Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso: Técnico em Eletrotécnica Módulo 2 – Básico Município: Jacaraípe – Serra ES PLANO DE ENSINO PROFESSOR DISCIPLINA Máquinas Elétricas e Transformadores CARGA HORÁRIA 80 horas SEMESTRE / ANO 2/2019 MÓDULO II DATA EMENTA Fundamentos da eletromecânica (magnetismo e eletromagnetismo, Lei de Lenz, força eletromagnética, aplicações, geradores e motores), transformadores monofásicos e trifásicos, máquinas de corrente contínua, motores de indução monofásicos e trifásicos, máquinas síncronas. OBJETIVOS Conhecer as características técnicas das máquinas (Motores, Transformadores, Geradores). Identificar e avaliar dados técnicos em relação à sua classe de utilização. Ser capaz de interpretar manuais, catálogos, instruções de manutenção de Máquinas Elétricas. Saber dimensionar as máquinas para sua aplicação adequada. Compreender o funcionamento das máquinas. Dimensionar proteções para as máquinas. Conhecer partes componentes de transformador de potência. Conhecer testes de polaridade e identificação das fases. 2 Conhecer ensaios a vazio e em curto – circuito. Conhecer paralelismo de transformadores. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Eletromagnetismo Motores elétricos Sistemas de alimentação Geradores elétricos Tipos de geradores Transformadores Tipos de transformadores METODOLOGIA O aluno precisa acessar o ambiente virtual diariamente; O aluno precisa dedicar 4h diárias para compor 20 horas semanais para a disciplina; As pesquisas propostas necessitam envolvimento e comprometimento do aluno; A participação nos fóruns é para o desenvolvimento da aprendizagem; O acompanhamento das atividades será realizado pelos tutores a distância e presencial; A correção das atividades será realizada pelos tutores à distância. AVALIAÇÃO O aluno precisa acessar o ambiente virtual diariamente; O aluno precisa dedicar 4h diárias para compor 20 horas semanais para a disciplina; As pesquisas propostas necessitam envolvimento e comprometimento do aluno; A participação nos fóruns é para o desenvolvimento da aprendizagem; O acompanhamento das atividades será realizado pelos tutores a distância e presencial; A correção das atividades será realizada pelos tutores à distância. BIBLIOGRAFIA BÁSICA Referências Bibliográficas Complementares: Motor de Indução - Filippo Filho, Guilherme - Erica. Máquinas elétricas e transformadores - Kossow -Irwing L. Editora Globo. Referências Bibliográficas Básicas: EDMINISTER, Joseph A. Circuitos Elétricos. Coleção Schaum. Ed. McGraw-Hill 3 APRESENTAÇÃO Os princípios, conceitos e técnicas enfocados são fundamentais ao bom desenvolvimento da atividade profissional, representando uma introdução e preparação para o desempenho na área de Máquinas Elétricas e Transformadores. Seu conteúdo é majoritariamente composto por conhecimentos técnico-científicos que exigem prática em laboratório e no desempenho das atividades nas diversas áreas do uso de energia com segurança e boas práticas de consumo eficiente e responsabilidade ambiental e social. “A educação custa dinheiro, mas a ignorância não tem preço” (Claus Moser) “As máquinas e dispositivos elétricos estão muito presentes em nossa vida, mas principalmente na área da indústria. Torna-se vital aprender e conhecer seus fundamentos e todos os seus componentes e funcionamentos agregados”. “Dê o seu melhor porque o mercado de trabalho busca os melhores!” Prof. Carlos Alberto Milanezi SUMÁRIO Eletromagnetismo............................................................................................................5 Lei de Lenz......................................................................................................................6 Motores elétricos............................................................................................................7 Motores corrente contínua.............................................................................................7 Motores corrente alternada............................................................................................9 Motores monofásicos...................................................................................................11 Motores trifásicos........................................................................................................13 Tipos de ligações.........................................................................................................15 Geradores.....................................................................................................................18 Transformadores..........................................................................................................20 Transformadores de Potência.......................................................................................35 4 Máquinas Elétricas 5 ELETROMAGNETISMO: Cargas Positivas e Negativas Os elétrons na faixa exterior de um átomo são deslocados facilmente pela aplicação de alguma força externa. Os elétrons que são forçados para fora de suas órbitas podem resultar na falta de elétrons no átomo de onde saem e em um excesso no átomo para onde vão. A falta dos elétrons cria uma carga positiva porque há mais prótons do que elétrons e o excesso dos elétrons cria uma carga negativa. Atração e Repulsão Em eletricidade, o velho ditado “os opostos se atraem” é verdadeiro. Todos os corpos carregados eletricamente possuem um campo invisível ao seu redor. Quando dois corpos carregados com cargas iguais são colocados juntos, seus campos elétricos trabalharam para repelí-los e quando dois corpos carregados com cargas contrárias são colocados juntos, seus campos elétricos trabalharam para atraí-los. O campo elétrico em torno de um corpo carregado é representado por linhas invisíveis de força e estas linhas representam um campo elétrico invisível que causa a atração e a repulsão. Magnetismo Denominamos de magnetismo, as linhas invisíveis de força criadas pelos ímãs naturais e pelos eletroímãs. Os três tipos mais comuns de imãs naturais são a ferradura, a barra e a agulha de bússola.Os ímãs possuem duas características principais, atraem e se prendem ao ferro e se livres para se moverem como a agulha da bússola, apontam para os pólos norte e sul. Linhas do Fluxo Magnético Cada ímã possui dois pólos, um pólo norte e um pólo sul. As linhas invisíveis do fluxo magnético saem do pólo norte e entram no pólo sul. Mesmo que as linhas 6 do fluxo sejam invisíveis, os efeitos do campo magnético gerado pelas mesmas, pode se tornar visível. Se colocarmos uma folha de papel sobre um ímã natural ou sobre um eletroímã, e despejarmos limalha de ferro sobre essa folha, as limalhas de ferro arranjar- se-ão ao longo das linhas invisíveis do fluxo. Extraindo as linhas na maneira como as limalhas de ferro se arranjaram, teremos a seguinte imagem: As linhas tracejadas indicam o trajeto das linhas do fluxo magnético. As linhas do campo existem dentro e fora do ímã e formam sempre laços fechados. As linhas magnéticas do fluxo saem do pólo norte e entram no pólo sul, retornando ao pólo norte através do ímã. Interação entre dois ímãs Quando dois ímãs são aproximados, o fluxo magnético em torno destes irá causar uma interação entre os mesmos. Se os ímãs forem aproximados com os pólos contrários, os mesmos iram se atrair e se forem com os pólos iguais iram se repelirem. Eletroímã Uma bobina de fio condutor, percorrida por uma corrente elétrica age como um ímã. Os laços individuais da bobina agem como pequenos ímãs. Os campos individuaisse somam formando o campo principal. A força do campo pode ser aumentada adicionando mais voltas à bobina ou ainda, se ainda se aumentarmos a corrente que circula pela mesma. 7 Lei de Lenz Segundo a lei de Lenz, o sentido da corrente é o oposto da variação do campo magnético que lhe deu origem. Havendo diminuição do fluxo magnético, a corrente criada gerará um campo magnético de mesmo sentido do fluxo magnético da fonte. Havendo aumento, a corrente criada gerará um campo magnético oposto ao sentido do fluxo magnético da fonte. Tendo como exemplo uma espira circular no mesmo plano da tela do monitor submetida a um fluxo magnético constante (portanto sem corrente induzida) e "entrando" na tela. Dependendo da movimentação dada à espira, ocorrerá aumento ou diminuição do fluxo magnético e, com base nesse movimento, podemos determinar o sentido da corrente criada: Afastamento (diminuição do fluxo magnético): sentido horário. Aproximação (aumento do fluxo magnético): sentido anti-horário. Com a variação do fluxo magnético, mesmo constante, gera uma corrente elétrica, intensa ou não, depende-se do campo que se forma na espira circular. MOTORES ELÉTRICOS: Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica. O motor de indução é o mais usado de todos os tipos de motores, pois combinam as vantagens da utilização de energia elétrica, baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos. 8 Os tipos mais comuns de motores elétricos são: Motores de Corrente Contínua: São motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de uma fonte de corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e precisão. Por isso, seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências compensam o custo muito mais alto da instalação. Suas partes principais são: Rotor (armadura) Parte girante, montada sobre o eixo da máquina, construído de um material ferromagnético envolto em um enrolamento chamado de enrolamento de armadura. Este enrolamento suporta uma alta corrente em comparação ao 9 enrolamento de campo e é o circuito responsável por transportar a energia proveniente da fonte de energia. Estator (Campo ou excitação) Parte estática da máquina, montada em volta do rotor, de forma que o mesmo possa girar internamente. Também é constituído de material ferromagnético, envolto em um enrolamento de baixa potência chamado de enrolamento de campo que tem a função apenas de produzir um campo magnético fixo para interagir com o campo da armadura. Em algumas máquinas comercializadas no mercado é possível encontrar enrolamentos de compensação que tem como função compensar o efeito desmagnetizante da reação de armadura e enrolamentos de comutação que tem como função diminuir o faiscamento no anel comutador. Escovas Peças de grafite responsáveis por conduzir a energia para o circuito do rotor. Motores de Corrente Alternada: São os mais utilizados, porque a distribuição de energia elétrica é feita normalmente em corrente alternada. Os principais tipos são: - Motor síncrono: Funciona com velocidade fixa, utilizado somente para grandes potências (devido ao seu alto custo em tamanhos menores) ou quando se necessita de velocidade invariável. O nome Síncrono se deve ao fato de esta máquina operar com uma velocidade de rotação constante sincronizada com a frequência da tensão elétricaalternada aplicada aos terminais da mesma, ou seja, devido ao movimento igual de rotação, entre o campo girante e o rotor é chamado de máquina síncrona (sincronismo entre campo do estator e rotor). - Motor assíncrono: Também conhecidos como motores de indução. Funcionam normalmente com velocidade constante, que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade, robustez e baixo custo é o motor mais 10 utilizado de todos, sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas acionadas, encontradas na prática. Observações: Atualmente é possível controlarmos a velocidade dos motores de indução com o auxílio de inversores de frequência. Motores de corrente contínua não tem essa divisão entre síncrono e assíncrono simplesmente pela principal diferença entre um e outro, que é o síncrono ter velocidade constante. A corrente contínua é constante então a velocidade também se torna constante. Portanto não existe essa diferenciação nos motores de corrente contínua conforme quadro abaixo: Constituição do Motor O motor assíncrono é constituído basicamente pelos seguintes elementos: um circuito magnético estático, constituído por chapas ferromagnéticas empilhadas e isoladas entre si, ao qual se dá o nome de estator; por bobinas localizadas em cavidades abertas no estator e alimentadas pela rede de corrente alternada; por um rotor constituído por um núcleo ferromagnético, também laminado, sobre o qual se encontra um enrolamento ou um conjunto de condutores paralelos, nos quais são induzidas correntes provocadas pela corrente alternada das bobinas do estator. O rotor é apoiado num eixo, que por sua vez transmite à carga a energia mecânica produzida. O entreferro (distância entre o rotor e o estator) é bastante reduzido, de forma a reduzir a corrente em vazio e, portanto as perdas, mas também para aumentar o fator de potência em vazio. 11 Funcionamento de um Motor Assíncrono A partir do momento que os enrolamentos localizados nas cavidades do estator são sujeitos a uma corrente alternada, gera-se um campo magnético no estator, consequentemente, no rotor surge uma força eletromotriz induzida devido ao fluxo magnético variável que atravessa o rotor. A força eletro motriz (f.e.m) induzida dá origem a uma corrente induzida no rotor que tende a opor-se à causa que lhe deu origem, criando assim um movimento giratório no rotor. Como podemos constatar o princípio de funcionamento do motor de indução baseia-se em duas leis do Eletromagnetismo, a Lei de Lenz e a Lei de Faraday. Faraday: "Sempre que através da superfície abraçada por um circuito tiver lugar uma variação de fluxo, gera-se nesse circuito uma força eletromotriz induzida. Se o circuito é fechado será percorrido por uma corrente induzida". Lenz: "O sentido da corrente induzida é tal que esta pelas suas ações magnéticas tende sempre a opor-se à causa que lhe deu origem". Explicação Teórica O motor elétrico transforma a potência elétrica fornecida em potência mecânica e uma reduzida percentagem em perdas. 12 As perdas, que são comuns em qualquer processo de transformação no campo da física, são quantificadas através do rendimento: A Potência Mecânica (P mec) traduz-se basicamente no torque que o motor gera no eixo do rotor. O torque é consequência direta do efeito originado pela indução magnética do estator em interação com a do rotor. A Potência elétrica ( P el ) é a potência nominal do motor. Nano ( n )letra grega, é o rendimento que é dado em porcentagem. A velocidade de um motor de indução é essencialmente determinada pela frequência da energia fornecida ao motor e pelo numero de pares de pólos existentes no estator. No motor assíncrono ou de indução o campo girante roda a velocidade síncrona, como nos motores síncronos, porém esta mesma velocidade não é transmitida ao eixo devido ao escorregamento do motor. O escorregamento são justamente as perdas entre o rotor e o estator, por isso se torna um motor assíncrono ou também conhecido como motor de indução. Motores de Indução Monofásicos Os motores monofásicos são assim chamados porque os seus enrolamentos de campo são ligados diretamente a umafonte elétrica monofásica. Os motores de indução monofásicos são a alternativa natural aos motores de indução trifásicos, nos locais onde não se dispõe de alimentação trifásica, como residências, escritórios, oficinas e em zonas rurais. Apenas se justifica a sua utilização para baixas potências (1 a 2 KW). Entre os vários tipos de motores elétricos monofásicos, os motores com rotor tipo gaiola, destacam-se pela simplicidade de fabricação e, principalmente, pela robustez e manutenção reduzida. Por terem somente uma fase de alimentação, não possuem um campo girante como os motores trifásicos, mas sim um campo magnético pulsante. Isto impede que tenham torque de arranque, tendo em conta que no rotor se induzem campos magnéticos alinhados com o campo do estator. Para solucionar o problema de arranque utilizam-se enrolamentos auxiliares, que são dimensionados e posicionados de forma a criar uma segunda fase fictícia, permitindo a formação do campo girante necessário para o arranque. Tipos de Motores de indução monofásicos: › Motor de Pólos Sombreados; › Motor de Fase Dividida; ›Motor de Condensador de Partida; › Motor de Condensador Permanente; › Motor com dois Condensadores. Motor de Pólos Sombreados O motor de pólos sombreados, também chamado de motor de campo distorcido (ou shaded pole), graças ao seu processo de arranque, é o mais simples, fiável e econômico dos motores de indução monofásicos. Construtivamente existem diversos tipos, sendo que uma das formas mais comuns é a de pólos salientes. Cada pólo vai ter uma parte (em geral 25% a 35% do mesmo) é abraçada por uma espira de cobre em curto-circuito. A corrente induzida nesta espira faz com 13 que o fluxo que a atravessa sofra um atraso em relação ao fluxo da parte não abraçada pela mesma. O resultado disto ‚ semelhante a um campo girante que se move na direção da parte não abraçada para a parte abraçada do pólo, produzindo o torque que dará o motor partir e atingir a rotação nominal. O sentido de rotação, portanto, depende do lado em que se situa a parte abraçada do pólo. Consequentemente, o motor de campo distorcido apresenta um único sentido de rotação. Este geralmente pode ser invertido, mudando-se a posição da ponta de eixo do rotor em relação ao estator. Existem outros métodos para se obter inversão de rotação, mas muito mais dispendiosos. Quanto ao desempenho, os motores de campo distorcido apresentam baixo torque de arranque (15% a 50% do nominal), baixo rendimento e baixo fator de potência. Devido a esse fato, eles são normalmente fabricados para pequenas potências, que vão de alguns milésimos de cv a 1/4 cv. Pela sua simplicidade, robustez e baixo custo são ideais em aplicações tais como: movimentação de ar (ventiladores, exaustores, purificadores de ambiente, unidades de refrigeração, secadores de roupa e de cabelo), pequenas bombas e compressores, projetores de slides, gira-discos e aplicações domésticas. Apesar de sua aparente simplicidade, o projeto deste tipo de motor é de extrema complexidade, envolvendo conceitos de duplo campo girante, campos cruzados e complexa teoria eletromagnética. Motor de Fase Dividida Este motor possui um enrolamento principal e um auxiliar (para o arranque), ambos defasados de 90 graus. O enrolamento auxiliar cria um deslocamento de fase que produz o torque necessário para a rotação inicial e a aceleração. Quando o motor atinge uma rotação predeterminada, o enrolamento auxiliar‚ é desligado da rede através de uma chave que normalmente é atuada por uma força centrífuga (chave ou disjuntor centrífugo) ou em casos específicos, por relé de corrente, chave manual ou outros dispositivos especiais. Como o enrolamento auxiliar é dimensionado para atuar apenas no arranque, se não for desligado logo após o arranque danifica-se. O ângulo de defasagem que se pode obter entre as correntes do enrolamento principal e do enrolamento auxiliar é pequeno e, por isso, estes motores têm torque de arranque igual ou pouco superior ao nominal, o que limita a sua aplicação a potências fracionárias e a cargas que exigem pouco torque de arranque, tais como máquinas de escritórios, ventiladores e exaustores, pequenos polidores, compressores herméticos, bombas centrífugas, etc. Motor de Condensador de Partida É um motor semelhante ao de fase dividida. A principal diferença reside na inclusão de um condensador eletrolítico em série com o enrolamento auxiliar de 14 arranque. O condensador permite um maior ângulo de defasagem entre as correntes dos enrolamentos principal e auxiliar, proporcionando assim, elevados torques de arranque. Como no motor de fase dividida, o circuito auxiliar é desligado quando o motor atinge entre 75% a 80% da velocidade síncrona. Neste intervalo de velocidades, o enrolamento principal sozinho desenvolve quase o mesmo torque que os enrolamentos combinados. Para velocidades maiores, entre 80% e 90% da velocidade síncrona, a curva do torque com os enrolamentos combinados cruza a curva de torque do enrolamento principal de maneira que, para velocidades acima deste ponto, o motor desenvolve menor torque, para qualquer escorregamento, com o circuito auxiliar ligado do que sem ele. Devido ao fato de o cruzamento das curvas não ocorrer sempre no mesmo ponto e, ainda, o disjuntor centrífugo não abrir sempre exatamente na mesma velocidade, é prática comum fazer com que a abertura aconteça, na média, um pouco antes do cruzamento das curvas. Após a abertura do circuito auxiliar, o seu funcionamento é idêntico ao do motor de fase dividida. Com o seu elevado torque de arranque (entre 200% e 350% do torque nominal), o motor de condensador de partida pode ser utilizado numa grande variedade de aplicações e‚ fabricado para potências que vão de ¼ cv a 15 cv. Motor de Condensador Permanente Neste tipo de motor, o enrolamento auxiliar e o condensador ficam permanentemente ligados, sendo o condensador do tipo eletrostático. O efeito deste condensador é o de criar condições de fluxo muito semelhantes às encontradas nos motores polifásicos, aumentando, com isso, o torque máximo, o rendimento e o fator de potência, além de reduzir sensivelmente o ruído. Construtivamente são menores e isentos de manutenção, pois não utilizam contatos e partes móveis, como nos motores anteriores. Porém o seu torque de arranque é inferior ao do motor de fase dividida (50% a 100% do conjugado nominal), o que limita sua aplicação a equipamentos que não requerem elevado torque de arranque, tais como: máquinas de escritório, ventiladores, exaustores, sopradores, bombas centrifugas, esmeris, pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar, pulverizadores, etc. São fabricados normalmente para potências de 1/50 a 1,5 cv. Motor com Dois Condensadores É um motor que utiliza as vantagens dos dois anteriores: arranque como o do motor de condensador de partida e funcionamento em regime idêntico ao do motor de condensador permanente. Porém, devido ao seu alto custo, normalmente são fabricados apenas para potências superiores a 1 cv. 15 Motores Trifásicos O motor de indução trifásico é o tipo mais utilizado na indústria devido à maioria dos sistemas atuais de distribuição de energia elétrica, ser trifásicos de corrente alternada, e também porque a indústria demanda uma carga maior e equipamentos de maior porte. A utilização de motores de indução trifásicos é aconselhável a partir dos 2KW, Para potências inferiores justifica-se o uso de monofásicos. O motor de indução trifásico apresenta vantagens ao monofásico, como o arranque mais fácil, menor nível de ruído e menor preço para potências superiores a 2KW. Carcaça Enrolamento do estator Rotor ROTOR MANCAL CARCAÇA GUINCHO PARA IÇAMENTO EIXO 16 No estator do motor trifásico estão alojados três enrolamentos, defasados de 120º, referentes às trêsfases. Quando os três enrolamentos do estator são energizados através de uma alimentação trifásica alternada, surge um campo magnético girante e que por sua vez faz girar o rotor. Tipos de ligações São as formas com que podemos interligar as bobinas que ficam internas dentro do motor. Elas não utilizam condutor neutro. Estes são os tipos de ligação de um motor elétrico: - Triangulo (Delta). - Estrela.(Y) 17 - Estrela: É utilizada para aplicações de cargas leves e rotações mais suaves, menores valores de corrente então inversamente proporcional um maior valor de tensão. Particularidade: toda ligação em estrela necessita de um neutro apenas quando há desequilíbrio de fases. Aplicação: Ventiladores, compressores ou até mesmo desacoplados. - Triangulo: É utilizada para aplicações de cargas e rotações mais altas, grandes valores de corrente. É onde se pode utilizar uma força menor já que o motor já saiu da inércia, ou manter a alta força aplicada dependendo do torque que a carga exigir. Aplicação: Cargas acopladas que exija grande força, alto torques, correias transportadoras, moinhos, prensas entre outros. É comum, vermos principalmente na indústria, um sistema que usa os dois modelos de ligação em um só motor. Ele é chamado de partida estrela- triângulo. - Partida Estrela – Triangulo: É um método de partida de motores elétricos trifásicos, que utiliza uma chave de mesmo nome. Esta chave, que pode ser manual ou automática, é interligada aos enrolamentos do motor, que devem estar acessíveis em 6 terminais. Neste método o motor parte em configuração estrela que proporciona uma maior impedância e menor tensão nas bobinas diminuindo assim a corrente de partida o que ocasionará uma perda considerável do conjugado (torque) de partida.Através desta manobra o motor realizará uma partida mais suave, reduzindo sua corrente de partida a aproximadamente 1/3 da que seria se acionado em partida direta.É importante citar que toda vez que se muda o tipo de ligação de um motor (de estrela para triangulo ou de triangulo para estrela), também se muda o valor de tensão de trabalho dele. A ligação em triangulo sempre vai ser o menor valor de tensão, e a ligação em estrela sempre o maior valor de tensão. A diferença de um para o outro também sempre será o fator: RAIZ DE 3. Tipos de motores trifásicos: 18 Com 6 terminais É o tipo mais comum de motor trifásico que pode ser alimentado com 220V ou 380V. Com 9 terminais É um tipo de motor trifásico que pode ser alimentado com diferentes tensões (220V, 380V, 440V, porém está em desuso no mercado porque o custo é elevado, praticamente o mesmo do de 12 terminais, onde se pode obter uma gama maior de aplicações. 19 Com 12 terminais É um tipo de motor trifásico que pode ser alimentado com diferentes tensões (220V, 380V, 440V ou 760V). 20 GERADORES ELÉTRICOS: São equipamentos que transformam energia mecânica em energia elétrica.É justamente o oposto do funcionamento do motor elétrico e servem para nos gerar energia elétrica que utilizamos no nosso dia a dia. Podem ser geradores de tensão alternada (alternadores) ou de tensão contínua (Dínamos). Geradores contínuos Quando o enrolamento do rotor corta as linhas de força do campo magnético, produzido pelo estator, surge uma tensão induzida. A tensão induzida é alternada, mas por meio do comutador é transformada em corrente contínua. Geradores alternados Quando o enrolamento do rotor corta as linhas de força do campo magnético, produzido pelo estator, surge uma tensão induzida. A tensão induzida é alternada e retirada pelos anéis coletores. 21 Particularidades: Há também outras formas de gerar energia elétrica como eólica, solar, térmica, nuclear, pilhas, imã. 22 Participação de cada matriz na geração de energia no Brasil Gás 10,04% Petróleo 5,11% Hidrelétrica 70,23% Biomassa 3,07% Importação 8,13% Carvão Mineral 1,41% Nuclear / Outros 2,00% 23 TRANSFORMADORES São dispositivos que permitem elevar ou abaixar os valores da tensão ou corrente. São utilizados em redes monofásicas, bifásicas ou trifásicas. Um transformador também é conhecido como Trafo e somente podem ser utilizados em tensão alternada devido seu funcionamento, pois trabalham baseados na indução e magnetismo. Os transformadores monofásicos são constituídos de duas bobinas enroladas sobre um núcleo formado de chapas de ferro silício. A bobina na qual se aplica à tensão alternada é chamada de primário. (entrada) A bobina onde surge à tensão induzida é chamada de secundário. (saída) Tipos de transformadores Abaixadores:tem como objetivo diminuir um valor de tensão. Ex.: Aplica-se um valor de tensão alto 220V no primário e se obtém no secundário 110V. Elevadores:tem como objetivo aumentar o valor de uma tensão. 24 Ex.: Aplica-se um valor de tensão alto 220V no primário e se obtém no secundário 440V.Aplicando uma tensão alternada no primário surge um campo magnético variável ao seuredor. O campo magnético variável gerado no primário corta as espiras do secundário e como consequência surge no secundário uma tensão induzida. Nota: Cada transformador tem sua aplicação específica, não se deve utilizar um Trafo para valores de tensão ao qual o mesmo não foi projetado devido suas bobinas. Eles são aplicados em vários equipamentos do nosso dia a dia. Quase todo eletrodoméstico e equipamento eletrônico têm um: tv, radio, carregadores de celular, na própria distribuição da energia elétrica que chega a nossa casa. Eles estão bastantes presentes porque precisamos controlar todos os equipamentos que utilizamos. E quando precisamos ter o controle e aplicar várias funções em um equipamento, precisamos abaixar o valor de tensão para 25 que os componentes eletrônicos que trabalham com valores de tensão baixo, possam funcionar. No mercado a gama de transformadores elétricos abaixadores é muito maior, devido a energia elétrica ser gerada e transmitida em alta tensão. CÁLCULOS DE TRANSFORMADOR: O transformador é constituído basicamente por doisenrolamentos que, utilizando um núcleo em comum, converte primeiramenteenergia elétrica em magnética e a seguir energia magnética emelétrica. O seu princípio de funcionamento baseia-se no fenômenoda indução eletromagnética, ou seja, em um enrolamento a tensãovariável aplicada origina uma corrente, que por sua vez, cria umcampo magnético variável, induzindo uma corrente e conseqüentementeuma tensão no outro enrolamentopróximo. 26 Afigura 1mostraoesquemadeumtransformadorbásico. Notamos pela figura, que o transformador possui emenrolamento primário onde é aplicada a tensão a ser convertida (VP), e umenrolamento secundário onde é retirada a tensão de saída(VS).Cada enrolamento é composto por um determinado número deespiras responsáveis pela relação de conversão, ou seja, a tensãode saída será proporcional à relação do número de espiras e aovalor de tensão de entrada. Assim sendo, podemos escrever arelação: VP = NP VS NS Onde: Vp = tensãodoprimário Vs = tensão dosecundário Np = número de espiras doprimário Ns = número de espiras dosecundário Em um transformador ideal a potência obtida no secundárioé igual à potência aplicada ao primário, não existindo perdas.Efetuando-se essa igualdade,temos: PP= PSou VP. IP =VS. IS Portanto: Vp/VS = Is/Ip Onde:Pp = potência doprimário Ps = potência dosecundário Ip = corrente doprimário Is = corrente que circula no secundário quando for ligada umacarga. Igualando-se as equações da relação de corrente com a donúmero de espiras, podemosescrever: Vp/Vs=Np/Ns=Is/Ip Em um transformador real a potência obtida no secundário émenor que a potência aplicada ao primário, existindo perdas.Considerando essas perdas, podemosescrever:PP = PS +PD onde: PD = potênciaperdida 27 As principais perdas num transformador ocorrem nosenrolamentos e no núcleo. Nos enrolamentos, devido à resistência ôhmicado fio, parte da energia é convertida em calor por Efeito Joule,causandoperdasdenominadasperdasnocobre,pois,omaterialqueconstitui o fio é de cobre. No núcleo, temos perdas causadaspela reversão magnética cada vez que a corrente muda de sentido(ciclo de Histerese), pela dispersão de linhas de campo magnético epelas correntes parasitas de Foucault, que induzidas no núcleo oaquecem, reduzindo o campoprincipal. Para evitar as correntes de Foucault, o núcleo éconstituídopor chapas laminadas, isoladas por um verniz e solidamenteagrupa- das, enquanto que para diminuir as perdas por Histerese omaterial destas é composto de aço- silício. Para reduzir a dispersão defluxo, todo o conjunto tem um formato apropriado, onde osenrolamentos primários e secundários são, através de um carretel,colocados napartecentral,concentrandodessamaneiraaslinhasdecampo magnético. A figura 2 mostra um transformador com ascaracterísticas construtivascitadas Figura 2 – (a) Aspectos construtivos de umtransformador. (b)Transformador. Como vimos na prática as perdas podem ser minimizadas,aumentando assim o rendimento do transformador (ƞ), definido pelarelação entre as potências do secundário e do primário. Sendoassim, podemosescrever: ƞ = Ps/Pp ou, emporcentagem: ƞ% = Os/PP X 100 Encontramos diversos tipos de transformadores que deacordocom a aplicação a qual se destinam, possuem aspectosconstrutivosapropriados. Como por exemplo, temos o transformador de altatensão (Fly-back), cujo núcleo, de ferrite, e os enrolamentos,possuemcaracterísticasapropriadasparatrabalharcomoelevadord e tensão em freqüênciasaltas. Uma outra característica importante é a do tipo deenrolamento, que pode ser: simples, múltiplo ou com derivações. A figura3 ilustra alguns tipos deenrolamentos. Figura 3 – Tipos deenrolamentos. (A) primário e secundário com enrolamentossimples, (B) primário com enrolamento duplo e secundário com derivaçãocentral, (C) primário com derivação central e secundário comsimples, (D) primário com enrolamento simples e secundário commúltiplosenrolamentos. O transformador pode, de acordo com o sentido doenrolamento,defasaratensãodesaídaemrelaçãoàtensãodeentrada.Seo sentido do enrolamento primário coincidir com o enrolamentosecundário, teremos as tensões de entrada e saída em fase, casocontrário, estas estarão defasadas de 180º. Para facilitar aidentificação, costuma-se na simbologia do transformador, colocar umpontodefinindo o sentido de enrolamento. A figura 4 ilustra essassituações. Figura 4 – (a) Transformador com enrolamentos de sentidosconcordantes; (b)Transformadorcomenrolamentosdesentidoopostos. Num transformador com derivação central no secundário,comomostraafigura5,teremosemrelaçãoaoterminalcentral,duas tensões de mesma amplitude, porem defasadasem180º.Emalgunscasosdeaplicação,comonosretificadores,essadefa sagemsefaz necessária para o devido funcionamento docircuito. Figura5–Transformadorcomderivaçãocentralnosecundário. FUNÇÕES DOS ÓLEOSISOLANTES: Os transformadores são máquinas elétricas estáticas constituídas pelosseguintescomponentes básicos, do ponto de vista domaterial: - Núcleo: Construído com chapas superpostas de liga Açosilício; - Bobinas: Construídas em fios de cobre, retangulares ou redondos, revestidaspelomaterial isolante que poderá ser papel, vernizes ou resinas, ou combinaçõesdestesmateriais; - Tanque: Construído em aço revestido por sistema de pinturaadequado; - EstruturadeMontagemdaParteAtiva:Aparteativa,constituídapelonúcleoebobin as, é montada no interior do tanque através do uso de estruturas demadeira,papelão prensado ou mesmoaço. - Outros Componentes: Além dos materiais citados acima, são empregadosoutrosemmenoresquantidadesparaoutrasfunçõescomosoldasàbas edeestanho,materiais de fixação em resina, papelão prensado, colas eetc. Nostransformadores,apassagemdacorrenteelétricapelasespirasdematerialcond utordabobinaprimáriainduzumcampoeletromagnéticononúcleodeaçosilício,quep orsuavez,induzumacorrenteelétricanabobinadosecundário.Arelação de transformação obtida será função do número de espiras existentes emcada bobina. Xm será necessário que não ocorra à passagem de corrente entreasespiras de uma mesma bobina, ou das bobinas para o núcleo e partes aterradas.Oisolamentoelétricoentreasespiraséfeitopormeiodepapelououtroisola ntesólido, como os vernizes, colocado sobre a superfície docondutor. A resistência elétrica dos condutores das bobinas causa, quando da passagemdacorrente, o seu aquecimento. O calor assim gerado irá causar adegradaçãotérmicadomaterialisolantee,portanto,éfácilobservarquequantomais eficientemente for removido maior será a vida útil dosistema. Assim,vemosqueaprincipalfunçãodosisolantesfluidoséarefrigeraçãodasespirasd ematerialcondutor.Alémdisso,éfácilobservarquequantomelhoresforem as características isolantes do fluido utilizado, mais econômico poderá seroprojeto do sistema pela redução da quantidade do isolante sólido e peladiminuiçãodasdistanciasentreespiras,entrebobinasenúcleoeentreesteseasp artesaterradas. Portanto,vemosqueoslíquidosisolantesdevemcumprirduasfunçõesprincipaisnost ransformadores: -Refrigeração - IsolamentoElétrico CARACTERÍSTICAS e ESTRUTURA Através do exposto acima, podemos concluir que os óleosparatransformadores devem possuir inicialmente 2características: 25 - Boa CondutibilidadeTérmica Nesteponto,podemosobservarqueomaterialaserempregadodeveatenderaduas exigências opostas, isto é, os materiais isolantes elétricos sãotambémisolantestérmicos.Paracompensarestadeficiêncianatural,énecessá rioqueolíquido a ser utilizado tenha uma viscosidade tal que permita a sua rápidacirculaçãoentre as fontes de calor e o meioexterno. Assim, obtemos a terceira característica dos óleos isolantes: - BaixaViscosidade Sabendo que a principal função dos fluidos isolantes é a refrigeração das bobinas,éfácilobservarqueestesmateriaisnãodevemsofreraaçãodatemperatura. Temosentãoaquartacaracterísticaquedevemapresentarosóleosisolantes:-Boa EstabilidadeTérmica Duranteaoperaçãodostransformadoresosisolanteslíquidos,porcircularememtodo osistema,estarãoemcontatocomtodososdemaismateriaispresentesnosequipame ntos. Estes materiais não devem sofrer ataque químico por partedolíquidoisolantedeformaanãoperdersuaspropriedadesoriginaisechegamo sassim à última característica básica dos óleos isolantes: - BaixaReatividadeQuímica Assim,emresumo,osóleosisolantesparatransformadoresdevemapresentarasseg uintes característicasfundamentais: - Boa CondutibilidadeTérmica; - Boas Características de IsolamentoElétrico; - BaixaViscosidade; - Boa EstabilidadeTérmica; - Baixa ReatividadeQuímica; - Resistência aofogo. Éimportanteainda,apontarqueostransformadoresinstaladosemlocaisondeorisco de incêndios e explosões deve ser minimizado, exigem umapropriedadeespecial do isolante a ser empregada, a propriedade de resistência ao fogo.Assim,ostransformadoresinstaladosemlocaisdecirculaçãodepessoas,como prédiosresidenciais e comerciais, instalações industriais internas e veículos, devem terummeio isolante que, além das propriedades básicas já descritas, sejatambémretardante dechama. Nodecorrerdestetrabalhoveremosqueesteconjuntodepropriedadeséabasepara a avaliação da qualidade e do comportamento em serviço dos óleosisolantes. PRINCIPAISESTRUTURAS: Neste item vamos apresentar e discutir as estruturas químicas dos óleosisolantespara transformadores mais utilizados até o momento. Será de fundamentalimportância observar que todas as estruturas apresentadas atendemàscaracterísticas discutidas no anterior. Deformaafacilitaraapresentaçãodasdiversasestruturaseacompreensãodesuas aplicações, dividiremos os óleos isolantes em 2 tiposprincipais: - Óleos de Uso Geral: São os que atendem apenas às característicasessenciais.- Óleos de Segurança: São aqueles considerados como retardantes dechama. Óleos de UsoGeral: São óleos minerais obtidos a partir da refinação do petróleo,constituindo- 26 sebasicamente de Hidrocarbonetos. Seu processo de obtenção inicia-se comadestilação do petróleo bruto separando-se a fração de 20 cSt de viscosidade.Estafração é então refinada removendo-se os compostos não hidrocarbônicosporprocessos químicos e, em seguida, removendo-se compostos ácidos einsaturadospor meio de agentes adsorventes, hidrogenação catalítica ou extraçãoporsolventes. Assim, o produto obtido é constituído quase exclusivamente por Hidrocarbonetoseaspropriedadesdoprodutoquandoemoperação,irãoseguirasde staclassedecompostosquímicos. Atualmente, no mercado brasileiro, encontramos 2 tipos de óleos isolantesmineraisclassificados como Parafínico e naftênicos. Esta classificação diz respeitoaopetróleo básico do qual foi refinado. Para fins de manutenção eoperaçãoconvencionalemtransformadorespodemosconsiderarigualmenteosdoi stipos,sem necessidade de diferenciação. A estrutura básica dosHidrocarbonetossaturados, chamados Alcanos, é dada a seguir e será utilizada neste trabalhoparadescrever o comportamento em serviço desteproduto. ENSAIOS Ponto deAnilina: Este ensaio consiste em misturar uma amostra de óleo isolante com anilina eaquecer sob agitação até que os dois produtos se misturem de forma homogênea.A temperatura em Celsius onde ocorre a mistura é chamada de Ponto deAnilina. Aanilinaéumcompostoaromáticoleveemistura- sebemaosaromáticoslevespresentes no óleo isolante. Assim, quanto maior o teor de aromáticos leves noóleo,menor será a temperatura de mistura evice- versa. Os compostos aromáticos leves são facilmente oxidados nas condiçõesdeoperaçãodostransformadores.Olimiteinferiorprocuragarantirqueote ordestescompostos não seja excessivo para que não ocorra a rápida oxidação da massadeóleo. Poroutrolado,oscompostosaromáticoslevesatuamcomoinibidoresnaturais,quand o presentes em pequenas quantidades, por um mecanismo que serádiscutidomaisadiante.Porissoétambémestabelecidoumlimitesuperiorparaga rantirqueoprodutopossuiaromáticoslevescapazesdeinibiroprocessodeoxidação dos demaishidrocarbonetos. Cor: Esteensaioconsisteemcompararacordeumaamostradoóleo,comumasériede padrões de cores prédefinidas. Os hidrocarbonetos que constituem o óleo são incolores. Assim, quanto melhor foro processo de refino, mais clara será a cor do produto final. Os valores adotadosnatabela 1 procuram garantir o processo correto derefino. Pontos de Fulgor eFluidez- Sãoensaiossimplesqueinformamsobreosextremosdafaixadepesomoleculardoshi drocarbonetosexistentesnoóleoavaliado.OensaiodePontodeFulgor(Vaso Cleveland) consiste em aquecer o óleo isolante e, simultaneamente, expô- 27 loàaçãodeumachamapróximaàsuperfíciedoproduto.Comoaquecimento,oscomp ostos voláteis presentes no óleo irão vaporizar até que inflamarão sob aaçãoda chama. A temperatura onde ocorre a chama (Flash) é tomada como o pontodeFulgor. Assim, podemos concluir que este ensaio é uma determinação indiretadaquantidade de compostos voláteis presentes na amostra de óleo. Quanto maior foro teor de voláteis, menor será o Ponto deFulgor. É estipulado um valor mínimo como forma de garantir um teor máximo devoláteis. Ponto deFluidez O ensaio de Ponto de Fluidez consiste em resfriar uma amostra do óleo isolanteatéquecesseseuescoamentopelaaçãodagravidade.AtemperaturaemCel siusonde isto ocorre é tomada como o Ponto deFluidez. Oshidrocarbonetosdealtopesomolecularecadeiaretasãoosmaissensíveisàdiminu ição da temperatura e, portanto, mais elevado será o Ponto de Fluidezquanto maior for o teor destes compostos naamostra. Observamos, portanto, que os dois ensaios em conjunto visam garantir queoproduto foi obtido a partir do refino da faixa correta de destilação dopetróleo. Densidade eViscosidade: Estes dois ensaios têm o mesmo objetivo dos 2 anteriores. A densidade é amedidadaquantidadedemassaporvolumedosmateriaiseaViscosidadeéamedida daforça necessária para o escoamento de umlíquido.Ambas as propriedades são função, nos hidrocarbonetos, do seu pesomolecular. O conjunto de ensaios até aqui descrito destina-se, como podemosver,exclusivamente a avaliação da qualidade de fabricação doproduto. TensãoInterfacial: Este ensaio é feito colocando-se uma camada de óleo isolante sobre umacamadade água e, em seguida, fazendo-se um anel de platina imerso na água passarparaa camada de óleo. A força necessária para fazer com que o anel rompa asuperfícieda água é tomada como a Tensão InterfacialÓleo/Água. Aáguaéoóxidodehidrogênio,portanto,ummaterialaltamenteoxigenadoedeelevad a polaridade molecular. Os hidrocarbonetos, por outro lado, sãosubstanciasde muito baixa polaridade em sua molécula e nãooxigenadas. Assim,quantomaispuroforoóleo,menorserásuainteraçãocomacamadadeágua e mais alto será o valor obtido para o ensaio. Um valor mínimo garantebaixosteores de substancias oxigenadas e polares noproduto. Este ensaio, como veremos adiante, ao contrário dos anteriores é degrandeimportância na avaliação das condições de operação dos óleosminerais. RigidezDielétrica: Este ensaio é uma medida da capacidade do isolante de resistir ao impactoelétrico.Consiste em colocar uma amostra de óleo entre 2 eletrodos padrão e submetê-la aincrementos constantes de tensão alternada até que ocorra a ruptura domeioisolante e a conseqüente descarga entre oseletrodos. Oshidrocarbonetosquecompõemoóleoisolante,porapresentarempolaridadeelétri ca muito baixa, possuem uma Rigidez Dielétrica “intrínseca”extremamenteelevada.Estaresistênciaaoimpactoésensivelmentedimi28 nuídapelapresençadeimpurezaspolares,comoaáguaeoutrosoxigenados,esólida s,comopartículasmicroscópicas. Vemos,portanto,queesteensaioobjetivaverificarapurezadoprodutoe,porconsegui nte, a qualidade dos processos de fabricação, transporte emanuseio. PerdasDielétricas: Este ensaio consiste na determinação da tangente ou seno do angulo de faseentretensãoecorrentequandoseaplicaumatensãoa60Hznoóleoaanalisar.Aa mostra é colocada entre os 2 eletrodos de um capacitor e, em seguida éaplicadauma tensão constante a uma temperatura fixa. A leitura obtida para os parâmetros acima é tomada como o fator de Perdas Dielétricas. Como no caso anterior, ovalordeperdasintrínsecoaoshidrocarbonetoséextremamentebaixoeéalteradope lapresença de impurezas. Neste caso, por ser um ensaio executado em condiçõesdeequilíbrio é sensível também às impurezas solúveis, que não interferem naRigidezDielétrica. Estabilidade àOxidação: Nesteensaio,aamostradeóleoésubmetidaaaquecimentoa100Celsius,comborbul hamento de oxigênio e em presença de catalisador de cobre. Ao final de164horasaamostraéretiradadosistemaedetermina- seoseuteordeborraeíndicedeacidez. A borra, sobre o que falaremos mais adiante, é um produto da oxidaçãodoshidrocarbonetos. Também os produtos ácidos determinados pelo índice deacidezsão resultantes da suaoxidação. Este ensaio visa, portanto, avaliar a estabilidade química da amostra emestudo. Émuitoimportanteobservarqueesteensaionãoguardanenhumarelaçãocomoproc essorealdeoxidaçãodoisolantenotransformador.Trata- seapenasdeumamedidadaqualidadedefabricaçãodoprodutoeindicaumatendênci aàoxidaçãomais rápida ou maislenta. EnxofreCorrosivo: É um ensaio simples que consiste em imergir uma pequena tira de cobre polidonaamostradeóleoe,apóssubmeteroconjuntoaaquecimentosobatmosferade Nitrogênio por 16 horas a 140 Celsius, observar o aparecimento de manchasnegras de sulfeto de cobre na superfície datira. Seu objetivo é verificar a eficiência da remoção dos compostos de enxofre duranteo processo derefino. Teor de AditivoAntioxidante: O objetivo deste ensaio é apenas o de verificar a presença e teor deaditivoantioxidantenaamostradeóleo,pormeiosquímicos.Suaimportânciaresid enofato de que um óleo isolante contendo este tipo de aditivo irá apresentarexcelentesresultadosnoensaiodeEstabilidadeàOxidação,impedindoaverificaçãodarealestabilidade química do produtooriginal. Nocasodosóleosadquiridoscomesteaditivo,énecessárioverificarseoteoréaquele especificado por ocasião dacompra. Teor deÁgua: Este ensaio consiste na determinação, através de reações químicas, daquantidadede água presente na amostra de óleo sobanálise. A água apresenta solubilidade muito baixa nos hidrocarbonetos, contudo emóleosmineraisnovos,ésolúvelatéafaixade60a70ppm/Acimadestesteoresiremo sencontrar água em suspensão no óleoisolante. Nocasodosóleosnovos,esteensaiovisaverificaraqualidadedosprocessosdefabric ação e transporte e manuseio doproduto. Índice de AcidezTotal: Éumadeterminaçãoporviaquímicadaquantidadetotaldetodososcompostoscapaz es de reagir com solução alcoólica de Hidróxido de Potássio. Todososcompostosácidos,ouquepossamdarreaçãoácidanestascondições,irãos erdeterminados por estemétodo.Assim, iremos determinar a presença de compostos oxigenados, sulfuradoseoutros. Para óleos novos, irá também verificar a qualidade dos processos de refinoefabricação. Os óleos de origem mineral foram os primeiros produtos desenvolvidosparautilização como fluido refrigerante em transformadores. Portanto, os projetosbásicosdamaioriadostransformadoresisoladosaóleosãobaseadosnassu aspropriedades e os fluidos desenvolvidos para aplicações especiais,queestudaremosaseguir,procuramaproximar- sedesuascaracterísticas.Assim,acompreensão das propriedades dos óleos minerais é essencial para operfeitoentendimento dosdemais. MANUTENÇÃO PREVENTIVADOSTRANSFORMADORES: a) ConceitosBásicos: A manutenção preventiva é uma técnica baseada na intervenção emequipamentos,corrigindo preventivamente situações ou componentes cuja deterioraçãooudesgaste é previamente conhecido. Tem como objetivo principal reduziraocorrênciadefalhas,evitandoasinterrupçõesdefuncionamentoediminuind 29 ooscustos da manutenção tradicionalcorretiva. Deumaformaprática,istosetraduznasubstituiçãodepartesdosequipamentosmais sujeitas ao desgaste, antes que venham a falhar, com o objetivo de prolongara vida útil de todo o sistema e evitar a ocorrência de falhas. É também freqüenteaalteraçãodecondiçõesdeoperaçãocomoobjetivodeaumentaraexpectat ivadevida. Nostransformadores,ocomponentemaissujeitoaodesgasteedeterioraçãoéosiste ma papel/óleo isolante. Assim, sua vida útil está diretamente relacionada àvidado isolamento sólido aplicado sobre as espiras. Uma vez perdido este isolamento,atarefabásicadotransformadornãomaisseráexecutadaeoreparonece ssárioconsistirá no reisolamento total dasbobinas. Portanto, observamos que a manutenção preventiva destes equipamentos nãopodeconsistirnasubstituiçãoperiódicadopapelisolante,devidoaoaltocustodest aoperação. Nos transformadores elétricos, a manutenção preventiva consisteemminimizar os fatores que aceleram o envelhecimento do papelisolante. A manutenção preventiva visa também otimizar as condições de operaçãodostransformadoresdeformaareduziraprobabilidadedeocorrênciadefal has.Nocaso do transformador isto consiste em manter o meio isolante livredeimpurezas que possam prejudicar seudesempenho. b) Prolongamento da VidaÚtil: O papel isolante utilizado em transformadores é produzido a partir dacelulosevegetaldefibralonga.Devidoàsuautilização,estacelulosedeveseromais purapossívelqueeventuaisimpurezasnãoprejudiquemsuaspropriedadesisolantes .Assim,oprocessodeenvelhecimentodopapelisolanteseráestudadoapartirdocom portamento dacelulose. A celulose é do ponto de vista químico, um açúcar polimérico (polissacarídeo)quesofre degradação pela ação do calor e agente químicos. Entre asreaçõesquímicas dos polissacarídeos, a mais importante para o papel isolante é adehidrólise, isto é, sua decomposição por ação daágua. A seguir, ilustramos estesprocessos. (1) CELULOSE+CALOR->H20+C02+CELULOSE (2) Sobaaçãodocalor,amoléculadacelulose(1)parte-seem2oumaispedaços, (celulose 2) menores que a moléculaoriginal. ÁCIDOS (1) CELULOSE+H20 ---------->CELULOSE (2)+CELULOSE (3) CALOR Emcontatocomaáguaempresençadeácidosecalor, amoléculadacelulosehidrolisa- se,resultandoem2oumaismoléculasdecelulosedepesomolecularmenor que ooriginal. Comoemtodopolímero,suaspropriedadesmecânicaseelétricasdependemdopeso molecular e, portanto, do tamanho da molécula. A continuidade dosprocessosdescritosacimafazcomqueopapelisolanteperca,aolongodotempo,s 30 uaspropriedades de resistências mecânicas e elétricas, levando o transformador a falhar. Podemos concluir agora, que a principal ação de manutenção preventivaparaaumento da vida útil de transformadores consiste em proteger o papelisolante da ação do calor, da água e dos compostosácidos. c)Prevenção deFalhas: Durante a operação dos transformadores, seu sistema isolante éconstantementesolicitadoeletricamente.Paraquenãoocorramdescargaseénece ssárioqueoisolamento esteja sempre em perfeitas condições. Um dos fatores queprejudicamas propriedades isolantes dos materiais é a presença de impurezas misturadasdeformaheterogênea. A existência de descontinuidades nos materiais isolantes deforma o campoelétriconavizinhança,ocasionandoaocorrênciadepequenasdescargasparc iais.Esteprocesso altera as propriedades isolantes do material, prejudicando oseudesempenho. No que se referem aos óleos isolantes, estas impurezas consistem principalmentenapresença de água e partículas sólidas emsuspensão. d) Comportamento daÁgua: A água pode estar presente nos óleos isolantes em solução ou em suspensão, easuainterferêncianaspropriedadesdoisolanteseráfunçãodaformaemqueseenco ntra. Aáguaserádissolvida,atéolimitedesuasolubilidadenofluidoemquestãoenesta forma, por compor uma mistura homogênea com o isolante, não iráinterferirsignificativamente nas suas propriedades elétricas. A quantidade total de águaqueumfluidoserácapazdedissolveréfunçãodaquantidadedecompostospolar eseoxigenados presentes nolíquido. Quando em solução, a água irá participar da reação de hidrólise do papelisolante,diminuindo a sua vidaútil. A água em suspensão no líquido isolante irá atuar de maneira idêntica aumapartícula sólida não condutora, alterando o campo elétrico nas proximidadeseinterferindonegativamentenaspropriedadesdeRigidezDielét ricaePerdasDielétricas. e) Efeito das PartículasSólidas: Os sólidos suspensos nos fluidos isolantes podem ser não condutores enãomagnéticos.Oseuefeitoéidênticoaojádescritoparaaágua,devendoserobserv adoquenocaso de partículas condutoras e magnéticas, sua intensidade é extremamentemaiselevada. Devemos observar que as partículas em questão são dedimensõesmicroscópicas, na faixa de 0,5 a 200 µm. A principal ação de manutenção preventiva para prevenção de falhasemtransformadores é a remoção de água e partículas sólidas emsuspensão. MANUTENÇÃO PREDITIVA EM TRANSFORMADORES: a) ConceitosBásicos: 31 Estaéamaismodernatécnicademanutençãoatualmenteemusoeconsisteemacom panhar, periodicamente, as características e propriedades dosdiversoscomponentes de um sistema e proceder a uma intervenção quando verificadoquese encontra na iminência defalhar. É a metodologia mais rentável do ponto de vista econômico-financeiro, já quealémdosbenefíciosdamanutençãopreventiva,evitatambémintervençõesprec ocesesubstituição de partes dos equipamentos que ainda apresentem boas condiçõesdefuncionamento. Nos transformadores elétricos isolados a óleo a inspeção direta deseuscomponentes não é possível sem a retirada de operação dos equipamentos. Jáqueisto é exatamente o que se procura evitar através da manutenção, seránecessárioum procedimentoindireto. Duranteaoperaçãodostransformadores,olíquidoisolanteestarácirculandoemseu interior, em contato com todos os demais componentes do equipamento.Assim,quandodaocorrênciadefalhaemqualquerdesuaspartes,algu masdaspropriedades do liquido isolante serãoalteradas. Amanutençãopreditivanostransformadores,portanto,baseia- senoacompanhamentoperiódico e sistemáticodaspropriedadesdoseulíquidoisolante. Qualquer variaçãodestas propriedades que não sejaconseqüênciadoenvelhecimentonormaldo produto será uma indicação da existência defalhaincipiente notransformador. b)Falhas emTransformadores: Nos transformadores, iremos observar dois tipos principais de falha: FalhasdeMaterial e FalhasElétricas. Asfalhasdematerialconsistemnadegradaçãoprecocedosmateriaisexistentesnostr ansformadores,sendoasmaiscomunsàoxidaçãodoaçodotanqueounúcleo, a deterioração dos materiais de soldas, o desfibramento do papel eadeterioração dos demais isolantessólidos. Nestes casos, ocorrerá a contaminação do líquido isolante pelosmateriaisdegradados na forma de partículas sólidas ou de seus constituintessolúveis,alterando as propriedades doóleo. As falhas elétricas são aquelas conseqüentes das anteriores, isto é, a ocorrênciadepontos quentes por mau contato ou degradação do papel,sobreaquecimentogeneralizadodevidoaoexcessivoenvelhecimentodoóleo oupapel,edescargaselétricas de alta ou baixa energia devidas à falhas doisolamento. Em todos estes casos ocorrerá a elevação da temperatura do ponto onde ocorreafalha e, conseqüentemente, a pirólise de diminutas quantidades do material isolante.Osprodutosdestapirólisepodem,emmuitoscasos,serdetectadospormeio de ensaiossimples. COMPORTAMENTOEMSERVIÇODOSÓLEOSISOLANTES: ÓLEOS MINERAIS DE USOGERAL: Estesóleos,quechamaremosapenasdeÓleosMineraisIsolantes,apresentamreaç ão de oxidação durante sua operação normal em transformadores eosprocedimentos de manutenção devem levar em conta esta característica. Aseguir,estudaremos estecomportamento. a) Processo Oxidativo dos Óleos MineraisIsolantes: Como visto anteriormente, os óleos minerais isolantes são constituídosbasicamenteporcompostosquímicosdaclassedosHidrocarbonetos.P ortanto,oseu comportamento com relação à oxidação será determinado porestescompostos. Os Hidrocarbonetos, sob a ação do calor, reagem com o oxigênio dissolvido noóleoconforme aseguir: 1)...C-C-C- + 02 -> ...C-C-C. (RADICAL LIVRE) +H20 2) ...C-C-C. + 02-’ ...C-C-C-O-O. (RADICALPERÓXIDO) 3)...C-C-C-O-O. + - C-C... -’. C-C- (RADICAL LIVRE) ++...C-C-C-O-H (HIDROPERÓXIDO) 4) ...C-C-C-O-O-H + 02 -> ..C-C-C-O-O. (RADICAL PERÓXIDO) +OH- Como podemos observar, as etapas 2, 3 e 4 formam uma reação em cadeia istoé,repete- seindefinidamentecomvelocidadecrescenteaolongodotempo.Aetapalenta da reação é a primeira, a reação do hidrocarboneto com ooxigênio. Por isso, os aditivos antioxidantes devem ser substancias que atuem nestaprimeiraetapa,reagindocomosradicaislivresformadossemdarorigemanovos radicais livres. Este comportamento é observado nos compostos aromáticosleves,que constituem a maioria dos antioxidantes para óleosminerais. O desenvolvimento da reação ao longo do tempo pode serrepresentadograficamente come a seguir: Comportamento Tempo de OperaçãoxEnvelhecimento Observamosnestegráficoumainflexãoacentuadanoponto3,representandoomom ento em que as concentrações de produtos de oxidação tornam-se significativase, portanto quando a manutenção preventiva deverealizar-se. Os mecanismos de terminação da reação de oxidação são osseguintes: 1) RAD.PERÓXIDO + RAD. PERÓXIDO ->ÁLCOOIS 2) HIDROPERÓXtDOS + 02 ->ÁCIDOS 32 3) ÁCIDOS + ÁLCOOIS -> ÉSTERES POLIMÉRICOS(BORRA) 4) RAD. LIVRE + RAD. LIVRE ->HIDROCARB. POLIMÉRICOS(BORRA) Estes produtos finais de oxidação são compostos oxigenados compolaridadeelétrica na molécula e, portanto maus isolantes elétricos. Além disso, observamosapresença de ácidos que são aceleradores da degradação do papelisolante. Osprodutospoliméricosformadosnaúltimaetapadareação sãoextremamenteprejudiciais,jáquepeloseualtopesomolecularsãosólidosquesed epositamsobreasespirasdotransformadorimpedindoatransmissãodocalor.Porser emoxigenados, irão também acumular água, acelerando ainda mais a degradaçãodopapel. a) Degradação Térmica dos ÓleosMinerais: Os hidrocarbonetos sofrem pirólise gerando outros hidrocarbonetos de menorpesomolecular.lstoé,sobaaçãodocalorsuasmoléculas“quebram”empedaç osdeváriostamanhos,incluindocompostosdemuitobaixopesomoleculare,portanto ,gasosos. Esta reação obedece a leis termodinâmicas predeterminadas e assim, osprodutosgeradospelapiróliseserãofunçãodatemperaturaaqueoóleoforsubmeti do.Asreações de pirólise mais importantes para a manutenção são asseguintes: 1)...C-C-C-C-C- + CALOR -> ...C-C-C-C=C- + H2(HIDROGÊNIO) 2) ...C-C-C-C-C-+ CALOR -’ ...C-C-C=C- + CH4(METANO)3) ...C-C-C-C-C-+ CALOR-- ...C-C=C- + C2H6(ETANO) 3)...C-C-C-C-C-+ CALOR -> ...C-C=C- + C2H4(ETILENO) 4) ..C-C-C-C-C-+ CALOR-> ...C-C=C- + C2H2(ACETILENO) As reações 1 e 3 ocorrem a baixas temperaturas, em seguida, temos as reações2,4 e 5 em ordem crescente detemperatura. b) ManutençãoPreventiva: Extensão da VidaÚtil: Como vimos anteriormente, a extensão da vida útil dos transformadores isoladosaóleo mineral consiste em proteger o papel isolante do ataque da água ecompostosácidos. Os melhores resultados serão obtidos quando a intervenção damanutençãofor realizada antes que a reação de oxidação chegue às últimasetapas. Caso seja formada grande quantidade de Borra e compostos ácidos, atroca,secagem,ouregeneraçãodoóleoseráineficiente,jáqueosprodutossóli dosdeoxidaçãopermanecerãodepositadossobreopapelisolante.Suaremoçã osóépossível com a abertura da unidade, lavagem da parte ativa e posteriorsecagem. Para atingir este objetivo, devemos proceder periodicamente e sistematicamenteaosensaiosquesãosensíveisàágua,ácidosemateriaisoxigenad os,istoé,TeordeÁgua, Índice de Acidez e TensãoInterfacial. A combinação dos ensaios de acidez e tensão interfacial é que nos permitedeterminaropontodeinflexãodacurvadeenvelhecimentodosóleosminerais .Oensaio de acidez determina os compostos ácidos já formados e o detensãointerfacial é sensível aos produtos intermediários deoxidação. Prevenção deFalhas: 33 Como para os outros óleos isolantes, o objetivo de prevenção de falhas éalcançado pelo acompanhamento das propriedades sensíveis à presençadeimpurezasinsolúveis: Rigidez Dielétrica e PerdasDielétricas. No caso dos óleos minerais, entretanto, por serem oxidados ao longo do tempodeoperação, os valores para avaliação desses parâmetros serão dependentes dograude oxidação do óleo e, portanto, do seu nível de acidez e tensãointerfacial. - As indicações de contaminação por água e partículas detectadas nos ensaiosdeRigidez e Perdas Dielétricas devem ser verificadas pelo ensaio de Teor de Águae,senecessário,ensaiosespecíficosparadeterminaraquantidadeenaturezad aspartículaspresentes. c) ManutençãoPreditiva: A manutenção preditiva é realizada determinando-se periodicamente,porCromatografiadaFaseGasosa,osteoresdosgases(conformed escritonaseçãob) dissolvidos noóleo. É importante assinalar que este método de ensaio é sensível aquantidadesextremamente pequenas de gases e, portanto, permite detectar falhas elétricasemestágio muitoincipiente. Naprática,toma-seumaamostradecercade50 mldeóleoisolantequeé,emlaboratóriosubmetidaavácuoparaextrairosgasesdissol vidos.Umapequenaalíquotadestesgaseséentãoanalisadaeosresultadosobtidoss ãoavaliadosdeacordo com métodos pré estabelecidos, baseados na temperatura de formaçãodecada gás. O critério mais simples de diagnóstico é o chamado método dos “GasesChave” que mostramosabaixo: MÉTODO DO GÁSCHAVE: GÁSCHAVE FALHACARACTERÍSTICA HID HIDROGÊNIO(H2)METANO DESCARGAS PARCIAIS NOÓLEO ACETILENO(C2H2) ARCO ELÉTRICO NOÓLEO ETILENO (C2H4) SOBREAQUECIMENTO MONÓXIDO DECARBONO DESCARGAS PARCIAIS MONÓXIDO E DIÓXIDODECARBONO SOBREAQUECIMENTO NOPAPEL Estatabela relacionaogásquepredominanamisturacomafalhaqueIhedeuorigem. A próxima tabela mostra o chamado Método IEC, ou método de Rogersparadiagnóstico. A exemplo do anterior está baseado na temperatura de formaçãodosgases, porém, considera as relações entre os seus teores ao invés de cada gásemseparado. Este é o método atualmente normalizado pela ABNT, para DiagnósticodeAnálisesde Gases Dissolvidos em ÓleosIsolantes. MÉTODO ABNT PARA DIAGNÓSTICO DEFALHAS FALHACARACTERÍSTICA CÓDIGO 34 OPERAÇÃONORMAL 0 00 DESCARGAS PARCIAIS DEBAIXAENERGIA 0 10 DESCARGAS PARCIAIS DEALTAENERGIA 1 10 ARCO DE BAIXAENERGIA 1-2 / 0 /1-2 ARCO DE ALTAENERGIA 1 02 FALHA TÉRMICALEVE 0 01 FALHA TÉRMICA DEBAIXATEMPERATURA 0 20 FALHA TÉRMICA DEMEDIATEMPERATURA 0 21 FALHA TÉRMICA DEALTATEMPERATURA 0 22 Éaindadefundamentalimportânciaparaamanutençãopreditiva,aperiodicidadereg ular na execução das análises. Esta periodicidade é definida de acordo comosdiagnósticosobtidos. Para transformadores em operação a seguinte periodicidade, emcasos deoperação normal, pode ser consideradasatisfatória: - PrimeiraAnálise - Três mesesapós - PeriodicidadeAnual. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO TRANSFORMADOR NO SISTEMA DEPOTÊNCIA TRANSFORMADOR: › componentefundamental dos sistemas depotência para transmissão de energia a grandesdistâncias; › permiteinterligaçãodesistemasdediferentesníveisdetensão; ›promove isolação galvânica entrecircuitos Concebido,naformacomooconhecemoshoje,aofinaldoséculo XIX,tornou possível a transmissão de energia elétrica a grandesdistânciasem corrente alternada, em oposição aos sistemas originais decorrentecontínua, cujas distâncias máximas, entre a geração e a utilização,não ultrapassavam a poucosquilômetros. Aspecto fundamental dos sistemas de energia em corrente alternada: ►Possibilidade, propiciadapelouso dotransformador,demudançadosníveisde tensão nas diversas etapas dosistema. Principal impacto da mudança nos níveis detensão: › redução das perdas de condução(joule); ›redução no custo da instalação, principalmente daslinhas de transmissão. Perdajoule: ›principalcomponentedeperdasdosistema; 35 ›dependedoquadradodacorrenteconduzida. Aumentodeumaordemdegrandezanatensãodosistema reduzasperdasemduasordens de grandeza para os mesmoscondutores ›aumentodramáticodorendimento de transmissão. Adequando- seoscondutoresànovacorrente,aumentodeumaordemdegrandezana tensão, reduz as perdas e o peso dos condutores em uma ordem degrandeza ›Aumentoexpressivodorendimentoereduçãosignificativadocusto. Exemplo: Linha de transmissãotrifásica-potência : 45MW Distância: 50 kmentre o ponto de geração e o ponto deconsumo. 1º CASO - transmissão na tensão de geração de13,8KV. Corrente a ser conduzida : IF= 1.882A/fase Condutores necessários (carregamento típico da ordem de 1,5A/mm² ) : 2.500MCM Resistênciaespecífica paracondutor de alumínio:0,0216Ω/km›R50km=1,08Ω/fase Perda joule total : PJ = 3.R.(IF) 2= 11,5MW Peso total de condutores: 500ton. Rendimento da transmissão: η = (45 – 11,5) / 45 = 0,745 →74,5% 2º CASO - transmissão com tensão elevada para 138kV. Corrente a ser conduzida : IF= 188A/fase Condutores necessários (carregamento típico da ordem de 1,5A/mm² ) : 300MCM Resistênciaespecífica paracondutor de alumínio:0,18Ω/km›R50km=8,98Ω/fase Perda joule total : PJ = 3.R.(IF) 2= 0,95MW Peso total de condutores: 59ton. Rendimento da transmissão: η = (45 – 0,95) / 45 = 0,979→ 97,9% Níveisdetensão:funçãodapotênciatransmitidaedadistância: Sistema de potênciatípico: Distâncias entre geraçãoe consumo › centenas ou atémilhares de quilômetros TRANSFORMADORPRESENTEEMTODASASINSTÂNCIASDOSISTEMADEP OTÊNCIA: 36 Aspectos construtivos de transformadores depotência trifásico de médio porte (40MVA): Núcleo magnéticoConservador de óleo Comutadorde Tapes sobcarga Radiadores de calor TanqueEnrolamentos primário e secundário Bobinas de A.T.(em corte) Bobina de B.T. (em corte) Conexões das Bobinas Catálogo Comercial SIEMENS. Tipos de construção do núcleo para transformadores depotência Transformadoresmonofásicos: Variantes quanto ao conceito construtivo donúcleo: › núcleoenvolvido ou tiponuclear → emgeral “maiscobre–menosferro” › núcleoenvolvente ou tipo encouraçado → emgeral “menos cobre –mais ferro” TENSÕESELEVADASIMPEDÂNCIA MODERADA TENSÕES BAIXAS EMÉDIASBOM ACOPLAMENTOMAGNÉTICO TIPO NUCLEARCOM BOBINAS EMDISCO 37 Transformadorestrifásicos: Variantes construtivas donúcleo: › núcleoenvolvidooutiponuclear → transformadorde3colunas › núcleoenvolventeoutipoencouraçado → transformadorde5colunas Exemplos de variantes construtivas donúcleo: TENSÕES MÉDIAS EALTASBAIXAIMPEDÂNCIA TIPO ENCOURAÇADOCOMBOBINASCON CÊNTRICAS BAIXA IMPEDÂNCIA DE SEQUÊNCIAZERO ELEVADA IMPEDÂNCIA DE SEQUÊNCIAZERO 38 NÚCLEO TRIFÁSICO DE 5COLUNASNÚCLEO MONOFÁSICO DE 3COLUNAS Detalhes de execução donúcleo: Bobinas cilíndricas: maior resistência aos esforços eletrodinâmicos e menor resistênciaôhmica. › núcleodeveestarinscritonabobinademodoamaximizarasecçãodeferronumdadoe spaço › núcleoescalonado Detalhes de execução donúcleo: Gradação do escalonamento em função do porte do núcleo Execução dos canais de passagem de óleo para refrigeração do núcleo 39 ESPESSURA TOTAL DA ISOLAÇÃO ENTRELÂMINAS ConsolidaçãoMecânica e Magnética do Núcleo › Sobreposição das Lâminas TÉCNICAS DIFERENTES DESOBREPOSIÇÃO EM FUNÇÃO DO PORTE DO NÚCLEO EDE LIMITAÇÃO DE LARGURA DASCHAPAS Detalhes de execução donúcleo: Materialferromagnéticousualmenteempregadoemtransformadoresdepotência: › aço siliciosocom teor de silício de 4 a 5% › laminadoafriocomgrãoorientado › revestido com película isolanteorgânica Espessura reduzida da lâmina: ≤ 0,35mm-densidade de fluxo usual: até ~ 1,6 Wb / m² PROBLEMAS BÁSICOS NA REGIÃO DASOBREPOSIÇÃO: › Incrementodasperdasnoferro 40 Consumo específico depotênciareativamagnetizante: Comportamento da corrente magnetizantee das perdas no ferro com a direçãodalaminação dachapa Tipos de construção das bobinas para transformadores depotência Fatores que determinam o tipo de bobinasutilizadas: › potênciadotransformador › tensãonominaldoenrolamento › características específicas comosuportabilidadea surtos GRÃONÃO ORIENTADO GRÃOORIENTADO 41 Detalhes de execução de bobinas para transformadores depotência Projeto e execução das bobinas devem garantir: › adequadasustentaçãomecânica - resistênciaaosesforçosdecurto-circuito › adequada isolação - suportabilidade a surtos detensão › adequada refrigeração - passagens de óleo para troca de calor maiseficiente BOBINAHELICOIDAL › Condutoresdegrandesecção › Condutores subdivididos › Espirasapoiadas BOBINASHELICOIDAIS: ›enrolamentos de baixa tensão BOBINASDE MÚLTIPLAS CAMADAS E EM DISCO:›enrolamentos de média e alta tensão 42 Detalhes de execução de bobinas para transformadores depotência Bobinasconstruídasusualmentecomcondutoresdesecçãoretangular: › Melhoracomodação › maiorsustentaçãomecânica › trocadecalormaiseficiente → densidades de correntes utilizadas dependem do porte e do método de resfriamento: → Valoresdereferência: 1,5- 2,5a/mm² Condutor usualmente empregado: Bobinas com múltiplasespiras › Cobretrefilado › Condutividade:97 a 99 %i.a.c.s. BOBINACONTÍNUA › Condutoresdesecçãoreduzida › Canaisde circulação deóleo BOBINA EMHÉLICE › Múltiplos condutoresdesecçãoreduzi da › Canaisde circulação deóleo › Calçosentre camadas e anéisdepressãonasextremidade › Isolado com papel kraft /nomex Bobinas em folhacontínua › Alumíniolaminado › Condutividade: 60 a 63 %i.a.c.s. EXEMPLOS DE BOBINAS DE TRANSFORMADORES DEPOTÊNCIA Bobinas montadas sobre o núcleo e conectadas entresie ao comutador sobcarga 43 Bobinas Helicoidais Contínuas MÉTODOS DE RESFRIAMENTO DETRANSFORMADORES: 44 FUNCIONAMENTO DOTRANSFORMADOR Transformador: › estruturaconstituídadenúcleodematerialferromagnético associadoaumaBobinadeexcitação(desconsiderado,porora,osecundário) › Configuraumcircuitomagnéticocomsecção“Sfe”ecomprimento“Lfe” Conectado à fonte de tensão V1: ›Absorvecorrentedeexcitação: Im ›Forçamagnetomotriz: FMM=N1.Im ›Resultafluxo magnéticoestabelecido nonúcleo: Φ = FMM/ ƦondeƦé a relutância nonúcleo ) FMMΦ (Causa) (efeito) ►Fluxo se distribui uniformemente na secção donúcleo, produzindo uma distribuição de induções: BFE= Φ /SFE ►Força magnetomotriz se aplica ao longo docomprimento do circuito magnético, resultando numa distribuiçãode campo magnético: HFE= FMM/LFE CIRCUITO MAGNÉTICO ALIMENTADOEMTENSÃOALTERNADA: › Correntedeexcitação éalternada › Forçamagnetomotrizéalternada 45 › Fluxoéalternadonotempo Φ = Φ(t) = ΦM.senω.t LEI DE FARADAY: E1= E1(t) = N1.dΦ(t)/dt E1 = f.e.m.Induzida,queequilibraatensãoaplicada pela fonte,permitindo a absorção da corrente de excitaçãoImV1(t)≈ E1(t) E1(t) = N1.dΦ(t) /dt = N1. d/dt (ΦM.sen ω.t) = N1. ΦM.ω.cos ω.t = EM. cosω.t EM= 2.π.f.N1.ΦM= √2.E1 o n d e : → E1: valor eficaz da tensãoinduzida E1=√2.π.f.N1.ΦM=4,44.f.N1.ΦM Φ = ΦM.senω.t → BFE= BM. senω.t → HFE= HM. senω.t Im = IM. senω.t E1=EM.cosω.t →V1(t)≈E1(t)→ V1= VM. cosω.t Correntedeexcitaçãoabsorvida,atrasada90°datensãoaplicada ► Correntereativaindutiva Diagrama de fasores da operaçãodocircuito magnético – transformadorem vazio, com núcleo semperdas. MATERIAIS MAGNÉTICOS EMPREGADOS NA CONSTRUÇÃO DOSNÚCLEOSCARACTERÍSTICAS EPROPRIEDADES: Material ferromagnético do núcleo nãoideal: ›permeabilidadeelevada, porém finita; V1E1 Im ΦM 46 µ . ›manifestaefeitosdesaturaçãoehisterese magnética; ›manifestaperdasdeenergiacommagnetizaçãocíclica. Permeabilidadeelevada ›contribuiçãodosdomíniosmagnéticoscomo campo externo aplicado, reforçando o campo no interior domaterial. Saturação ›limitedecontribuiçãodomaterial,poralinhamentocompleto dos domínios com o campoexterno. Histerese ›retençãodemagnetizaçãoresidualnaausênciadecampoexterno, devido à relaxação não integral dosdomínios. CARACTERIZAÇÃO DA PERMEABILIDADE E SATURAÇÃOMAGNÉTICA: Mecanismo de magnetização não linear donúcleo: H › intensidadedecampoproduzidapelacorrentedeexcitaçãoIm µ0 .H › indução resultante no ar (sem o meioferromagnético) J › polarização magnética do meio (resposta domaterial) B › densidadedefluxo totalresultantenomeio: B = µ0 .H + J Materialferromagnético Im1 › Domínios magnéticosorientáveis J1 Nµ0 .H1 47 µ0.H J;B B1 J1J µ0 .H H1H =N.Im/LFE Im2 J2 µ0 .H2 J;B B2 J2 J H2H CONCLUSÃO: Atecnologia apresentada eresumidanestetrabalho constituiumaferramentainigualável damodernaEngenhariadeManutenção.Possibilitaobteromelhordesempenhopo ssível por maior tempo das Máquinas e dos TransformadoresElétricos em nossas instalações, com olhar sustentável e responsável. 48 EXERCÍCIOS a) Defina motores elétricos e principais tipos. b) Quais são as principais partes dos motores deCorrente Contínua? c) Justifique o nome de máquina assíncrona e sua explicação teórica. d) Quais são os tipos de motores de indução monofásicos? e) Cite duas vantagens do motor assíncrono em relação ao síncrono. f) O que são dados de placa? Cite 3 especificações obrigatórias em uma máquina elétrica. g) Por que o motor assíncrono não tem rotação síncrona? h) Defina escorregamento. Em que máquina elétrica ele ocorre? i) Explique por que a máquina síncrona tem velocidade do rotor igual à velocidade síncrona. j) Em quais leis do eletromagnetismo, constatamos o princípio de funcionamento dos motores de indução? l) Explique porquena indústria o motor de indução trifásico é mais utilizado e suas principais vantagens. m) Qual o ângulo de defasagem das bobinas na montagem de um motor trifásico? n) Quais são os tipos de ligações de um motor trifásico e suas principais características? o) Quais são os tipos de motores trifásicos e as tensões utilizadas na alimentação? p) Desenhe umesquema deligações de motores monofásicos e trifásicos, indicando suas terminações. q) Calcule a corrente de partida e corrente nominal de um motor trifásico de 30 CV, sabendo-se que: tensão de alimentação é 380V, cosφ 0,81 e o rendimento é 83%, aplicando as informações da placa de relação Ip/In= 8.5 ? 49 50
Compartilhar