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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 2 FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO ................................................................................ 6 3 METABOLISMO E NUTRIÇÃO ............................................................................. 7 3.1 O Metabolismo ............................................................................................... 7 3.2 A Nutrição ....................................................................................................... 8 3.3 Os alimentos .................................................................................................. 8 3.4 A alimentação diária ....................................................................................... 8 3.5 A importância nutricional das proteínas .......................................................... 9 3.6 As gorduras e o colesterol .............................................................................. 9 3.7 As vitaminas ................................................................................................... 9 4 FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO ............................................................ 10 4.1 Porque a digestão é importante? .................................................................. 10 4.2 Como o alimento é digerido? ........................................................................ 11 4.3 O Trânsito dos alimentos através do tubo digestivo ..................................... 11 4.4 Produção de sucos digestivos ...................................................................... 12 4.5 Absorção e transporte dos nutrientes ........................................................... 13 4.6 Carboidratos ................................................................................................. 13 4.7 Proteínas ...................................................................................................... 14 4.8 Gorduras ...................................................................................................... 14 4.9 Vitaminas ...................................................................................................... 14 5 COMO O PROCESSO DIGESTIVO É CONTROLADO? .................................... 15 5.1 Hormônios Reguladores ............................................................................... 15 5.2 Sistema nervoso ........................................................................................... 16 6 COMO OCORRE O TRÂNSITO ALIMENTAR .................................................... 16 6.1 Boca ............................................................................................................. 16 6.2 Sensações gustativas primárias ................................................................... 17 6.3 Glândulas Salivares ...................................................................................... 17 6.4 Faringe ......................................................................................................... 17 6.5 Esôfago ........................................................................................................ 17 6.6 Estômago ..................................................................................................... 17 6.7 Intestino Delgado .......................................................................................... 18 6.8 Intestino Grosso ........................................................................................... 18 6.9 Ânus ............................................................................................................. 18 7 NUTRIENTES ..................................................................................................... 19 7.1 O que são os nutrientes? ............................................................................. 19 7.2 O que são os macronutrientes?.................................................................... 19 7.3 O que são os carboidratos? ......................................................................... 20 7.4 Digestão e absorção ..................................................................................... 20 7.5 Carboidratos simples .................................................................................... 20 7.6 Carboidratos complexos ............................................................................... 21 8 O QUE SÃO PROTEÍNAS? ................................................................................ 21 8.1 Digestão e absorção ..................................................................................... 22 8.2 Funções ........................................................................................................ 23 8.3 Turnover proteico ......................................................................................... 23 8.4 Fontes alimentares de proteínas .................................................................. 23 9 O QUE SÃO FIBRAS ALIMENTARES? .............................................................. 23 10 O QUE SÃO OS MICRONUTRIENTES? ......................................................... 25 11 VITAMINAS ..................................................................................................... 26 11.1 Vitaminas lipossolúveis ........................................................................... 26 11.2 Vitamina A .............................................................................................. 27 11.3 Vitamina D .............................................................................................. 27 11.4 Vitamina E .............................................................................................. 28 11.5 Vitamina K .............................................................................................. 28 11.6 O que são as vitaminas hidrossolúveis? ................................................. 29 11.7 Vitaminas do Complexo B ....................................................................... 29 11.8 Vitamina C .............................................................................................. 29 11.9 Vitamina B1 (Tiamina) ............................................................................ 30 11.10 Vitamina B2 (Riboflavina) ....................................................................... 30 11.11 Vitamina B3 (Niacina) ............................................................................. 31 11.12 Vitamina B6 (Piridoxina) ......................................................................... 31 11.13 Folato (Ácido Fólico) ............................................................................... 31 11.14 Vitamina B12 (Cobalamina) .................................................................... 31 11.15 Ácido Pantotênico ................................................................................... 32 11.16 Biotina ..................................................................................................... 32 12 MINERAIS ....................................................................................................... 33 13 MACROMINERAIS E MICROMINERAIS......................................................... 34 13.1 O que são os macrominerais? ................................................................ 34 13.2 Fósforo .................................................................................................... 34 13.3 Magnésio ................................................................................................ 35 13.4 Cálcio ...................................................................................................... 35 13.5 Enxofre ................................................................................................... 35 13.6 Sódio,Potássio e Cloro .......................................................................... 36 13.7 O que são os microminerais? ................................................................. 36 13.8 Ferro ....................................................................................................... 36 13.9 Iodo ......................................................................................................... 37 13.10 Zinco ....................................................................................................... 37 13.11 Manganês, Cobre e Selênio ................................................................... 38 13.12 Flúor ........................................................................................................ 38 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 39 15 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................. 40 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 2 FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO Fonte: pixabay.com A fisiologia da nutrição aborda o valor energético dos alimentos. A nutrição é essencial na manutenção da saúde. A fisiologia da nutrição aborda o equilíbrio alimentar e o valor energético dos alimentos, bem como a importância nutricional de cada nutriente. A fisiologia da nutrição estuda o sistema digestivo, a digestão e absorção de nutrientes e o controle endócrino e neural. 3 METABOLISMO E NUTRIÇÃO Fonte: pixabay.com 3.1 O Metabolismo O nosso organismo realiza, a cada segundo, milhares de diferentes reações químicas no interior de seus diferentes órgãos e tecidos. Nessas reações estão incluídas as ações específicas de incontáveis enzimas, hormônios e mediadores químicos da transmissão dos impulsos nervosos. Há ainda todas as reações de síntese e desdobramento das mais variadas substâncias que continuamente assimilamos ou eliminamos. O conjunto de todas essas transformações químicas que ocorrem num ser vivo é chamado de metabolismo geral. No metabolismo, chamamos de anabolismo a etapa construtiva na qual os nutrientes são assimilados e utilizados nas sínteses de novas substâncias indispensáveis ao crescimento, à manutenção e à regeneração do organismo. O catabolismo, ao contrário, é a etapa destrutiva, que implica quebra ou desdobramento de moléculas, com liberação de energia e eliminação de substâncias de excreção. A energia liberada no catabolismo é utilizada nos processos de anabolismo. Ao conjunto das reações que implicam trocas energéticas no organismo dá-se o nome de metabolismo energético. 3.2 A Nutrição Para manter um metabolismo equilibrado, o organismo deve obter continuamente os chamados nutrientes, substâncias fornecidas pelos alimentos, os quais precisam ser consumidos em quantidade e variedade adequadas. Uma vez digeridos os alimentos, os seus nutrientes são absorvidos e distribuídos para todos os tecidos. Alguns nutrientes são usados para a construção e a reparação da matéria viva; outros são desdobrados para a liberação da energia às atividades vitais. 3.3 Os alimentos Os alimentos que ingerimos têm, em geral, composição química complexa: parte orgânica e parte mineral. Desta última, os dois elementos mais abundantes no organismo humano são o cálcio e o fósforo, além de doses bem menores de potássio, enxofre, sódio e cloro. O meio intracelular é mais rico em potássio e fósforo, enquanto o meio extracelular é mais rico em sódio e cloro. As substâncias orgânicas, de acordo com as suas funções no organismo, são classificadas em plásticas (proteínas), energéticas (carboidratos) e reguladoras (vitaminas). 3.4 A alimentação diária Como resultado de muitos anos de estudos relativos à nutrição, foi proposto por Welsh (1992), nos Estados Unidos, um roteiro para a escolha de uma dieta equilibrada, com os tipos e as quantidades de alimentos que as pessoas devem consumir diariamente. É uma espécie de guia alimentar para que as pessoas possam escolher facilmente uma alimentação adequada às suas necessidades, sem comprometer a saúde por excesso ou deficiência de algum nutriente. Surgiu assim a Pirâmide Alimentar, de fácil visualização e, portanto, de utilização prática. A pirâmide propõe algumas importantes sugestões: dieta com alimentos variados, pobre em gorduras e rica em cereais, frutas e verduras; sal, açúcar e bebidas alcoólicas com moderação. 3.5 A importância nutricional das proteínas Além da função plástica, as proteínas são também responsáveis pela proteção do organismo. A carência nutricional proteica provoca graves problemas de saúde, como edemas, enfraquecimento geral, baixo metabolismo, lesões cutâneas, redução da taxa de crescimento, sendo particularmente grave em crianças novas, caracterizando o chamado kwashiorkor. As fontes de proteínas são sobretudo carnes, peixes, ovos, feijão e soja. Todas as proteínas são formadas por aminoácidos e, dos vinte existentes, nosso organismo é capaz de sintetizar doze. Os oito restantes devem ser obrigatoriamente obtidos dos alimentos, sendo chamados aminoácidos essenciais. Portanto, em qualquer dieta alimentar, devemos nos preocupar com o consumo de proteínas que contenham os aminoácidos essenciais em doses adequadas para garantir a síntese de todas as nossas proteínas específicas. 3.6 As gorduras e o colesterol Um dos problemas nutricionais que mais preocupa as pessoas é o relacionado ao consumo de gorduras. De fato, as gorduras desempenham importante papel no aumento do peso corporal, trazendo graves problemas de saúde. Da digestão das gorduras resultam o glicerol e os ácidos graxos. Estes são clas- sificados em dois grupos: os saturados e os insaturados. Os ácidos graxos insaturados têm ação protetora contra a formação dos perigosos ateromas – as placas gordurosas, que causam obstrução das artérias. O colesterol é um importante constituinte das membranas celulares e está relaci- onado à síntese de esteroides que compõem alguns hormônios e os sais biliares. No sangue ele está associado a lipídios e proteínas formando glóbulos ou corpúsculos de lipoproteínas. Tais corpúsculos têm diferentes tamanhos e densidades, sendo bem co- nhecidos como o LDL (Low Density Lipoprotein) e o HDL (High Density Lipoprotein). 3.7 As vitaminas As vitaminas são substâncias reguladoras que devem ser continuamente incorpo- radas ao organismo, em doses muito pequenas, para garantir um metabolismo normal. Elas não têm, portanto, uma função energética ou plástica, mas sua deficiência provoca claros sintomas, características das chamadas carências vitamínicas ou avitaminoses. São simbolizadas por letras e costumam ser reunidas em dois grupos, de acordo com sua solubilidade em água (hidrossolúveis – complexo B e C) ou em lipídios (lipossolúveis – A, D, E e K).4 FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO Fonte: revistanews.com.br Aparelho digestivo ou sistema digestório, como recomenda a nova nomenclatura, é composto de uma série de órgãos tubulares interligados formando um único tubo que se estende desde a boca até o ânus. Recobrindo este tubo há um tipo de “pele” chamada de mucosa. Na cavidade oral (boca), estômago e intestino delgado a mucosa contém pequenas glândulas que produzem líquidos específicos utilizados na digestão dos ali- mentos. Há dois órgãos digestivos sólidos, o fígado e o pâncreas, que também produzem líquidos utilizados na digestão, estes líquidos chegam ao intestino delgado através de pequenos tubos. Outros sistemas apresentam um importante papel no funcionamento do aparelho digestivo como o sistema nervoso e sistema circulatório (sanguíneo). 4.1 Porque a digestão é importante? Os alimentos como são ingeridos não estão no formato que o corpo pode aproveitá- los. Devem ser transformados em pequenas moléculas de nutrientes antes de serem absorvidos no sangue e levados às células para sua nutrição e reprodução. Este processo chama-se de digestão. 4.2 Como o alimento é digerido? A digestão ocorre através da mistura dos alimentos, movimento destes através do tubo digestivo e decomposição química de grandes moléculas de alimento para pequenas moléculas. Inicia-se na cavidade oral através da mastigação e se completa no intestino delgado. O processo químico se diferencia para cada tipo de alimento. 4.3 O Trânsito dos alimentos através do tubo digestivo Tubo digestivo alto – Os órgãos digestivos tubulares contêm músculos que possibi- litam dar movimento às suas paredes. Este movimento (peristalse) pode impulsionar e misturar os alimentos com os sucos digestivos. O movimento peristáltico é como uma onda do mar, promovendo uma área estreitada que empurra o alimento para baixo até o final do órgão. O primeiro movimento é o da deglutição. Apesar de podermos controlar quando en- golimos algo, a partir deste momento há uma reação em cadeia de movimentos invo- luntários controlados pelo sistema nervoso. O esôfago é o órgão ao quais os alimentos são impulsionados após a deglutição. Ele comunica a cavidade oral ao estômago. Sua única função é transportar o alimento ao estômago. Ao nível da junção do esôfago com o estômago, há uma estrutura valvular que permanece fechada entre os dois órgãos. Com a aproximação do alimento esta válvula se abre permitindo a passagem do alimento ao estômago. O alimento então entra no estômago, que tem três funções mecânicas básicas. A pri- meira como reservatória do alimento, função realizada pela parte superior do estô- mago que relaxa sua musculatura e aumenta sua capacidade. A segunda função é realizada pela parte inferior do estômago misturando os alimentos com o suco diges- tivo produzido pelo estômago. E finalmente a terceira é a de liberar os alimentos (es- vaziamento gástrico), já parcialmente digeridos para o intestino delgado. Este pro- cesso ocorre lentamente. Vários fatores afetam o esvaziamento gástrico como o tipo de alimento, ação da mus- culatura do estômago e a capacidade do intestino delgado de receber mais alimentos parcialmente digeridos. Quando o bolo alimentar chega ao intestino delgado ele sofre a ação do suco digestivo produzido pelo pâncreas, fígado e intestino e é impulsionado para frente para dar espaço a mais alimento vindo do estômago. Ao final, todos os nutrientes digeridos são absorvidos através da parede do intestino delgado. A parte não digerida que são as fibras e restos celulares da mucosa do in- testino é levada ao intestino grosso (cólon) mantendo-se lá por um dia ou dois até as fezes serem expelidas pelo movimento do intestino grosso até a evacuação. 4.4 Produção de sucos digestivos As glândulas do sistema digestivo são essenciais no processo da digestão. Elas pro- duzem tanto os sucos que degradam os alimentos como também os hormônios que controlam todo o processo. As primeiras glândulas são as que estão na cavidade oral (glândulas salivares). A saliva produzida por essas glândulas contém uma enzima que inicia o processo da digestão, agindo sobre o amido presente nos alimentos, degra- dando-os a moléculas menores. O próximo grupo de glândulas encontra-se na mucosa do estômago. Produzem o ácido e enzimas que digerem as proteínas. O ácido produzido no estômago é capaz de digerir todos os alimentos que chegam ao estômago, porém não afeta o próprio estômago devido a mecanismos especiais de proteção que este órgão tem. Após o esvaziamento gástrico, o alimento já parcialmente digerido com o suco gás- trico vai para o intestino delgado encontrar mais dois sucos digestivos para continuar o processo da digestão. Um deles é produzido pelo pâncreas que contêm enzimas capazes de digerir carboidratos, gordura e proteínas. Outra parte é produzida pelas glândulas do próprio intestino. O fígado produz ainda outro suco digestivo: a bile. A bile é armazenada na vesícula biliar e durante as refeições, esta se contrai, liberando-a através de ductos para o intestino. Ao atingir o alimento, a bile tem como principal função desmanchar as gor- duras para serem digeridas pelas enzimas produzidas pelo pâncreas e intestino. 4.5 Absorção e transporte dos nutrientes As moléculas digeridas dos alimentos, como também a água e sais minerais, são absorvidos na porção inicial do intestino delgado. O material absorvido atravessa a mu- cosa e atinge o sistema sanguíneo e é levado a outras partes do corpo para ser arma- zenado ou sofrerem outras modificações químicas. Este processo varia de acordo com o tipo de nutriente. 4.6 Carboidratos A grande maioria dos alimentos contém carboidratos. Bons exemplos são o pão, batatas, massas, doces, arroz, frutas e vegetais. Muito destes alimentos contém amido, que pode ser digerido, e também fibras que não são digeridas. Os carboidratos digeridos são decompostos em moléculas menores por enzimas encontradas na saliva, no suco pancreático e no intestino delgado. O amido é digerido em duas etapas: sofrendo a ação da saliva e do suco pancreático, o amido é transfor- mado em moléculas chamadas de maltose; em seguida, uma enzima encontrada no in- testino delgado chamada maltase degrada a maltose em moléculas de glicose. A glicose pode ser absorvida para a corrente sanguínea através da mucosa do intestino. Uma vez na corrente sanguínea, a glicose vai para o fígado onde é armazenada ou utilizada para promover energia para o funcionamento do corpo. O açúcar comum também é um carboidrato que precisa ser digerido para ser uti- lizado. Uma enzima encontrada no intestino delgado degrada o açúcar em glicose e fru- tose, ambos absorvidos pelo intestino. O leite contém outro açúcar chamado lactose. A lactose sofre a ação da lactase no intestino delgado, transformando-se em moléculas absorvíveis. 4.7 Proteínas Alimentos como carne ovos e grãos contêm grandes moléculas de proteínas que precisam ser digeridas antes de serem utilizadas para reparar e construir os tecidos or- gânicos. No estômago há uma enzima que inicia a degradação das proteínas. A digestão é finalizada no intestino delgado pelo suco pancreático e intestino propriamente dito. O produto final das proteínas é absorvido pelo intestino delgado e encaminhado ao orga- nismo pela corrente sanguínea. É utilizado para a construção das paredes e diversos componentes das células. 4.8 Gorduras Moléculas de gordura são uma grande fonte de energia para o corpo. Como se sabe, a gordura não se mistura com a água, portanto, o primeiro passo para a digestão de gorduras é transformação da mesma em produtos que possam ser misturados com a água (hidrossolúveis). Os ácidos biliares produzidos pelo fígado atuam diretamente so- bre as gorduras como detergentes permitindo a ação das enzimas sobreas gorduras transformando-as em moléculas menores de ácidos graxos e colesterol. Os ácidos bilia- res combinados com os ácidos graxos e colesterol permitem a passagem das moléculas pequenas através das células do intestino. As moléculas pequenas depois se transfor- mam novamente em moléculas maiores e são transportadas através de vasos linfáticos do abdômen até o tórax, onde então são despejadas na circulação sanguínea para se- rem armazenadas nas diferentes partes do corpo. 4.9 Vitaminas Outra parte vital dos nossos alimentos que é absorvida pelo intestino delgado são as vitaminas. Existem dois tipos de vitaminas: as que são dissolvidas pela água ou hi- drossolúveis (todo o complexo B e vitamina C) e as que são dissolvidas pela gordura ou lipossolúveis (A, D, E e K). 5 COMO O PROCESSO DIGESTIVO É CONTROLADO? Fonte: pixabay.com 5.1 Hormônios Reguladores No estômago, a liberação de ácido clorídrico é feita através do estímulo da célula (parietal) produtora de ácido que está presente apenas na porção do corpo e fundo gás- trico. Este estímulo é feito através da gastrina, histamina e acetilcolina. Um dos aspectos fascinantes do sistema digestivo é a de autorregulação. A grande maioria dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo são produzidas e liberadas pelas células da mucosa do estômago e intestino delgado. Estes hormônios são liberados na corrente sanguínea, vão até o coração e retornam ao sistema digestivo, onde estimulam a liberação de sucos digestivos e os movimentos dos órgãos. Os principais hormônios que controlam a digestão são a gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK). Gastrina – estimula a produção de ácido do estômago para dissolver e digerir alguns alimentos. É também fundamental para o crescimento da mucosa gástrica e intestinal. Secretina – estimula o pâncreas liberando o suco pancreático que é rico em bicarbo- nato. Estimula o estômago a produzir pepsina, uma enzima encarregada de digerir proteínas. Também estimula o fígado a produzir bile. CCK – estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar. 5.2 Sistema nervoso Dois tipos de nervos ajudam a controlar a digestão – nervos extrínsecos (de fora) que chegam aos órgãos digestivos da parte não consciente do cérebro ou da medula espinhal. Eles liberam um produto chamado acetilcolina e outra chamada adrenalina. A acetilcolina faz com que os músculos dos órgãos digestivos se contraiam com maior intensidade, empurrando o bolo alimentar e sucos digestivos através do trato digestivo. A acetilcolina também estimula o estômago e pâncreas a produzirem mais suco diges- tivo. A adrenalina relaxa os músculos do estômago e intestino e diminui o fluxo sanguíneo nestes órgãos; nervos intrínsecos (de dentro), em forma de rede, cobrem a parede do esôfago, estômago, intestino delgado e cólon. São estimulados pela distensão da parede dos órgãos pelo alimento. Liberam inúmeras substâncias que aceleram ou retardam o movimento da comida ou da produção de sucos digestivos. 6 COMO OCORRE O TRÂNSITO ALIMENTAR Fonte: brasilescola.uol.com.br 6.1 Boca A boca é a porta de entrada dos alimentos e a primeira parte do processo diges- tivo. Ao ingerir alimentos, estes chegam à boca, onde serão mastigados pelos dentes e movimentados pela língua. Acontece a digestão química dos carboidratos, onde o amido é decomposto em moléculas de glicose e maltose. 6.2 Sensações gustativas primárias A superfície da língua é constituída por dezenas de papilas gustativas, distribuídas de maneira não homogênea, cujas células sensoriais percebem os sabores primários, que combinados resultam em centenas de sabores diferentes. Até pouco tempo, os cientistas aceitavam quatro sabores primários, conhecidos como: doce, salgado, azedo ou ácido e amargo. Recentemente, um novo sabor chamado umami, descoberto pelo cientista japo- nês Kikunae Ikeda, entrou na lista dos sabores primários. O umami é uma palavra de origem japonesa traduzida como delicioso, saboroso. Os sabores primários nos forne- cem pistas sobre qual alimento pode ser bom e qual pode ser ruim, dando origem às preferências e aos hábitos alimentares. 6.3 Glândulas Salivares A saliva é composta por um líquido viscoso contendo 99% de água e mucina, que dá a saliva sua viscosidade. É constituída também pela ptialina ou amilase salivar, que é uma enzima que inicia o processo da digestão do amido. 6.4 Faringe A faringe é um tubo que conduz os alimentos até o esôfago. 6.5 Esôfago O Esôfago continua o trabalho da faringe, transportando os alimentos até o estô- mago, devido aos seus movimentos peristálticos (contrações involuntárias). 6.6 Estômago No estômago, órgão mais musculoso do canal alimentar, continua as contrações, misturando aos alimentos uma solução denominada suco gástrico, realizando a digestão dos alimentos proteicos. O suco gástrico é um líquido claro, transparente e bastante ácido produzido pelo estômago. 6.7 Intestino Delgado O intestino delgado é um órgão dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. A primeira parte do intestino delgado é formada pelo duodeno que é a seção responsável por receber o bolo alimentar altamente ácido vindo do estômago, denominado quimo. Para auxiliar o duodeno no processo digestivo, o pâncreas e o fígado fornecem secre- ções antiácidas. O pâncreas produz e fornece ao intestino delgado, suco pancreático, constituído de íons bicarbonato, neutralizando assim, a acidez do quimo. O fígado fornece a maior glândula do corpo, a bile, que é secretada continua- mente e armazenada em vesícula biliar. Ao final deste processo no intestino, o bolo alimentar se transforma em um mate- rial escuro e pastoso denominado quilo, contendo os produtos finais da digestão de pro- teínas, carboidratos e lipídios. As últimas partes do intestino delgado, jejuno e íleo, são formados por um canal longo onde são absorvidos os nutrientes. Apresentam em sua superfície interna, vilosi- dades que são vários dobramentos. 6.8 Intestino Grosso O intestino grosso é um órgão dividido em três partes: ceco, cólon e reto, onde ocorre a reabsorção de água, absorção de eletrólitos (sódio e potássio), decomposição e fermentação dos restos alimentares, e formação e acúmulo das fezes. O ceco é a primeira parte do intestino grosso, que tem como função receber o conteúdo vindo do intestino delgado e iniciar o processo de reabsorção de nutrientes e água. A segunda e maior parte do intestino grosso recebe o nome de cólon, subdivi- dindo-se em cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmoide. 6.9 Ânus A última e menor parte do intestino grosso é o reto, responsável por acumular as fezes, até que o ânus as libere, finalizando o processo da digestão. Durante todo esse processo, o muco é secretado pela mucosa do intestino para facilitar o percurso das fe- zes até sua eliminação. 7 NUTRIENTES Fonte: pixabay.com 7.1 O que são os nutrientes? Os nutrientes são as substâncias que constituem os alimentos e se dividem em: macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e micronutrientes (vitaminas e mine- rais). 7.2 O que são os macronutrientes? Segundo MAHAN, ESCOTT-STUMP, os macronutrientes são definidos como: "aquelas macromoléculas nas estruturas vegetais (e animais) que podem ser digeridas, absorvidas e utilizadas por outro organismo como fontes de energia e como substrato para a síntese de carboidratos, gorduras e proteínas necessárias para manter a integri- dade celular e do sistema". Os macronutrientes são as substâncias que o nosso corpo precisa para poder funcionar adequadamente. São os nutrientes com a capacidade de serem absorvidos pelas células intestinais e utilizados como fonte de energia pelo organismo, além de desempenharemmuitas outras funções vitais, como produção de hormônios e manutenção das membranas celulares. Os macronutrientes podem ser definidos como os combustíveis que fazem funci- onar o corpo humano - sem eles não há vida. Também são os nutrientes necessários em maiores quantidades pelo nosso or- ganismo, e são encontrados nos alimentos que fazem parte da base da nossa dieta, como os cereais, as frutas e as carnes. Os três macronutrientes que tornam possível a nossa existência: os carboidratos (e fibras alimentares), as proteínas e os lipídios. 7.3 O que são os carboidratos? Os carboidratos são moléculas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio, considerados fonte primária de energia para o organismo (glicose). O catabolismo (quebra) destes macronutrientes permite a liberação da energia química necessária para a formação do ATP, que é o combustível que as células do nosso corpo utilizam. Cada grama de carboidratos fornece 4 calorias. Esses nutrientes devem corresponder a 55- 65% da dieta. De acordo com sua digestibilidade e o tamanho das moléculas, os carboidratos são classificados como simples ou complexos. 7.4 Digestão e absorção A digestão dos carboidratos começa na boca, com a ação da enzima amilase sa- livar (ptialina), que quebra as moléculas de amido e tem sua ação prolongada até a che- gada do alimento ao estômago, quando é inativada pelo pH ácido. A maior parte da digestão dos carboidratos ocorre no intestino delgado (duodeno), quando enzimas pancreáticas (amilase pancreática) e intestinais (sacarase, maltase, lactase e isomaltase) transformam os dissacarídeos em glicose, galactose ou frutose. Os monossacarídeos são então absorvidos pelas células intestinais, através de difusão sim- ples ou transporte ativo sódio-dependente, e transportados até o fígado pela circulação porta (conjunto de vasos que ligam o intestino ao fígado). 7.5 Carboidratos simples Os carboidratos simples são constituídos por pequenas unidades de açúcar e apresentam rápida absorção e fácil digestão. São eles: monossacarídeos (açúcares li- vres - glicose, frutose, galactose e pentose); dissacarídeos (união de dois monossacarí- deos – sacarose, lactose, maltose, etc.) e oligossacarídeos (contêm 3 a 10 unidades simples de açúcares – rafinose, estaquiose, etc.). O consumo de carboidratos simples deve ser evitado, pois acarreta em excesso de liberação de insulina, o que é um importante fator de risco para o diabetes tipo 2. 7.6 Carboidratos complexos Também chamados polissacarídeos, os carboidratos complexos são constituídos pela união de até 3.000 unidades de açúcares simples, a maioria glicose. Os processos de absorção e digestão destes carboidratos são mais lentos, favorecendo o controle da glicemia (concentração sanguínea de glicose). Os principais polissacarídeos são: ami- dos (forma de armazenamento da glicose nas plantas), dextrinas (produtos intermediá- rios da quebra do amido), glicogênio (forma de armazenamento da glicose em tecidos animais) e celulose (componente da estrutura dos vegetais, indigerível pelo organismo e constituinte da fibra dietética). 8 O QUE SÃO PROTEÍNAS? Fonte: cn1.com.br As proteínas são macromoléculas presentes em todos os organismos vivos, cons- tituídas por combinações entre os 21 aminoácidos (essenciais – não são produzidos pelo organismo – e não essenciais) naturalmente presente nos alimentos. São os únicos ma- cronutrientes que contêm nitrogênio em sua estrutura, além de C, H e O. Cada grama de proteína fornece 4 calorias e esses nutrientes devem corresponder a 12-15% da dieta. Classificação: é muito difícil classificar as proteínas, pois são nutrientes extrema- mente complexos. Os tipos mais comuns de classificação das proteínas são: Quanto à fonte, as proteínas são classificadas como exógenas (provenientes da dieta) ou endógenas (proteínas do próprio organismo). Elas podem ser divididas, de acordo com sua composição, em simples (com- postas apenas por aminoácidos) e conjugadas (quando estão associadas a outros compostos não proteicos, como polissacarídeos, lipídeos, ácido fosfórico ou metais). Também podem ser classificadas pela sua forma como fibrosas (longas mo- léculas retilíneas, normalmente insolúveis em água – queratina, colágeno, fibrina, etc.) ou globulares (moléculas esféricas, solúveis em água – caseína, albumina, globulinas, etc.). A estrutura (maneira como os aminoácidos estão arranjados) de uma proteína pode ser classificada como primária (sequência de aminoácidos unidos por ligações pep- tídicas), secundária (arranjo de aminoácidos próximos entre si, unidos por pontes de hi- drogênio), terciária (arranjo de aminoácidos distantes uns dos outros, unidos por várias ligações – iônicas, covalentes, eletrostáticas, etc.) ou quaternária (união de diversas es- truturas terciárias ou subunidades peptídicas). 8.1 Digestão e absorção No estômago, o pH ácido desnatura as moléculas de proteínas e a enzima pep- sina começa a clivagem (quebra) das ligações que unem os aminoácidos. Com a che- gada do quimo (bolo alimentar formado no estômago) no duodeno (intestino delgado), ocorre a liberação da enzima enteroquinase pelas células intestinais. A enteroquinase ativa uma enzima do pâncreas, a tripsina que desencadeia rea- ções de ativação, em cascata, das demais enzimas pancreáticas proteolíticas, respon- sáveis pela quebra das proteínas – tripsina ativa, quimotripsina, elastase, carboxipepti- dases e aminopeptidases. Os aminoácidos são absorvidos por transporte ativo (que envolve uma molécula carregadora – por exemplo, sódio) e transportados até o fígado pela circulação porta. As proteínas de fonte animal apresentam maior digestibilidade (90 - 95%) do que as proteí- nas de fontes vegetais (50 – 82%). 8.2 Funções Os aminoácidos fornecidos pelas proteínas terão 3 destinos principais: anabo- lismo (produção de proteínas), catabolismo (produção de energia) e síntese de compos- tos de pequeno peso molecular (hormônios, enzimas, anticorpos, etc.). As proteínas são necessárias nos processos de construção e de manutenção dos tecidos corporais, regu- lação metabólica, transporte de nutrientes (lipídeos, vitaminas e medicamentos), equilí- brio osmótico (entre diferentes líquidos do corpo) e equilíbrio acidobásico (entre o sangue e os tecidos). A carência de proteínas provoca desnutrição, comprometendo o cresci- mento de crianças e causando desequilíbrios metabólicos; o excesso de ingestão de proteínas pode causar insuficiência renal, devido ao grande esforço do rim para eliminar o excedente, já que não há reservas de aminoácidos no organismo. 8.3 Turnover proteico Contínuo estado de síntese e degradação de proteínas, específico para cada te- cido. A taxa média de proteína renovada em um adulto é cerca de 3% do total proteico do seu organismo. Os tecidos mais biologicamente ativos são o plasma (sangue) e a mucosa intestinal. 8.4 Fontes alimentares de proteínas Carnes (frango, boi, porco e peixes, incluindo vísceras), ovos, leite e derivados, mistura de cereais com leguminosas (arroz e feijão). 9 O QUE SÃO FIBRAS ALIMENTARES? Fonte: pixabay.com As fibras são componentes estruturais das células vegetais, indigeríveis pelas en- zimas do trato gastrintestinal dos seres humanos. Está cientificamente comprovado que existe uma relação entre o baixo consumo de fibras e a alta incidência de alguns tipos de câncer e de doenças cardiovasculares; daí sua importância na alimentação. As fibras podem ser classificadas de acordo com sua ação fisiológica, que está relacionada com sua capacidade de retenção de água, sendo divididas em duas categorias – solúveis ou insolúveis. Tabela de Classificação das Fibras Alimentares: Classificação Tipos de fibras Fonte alimentar Ação fisiológica Fibras solúveis Pectina,hemiceluloses, gomas, mucilagens Frutas cítricas, maçã, abacate, legumes, cevada, aveia, centeio Retardam o esva- ziamento gástrico, o trânsito intestinal e a absorção de glicose. Reduzem o colesterol. Fibras insolúveis Celulose, hemiceluoses, ligninas, cutinas, Vegetais folhosos, grãos integrais e Aceleram o trânsito intestinal. Retardam a absorção de ceras, amido resistente seus derivados (fa- relos), trigo, milho. glicose e lipídeos. Aumentam o volume das fezes. Fonte: Marques, 2002 10 O QUE SÃO OS MICRONUTRIENTES? Fonte: jornaldoplanalto.com.br O grupo dos micronutrientes engloba as vitaminas e os minerais, elementos com funções reguladoras, como a produção de enzimas, hormônios e outras substâncias que regulam o metabolismo. Os micronutrientes são classificados como elementos essenciais pois não são produzidos pelo corpo humano e, por isso, precisam ser adquiridos através da dieta diariamente. Eles são necessários em quantidades muito pequenas, mas a carência de vitaminas ou minerais pode causar graves alterações no funcionamento do nosso organismo. Uma dieta variada e equilibrada é suficiente para fornecer ao organismo todos os micronutrientes nas quantidades necessárias, o que torna inútil, e até mesmo perigoso, a suplementação alimentar com estes elementos. A ingestão de suplementos de vitaminas ou minerais deve ser sempre acompanhada por um médico ou nutricionista. 11 VITAMINAS Fonte: brasilescola.uol.com.br As vitaminas são compostos orgânicos essenciais, que participam de reações metabólicas específicas no interior das células. Chamadas de fatores acessórios dos alimentos (não fornecem calorias, mas participam dos processos de produção de energia), sua ausência na dieta ou consumo em quantidades insuficientes causa uma síndrome de deficiência específica. Funções: As vitaminas participam do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, regulam a produção de componentes corpóreos (ossos, pele, hormônios, ner- vos, sangue, etc.), participam da resposta imunológica e previnem doenças relacionadas a deficiências nutricionais. Classificação: Quanto à solubilidade, as vitaminas são classificadas em liposso- lúveis (solúveis em solventes orgânicos – lipídios, álcool, etc.) e hidrossolúveis (solúveis em água). 11.1 Vitaminas lipossolúveis São vitaminas precisam da presença de lipídios na dieta para que sejam absorvi- das e utilizadas. Se consumidas em excesso podem atingir níveis tóxicos no organismo. São lipossolúveis: vitaminas A D, E e K. 11.2 Vitamina A A forma ativa da vitamina A, o retinol (ácido retinoico – presente em alimentos de origem vegetal), é estável ao calor e sensível ao oxigênio e luz ultravioleta. Nos vegetais amarelos, alaranjados e vermelhos ela é encontrada como carotenoide (betacaroteno), uma forma inativa. A vitamina A é indispensável para a visão (especialmente noturna), mas, desempenha importantes papéis na manutenção da pele, das mucosas e nos sis- temas reprodutor e imunológico. O excesso de ingestão de vitamina A pode causar carotenodermia (pele acentu- adamente amarela) e a carência - hipovitaminose A (que acomete principalmente crianças em fase pré-escolar e, normalmente, é acompanhada de desnutrição) causa xerolftalmia (olho seco, que, se não tratado, pode levar à perda do órgão), cegueira noturna e dermatites (inflamações na pele). Principais fontes: fígado, ovos, leite integral, manteiga, margarina, azeite de dendê, vegetais amarelados (cenoura, abóbora, manga, mamão, etc.) e verde-escuros como a couve, agrião, mostarda e almeirão. 11.3 Vitamina D A forma organicamente ativa da vitamina D é o calciferol (colecalciferol – D2 – ou ergocalciferol – D3) e, alguns autores, consideram a vitamina D um hormônio, pois seu metabolismo é regulado pelas concentrações de calcitriol (metabólito renal da Vitamina D) e de cálcio. Uma das formas de ativação da Vitamina D depende da ação dos raios ultravioleta do sol sobre um precursor do colesterol (7-deidrocolesterol), presente na pele dos mamíferos. Entre as funções da vitamina D, destacamos a manutenção do metabolismo mineral (especialmente cálcio e fósforo) e mineralização óssea. Tanto o excesso quanto a carência de vitamina D podem causar raquitismo, os- teomalácia (mineralização defeituosa dos ossos) e osteoporose (fragilidade óssea). Pes- soas que não se expõem ao sol regularmente ou que vivem em regiões polares neces- sitam de suplementação de Vitamina D. Principais fontes: gema de ovo, manteiga e peixes gordos (atum, arenque, cavala, sardinha, etc.). A exposição à luz solar (até 10:00 e após 16:00) garante a utilização da Vitamina D armazenada na pele. 11.4 Vitamina E Também chamada de tocoferol, a vitamina E desempenha um importante papel no metabolismo de todas as células. Sua capacidade de converter os radicais livres (espécies reativas de oxigênio) em substâncias de baixa toxicidade (ou atóxicas), que podem ser eliminadas pelo organismo, lhe confere uma função antioxidante, protegendo especialmente os fosfolipídios das membranas celulares. A função antioxidante da vitamina E previne o surgimento de doenças car- diovasculares, alguns tipos de câncer e outras doenças degenerativas (que surgem com o envelhecimento, por exemplo, a catarata). O excesso de vitamina E pode comprometer a utilização de outros nutrientes (ex: vitamina A e K) e a deficiência, rara em humanos, está associada ao aumento da viscosidade das plaquetas (predisposição à formação de coágulos), maior risco de desenvolvimento de câncer de pulmão e anemia hemolítica (recém-nascidos). Principais fontes: óleos vegetais (soja, girassol, milho, trigo, etc.), manteiga, ovos e frutas oleaginosas (amêndoas, avelãs, nozes). 11.5 Vitamina K As formas ativas da vitamina K são as filoquinonas, sintetizadas naturalmente por vegetais verdes, e as menaquinonas, sintetizadas por bactérias intestinais. A vitamina K é considerada um fator coagulante e anti-hemorrágico, e participa da formação do tecido ósseo. O excesso de vitamina K pode causar anemia hemolítica (quebra das hemácias) e icterícia (excesso de bilirrubina – no sangue). Pessoas que usam medicamentos cumarínicos (anticoagulantes sanguíneos) devem evitar alimentos ricos em vitamina K, pois ela pode antagonizar o efeito do medicamento. Como é amplamente distribuída na natureza e produzida por bactérias do intestino, a deficiência de vitamina K é rara, acometendo principalmente lactentes (bebês em fase de amamentação, que não possuem as bactérias sintetizadoras) e pessoas que usam antibióticos por tempo prolongado (destruição da flora intestinal) ou que sofrem síndromes de má- absorção de gorduras (o que pode causar deficiência de vitaminas lipossolúveis). A deficiência de vitamina K causa hipoprotrombinemia (tempo de coagulação prolongado), hemorragia e anemia fatal; por isso, ao nascer, o bebê recebe uma dose de menadiona (vitamina K sintética) intramuscular, para evitar a doença hemorrágica do recém-nascido. •. Principais fontes: brócolis, repolho, espinafre, grão-de-bico, óleo de soja, carne bovina (fígado), chá verde. 11.6 O que são as vitaminas hidrossolúveis? As vitaminas hidrossolúveis não são armazenadas no organismo e, por isso, é necessário um suprimento diário desses nutrientes. São hidrossolúveis as vitaminas do complexo B e C. 11.7 Vitaminas do Complexo B A vitamina B não é uma substância única, mas um conjunto de 8 nutrientes com funções essenciais nos processos metabólicos das células – regulação hormonal, pro- dução de enzimas e formação de cofatores que participam da glicólise e do ciclo de Krebs (produção de energia através da quebra do glicogênio e da gordura, respectivamente). Cada uma das substâncias que compõem o complexo B recebeu um termo descritivo ou uma designaçãoquímica, à medida que os pesquisadores foram desvendando suas funções no organismo. 11.8 Vitamina C Também chamada de ácido ascórbico, a vitamina C é um nutriente sensível ao bicarbonato de sódio e ao oxigênio (por exemplo, o teor de vitamina C de sucos engar- rafados pode ser reduzido em cerca de 50% após 8 dias da abertura da garrafa). A vitamina C possui funções antioxidantes (capacidade de ceder e receber elé- trons e reciclagem da vitamina E), participa da síntese de colágeno (cicatrização de fe- ridas e fraturas e controle de sangramentos – importante no tratamento de pacientes com grandes queimaduras ou escaras) e é necessária para absorção e utilização do ferro adquirido pela dieta (transforma o ferro férrico, existente nos vegetais, em ferro ferroso). Os pesquisadores ainda não conseguiram comprovar que a suplementação com vitamina C possa evitar ou tratar gripes e resfriados. A carência de vitamina C causa o escorbuto, uma síndrome de deficiência caracterizada por lesões e sangramentos nas gengivas, amolecimento e perda dos dentes, secura da boca, olhos e pele, perda dos cabelos, dores musculares e comprometimento da cicatrização de feridas. Estes sinais podem surgir após 45 dias sem o consumo de alimentos fontes da vitamina. O excesso - a ingestão de vitamina C em quantidades acima das recomendadas pode causar escorbuto de rebote, caracterizado por uma “dependência” de doses cada vez mais altas da vitamina, já que seu excesso acelera a sua excreção. Principais fontes: frutas cítricas (abacaxi, acerola, kiwi, laranja, limão, goiaba, morango, caju, etc.) e seus sucos, pimentão verde, espinafre, brócolis, repolho. Os alimentos fontes de vitamina C devem ser consumidos frescos e, de preferên- cia, crus (a perda da vitamina com o cozimento pode ser minimizada quando as verduras são preparadas escaldadas por alguns segundos com água fervente). 11.9 Vitamina B1 (Tiamina) Primeira vitamina descoberta, a tiamina participa do metabolismo dos carboidratos e na função neural. Sua deficiência causa o beribéri, uma síndrome caracterizada por perda de apetite e peso (principalmente massa muscular), confusão mental, edema, ta- quicardia e cardiomegalia (aumento do tamanho do coração). •. Principais fontes: amplamente distribuída na natureza, é encontrada nas leve- duras cerveja, no fígado e nos grãos de cereais integrais. 11.10 Vitamina B2 (Riboflavina) A riboflavina é essencial para o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, além de participar de mecanismos antioxidantes. A deficiência de riboflavina se mani- festa após meses de privação da vitamina e os primeiros sintomas incluem fotofobia (sensibilidade à luz), lacrimejamento, coceira, dor e queimação nos olhos, lábios e lín- gua, podendo evoluir para queilose (fissuras nos lábios), estomatite angular (rachaduras nos cantos da boca), glossite (língua edemaciada, e muito vermelha), dermatite, neuro- patia, anemia e patologias oculares. •. Principais fontes: amplamente disponível na natureza ligada a proteínas, é en- contrada nos vegetais de cor verde-escura, nos leites e derivados e nos grãos de cereais integrais. 11.11 Vitamina B3 (Niacina) A niacina participa da formação de enzimas e cofatores indispensáveis para o me- tabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Sua deficiência causa a pelagra (conhe- cida como doença dos 3 “D” – dermatite, demência e diarreia). O excesso (altas doses de niacina) pode ser tóxico para o fígado. Principais fontes: carnes magras, aves, peixes, amendoim, gergelim. 11.12 Vitamina B6 (Piridoxina) A piridoxina é necessária para a produção de enzimas importantes para o meta- bolismo de aminoácidos, além de participar da síntese de neurotransmissores (hista- mina, serotonina, epinefrina, etc.) e de lipídios que compõem a bainha de mielina (pro- teção das células nervosas). A carência e o excesso de piridoxina se manifestam através de alterações dermatológicas (pelagra, estomatite angular) e neurológicas (insônia, can- saço, fraqueza, neuropatias), glossite e queilose. 11.13 Folato (Ácido Fólico) O folato age no metabolismo, principalmente na síntese de DNA e na formação e maturação de células sanguíneas. Antes da gestação (ou nos primeiros meses), as mulheres devem receber suple- mentação de folato para reduzir o risco de a criança nascer com sérios defeitos no tubo neural (sistema nervoso). A deficiência de folato causa anemia megaloblástica, fraqueza, depressão e neu- ropatia. 11.14 Vitamina B12 (Cobalamina) Uma das últimas vitaminas identificadas, a cobalamina age do metabolismo de aminoácidos e carboidratos simples, bem como na divisão celular e síntese de DNA, além de ser eficaz no tratamento da anemia perniciosa. Sua absorção é dependente da presença do fator intrínseco (produzido pelo estômago). A deficiência de cobalamina, comum em pacientes de cirurgias para redução do estômago, causa síndrome neurológica (depressão, raciocínio prejudicado, queimação e formigamento dos pés, e fraqueza nas pernas) e anemia megaloblástica (hemácias grandes) ou perniciosa (falta de fator intrínseco). Principais fontes: fígado, rim, peixes, ovos, leite, queijos e carnes. 11.15 Ácido Pantotênico Essencial no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, o ácido pantotê- nico participa da formação de enzimas. Por ser uma substância amplamente distribuída nos alimentos, sua deficiência é rara e resulta em prejuízos na produção de lipídios e energia. Principais fontes: presente em todos os tecidos vegetais e animais, as melhores fontes são carnes (principalmente fígado e coração), cogumelos, abacate, brócolis, gema de ovo, leite desnatado e batata doce. 11.16 Biotina Vitamina que participa da formação de enzimas e cofatores importantes para a produção de energia a partir da quebra do glicogênio e dos lipídios. A biotina pode ser adquirida através de muitos alimentos e da fermentação de bactérias intestinais, o que torna sua deficiência rara. No entanto, o consumo de clara de ovo crua induz à deficiên- cia da vitamina, pois a avidina (proteína da clara) se liga à biotina, impedindo sua utiliza- ção. Principais fontes: grãos de cereais integrais, carnes, leites, peixes, ovos e levedo de cerveja. A ingestão inadequada de uma das vitaminas do complexo B pode prejudicar a utilização de outra. 12 MINERAIS Fonte: setorsaude.com.br Os minerais são um grupo de elementos inorgânicos que não podem ser sinteti- zados pelo organismo (devem ser adquiridos através da dieta) e que, assim como as vitaminas, não fornecem calorias, mas são essenciais para a formação dos compostos (enzimas e cofatores) responsáveis pelo metabolismo energético (carboidratos, e lipí- dios) e proteico. Cada mineral é necessário em uma quantidade específica, e o excesso de um pode prejudicar a utilização de outros ou causar reações de toxicidade – “a dose faz o veneno”. Funções: desempenham uma grande variedade de funções, como produção de cofatores e enzimas, regulação do balanço ácido-base, transmissão de impulsos nervo- sos, atividade muscular, componentes estruturais do corpo, etc. Os minerais são tão ne- cessários quanto as vitaminas para o crescimento e desenvolvimento do organismo. Classificação: de acordo com a quantidade requerida pelo organismo, os mine- rais são classificados em macrominerais (elementos de volume - necessários em quan- tidades acima de 100mg/dia), microminerais (elementos traço - necessários em quanti- dades inferiores a 15 mg/dia) e elementos ultra traço (necessários em quantidades mí- nimas, medidas em microgramas – abaixo de 1mg). 13 MACROMINERAIS E MICROMINERAIS Fonte: brasilescola.uol.com.br 13.1 O que são os macrominerais? São minerais essenciais aos seres humanos em quantidades superiores a 100mg/dia, encontrados tipicamente no estado iôniconos alimentos e no corpo (em grandes quantidades). São eles: cálcio, cloro, enxofre, fósforo, magnésio, potássio e sódio. 13.2 Fósforo Segundo mineral mais abundante do corpo, participa, com o cálcio, da estruturação dos ossos e dentes (fosfatos de cálcio). Funções: formação e manutenção do tecido ósseo e dos dentes, síntese de DNA e RNA, produção de ATP (energia), formação dos fosfolipídios (componentes das membranas celulares), ativação de hormônios e enzimas, além de atuar na excreção do sódio (controle da pressão sanguínea). A deficiência de fósforo é rara e provoca anormalidades neuromusculares, hematológicas, esqueléticas e renais. O excesso de ingestão de fósforo, associado à baixa ingestão de cálcio, pode causar aumento da mobilização do tecido ósseo (utilização do cálcio fixado ao osso para manutenção das reservas corporais), o que fragiliza a estrutura óssea. Principais fontes: carnes, aves, peixes, ovos, nozes, leguminosas (feijões). 13.3 Magnésio Encontrado nos ossos, músculos e fluidos corpóreos, o magnésio desempenha funções como estabilização do ATP, produção de ácidos graxos e proteínas, ativação de hormônios e enzimas, contração muscular (relaxador). A deficiência de magnésio é rara e se manifesta por espasmos musculares, convulsões, tremores, náuseas, vômitos, ano- rexia (falta de apetite), mudanças na personalidade e comprometimento renal. Principais fontes: cereais integrais, leguminosas, nozes, folhas verde-escuras, leites e derivados. 13.4 Cálcio É o mineral mais abundante do corpo humano, podendo representar 2% do peso de uma pessoa (presente nos ossos, dentes, sangue e fluidos celulares). Funções: formação e manutenção do tecido ósseo e dos dentes, transmissão de impulsos nervosos (canais de cálcio nas membranas celulares), regulação da função muscular cardíaca (movimentação dos músculos do coração), manutenção da força muscular esquelética (movimentos do corpo – o cálcio é o estimulador das contrações musculares), fator de coagulação sanguínea. Durante a gravidez e lactação, o cálcio é necessário para a formação do feto, a produção do leite e a manutenção das reservas maternas. A deficiência de cálcio compromete a formação dos ossos (em crianças ou ado- lescentes) e reduz a massa óssea (nos adultos). O excesso de ingestão de cálcio (acima de 2g/dia) causa constipação e hipercal- cemia, que pode levar à formação de cálculos (pedras) de cálcio nos rins. Principais fontes: leites e derivados, casca de ovos, couve, brócolis, sardinha, laranja, soja. 13.5 Enxofre É um constituinte de três aminoácidos e está presente em todas as células, nas ligações entre as proteínas. Funções: participa da produção e ativação de enzimas antioxidantes e é um dos constituintes de um anticoagulante hepático (heparina). Principais fontes: carnes, aves, peixes, ovos, feijões, brócolis, couve-flor. 13.6 Sódio, Potássio e Cloro São minerais indispensáveis à dieta e se inter-relacionam no corpo, sendo conhe- cidos como eletrólitos – substâncias que se dissociam em íons positivos e negativos, quando dissolvidas na água. Funções: os eletrólitos estão envolvidos na manutenção de funções fisiológicas, como o equilíbrio osmótico, o equilíbrio ácido-base (relacionado com as concentrações de hidrogênio) e funções das membranas celulares (bomba de Na/K/Ca). A deficiência de potássio pode causar hipertensão arterial, assim como o excesso de consumo de sódio. Principais fontes: a principal fonte de sódio e cloro para os humanos é o sal de cozinha (cloreto de sódio). O potássio pode ser encontrado em leites, batatas, bananas, tomates, laranja, café, carne bovina. A ingestão concomitante de alimentos fonte de cálcio com alimentos ricos em fitatos (tipo de fibra contendo fósforo, presentes em alguns vegetais, como espinafre, folhas de beterraba, acelga, etc.) ou ricos em ferro (carnes, fígado, feijão, cereais fortificados, batatas, etc.) prejudica a absorção do cálcio. 13.7 O que são os microminerais? Nutrientes essenciais aos seres humanos em quantidades inferiores a 15mg/dia e encontrados em pequenas quantidades nos alimentos e no corpo humano, por isso são chamados de elementos traço ou ultra traço. Os principais são ferro, zinco, flúor, cobre, iodo, selênio, manganês, cromo e molibdênio. Muitos elementos ultra traço, como estanho, silício, boro, vanádio, alumínio, arsênico, lítio e níquel ainda são objetos de estudo e suas funções biológicas ainda não foram definidas, assim como as reco- mendações de ingestão. 13.8 Ferro Mesmo sendo reconhecido como um fator nutricional essencial a mais de um sé- culo, a anemia ferropriva (por deficiência de ferro) ainda é uma das doenças mais co- muns do mundo, atingindo milhões de pessoas. O organismo armazena ferro na forma de enzimas, hemoglobina (sangue), mioglobina (músculos) e proteínas transportadoras do sangue (ferritina, transferrina e hemossiderina). Funções: desempenha importante papel no transporte de oxigênio dos pulmões para as células e de dióxido de carbono das células para o pulmão (graças às proprie- dades de oxidação-redução deste mineral e à sua capacidade de se ligar ao oxigênio), componente de enzimas, reservatório de oxigênio nos músculos (mioglobina) e no san- gue (ferritina, hemossiderina), transporte de minerais no plasma (transferrina), participa- ção na função imunológica e no funcionamento das células cerebrais (capacidade cog- nitiva, de aprendizagem). A deficiência de ferro causa a anemia ferropriva, cujos sinto- mas incluem desenvolvimento cognitivo anormal (dificuldades de aprendizagem), baixa imunológica (surgimento de doenças oportunistas causadas por vírus, fungos, bactérias), fadiga (cansaço, fraqueza), pele pálida e mucosas rosadas (nos olhos e boca). O ex- cesso de ingestão de ferro causa acúmulo anormal de ferro no fígado e produção exces- siva de radicais livres, aumentando os riscos do desenvolvimento de doenças cardíacas e de alguns tipos de câncer. 13.9 Iodo A principal função do iodo é a síntese dos hormônios produzidos na glândula tire- oide (triiodotironina - T3 - e tireoxina - T4), que são responsáveis pela regulação da taxa de metabolismo celular. A deficiência de iodo está associada ao desenvolvimento de deficiência mental (principalmente o cretinismo, caso a deficiência ocorra em gestantes ou em bebês) e do bócio endêmico ou simples (aumento no volume da tireoide). O consumo de alimentos biogênicos crus (repolho, nabo, amendoim, mandioca, soja) impede a utilização do iodo pelas células da tireoide. Principais fontes: a iodação do sal de cozinha é obrigatória no Brasil e o consumo regular de sal é a melhor modo de adquirir iodo. Frutos do mar, peixes de água salgada e água potável são boas fontes. 13.10 Zinco É encontrado no organismo no fígado, pâncreas, rins, ossos, músculos, pele, ca- belos, unhas, olhos e próstata. Funções: componente de mais de 200 enzimas responsáveis pelo metabolismo de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) e pelo sistema antioxidante, estabilização da estrutura do DNA e RNA no núcleo das células, participa de processos de transporte e imunológicos. A deficiência de zinco causa uma variedade de defeitos imunológicos (como redução na produção de anticorpos) e acrodermatite enteropática (lesões eczematosas na pele, diarreia, infecções – se não tratada, pode levar à morte). Principais fontes: carnes, peixes, aves, leite e derivados, fígado, cereais inte- grais. A presença de fitatos e de grande quantidade de cálcio pode comprometer a absorção do zinco. 13.11 Manganês, Cobre e Selênio São componentes essenciais de enzimas responsáveis pela oxidação do ferro, metabolismo de aminoácidos, ligação de proteínas, varredura de radicais livres, etc. Existe uma linha tênue entre os requerimentos nutricionais e o risco de intoxicaçãocom estes elementos, o que estreita a margem de segurança do consumo de suplementos. Principais fontes: o cobre pode ser encontrado nas carnes, frutos do mar, vís- ceras (fígado, rim, coração, etc.), chocolate, cereais integrais, leguminosas e frutas. A concentração de selênio nos alimentos depende do seu teor no solo e água utilizados no cultivo; as principais fontes são carnes, castanha do Pará, fígado, rim e aves. As fontes mais ricas em manganês são os cereais integrais, leguminosas, nozes e chás. 13.12 Flúor O flúor não é considerado essencial, mas sim benéfico à saúde dos ossos e den- tes (sua ligação com os fosfatos de cálcio forma uma estrutura óssea mais forte), redu- zindo riscos de fraturas e de cárie dental. Principais fontes: água potável, peixes de água salgada, fígado, chás, sopas feitas com ossos de carnes. 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, John J. B. Minerais. IN: MAHAN, L. Katheen, ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause: alimentos nutrição e dietoterapia. São Paulo: Editora Roca, 2002. 10ª edição. Cap. 5, pág. 106 a 145. BECHTOLD, Ivan Helmuth. Cristais líquidos: um sistema complexo de simples aplicação. Rev. Bras. Ens. Fis. vol.27 no.3 São Paulo Jul/Set. 2005. BIANCHI, Maria de Lourdes Pires; SILVA, Cecília Rodrigues; TIRAPEGUI, Julio. Vitaminas. IN: TIRAPEGUI, Julio. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. São Paulo: editora Atheneu, 2002. Cap. 5, pág. 63 a 76. 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