uma forma de registro era a pintura rupestre nas paredes das cavernas. Essas pinturas remetiam aos afazeres daquela comunidade e seu registro servia como modo de ensinamento, não só aos mais jovens, mas possivelmente para outras gerações, perpetuando, assim, a cultura daquele povo. 3 Educação na Antiguidade m a criação da escrita, os modos de ensinar sofrem grandes mudanças. Nessa parte da história manidade a vida nas sociedades tribais começa a dar espaço a organizações maiores, pois ades começam a surgir e, com isso, há maiores necessidades de controle das atividades, confor ne Aranha (2006). É possível depreender que o modo de passar o conhecimento também mudou UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 14 1.3 Educação na Antiguidade Com a criação da escrita, os modos de ensinar sofrem grandes mudanças. Nessa parte da história da humanidade a vida nas sociedades tribais começa a dar espaço a organizações maiores, pois as cidades começam a surgir e, com isso, há maiores necessidades de controle das atividades, conforme define Aranha (2006). É possível depreender que o modo de passar o conhecimento também mudou. antes o conhecimento era disponível a todos, agora, os interesses se sobrepõem ao bem com endido nas antigas sociedades tribais. Ainda de acordo com Aranha (2006), a educação passo nder interesses de parcelas menores das sociedades e relações de poder se estabelecem. início do surgimento das classes sociais e dos papéis definidos nas novas cidades. Já não é m sível que as mulheres tenham autonomia no meio social, ao contrário disso, fica-lhe outorgad el doméstico e de procriação. Desse modo, percebemos que a educação passa a ser para pouco sse momento, surgiu a escravidão e o direito de posse de terras, animais etc. Portanto hecimento necessário para manter esses bens, já não poderia ser ensinado a todos os entes munidade. Foi preciso criar modos de perpetuar as posses e a hegemonia, e o conhecimento er do de manutenção dessas elites que surgiam. A educação começou a ser restrita e excludente. e modelo de educação, excludente e de manutenção dos privilégios passou a se assemelhar com emas educacionais que conhecemos atualmente. O que evidencia que a história da educaçã A escrita surge como uma necessidade da administração dos negócios, à medida que as atividades se tornam mais complexas. As transformações técnicas e o aparecimento das cidades e decorrência da produção excedente e da comercialização alteraram as relações humanas e o modo de sua sociabilidade. Com o tempo, enquanto nas tribos a organização social era homogênea, indivisa, foram criadas hierarquias devido a privilégios de classes, e no trabalho apareceram formas de servidão e escravismo; as terras de uso comum passaram a ser administradas pelo Estado, instituição criada para legitimar o novo regime de propriedade; a mulher, que na tribo desempenhava destacado papel social, ficou restrita ao lar, submetida a rigoroso controle da fidelidade, a fim de se garantir a herança apenas para os filhos legítimos (ARANHA, 2006, p. 35). Finalmente o saber, antes aberto a todos, tornou-se patrimônio e privilégio da classe dominante. Nesse momento surgiu a necessidade da escola, para que apenas alguns iniciados tivessem acesso ao conhecimento. Se analisarmos atentamente a história da educação, veremos como a escola, ao elitizar o saber, tem desempenhado um papel de exclusão da maioria (ARANHA, 2006, p. 35). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 15 Se antes o conhecimento era disponível a todos, agora, os interesses se sobrepõem ao bem comum, defendido nas antigas sociedades tribais. Ainda de acordo com Aranha (2006), a educação passou a atender interesses de parcelas menores das sociedades e relações de poder se estabelecem. É o início do surgimento das classes sociais e dos papéis definidos nas novas cidades. Já não é mais possível que as mulheres tenham autonomia no meio social, ao contrário disso, fica-lhe outorgado o papel doméstico e de procriação. Desse modo, percebemos que a educação passa a ser para poucos. Nesse momento, surgiu a escravidão e o direito de posse de terras, animais etc. Portanto, o conhecimento necessário para manter esses bens, já não poderia ser ensinado a todos os entes da comunidade. Foi preciso criar modos de perpetuar as posses e a hegemonia, e o conhecimento era o modo de manutenção dessas elites que surgiam. A educação começou a ser restrita e excludente. Esse modelo de educação, excludente e de manutenção dos privilégios passou a se assemelhar com os sistemas educacionais que conhecemos atualmente. O que evidencia que a história da educação é marcada por desigualdades e injustiças sociais ao longo de sua trajetória. Essas transformações antes o conhecimento era disponível a todos, agora, os interesses se sobrepõem ao bem com endido nas antigas sociedades tribais. Ainda de acordo com Aranha (2006), a educação passo nder interesses de parcelas menores das sociedades e relações de poder se estabelecem. início do surgimento das classes sociais e dos papéis definidos nas novas cidades. Já não é m sível que as mulheres tenham autonomia no meio social, ao contrário disso, fica-lhe outorgad el doméstico e de procriação. Desse modo, percebemos que a educação passa a ser para pouco sse momento, surgiu a escravidão e o direito de posse de terras, animais etc. Portanto hecimento necessário para manter esses bens, já não poderia ser ensinado a todos os entes munidade. Foi preciso criar modos de perpetuar as posses e a hegemonia, e o conhecimento er do de manutenção dessas elites que surgiam. A educação começou a ser restrita e excludente. e modelo de educação, excludente e de manutenção dos privilégios passou a se assemelhar com emas educacionais que conhecemos atualmente. O que evidencia que a história da educaçã A escrita surge como uma necessidade da administração dos negócios, à medida que as atividades se tornam mais complexas. As transformações técnicas e o aparecimento das cidades e decorrência da produção excedente e da comercialização alteraram as relações humanas e o modo de sua sociabilidade. Com o tempo, enquanto nas tribos a organização social era homogênea, indivisa, foram criadas hierarquias devido a privilégios de classes, e no trabalho apareceram formas de servidão e escravismo; as terras de uso comum passaram a ser administradas pelo Estado, instituição criada para legitimar o novo regime de propriedade; a mulher, que na tribo desempenhava destacado papel social, ficou restrita ao lar, submetida a rigoroso controle da fidelidade, a fim de se garantir a herança apenas para os filhos legítimos (ARANHA, 2006, p. 35). Finalmente o saber, antes aberto a todos, tornou-se patrimônio e privilégio da classe dominante. Nesse momento surgiu a necessidade da escola, para que apenas alguns iniciados tivessem acesso ao conhecimento. Se analisarmos atentamente a história da educação, veremos como a escola, ao elitizar o saber, tem desempenhado um papel de exclusão da maioria (ARANHA, 2006, p. 35). rcada por desigualdades e injustiças sociais ao longo de sua trajetória. Essas transformaç rcaram de modo contundente o processo de ensino. todo esse tempo, não vimos ainda aparecer a instituição escolar. Vamos nos deter ainda na ép Antiguidade e falar sobre as sociedades grega e romana. Para tanto vamos recorrer à obra de B 09, p. 16): mos em Bittar (2009) que a escola nasceu com o objetivo de manutenção de interesses das clas iais privilegiadas, e era destinada a passar sabedoria e conhecimento para que, quem o detive esse controlar a vida nas sociedades. Vimos aqui que a escola surgiu em virtude do interesse sses superiores e que procuravam, assim, a hegemonia. ar (2009) nos mostra que foi assim desde os egípcios, passando pela cultura greco-romana at cação de influência cristã que, no Brasil, foi a precursora das primeiras escolas nos tempos onização brasileira por Portugal, tendo seu início em 1530. s sociedades gregaspredominavam a separação de educação por classes sociais, em espe ela destinada às classes dominantes com o objetivo de manutenção do poder de controla iedade. As primeiras notícias que temos sobre a escola nos mostram que só tinham direito a frequentá-la os filhos das classes sociais privilegiadas. Foi assim no Egito, cuja supremacia foi reconhecida pelos gregos, educadores dos romanos, e pelas posteriores manifestações cristãs. As duas culturas – greco-romana e cristã – incorporaram elementos do Oriente Próximo, reconhecendo nos egípcios a origem da cultura, da sabedoria, da instrução. Antes de tudo, predominava a separação dos processos educativos segundo as classes sociais, porém, menos rígidos e com tendência à democracia. Também nessa sociedade de base escravista, encontraremos um modelo educativo para a classe dominante com o objetivo de formá-la para as tarefas de poder. Em contrapartida, para os trabalhadores, nenhuma escola, só o treinamento para o trabalho (BITTAR, 2009, p. 17). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 16 marcaram de modo contundente o processo de ensino. Em todo esse tempo, não vimos ainda aparecer a instituição escolar. Vamos nos deter ainda na época da Antiguidade e falar sobre as sociedades grega e romana. Para tanto vamos recorrer à obra de Bittar (2009, p. 16): Vemos em Bittar (2009) que a escola nasceu com o objetivo de manutenção de interesses das classes sociais privilegiadas, e era destinada a passar sabedoria e conhecimento para que, quem o detivesse pudesse controlar a vida nas sociedades. Vimos aqui que a escola surgiu em virtude do interesse das classes superiores e que procuravam, assim, a hegemonia. Bittar (2009) nos mostra que foi assim desde os egípcios, passando pela cultura greco-romana até a educação de influência cristã que, no Brasil, foi a precursora das primeiras escolas nos tempos da colonização brasileira por Portugal, tendo seu início em 1530. Nas sociedades gregas predominavam a separação de educação por classes sociais, em especial aquela destinada às classes dominantes com o objetivo de manutenção do poder de controlar a sociedade. ardadas as devidas proporções, seriam essas as bases que deram origem aos sistem cacionais contemporâneos que temos, ou seja, ofertar uma educação apenas elementar e técn a os trabalhadores e o ensino superior para as classes sociais mais privilegiadas. Olhando para e ema educacional greco-romano, e de outras épocas futuras, é impossível não remeter à no temporaneidade. mportante notar como o nosso presente educacional é a soma das atividades educacionais cas passadas. Como produto dessa soma, o que podemos herdar são práticas cristalizadas rta de educação. Práticas cristalizadas que deram suporte para dois tipos de ensino: o destinado o e o destinado à elite. vemos, em nossa análise, não cometer generalizações e pressupor que todos os sistem cacionais do passado e os nossos sistemas educacionais claramente privilegiam às classes soc s como superiores. Essa ação incorreria em uma análise apenas superficial do percurso histórico cação. a questão de destaque que fazemos na história da educação se dá na educação familiar. Qua havia a instituição escolar, havia a instituição familiar. Desde a pré-história as famílias arregavam de ensinar aos filhos o aprendizado necessário para a sobrevivência e autonomia iedade e no ambiente hostil a que eram submetidos. Mais tarde, quando havia a sociedade divid classes, as famílias mais abastadas contratavam mestres para ensinar seus filhos, isso desde pcios e gregos. famílias que não tinham condições, na maioria dos casos, educavam seus filhos para que seguiss s ofícios e, assim, a ordem de classes estabelecida se mantinha. É claro que, não podem eralizar, indicando que toda a história da educação ocorreu desse modo. logo do tempo, nas sociedades gregas da Antiguidade, a escrita passou a ser mais acessí mitindo que fosse difundida não apenas ao serviço reservado dos escribas. .1 Educação na Antiguidade oriental nçando ao longo da história da educação, vamos falar sobre a educação no Oriente e conhe ortantes aspectos históricos dessas culturais. Acontece que, com o avanço das sociedades triba urgimento das primeiras cidades às margens de grandes rios, as sociedades chamadas fluviais envolveram. Conforme a pesquisa de Aranha (2006, p. 46): UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 17 Guardadas as devidas proporções, seriam essas as bases que deram origem aos sistemas educacionais contemporâneos que temos, ou seja, ofertar uma educação apenas elementar e técnica para os trabalhadores e o ensino superior para as classes sociais mais privilegiadas. Olhando para esse sistema educacional greco-romano, e de outras épocas futuras, é impossível não remeter à nossa contemporaneidade. É importante notar como o nosso presente educacional é a soma das atividades educacionais de épocas passadas. Como produto dessa soma, o que podemos herdar são práticas cristalizadas na oferta de educação. Práticas cristalizadas que deram suporte para dois tipos de ensino: o destinado ao povo e o destinado à elite. Devemos, em nossa análise, não cometer generalizações e pressupor que todos os sistemas educacionais do passado e os nossos sistemas educacionais claramente privilegiam às classes sociais tidas como superiores. Essa ação incorreria em uma análise apenas superficial do percurso histórico da educação. Uma questão de destaque que fazemos na história da educação se dá na educação familiar. Quando não havia a instituição escolar, havia a instituição familiar. Desde a pré-história as famílias se encarregavam de ensinar aos filhos o aprendizado necessário para a sobrevivência e autonomia na sociedade e no ambiente hostil a que eram submetidos. Mais tarde, quando havia a sociedade dividida em classes, as famílias mais abastadas contratavam mestres para ensinar seus filhos, isso desde os egípcios e gregos. As famílias que não tinham condições, na maioria dos casos, educavam seus filhos para que seguissem seus ofícios e, assim, a ordem de classes estabelecida se mantinha. É claro que, não podemos generalizar, indicando que toda a história da educação ocorreu desse modo. Ao logo do tempo, nas sociedades gregas da Antiguidade, a escrita passou a ser mais acessível, permitindo que fosse difundida não apenas ao serviço reservado dos escribas. 1.3.1 Educação na Antiguidade oriental Avançando ao longo da história da educação, vamos falar sobre a educação no Oriente e conhecer importantes aspectos históricos dessas culturais. Acontece que, com o avanço das sociedades tribais e o surgimento das primeiras cidades às margens de grandes rios, as sociedades chamadas fluviais se desenvolveram. Conforme a pesquisa de Aranha (2006, p. 46): Cronologia das primeiras civilizações (datas aproximadas) » Clique nas abas para saber mais sobre o assunto e cenário natural era propício para que houvesse desenvolvimento social e econômico, e junt e cenário, os modos de educação também se desenvolveram. O que essas diferentes cultu am em comum era a forma de governo teocrático. Isso é, atribuíam, fosse ao imperador ou ao poder de divindade, como se fossem filhos de grandes divindades e, por isso, detinham o po oluto. e aspecto histórico-cultural tinha grande influência sobre a sociedade. Já passada a era das trib que tudo era de todos, agora prevalecia a criação de um Estado e suas formas de controle sobr o e a criação de classes desde os escravos até a realeza. O Estado, por meio de poder teocrático indade” controlava os meios de produção e as regras de convivência social. laro que nessa ordem social, a educação passou a ser restrita e os papéis sociais passaram a nidos com maior clareza. Nesse momento, surgiu uma classe privilegiada que estava entre indade” e o povo. Tratava-se de dirigentes, administradores desses Estados, uma classe que deti s privilégios e gozava de grande importância nas sociedades. Eramesses, segundo Aranha (200 erdotes, funcionários dos governos e escribas. alelo ao surgimento dos Estados nesses países do Oriente, estava uma criação humana Há cerca de 5 mil anos teve início o que podemos chamar de civilização nas regiões banhadas por rios. Por isso, os historiadores a conheceram como civilizações fluviais (ou sociedades hidráulicas), uma vez que, nessas planícies incrustadas nos desertos, a terra se tornava fértil e o curso d’água favorecia o intercâmbio de mercadores. Assim surgiram a Mesopotâmia (às margens dos rios Tigre e Eufrates), o Egito (“uma dádiva do Nilo”), a Índia (rios Indo e Ganges) e a China (rios Yangtsé e Hoang-Ho). Egito Mesopotâmia China Índia Israel 750 a.C. (2500?) (metade do terceiro milênio a.C.?). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 18 Desde o final do quarto milênio a.C. (segundo alguns, começo do terceiro milênio) até o século IV d.C.Egito Desde o final do quarto milênio a.C. (sumérios e sucessão de vários povos) até o século VI d.C.Mesopotâmia 2750 a.C. (2500?) (metade do terceiro milênio a.C.?).China Primeira metade do terceiro milênio a.C.Índia Os hebreus ocuparam Canaã em 1250 a.C. (quarto milênio, século XIII a.C.) até a dispersão, no século I a.C.Israel Esse cenário natural era propício para que houvesse desenvolvimento social e econômico, e junto a esse cenário, os modos de educação também se desenvolveram. O que essas diferentes culturas tinham em comum era a forma de governo teocrático. Isso é, atribuíam, fosse ao imperador ou ao rei, um poder de divindade, como se fossem filhos de grandes divindades e, por isso, detinham o poder absoluto. Esse aspecto histórico-cultural tinha grande influência sobre a sociedade. Já passada a era das tribos, em que tudo era de todos, agora prevalecia a criação de um Estado e suas formas de controle sobre o daria os rumos da educação e da história, a invenção da escrita. Inicialmente ligada às figuras ção da linguagem escrita com o tempo evoluiu da representação por imagens para a representa sons emitidos por meio da fala. escrita era um importante fator de controle das produções dos Estados e também um modo zação, pois nem todos podiam aprender o ofício de escriba. Portanto, o acesso à aprendizagem rita era uma atividade muito bem-vista nas sociedades e, como vimos, restrita. Todavia, a evolu sistema de escrita pelos fenícios possibilitou a ampliação de acesso a esse universo, até ent to restrito. m a avanço do acesso à escrita, o conhecimento pode ser mais difundido através dos séculos, , com o passar do tempo, pudesse chegar para mais pessoas e perdesse seu aspecto “divino”. Costuma-se chamar de pictográfica a escrita que representa figuras, enquanto em um nível maior de abstração, a escrita ideográfica representa objetos e ideias. Escritas como os hieróglifos egípcios, os caracteres cuneiformes da Mesopotâmia e os ideogramas chineses são ideográficas, ainda quando passaram por etapas anteriores de registro pictográfico, mais presas à imagem. Já as escritas fonéticas decompõem as palavras em unidades sonoras: neste caso, libertados da figura, do objeto e da ideia, os sinais diminuem drasticamente de quantidade para registrar apenas os sons em infinitas composições possíveis. A escrita fonética ainda pode ser silábica (um sinal para a sílaba) ou alfabética (um sinal para cada letra) (ARANHA, 2006, p. 49). A escrita, no entanto, difundiu-se muito mais no segundo milênio, por volta de 1500 a.C. (data incerta), quando os fenícios inventaram a escrita fonética alfabética, ou a aperfeiçoaram, não se sabe bem. O termo alfabeto, inicialmente formado pelas primeiras letras fenícias aleph e bet, é composto das letras gregas alpha (α) e beta (β). Os 22 sinais permitem as mais diferentes combinações, tornando bem mais práticos o uso e a aprendizagem da escrita (ARANHA, 2006, p. 51). daria os rumos da educação e da história, a invenção da escrita. Inicialmente ligada às figuras ção da linguagem escrita com o tempo evoluiu da representação por imagens para a representa sons emitidos por meio da fala. escrita era um importante fator de controle das produções dos Estados e também um modo zação, pois nem todos podiam aprender o ofício de escriba. Portanto, o acesso à aprendizagem rita era uma atividade muito bem-vista nas sociedades e, como vimos, restrita. Todavia, a evolu sistema de escrita pelos fenícios possibilitou a ampliação de acesso a esse universo, até ent to restrito. m a avanço do acesso à escrita, o conhecimento pode ser mais difundido através dos séculos, , com o passar do tempo, pudesse chegar para mais pessoas e perdesse seu aspecto “divino”. Costuma-se chamar de pictográfica a escrita que representa figuras, enquanto em um nível maior de abstração, a escrita ideográfica representa objetos e ideias. Escritas como os hieróglifos egípcios, os caracteres cuneiformes da Mesopotâmia e os ideogramas chineses são ideográficas, ainda quando passaram por etapas anteriores de registro pictográfico, mais presas à imagem. Já as escritas fonéticas decompõem as palavras em unidades sonoras: neste caso, libertados da figura, do objeto e da ideia, os sinais diminuem drasticamente de quantidade para registrar apenas os sons em infinitas composições possíveis. A escrita fonética ainda pode ser silábica (um sinal para a sílaba) ou alfabética (um sinal para cada letra) (ARANHA, 2006, p. 49). A escrita, no entanto, difundiu-se muito mais no segundo milênio, por volta de 1500 a.C. (data incerta), quando os fenícios inventaram a escrita fonética alfabética, ou a aperfeiçoaram, não se sabe bem. O termo alfabeto, inicialmente formado pelas primeiras letras fenícias aleph e bet, é composto das letras gregas alpha (α) e beta (β). Os 22 sinais permitem as mais diferentes combinações, tornando bem mais práticos o uso e a aprendizagem da escrita (ARANHA, 2006, p. 51). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 19 povo e a criação de classes desde os escravos até a realeza. O Estado, por meio de poder teocrático da “divindade” controlava os meios de produção e as regras de convivência social. É claro que nessa ordem social, a educação passou a ser restrita e os papéis sociais passaram a ser definidos com maior clareza. Nesse momento, surgiu uma classe privilegiada que estava entre a “divindade” e o povo. Tratava-se de dirigentes, administradores desses Estados, uma classe que detinha altos privilégios e gozava de grande importância nas sociedades. Eram esses, segundo Aranha (2006), sacerdotes, funcionários dos governos e escribas. Paralelo ao surgimento dos Estados nesses países do Oriente, estava uma criação humana que mudaria os rumos da educação e da história, a invenção da escrita. Inicialmente ligada às figuras, a criação da linguagem escrita com o tempo evoluiu da representação por imagens para a representação dos sons emitidos por meio da fala. A escrita era um importante fator de controle das produções dos Estados e também um modo de elitização, pois nem todos podiam aprender o ofício de escriba. Portanto, o acesso à aprendizagem da escrita era uma atividade muito bem-vista nas sociedades e, como vimos, restrita. Todavia, a evolução do sistema de escrita pelos fenícios possibilitou a ampliação de acesso a esse universo, até então, muito restrito. e conhecimento chegou aos gregos, que o difundiram ainda mais, de modo que séculos a fre gasse até nós. Isso dada a grandiosa influência da cultura grega para a formação da nossa lín tuguesa e outras línguas de origem latina, como o italiano, para citar apenas um exemplo. mportante compreender que a divisão em classes, após a criação dos Estados, criou hierarqu das e relegou privilégios às classes superiores e exclusão de conhecimentos e de direitos aos pob os escravizados. De modo que o conhecimento, ainda que com a criação e o avanço da escrita, a poucos. Os privilégios dessa época deixaram claro que o desenvolvimento da educação est ociado fortemente à exclusão.onhecimento restrito é uma marca histórica que caminhou desde a criação das sociedades orien cidentais e que persiste até os dias atuais. Compreender esses fatos históricos, é sem dúvidas, u te importante para a formação inicial e continuada de professores e professoras. da falando das sociedades orientais e do processo privilegiado de acesso ao conhecimento, vejam s características desse período, ainda citando Aranha (2006), cuja pesquisa dá base ao no udo. aminhar evolutivo da educação trilha o acesso ao conhecimento como forma de ascensão e sta ial, mas ainda exclusivo. Não havia escola para o povo. O conhecimento para todos sempre foi u rca a ser conquistada, desde as mais antigas civilizações. Os fenícios destacaram-se como exímios navegadores e excelentes negociantes, e a invenção do alfabeto facilitava enormemente os registros das transações comerciais. A simplificação da escrita contribuiu para que ela deixasse de ser monopólio de uma minoria e perdesse aos poucos o caráter sagrado (ARANHA, 2006, p. 51). Em decorrência, estabeleceu-se uma diferenciação entre os destinados aos estudos do sagrado e da administração e aqueles voltados ao adestramento para os diversos ofícios especializados. Teve início, então, o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos nobres e de altos funcionários. A grande massa era excluída da escola e submetida à educação familiar informal (ARANHA, 2006, p. 52). e conhecimento chegou aos gregos, que o difundiram ainda mais, de modo que séculos a fre gasse até nós. Isso dada a grandiosa influência da cultura grega para a formação da nossa lín tuguesa e outras línguas de origem latina, como o italiano, para citar apenas um exemplo. mportante compreender que a divisão em classes, após a criação dos Estados, criou hierarqu das e relegou privilégios às classes superiores e exclusão de conhecimentos e de direitos aos pob os escravizados. De modo que o conhecimento, ainda que com a criação e o avanço da escrita, a poucos. Os privilégios dessa época deixaram claro que o desenvolvimento da educação est ociado fortemente à exclusão. onhecimento restrito é uma marca histórica que caminhou desde a criação das sociedades orien cidentais e que persiste até os dias atuais. Compreender esses fatos históricos, é sem dúvidas, u te importante para a formação inicial e continuada de professores e professoras. da falando das sociedades orientais e do processo privilegiado de acesso ao conhecimento, vejam s características desse período, ainda citando Aranha (2006), cuja pesquisa dá base ao no udo. aminhar evolutivo da educação trilha o acesso ao conhecimento como forma de ascensão e sta ial, mas ainda exclusivo. Não havia escola para o povo. O conhecimento para todos sempre foi u rca a ser conquistada, desde as mais antigas civilizações. Os fenícios destacaram-se como exímios navegadores e excelentes negociantes, e a invenção do alfabeto facilitava enormemente os registros das transações comerciais. A simplificação da escrita contribuiu para que ela deixasse de ser monopólio de uma minoria e perdesse aos poucos o caráter sagrado (ARANHA, 2006, p. 51). Em decorrência, estabeleceu-se uma diferenciação entre os destinados aos estudos do sagrado e da administração e aqueles voltados ao adestramento para os diversos ofícios especializados. Teve início, então, o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos nobres e de altos funcionários. A grande massa era excluída da escola e submetida à educação familiar informal (ARANHA, 2006, p. 52). daria os rumos da educação e da história, a invenção da escrita. Inicialmente ligada às figuras ção da linguagem escrita com o tempo evoluiu da representação por imagens para a representa sons emitidos por meio da fala. escrita era um importante fator de controle das produções dos Estados e também um modo zação, pois nem todos podiam aprender o ofício de escriba. Portanto, o acesso à aprendizagem rita era uma atividade muito bem-vista nas sociedades e, como vimos, restrita. Todavia, a evolu sistema de escrita pelos fenícios possibilitou a ampliação de acesso a esse universo, até ent to restrito. m a avanço do acesso à escrita, o conhecimento pode ser mais difundido através dos séculos, , com o passar do tempo, pudesse chegar para mais pessoas e perdesse seu aspecto “divino”. Costuma-se chamar de pictográfica a escrita que representa figuras, enquanto em um nível maior de abstração, a escrita ideográfica representa objetos e ideias. Escritas como os hieróglifos egípcios, os caracteres cuneiformes da Mesopotâmia e os ideogramas chineses são ideográficas, ainda quando passaram por etapas anteriores de registro pictográfico, mais presas à imagem. Já as escritas fonéticas decompõem as palavras em unidades sonoras: neste caso, libertados da figura, do objeto e da ideia, os sinais diminuem drasticamente de quantidade para registrar apenas os sons em infinitas composições possíveis. A escrita fonética ainda pode ser silábica (um sinal para a sílaba) ou alfabética (um sinal para cada letra) (ARANHA, 2006, p. 49). A escrita, no entanto, difundiu-se muito mais no segundo milênio, por volta de 1500 a.C. (data incerta), quando os fenícios inventaram a escrita fonética alfabética, ou a aperfeiçoaram, não se sabe bem. O termo alfabeto, inicialmente formado pelas primeiras letras fenícias aleph e bet, é composto das letras gregas alpha (α) e beta (β). Os 22 sinais permitem as mais diferentes combinações, tornando bem mais práticos o uso e a aprendizagem da escrita (ARANHA, 2006, p. 51). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 20 Com a avanço do acesso à escrita, o conhecimento pode ser mais difundido através dos séculos, até que, com o passar do tempo, pudesse chegar para mais pessoas e perdesse seu aspecto “divino”. Esse conhecimento chegou aos gregos, que o difundiram ainda mais, de modo que séculos a frente, chegasse até nós. Isso dada a grandiosa influência da cultura grega para a formação da nossa língua portuguesa e outras línguas de origem latina, como o italiano, para citar apenas um exemplo. É importante compreender que a divisão em classes, após a criação dos Estados, criou hierarquias rígidas e relegou privilégios às classes superiores e exclusão de conhecimentos e de direitos aos pobres e aos escravizados. De modo que o conhecimento, ainda que com a criação e o avanço da escrita, era para poucos. Os privilégios dessa época deixaram claro que o desenvolvimento da educação esteve associado fortemente à exclusão. O conhecimento restrito é uma marca histórica que caminhou desde a criação das sociedades orientais e ocidentais e que persiste até os dias atuais. Compreender esses fatos históricos, é sem dúvidas, uma parte importante para a formação inicial e continuada de professores e professoras. Ainda falando das sociedades orientais e do processo privilegiado de acesso ao conhecimento, vejamos mais características desse período, ainda citando Aranha (2006), cuja pesquisa dá base ao nosso estudo. partir do surgimento das primeiras civilizações orientais é que vemos a evolução da história cação. Para tanto, vamos falar brevemente sobre essas culturas históricas. hina ultura chinesa se mostra, ainda nos dias atuais, com traços fortemente tradicionais. Na China ant aber pertencia aos mandarins que, segundo Aranha (2006), tinham a confiança direta do impera ssim, eram os que cuidavam das atribuições do Estado que regia a sociedade com regras rígidas cultura chinesa antiga, destacam-se os sábios Lao Tsé e Confúcio, ambos do século VI a.C., c uência gerou forte impacto na cultura chinesa. Como nas outras culturas, o ensino também ado para as classes superiores e ao povo era dado o saber manual do aprendizado das oficinas. gito ssivelmente a mais antiga das sociedades do oriente, a cultura egípcia se desenvolveu às marg rio Nilo. Sua cultura mística, ainda hoje, guarda segredos não desvendados,apesar A princípio o conhecimento da escrita era bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. Com o tempo, aumentou o número dos que procuravam instrução, embora apenas os filhos dos privilegiados conseguissem atingir os graus superiores (ARANHA, 2006, p. 52). A história da China revela uma das mais tradicionalistas culturas mantidas sem grandes mudanças mesmo até tempos recentes. É inevitável que a educação também reproduzisse esse caráter conservador, voltado para a transmissão da sabedoria contida nos livros clássicos, ainda que burilada por interpretações posteriores de outros sábios (ARANHA, 2006, p. 59). A educação elementar visava ao ensino do cálculo e à alfabetização, muito difícil e demorada devido ao caráter complexo da escrita chinesa. A formação moral baseava-se na transmissão dos valores dos ancestrais. Tudo era feito de maneira rigorosa e dogmática, com ênfase nas técnicas de memorização (ARANHA, 2006, p. 60). partir do surgimento das primeiras civilizações orientais é que vemos a evolução da história cação. Para tanto, vamos falar brevemente sobre essas culturas históricas. hina ultura chinesa se mostra, ainda nos dias atuais, com traços fortemente tradicionais. Na China ant aber pertencia aos mandarins que, segundo Aranha (2006), tinham a confiança direta do impera ssim, eram os que cuidavam das atribuições do Estado que regia a sociedade com regras rígidas cultura chinesa antiga, destacam-se os sábios Lao Tsé e Confúcio, ambos do século VI a.C., c uência gerou forte impacto na cultura chinesa. Como nas outras culturas, o ensino também ado para as classes superiores e ao povo era dado o saber manual do aprendizado das oficinas. gito ssivelmente a mais antiga das sociedades do oriente, a cultura egípcia se desenvolveu às marg rio Nilo. Sua cultura mística, ainda hoje, guarda segredos não desvendados, apesar A princípio o conhecimento da escrita era bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. Com o tempo, aumentou o número dos que procuravam instrução, embora apenas os filhos dos privilegiados conseguissem atingir os graus superiores (ARANHA, 2006, p. 52). A história da China revela uma das mais tradicionalistas culturas mantidas sem grandes mudanças mesmo até tempos recentes. É inevitável que a educação também reproduzisse esse caráter conservador, voltado para a transmissão da sabedoria contida nos livros clássicos, ainda que burilada por interpretações posteriores de outros sábios (ARANHA, 2006, p. 59). A educação elementar visava ao ensino do cálculo e à alfabetização, muito difícil e demorada devido ao caráter complexo da escrita chinesa. A formação moral baseava-se na transmissão dos valores dos ancestrais. Tudo era feito de maneira rigorosa e dogmática, com ênfase nas técnicas de memorização (ARANHA, 2006, p. 60). partir do surgimento das primeiras civilizações orientais é que vemos a evolução da história cação. Para tanto, vamos falar brevemente sobre essas culturas históricas. hina ultura chinesa se mostra, ainda nos dias atuais, com traços fortemente tradicionais. Na China ant aber pertencia aos mandarins que, segundo Aranha (2006), tinham a confiança direta do impera ssim, eram os que cuidavam das atribuições do Estado que regia a sociedade com regras rígidas cultura chinesa antiga, destacam-se os sábios Lao Tsé e Confúcio, ambos do século VI a.C., c uência gerou forte impacto na cultura chinesa. Como nas outras culturas, o ensino também ado para as classes superiores e ao povo era dado o saber manual do aprendizado das oficinas. gito ssivelmente a mais antiga das sociedades do oriente, a cultura egípcia se desenvolveu às marg rio Nilo. Sua cultura mística, ainda hoje, guarda segredos não desvendados, apesar A princípio o conhecimento da escrita era bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. Com o tempo, aumentou o número dos que procuravam instrução, embora apenas os filhos dos privilegiados conseguissem atingir os graus superiores (ARANHA, 2006, p. 52). A história da China revela uma das mais tradicionalistas culturas mantidas sem grandes mudanças mesmo até tempos recentes. É inevitável que a educação também reproduzisse esse caráter conservador, voltado para a transmissão da sabedoria contida nos livros clássicos, ainda que burilada por interpretações posteriores de outros sábios (ARANHA, 2006, p. 59). A educação elementar visava ao ensino do cálculo e à alfabetização, muito difícil e demorada devido ao caráter complexo da escrita chinesa. A formação moral baseava-se na transmissão dos valores dos ancestrais. Tudo era feito de maneira rigorosa e dogmática, com ênfase nas técnicas de memorização (ARANHA, 2006, p. 60). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 21 O caminhar evolutivo da educação trilha o acesso ao conhecimento como forma de ascensão e status social, mas ainda exclusivo. Não havia escola para o povo. O conhecimento para todos sempre foi uma marca a ser conquistada, desde as mais antigas civilizações. A partir do surgimento das primeiras civilizações orientais é que vemos a evolução da história da educação. Para tanto, vamos falar brevemente sobre essas culturas históricas. » China A cultura chinesa se mostra, ainda nos dias atuais, com traços fortemente tradicionais. Na China antiga, o saber pertencia aos mandarins que, segundo Aranha (2006), tinham a confiança direta do imperador e, assim, eram os que cuidavam das atribuições do Estado que regia a sociedade com regras rígidas. » Egito Possivelmente a mais antiga das sociedades do oriente, a cultura egípcia se desenvolveu às margens do rio Nilo. Sua cultura mística, ainda hoje, guarda segredos não desvendados, apesar do descobrimento de novos sarcófagos e objetos históricos. Da cultura chinesa antiga, destacam-se os sábios Lao Tsé e Confúcio, ambos do século VI a.C., cuja influência gerou forte impacto na cultura chinesa. Como nas outras culturas, o ensino também era voltado para as classes superiores e ao povo era dado o saber manual do aprendizado das oficinas. cobrimento de novos sarcófagos e objetos históricos. igura 3 mostra a riqueza de detalhes das obras pertencentes à cultura egípcia. Figura 3 – Hieróglifos do Egito antigo com faraó e Ankh. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 30/10/2020. onhecimento gerado na cultura egípcia antiga impressiona devido ao seu alto grau de elevação. pcios conheciam as áreas de medicina e astrologia, sem falar do conhecimento arquitetôn ando em conta a construção das pirâmides, que permitia o grande desenvolvimento de sua cultu gundo Aranha (2006), o conhecimento era voltado para o desenvolvimento de questões práticas iedade. #PraCegoVer: Fotografia de um hieróglifo egípcio. A parede em que os símbolos estão esculpidos é alaranjada. Em primeiro plano estão quatro figuras. No canto esquerdo, trajado em roupas típicas da civilização egípcia, está um servo, com as duas mãos estendidas ao faraó. No centro da imagem, o faraó observa o servo, enquanto segura a Ankh, a cruz egípcia, (símbolo da vida eterna). Ao lado direito do faraó está Osíris, o deus dos mortos, com as mãos em frente ao próprio peito, segurando um cajado e um açoite. Por último, do lado direito de Osíris, está o deus Hórus, que tem cabeça de falcão e corpo de ser humano, empunhando um cajado na mão esquerda. Atrás das quatro figuras, em segundo plano, há 15 repartições verticais esculpidas na parede. Cada repartição, de cima para baixo, dispõe hieróglifos diversos. UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 22 A Figura 3 mostra a riqueza de detalhes das obras pertencentes à cultura egípcia. O conhecimento gerado na cultura egípcia antiga impressiona devido ao seu alto grau de elevação. Os egípcios conheciam as áreas de medicina e astrologia, sem falar do conhecimento arquitetônico, levando em conta a construção das pirâmides, que permitia o grande desenvolvimento de sua cultura. Segundo Aranha (2006), o conhecimento era voltado parao desenvolvimento de questões práticas da sociedade. ultura egípcia já preconizava o surgimento de escolas, mas não como conhecemos hoje. A figura stre ensinava poucos alunos, mais uma vez acentuando que a educação era para os m ilegiados da cultura, em templos e casas. Não havia ainda o prédio escolar, mas já se admitia u ção de ensino-aprendizado entre professor e alunos. dia ultura indiana possui características que permanecem até os dias atuais. Nascida por volta de 2 ., às margens dos rios sagrados Indo e Ganges, a cultura hindu influencia não só a socied ana, mas também outras culturas mundo afora. fator preponderante na cultura da Índia se dá pela hierarquização da sociedade por meio de cas modo que a segregação imposta pela mesma é severa e não permite que o conhecimento seja p os. Apesar do forte teor religioso da cultura egípcia, as informações eram muito práticas, como o cálculo da ração das tropas em campanha, o número de tijolos necessários para uma construção e complicados problemas de geometria destinados à agrimensura. Extensas listas de plantas e animais indicavam significativo conhecimento de botânica, zoologia, mineralogia e geografia (ARANHA, 2006, p. 53). As escolas eram frequentadas por pouco mais de vinte alunos cada uma, segundo as raras informações de que dispomos. Apesar de já se perceber a institucionalização das escolas, elas não funcionavam em prédios especialmente construídos para essa função, mas sim nos templos e em algumas casas. Os mestres sentavam-se em uma esteira e os alunos ao redor dele, muitas vezes ao ar livre, “sob uma figueira”, como atesta a rica iconografia egípcia. Os textos eram aprendidos mediante a repetição mnemônica, isto é, pela leitura em voz alta, em conjunto, para facilitar a memorização. O ensino autoritário tinha por finalidade curvar o aluno à obediência (ARANHA, 2006, p. 53). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 23 A cultura egípcia já preconizava o surgimento de escolas, mas não como conhecemos hoje. A figura do mestre ensinava poucos alunos, mais uma vez acentuando que a educação era para os mais privilegiados da cultura, em templos e casas. Não havia ainda o prédio escolar, mas já se admitia uma relação de ensino-aprendizado entre professor e alunos. » Índia A cultura indiana possui características que permanecem até os dias atuais. Nascida por volta de 2000 a.C., às margens dos rios sagrados Indo e Ganges, a cultura hindu influencia não só a sociedade indiana, mas também outras culturas mundo afora. Um fator preponderante na cultura da Índia se dá pela hierarquização da sociedade por meio de castas, de modo que a segregação imposta pela mesma é severa e não permite que o conhecimento seja para todos. ssa cultura havia a figura do mestre e da escola, não como conhecemos, mas, de modo ge mente as castas superiores tinham acesso aos estudos superiores. A hierarquização não permitia pos inferiores terem acesso nem mesmo à educação elementar. O budismo (criado por Sida utama, conhecido como Buda, que significa “o iluminado”), que tem como destaque a relação mes iscípulo, exerce grande influência em toda a cultura indiana, e, também, como dito, em diferen ses. esopotâmia ivilização da Mesopotâmia surgiu por volta do final do quarto milênio a.C., à beira dos rios Tigr rates. Pouco se sabe sobre os modos de transmissão de educação, provavelmente, segundo Ara 06), de início o ensino se dava na instituição familiar. Sua cultura também, à semelhança pcios, era bem desenvolvida para a época. Eles tinham conhecimentos medicinais, calendá ares, astronômicos e dispunham de bibliotecas e ferramentas forjadas a partir do bronze. A influên tica tinha forte aspecto em sua cultura. s tarde, houve a criação de escolas públicas para impor a cultura dos assírios, que haviam domin abilônia. O sacerdócio, assim como no Egito, exercia forte influência cultural. De acordo Ara 06), houve a criação de ricas bibliotecas e de centros de ensino superior. Se nas civilizações orientais as divisões de classe foram marcantes, na Índia estabeleceram extrema discriminação. A população era dividida em castas fechadas: os brâmanes (sacerdotes), os xátrias (guerreiros e magistrados), os vaicias (agricultores e mercadores), os sudras (artesãos) e os párias (servos dedicados aos serviços considerados mais humildes). Devido à crença de que todos saíram do corpo do deus Brahman, os brâmanes eram considerados mais importantes por terem sido gerados da cabeça do deus. No outro extremo, os párias, por nem sequer terem origem divina, não pertenciam a nenhuma casta e por isso eram intocáveis e reduzidos a uma condição miserável. Segundo tão rígida hierarquia, que predeterminava as condições de casamentos e a escolha de profissões, a educação também era discriminadora, privilegiando os brâmanes. Encaminhados por mestres, eles aprendiam os textos sagrados dos Vedas e dos Upanishads (ARANHA, 2006, p. 57-58). UNIDADE 1 – CONCEITOS DE EDUCAÇÃO E HISTÓRIA 24 Nessa cultura havia a figura do mestre e da escola, não como conhecemos, mas, de modo geral, somente as castas superiores tinham acesso aos estudos superiores. A hierarquização não permitia aos grupos inferiores terem acesso nem mesmo à educação elementar. O budismo (criado por Sidarta Gautama, conhecido como Buda, que significa “o iluminado”), que tem como destaque a relação mestre e discípulo, exerce grande influência em toda a cultura indiana, e, também, como dito, em diferentes países. » Mesopotâmia A civilização da Mesopotâmia surgiu por volta do final do quarto milênio a.C., à beira dos rios Tigre e Eufrates. Pouco se sabe sobre os modos de transmissão de educação, provavelmente, segundo Aranha (2006), de início o ensino se dava na instituição familiar. Sua cultura também, à semelhança dos egípcios, era bem desenvolvida para a época. Eles tinham conhecimentos medicinais, calendários lunares, astronômicos e dispunham de bibliotecas e ferramentas forjadas a partir do bronze. A influência mística tinha forte aspecto em sua cultura. Mais tarde, houve a criação de escolas públicas para impor a cultura dos assírios, que haviam dominado a Babilônia. O sacerdócio, assim como no Egito, exercia forte influência cultural. De acordo Aranha (2006), houve a criação de ricas bibliotecas e de centros de ensino superior. .2 Educação na Antiguidade ocidental amos agora sobre duas grandes civilizações que em muito influenciaram a formação da no ura brasileira. Isso porque a Grécia é denominada como o berço da cultura ocidental, bem com ização de Roma e a grande expansão de seu império. Contribuições, sobretudo, na formação sa língua portuguesa a partir da língua latina, difundida por meio da cultura greco-romana. Vale d nos deteremos em alguns aspectos da rica história dessas grandes civilizações ocidentais, dad mplexidade de detalhes e extensão das mesmas. récia nhecida como berço da cultura ocidental, a Grécia tem extensa e complexa história. Apesar de mada por diversas cidades-estado, todas tinham uma mesma religião e língua, portanto, estava, o modo, unificada. A Grécia teve diferentes períodos históricos, sendo que: Periodização da história da Grécia antiga Também proliferaram ricas bibliotecas no interior dos templos, em que os “livros” eram tabuletas ou cilindros gravados com caracteres cuneiformes e versavam sobre os mais diversos assuntos. À semelhança do Egito, destacava-se a cultura da poderosa classe sacerdotal, depositária do saber e encarregada da educação. A escola formava os escribas, incumbidos de ler e copiar os textos religiosos usando a difícil escrita. Por isso, o aprendizado era longo, minucioso e voltado para a preservação dessa cultura milenar. Os escribas tinham a função de registrar inclusive as transações comerciais, e foi desse modo que ficamos sabendo da intensa atividade comercial internacional dos mesopotâmios (ARANHA, 2006, p. 55-56). Os gregos se distinguiam dos demais povos, denominando sua
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